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Grande apaixonado por ópera, esse costureiro no qual algumas pessoas vêem "um
mediterrâneo com ares de Werther", classifica seu trabalho como uma batalha
permanente: "Eu sou um barroco atrasado". Filho de um imigrante italiano, na
época um modesto alfaiate do Midi da França, ele descobre Paris com a idade de
vinte e dois anos. Ele deve a sua formação a um mestre, Cristobal Balenciaga,
junto a quem, como costureiro, diz haver aprendido tudo, entre 1958 e 1965. "Eu
sonhei apaixonadamente com a alta costura", diz hoje, fiei à veste branca e à
barba de poeta. "A alta costura é como a ópera, é um ritual. Ela faz parte dessas
grandes missas de sofisticação, elitismo, luxo e refinamento. A costura não se
improvisa. Ela está ligada a uma memória, ao artesanato e à excelência de um
savoir-faire..." Instalado no início em cinquenta metros quadrados, junto com sete
operárias, ele trabalha hoje no triângulo de ouro parisiense, na avenida
Montaigne. À frente de uma das últimas maisons de costura independentes, ele
conta com 90 operárias para realizar seus vestidos. Em 1995, comemorou um quarto de século de costura.
Ele se lembra: "Hoje todo mundo quer ser artista... Eu, depois que as operárias iam embora, varria o local,
com vergonha de que soubessem que era eu mesmo quem fazia a limpeza..." Rico, florido, sensual, seu
estilo é declinado através de toda uma paleta de marcas, das quais uma linha de prêt-à-porter, a
"Parallèle", amplamente comercializada, sucesso que não o impede de perseguir suas quimeras
"Apreender o impreenchível que me faz um gesto amigável e parte em direcção desconhecida".