Você está na página 1de 26

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO


DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO-SENSU
PROJETO "A VEZ DO MESTRE"

DINÂMICA DE GRUPO
HISTÓRICO E EVOLUÇÃO
MÓDULO I
Por Diva Nereida M. Machado Maranhão,
Ângela Fátima Saraiva Freitas e
Antonio Carlos Carvalho Maia

Prof. Fernando Arduini


Coordenação Geral

www.vezdomestre.com.br
APRESENTAÇÃO

Seja bem vindo(a),

Neste primeiro módulo, nossa proposta é a de iniciarmos juntos nossos


estudos, abordando os seguintes tópicos:
• visão histórica das relações humanas e dinâmica de grupo;
• características dos diversos tipos de grupo;
• a evolução dos grupos e suas fases.

Durante a leitura deste módulo você encontrará sugestões para leituras e


algumas questões para você refletir. Também encontra-se anexada, ao final do
mesmo, a sua avaliação. Não esqueça de, durante seus estudos, marcar os pontos
principais e anotar suas observações. Elas serão úteis para a realização da sua
avaliação e para a continuidade dos seus estudos.

Não esqueça, estamos juntos nessa caminhada!

SUMÁRIO

Apresentação 02
Introdução 03
Histórico da Dinâmica de Grupo 09
Conceitos Básicos em Dinâmica de Grupo 12
Descoberta do Grupo “T” 13
Tipos de Grupos 15
Aprendendo a Trabalhar em Grupo 17
Bibliografia 23
Auto-avaliação 24

MÓDULO I ver 1.0 – DINÂMICA DE GRUPO Projeto “A Vez do Mestre”


INTRODUÇÃO

O mundo hoje avança rapidamente em todos os sentidos, principalmente no


que diz respeito aos avanços científicos e tecnológicos. Poderíamos indagar, então,
qual a relação destes avanços com as relações humanas? Quais as conseqüências
destes avanços para a vida do indivíduo na sociedade? Precisamos estar convictos de
que ele, ao contrário das demais espécies animais, necessita da interação para existir
e, por isso, a maior condição para a sobrevivência do ser humano está na vida em
grupo. A tecnologia influi diretamente na vida do homem e principalmente na sua forma
de conviver.

Diante destes questionamentos, iniciaremos nossos estudos sobre as


Relações Humanas e a Dinâmica dos Grupos. Certamente você deve estar refletindo
sobre o significado da expressão “Dinâmica de Grupo”. Elucidaremos esta questão a
seguir.

Na medida em que nos propomos a estudar as dinâmicas dos grupos,


iremos nos deparar com sua estrutura, suas origens, bem como as suas necessidades
e as relações entre seus componentes. O estudo das relações humanas vem a ser
exatamente o estudo das relações entre os componentes dos mais variados grupos,
sua atuação e a troca que existe entre estes membros. Estes conceitos serão tratados
detalhadamente no decorrer deste módulo.

De modo geral, participamos, a todo momento, de algum grupo e cada


grupo do qual fazemos parte tem sua dinâmica própria. Estes grupos se compõem de
variáveis, ou melhor dizendo, de um conjunto de variáveis, que provocam energia e
geram ações diversas que, por sua vez, dão origem a situações e comportamentos
entre seus membros, que irão definir a personalidade destes grupos.

Precisamos entender esses fenômenos, os agentes, a atmosfera e o


comportamento grupal, pois só desta forma poderemos atuar e interagir neles. Para
alcançar esses objetivos, estudamos a Dinâmica dos Grupos com o fim de provocar
estas mudanças consideradas necessárias, reforçando as atitudes grupais, de modo
que possamos nos relacionar, inclusive profissionalmente.

MÓDULO I ver 1.0 – DINÂMICA DE GRUPO Projeto “A Vez do Mestre”


Para trabalhar e coordenar a participação das pessoas nos grupos, sejam
eles educacionais ou organizacionais, estudaremos as técnicas de Dinâmica de Grupo.

É muito importante que cada ser humano tenha ciência de sua real
importância para o outro tanto quanto tenha para si próprio. O estudo das relações
interpessoais se constitui como fundamental na busca de práticas que viabilizem um
melhor convívio entre as pessoas, permitindo uma maior harmonia entre as mesmas.

Esta visão fica bem clara no texto, a seguir, citado por Serrão e Baleeiro
(1999), destacado do texto de Joyce em Finnegan´s Wake e que bem ilustra a
dinâmica nos grupos.

“Quando olhamos por alto as pessoas,


ressaltam suas diferenças: negros e brancos, homens e
mulheres, seres agressivos e passivos, intelectuais e
emocionais, alegres e tristes, radicais e reacionários. Mas, à
medida que compreendemos os demais as diferenças
desaparecem e em seu lugar surge a unicidade humana: as
mesmas necessidades, os mesmos temores, as mesmas
lutas e desejos. Todos somos um”.
(Baleeiro, 1999: 15)

Em função desta unicidade, que aproxima as pessoas, é que hoje dedica-se


grande parte das pesquisas ao estudo das relações humanas e ao estudo do indivíduo
nos grupos, em seus ambientes de trabalho e em outras formas grupais. As
organizações falam em “gestão de pessoas” – estudar os motivos que as levam a
atuar de determinada forma e a reagir de maneiras diversas - o que se constitui no
foco das atenções de muitos estudiosos desta área.

Com as inúmeras mudanças trazidas pelos avanços da ciência e do


processo de globalização, o ambiente de trabalho, a família e outros grupos dos quais
fazemos parte, transformam-se também. Os profissionais precisam estar atentos à
crescente complexidade com que essas transformações se refletem na área das
Relações Humanas.

Uma das condições para a sobrevivência harmônica do ser humano está na


convivência social. A própria concepção biológica do homem é feita em grupo – por um
casal. A satisfação das necessidades básicas de um bebê, dá-se no seio de um grupo
– a família. O processo de socialização e de aprendizado, também ocorre em grupo –
a escola. Essas são algumas das razões para compreendermos a importância que o
4

MÓDULO I ver 1.0 – DINÂMICA DE GRUPO Projeto “A Vez do Mestre”


grupo tem na vida do ser humano e para percebermos que o profissional que lida com
ele tem, por obrigação e por necessidade, que se esforçar para compreender melhor a
dinâmica relacional, complexa, que ocorre nos grupos; daí, a importância do estudo
das Relações Humanas e da Dinâmica de Grupo.

Se, neste momento, você pegar um papel e uma caneta e listar todas as
coisas, desde as mais simples até aquelas mais complexas, que você realiza durante
um dia de sua vida, certamente você irá perceber que a maior parte delas você realiza
em grupos, seja participando efetivamente de uma tarefa ou simplesmente estando no
convívio dos mesmos. Experimente!

E que grupos seriam esses? Como poderíamos defini-los?

Assim como Ferrão e Baleeiro (1999) nos apontam que “um grupo é como
um rio que tem força e vida próprias”, pois sabemos que por mais que nos
mergulhemos em suas águas, aproveitando “suas correntes e possibilitando a
descoberta de suas riquezas submersas,” não se pode “esgotar seus mistérios” (id.
p.35), assim também sabemos que todos os grupos, dos quais participamos,
possuem uma dinâmica própria, composta por um conjunto de variáveis que dão
energia e sinergia, provocando a ocorrência de ações. São essas variáveis e
fenômenos, que dão aos grupos uma atmosfera grupal e os comportamentos
diferenciados dos membros do grupo.

Conhecer bem os agentes, fenômenos, processos, a atmosfera e


comportamento grupal é de fundamental importância para o profissional que trabalha
com Dinâmica de Grupo, em qualquer contexto. Este conhecimento é essencial para
que você esteja apto a aceitar esse desafio, que foi muito bem descrito por Áurea
Castilho,

“Só aqueles que têm a coragem de correr o risco de se


expor é que estão preparados para trabalhar em grupos.
Diferentemente do processo individual, a interface grupal
exige sem dúvida muito mais do facilitador que um nível de
percepção, intuição e visão gestáltica, e estas são postas à
prova a cada instante pelo grupo, através do seu
julgamento, pressões, resistência, coesão e normas, com as
quais o facilitador terá que saber lidar a cada momento. Mas
é preciso que aqueles que lideram o grupo se sintam
internamente bastante preparados para compreender o que
se passa com ele e analisar as relações desse fenômeno
com sua condição e realidade pessoal, criando para si um
5

MÓDULO I ver 1.0 – DINÂMICA DE GRUPO Projeto “A Vez do Mestre”


nível de consciência exata de sua posição e situação
existencial, dentro do contexto do grupo, ante o momento
vivido. Em outras palavras, [que se tenha uma visão teórica
e real do movimento do grupo”.

(Áurea Castilho, 1997)

E a que essas colocações de Castilho nos levam? O que é importante se


ter, a priori, para se (con)viver em grupo? Como os sujeitos, que compõem um grupo,
se vêem e são vistos dentro do mesmo? Quais as condições necessárias para se viver
de forma harmônica num grupo, buscando alcançar um objetivo comum?

Para responder essas perguntas, deveremos analisar alguns princípios que


embasam as relações grupais, tais como:
• a própria construção identitária dos sujeitos;
• as questões de relações entre os diferentes parceiros;
• a existência de valores e atitudes para o reconhecimento satisfatório
entre os diferentes elementos que formam o grupo.

Utilizamos a Fábula dos Gansos para propor uma reflexão, procurando


extrair questões pertinentes aos assuntos aqui desenvolvidos e outros mais a serem
pensados, que você poderá destacar, compondo idéias que o levem a busca de maior
aprofundamento sobre os seus próprios conceitos e valores, ao mesmo tempo que,
sem a pretensão de desgastar todas as possibilidades de análise que ele sugere,
poderemos utilizá-lo, posteriormente, para iluminar outras reflexões.

Para melhor compreender o que queremos dizer, leia o texto e os


comentários sobre cada parágrafo, abaixo.

O SENTIDO DOS GANSOS

No outono, quando se vê bando de gansos voando rumo ao Sul, formando


um grande V no céu, indaga-se o que a ciência já descobriu sobre o porquê de voarem
desta forma. Sabe-se que quando cada ave bate as asas, move o ar para cima,
ajudando a sustentar a ave imediatamente de trás. Ao voar em forma de V, o bando se
beneficia de pelo menos 71% a mais de força de vôo do que uma ave voando sozinha.

Comentário: 6

Pessoas que têm a mesma direção e sentido de comunidadeProjeto


MÓDULO I ver 1.0 – DINÂMICA DE GRUPO
podem
“A Vez do Mestre”
atingir seus objetivos de forma mais rápida e fácil, pois viajam se
beneficiando de um impulso mútuo.
Sempre que um ganso sai do seu bando, sente subitamente o esforço e a
resistência necessários para continuar voando sozinho. Rapidamente, ele entra em
outra formação para aproveitar o deslocamento de ar provocado pela ave que voa
imediatamente à sua frente.

Comentário:

Se tivéssemos o mesmo sentido dos gansos, manter-nos-íamos em


formação com os que lideram o caminho para onde também desejamos
seguir.

Quando o ganso líder se cansa, ele muda de posição dentro da formação e


outro ganso assume a liderança.

Comentário:

Vale a pena nos revezarmos em tarefas difíceis, e isto serve tanto para
as pessoas quanto para os gansos que voam rumo ao Sul.

Os gansos de trás gritam, encorajando os da frente para que mantenham a


velocidade.

Comentário:

Que mensagens passamos quando gritamos de trás?

Finalmente, quando um ganso fica doente ou ferido por um tiro e cai, dois
gansos saem da formação e o acompanham para ajudá-lo e protegê-lo. Ficam com ele
7

MÓDULO I ver 1.0 – DINÂMICA DE GRUPO Projeto “A Vez do Mestre”


até que consigam voar novamente ou até que morra. Só então levantam vôo sozinhos
ou em outra formação, a fim de alcançar seu bando.

Comentário:

Se tivéssemos o sentido dos gansos também ficaríamos um ao lado do


outro.

Na história dos gansos, aprendemos com a própria natureza sobre a


importância de se pertencer a um grupo, onde cada um faz a sua parte para contribuir
para o sucesso e a sobrevivência do grupo como um todo.

Até o momento, falamos muito sobre os grupos e as suas relações, mas


você saberia dizer a partir de que momento o grupo e, particularmente suas dinâmicas,
passaram a ser objeto de estudos, como uma preocupação do ser humano, buscando
melhorar as relações sociais, em geral?

Na tentativa de compor um perfil do estudo de grupos e suas relações,


tentaremos aqui fazer uma breve recomposição histórica da dinâmica de grupo,
buscando contextualizá-la no espaço e no tempo, em termos de seu aparecimento,
desenvolvimento e principais expoentes na área.

MÓDULO I ver 1.0 – DINÂMICA DE GRUPO Projeto “A Vez do Mestre”


HISTÓRICO DA DINÂMICA DE GRUPO

Podemos iniciar nossa viagem no tempo, no século XIX, quando a


Psicologia tornara-se objetiva e experimental com a criação dos seus primeiros
laboratórios, entre 1880 e 1890, voltando-se para a compreensão da personalidade
individual, enquanto que a Sociologia, criada oficialmente no século XIX, por Augusto
Comte, orientara-se para o estudo das instituições políticas, dos fenômenos coletivos
dos grandes grupos humanos e das mentalidades sócio-culturais.

Nessa época, percebe-se que a evolução dessas duas ciências caminhava


para um meio tempo, voltando-se para o estudo dos pequenos grupos, onde a
Psicologia interessava-se pelos problemas do comportamento em grupos, enquanto a
Sociologia identificava as subculturas, nas culturas, acabando por definir, assim, as
competências de atuação entre as duas ciências irmãs a partir do enfoque de seus
interesses, para explorar esse novo campo.

É, então, em Comte (1793-1857), que vemos surgir a denominação


Psicologia Social, destinada a estudar problemas do comportamento dos pequenos
grupos, enquanto a Sociologia se ocupava dos estudos dos grandes grupos humanos
e de suas culturas. Ele dizia que o homem é, ao mesmo tempo, conseqüência e causa
da sociedade.

Dürkheim, dedicado principalmente a pesquisa científica, procurou definir a


autonomia da Sociologia, mostrando que ela deveria testar hipóteses, reformular
teorias, analisar os problemas de comunicação, verificar interações, devendo ocupar-
se dos macrogrupos.

Em contrapartida, Kurt Lewin afirmava que somente através do estudo dos


pequenos grupos poderíamos compreender o macrogrupo. Foi Lewin quem abriu
novos caminhos para a Psicologia Social, transformando-a em uma ciência
experimental autônoma, diferenciando-a, desta forma, da Sociologia e da Psicologia.

Nessa época, a Psicologia Social estava inserida na Sociologia e na


Biologia, uma vez que o social deveria absorver o psíquico, segundo as tendências,
então, dominantes. Com a criação dos seus primeiros laboratórios, no final desse

MÓDULO I ver 1.0 – DINÂMICA DE GRUPO Projeto “A Vez do Mestre”


século, a Psicologia torna-se experimental, voltando seus interesses para a
compreensão da personalidade individual.

Vejamos, então, quem foi Kurt Lewin.

Lewin era psicólogo prussiano que, por ser judeu, imigrou para os Estados
Unidos, desde 1933, saindo da Alemanha devido ao fato desta estar sob o regime
nazista, em ascensão. O próprio fato de pertencer a um grupo minoritário dentro da
sociedade alemã, sendo perseguido ideologicamente dentro da mesma, segundo o
anti-semitismo nazista, utilizou essa experiência como fonte de movimentação,
constituindo-se num tema de estudos importantes em sua obra.

Através de seus estudos foi possível compreender melhor como o indivíduo


vive ligado, inevitavelmente, a grupos. Grupos estes que podem ser classificados
quanto ao número de pessoas como menores (a família, os grupos de vizinhos, dos
colegas da escola, de religiosos) ou maiores (as classes sociais, as sociedades) dos
quais faz parte. O indivíduo estará, na maioria das vezes, com seu destino interligado
com os outros indivíduos pertencentes aos grupos que convive. Ele irá atuar de acordo
com a sua própria personalidade, desenvolvendo papéis, tendo seu “status” próprio,
suas motivações, seus interesses, seus preconceitos e opiniões, em constante
interação com os outras indivíduos.

De modo geral, as pessoas são dotadas de sua historicidade, escritas por


suas vivências pessoais e profissionais, bem como por suas características de
personalidade e, ao se encontrarem numa situação de interação grupal, terão não
apenas ações e reações individuais como, também, serão influenciadas pelo grupo.

Lewin é reconhecido principalmente pelo desenvolvimento da teoria de


campo, cuja proposição básica é que o comportamento humano é função do indivíduo
e do seu ambiente. Isto significa que o comportamento de uma pessoa está
relacionado tanto às características pessoais quanto à situação social na qual está
inserida.

C=ixa

10

MÓDULO I ver 1.0 – DINÂMICA DE GRUPO Projeto “A Vez do Mestre”


Sua teoria de campo consistiu na observação e manipulação de variáveis
em situações complexas, envolvendo grupos de pessoas. Utilizavam a pesquisa social
empírica, a ação social e a avaliação controlada das situações grupais. Lewin partiu da
premissa que, cientificamente, não havia, naquela ocasião, técnicas de exploração e
instrumental conceitual que possibilitassem fazer experiências que envolvesse a
sociedade de forma global, como também, os grandes conjuntos sociais. Segundo ele,
seria mais válido fazê-lo por etapas, provavelmente longas, desmontando
psicologicamente os mecanismos de integração e de crescimento dos diferentes tipos
de micro grupos, explorando toda a problemática presente no psicológico social,
elencadas aos poucos através da observação dos fatos, buscando-se evidenciar
certos comportamentos constantes na formação e evolução dos grupamentos dos
seres humanos.

Ele foi o principal responsável pelo avanço dos estudos da Dinâmica de


Grupo. Sua atuação, a partir da década de 30, foi determinante para a Psicologia
Social e, conseqüentemente, para o estudo da mesma. Atualmente, ainda podemos
notar suas influências nas pesquisas e publicações sobre o assunto. A partir de 1944,
ele iniciou suas pesquisas, buscando caracterizar os domínios da Dinâmica de Grupo,
consagrando esta expressão até os dias de hoje.

A Dinâmica de Grupo surge da GESTALT da Psicologia Topológica de Kurt


Lewin, insistindo na interdependência das forças existentes dentro do grupo,
estabelecendo uma teoria dinâmica da personalidade. Parte dos princípios da teoria de
campo para criar uma nova ciência de interação humana – a Dinâmica de Grupo –
tomando-se por base o conceito de dinâmica dado pela física, em oposição a estática.

E qual é o conceito de Dinâmica de Grupo? Será ela uma metodologia de


ensino?

11

MÓDULO I ver 1.0 – DINÂMICA DE GRUPO Projeto “A Vez do Mestre”


CONCEITOS BÁSICOS EM DINÂMICA DE GRUPO

• Estuda as interações (influências mútuas) entre as pessoas que estão


juntas para divertir-se ou para trabalhar. Pode ser chamada de Microssociologia (Lauro
de Oliveira Lima, em Por que Dinâmica de Grupo)
• A dinâmica de grupo constitui um campo de pesquisa voltado ao estudo
da natureza do grupo, às leis que regem o seu desenvolvimento e às relações
indivíduo-grupo e grupo-instituições (Minicucci,1977).

TÉCNICA DE ENSINO / METODOLOGIA

• Conjunto de técnicas e metodologias que tratam do fenômeno do


comportamento humano em grupos. Sua orientação é busca de mudanças de
comportamento, tendo em vista a afetividade do desempenho grupal. É muito utilizada
em seções de treinamento, em razão de sua flexibilidade e valor como agente de
mudanças. (Flávio de Toledo e B. Milione – Dicionário de Recursos Humanos)

• A autêntica dinâmica de grupo, que deveria ser a “dinâmica do futuro,


segundo Lima, deve superar aquilo que Paulo Freire considera o “caráter
essencialmente narrativo” da relação professor-aluno, que supõe um sujeito narrador:
o professor, e supõe objetos pacientes que estudam: os alunos. Na verdadeira
dinâmica de grupo não há “interlocutores” e “ouvintes”, mas apenas “interlocutores,
cada qual em condições iguais de dizer a sua palavra.” No mundo agitado em que
vivemos, marcado pela massificação, é urgente que se criem espaços para que a
pessoa humana possa desabrochar, a caminho de sua plenitude; espaços onde se
busque ultrapassar as formas de relacionamento marcadas pela máscara, pelos
mecanismos inconscientes, pela agressividade, pela competição e pela denominação.
Isto só poderá acontecer através da experiência do outro através da vivência grupal,
num clima de liberdade, de aceitação, de diálogo, de encontro, de comunicação, de
comunhão. Este é o sentido da dinâmica de grupo. (Balduíno A . Andreola – Dinâmica
da Vida e Didática do Futuro).

DESCOBERTA DO GRUPO “T”


12

MÓDULO I ver 1.0 – DINÂMICA DE GRUPO Projeto “A Vez do Mestre”


Texto original: Sociedade Brasileira de Psicoterapia, Dinâmica de Grupo e Psicodrama

No verão de 1946, em Nova Bretanha (Connecticut), mais especificamente


na escola estadual para formação de professores primários, foi realizado uma sessão
sob os auspícios da comissão interética de Connecticut, do Ministério da Educação e
do Centro de Pesquisas sobre a Dinâmica de Grupo. O objetivo era formar animadores
no seio de organismos locais criados pela comissão.

As finalidades “pessoais” dos representantes do centro ( Kurt Lewin e


Ronald Lippitt), responsáveis técnicos da sessão, eram testar diversas hipóteses
concernentes aos efeitos comparados das conferências e dos estudos de casos sobre
os comportamentos e suas mudanças.

Os participantes, em número de 30, eram divididos em grupos de 10,


empregando seu tempo entre estudos de casos com jogos de papéis e exposições
magistrais. Um observador do centro era indicado para cada grupo e preenchia as
folhas de observação das interações e da dinâmica, que destinadas às próprias
pesquisas da equipe Kurt Lewin, não deveriam ser retransmitidas aos participantes.

Desde o início, Lewin organizara sessões matinais de trabalho, que reuniam


os animadores oficiais e os observadores para verificar as observações e discuti-las.

Alguns participantes que moravam na escola pediram para assistir a essas


reuniões de trabalho e, após discussões, foram admitidos. Kenneth Benne afirmou:

“A equipe dos animadores não previra os


efeitos sobre os participantes da descrição de seus
comportamentos nem a maneira pela qual seria preciso
orientar as relações entre nossa equipe e os ouvintes
voluntários. Aberta a discussão, o efeito foi elétrico.
Primeiramente, foi-nos preciso inexoravelmente abrir essas
reuniões às pessoas interessadas e logo todas as passaram
a comparecer. As reuniões prolongaram-se durante três
horas. Os participantes declararam que elas eram
essenciais e ninguém mais se preocupou de esquecer o
programa previsto, os casos que preparamos, aqueles
trazidos pelos membros, os jogos de papéis etc.”.

13

MÓDULO I ver 1.0 – DINÂMICA DE GRUPO Projeto “A Vez do Mestre”


Pareceu aos animadores que haviam descoberto, fortuitamente, um
poderoso meio de formação e de mudança que pode ser assim formulado: quando os
integrantes de um grupo são confrontados objetivamente com dados concernentes a
seu próprio comportamento e seus efeitos e quando participam, de uma maneira não
defensiva, de uma reflexão comum sobre esses dados, podem completar mui
significativamente sua formação sobre o conhecimento de si, sobre as atitudes de
respostas dos outros a seu respeito, sobre o comportamento do grupo e o
desenvolvimento dos grupos em geral.

Então nasceu a idéia de substituir o conteúdo “um outro lugar e um outro


dia” (que caracteriza “os casos” ou “os exemplos” que ilustram as exposições) pela
análise do “aqui e agora” concernente ao comportamento dos próprios membros do
grupo.

A partir de 1947, proliferaram os estudos e pesquisas sobre a dinâmica dos


pequenos grupos, surgindo várias vertentes de pensamentos, que consideravam
diferentes aspectos. Daí o aparecimento de diversas denominações, sem que se
possa discriminar qualquer critério diferenciador estável que justifique a diversidade,
como por exemplo, os diferentes objetivos de intervenção do coordenador.

As denominações mais empregadas são:


• treinamento em Laboratório;
• treinamento de Sensibilidade;
• treinamento em Relações Humanas;
• grupo de Encontro;
• grupo de Treinamento;
• grupo de Desenvolvimento Interpessoal.

14

MÓDULO I ver 1.0 – DINÂMICA DE GRUPO Projeto “A Vez do Mestre”


TIPOS DE GRUPOS

GRUPO SOCIAL

• Conjunto de indivíduos permanentemente associados em processo de


interação social.

GRUPO PRIMÁRIO

• A família, o grupo de brinquedos, a aldeia, a vila, os grupos de amizades,


são exemplos de grupos primários. Neles as relações sociais são íntimas e pessoais,
os contatos são primários (diretos, intensos). Os indivíduos se conhecem de modo
íntimo e pessoal e entre eles se desenvolvem fortes laços sentimentais (M.B.L. Della
Torre - O homem e a Sociedade, 1990)

• São aqueles que se caracterizam pela aceitação e colaboração íntima de


homem para homem. São primários em vários sentidos, mas sobretudo no sentido de
que são fundamentais para formar a natureza e os ideais sociais do indivíduo. A
associação psicológica íntima desperta certo grau de fusão das individualidades, num
conjunto, de tal forma que o

“eu, pelo menos até certo ponto, reside na vida


comum e nos objetivos comuns do grupo. Talvez a forma
mais simples de descrever esse sentimento de totalidade
seja dizer que o grupo é um “nós.”
(Charles Cooley)

GRUPO SECUNDÁRIO

• Neste as relações não são pessoais e nem há entre os indivíduos laços


sentimentais fortes, pois os contatos são secundários. Muitas vezes também as
relações são estabelecidas por contatos indiretos (cartas, telefone, telegrama etc.) ou
diretos, mas sem intimidade, como os que ocorrem entre os passageiros e o motorista
de um ônibus. As relações são formais, impessoais e distantes, já que se trata de
meios para alcançar os fins em vista.

15

MÓDULO I ver 1.0 – DINÂMICA DE GRUPO Projeto “A Vez do Mestre”


Podemos citar, como exemplos de grupos secundários, as organizações
burocráticas e as associações voluntárias (associações de classe, grêmios etc). O
funcionário ideal é aquele que desempenha seu cargo sem paixão ou ódio, portanto de
modo mecânico e técnico. Porém, dentro dos grupos secundários formam-se
estruturas informais com características dos grupos primários.

GRUPO PSICOLÓGICO OU PSICOGRUPO

 Integrado por pessoas que se conhecem, que procuram objetivos


comuns, possuem ideologias semelhantes e interagem com freqüência. A associação
e interação entre os membros constituem a finalidade principal de seus membros.

ORGANIZAÇÃO SOCIAL OU SOCIOGRUPO

• Sistema integrado de pessoas e grupos que visam um mesmo fim último,


podendo, no entanto, dispensar as características do grupo psicológico. As relações
entre os membros existem principalmente em função de os membros trabalharem
juntos em vista a alcançar algum objetivo.

EQUIPE

“Pode-se considerar equipe um conjunto que


compreende seus objetivos e está engajado em alcançá-
los, de forma compartilhada. A comunicação entre os
membros é verdadeira e opiniões divergentes são
estimuladas. A confiança é grande, assumem-se riscos. As
habilidades complementares dos membros possibilitam
alcançar resultados, os objetivos compartilhados
determinam seu propósito e direção. Respeito, mente
aberta e cooperação são elevados. O grupo investe
constantemente em seu próprio crescimento”.
(Fela Moscovici)

16

MÓDULO I ver 1.0 – DINÂMICA DE GRUPO Projeto “A Vez do Mestre”


APRENDENDO A TRABALHAR EM GRUPO

O QUE É UM GRUPO?

Segundo Pichon-Riviére,

“pode-se falar em grupo quando um conjunto


de pessoas movidas por necessidades semelhantes se
reúnem em torno de uma tarefa específica”.

No cumprimento e desenvolvimento das tarefas, deixam de ser um


amontoado de indivíduos para cada um assumir-se enquanto participante de um
grupo, com um objetivo mútuo.

Isto significa também, que cada participante exercitou sua fala, sua opinião,
seu silêncio, defendendo seus pontos de vista. Portanto, descobrindo que, mesmo
tendo um objetivo mútuo, cada participante é diferente. Tem sua identidade. Neste
exercício de diferenciação - cada indivíduo vai introjetando o outro dentro de si. Isto
significa que cada pessoa, quando longe da presença do outro, pode “chamá-lo” em
pensamento, a cada um deles e a todos em conjunto. Este fato assinala o início da
construção do grupo enquanto composição de indivíduos diferenciados. O que Pichon
denomina de “grupo interno”.

“O indivíduo é um ser “geneticamente social”.


(Wallon)

A identidade do sujeito é um produto das relações com os outros. Neste


sentido todo indivíduo está povoado de outros grupos internos na sua história. Assim
como, também, povoado de pessoas que o acompanham na sua solidão. Deste modo
estamos sempre acompanhados de um grupo de pessoas que vivem conosco
permanentemente.

A influência deste grupo interno permanece inconsciente. Algumas vezes no


que chamamos de pré-consciente, não nos damos conta que estamos repetindo,
reproduzindo estilos, papéis, que têm que vir com vínculos arcaicos onde outros
personagens jogam por nós.

17

MÓDULO I ver 1.0 – DINÂMICA DE GRUPO Projeto “A Vez do Mestre”


Todos estes integrantes do nosso mundo interno estão presentes na hora
de qualquer ação, na realização de uma tarefa. Por isso, nosso ser individual nada
mais é que um reflexo, onde a imagem de um espelho que nos devolvem a de um “eu”
que aparenta unicidade mas que está composto por inumeráveis marcos de falas,
presença de modelos de outros.

COMO SE FORMA ESTA ESTRUTURA?

Segundo Pichón-Riviere, a estrutura dos grupos se compõe pela dinâmica


dos 3D.

• depositado

• depositário
• depositante

• depositado é algo que o grupo, ou um indivíduo, não pode assumir no


seu conjunto e o coloca em alguém, que por suas características permite e aceita.
• depositário é aquele que recebe nossos depósitos, que recebem os
conteúdos dos quais nos desembaraçamos.
• depositante somos nós mesmos.

Podemos observar em qualquer grupo (secundário) de adultos como


distribuem-se estes papéis e tarefas implícitas:
• há os que se encarregam sempre de romper os silêncios embaraçosos;
• os que, com uma piada ou uma saída criativa, desfazem uma tensão;
• os que sempre estão contra ou fazem o “advogado do diabo”;
• os que se encarregam de carregar as culpas e, ao mesmo tempo
reclamando, aceitam o depósito de “bode expiatório”;
• os que chegam sistematicamente atrasados;
• os que interrompem para sair;
• os que sempre discordam de algo, nunca estão de acordo;
• aqueles a quem tudo lhes parece ótimo e encarregam-se das tarefas de
que os demais se omitem.

18

MÓDULO I ver 1.0 – DINÂMICA DE GRUPO Projeto “A Vez do Mestre”


Este movimento de depósito começa na família, com o projeto inconsciente
dos pais.

Através do mecanismo de projeção nos livramos de aspectos nossos que


nos desagradam, pois não admitimos que também fazem parte de nós. Se estou com
medo, em lugar de admitir, reconhecer MEU medo, digo: “tu me dás medo” ou “tua
proposta é atemorizante”. Caso esta afirmação coincida (encontre) um sujeito a quem
sempre lhe é dado esse papel (atemorizante) nosso mecanismo projetivo se verá
inteiramente satisfeito. O depositário recebeu e se encarregará de “viver” o meu medo.
Meu medo não estará mais no meu interior e será produto, culpa daquele que me
atemoriza.

OS COMPONENTES DO GRUPO

São cinco os papéis que constituem um grupo, segundo a denominação de


Pichón-Riviere:
 Líder de mudança – aquele que se encarrega de levar adiante as tarefas,
enfrentando conflitos, buscando soluções, arriscando-se sempre diante do novo.
 Líder de resistência – aquele que sempre “puxa” o grupo para trás, freia
avanços, depois de uma intensa discussão ele coloca uma pergunta que remete o
grupo ao início do já discutido. Sabota as tarefas, levantando sempre as melhores
intenções de desenvolvê-las, mas poucas vezes as cumpre, assume sempre o papel
de “advogado do diabo”.

IMPORTANTE:

O líder de mudança e o líder de resistência não podem existir um sem o outro. Os


dois são necessários para o equilíbrio do grupo. Para cada maior acelerada do líder
de mudança, maior o freio do líder de resistência. Para produzir assim o contrapeso
às propostas do outro.

O Bode Expiatório – é quem assume as culpas do grupo. Serve-se de


depositário a esses conteúdos livrando o grupo do que lhe provoca o mal-estar, medo,
ansiedade, etc.

19

MÓDULO I ver 1.0 – DINÂMICA DE GRUPO Projeto “A Vez do Mestre”


Os Silenciosos – são aqueles que assumem as dificuldades dos demais
para estabelecer a comunicação, fazendo com que o resto do grupo se sinta obrigado
a falar. Num grupo falante, se “queima” quem menos pode sobreviver ao silêncio...
Aqueles que calam representam essa parte nossa que desejaria calar mas não pode.

IMPORTANTE:

Em algumas situações os silenciosos suscitam críticas por parte de elementos do


grupo, porque estes se permitem o ocultamento. Ocultamento que poderá ser
aparente, pois o uso da palavra pode, também ocultar um enorme silêncio.

No trabalho da coordenação, sua facilidade ou dificuldade em coordenar os


silenciosos dependerá de seu grau de escuta do silêncio do outro e do seu próprio.

É necessário um exercício apurado de observação e leitura sobre o que os


silenciosos falam para poder possibilitar, assim, a ruptura do papel de “ocultamento”,
de omissão. A coordenação deverá estar atenta para não permitir uma relação hostil
que obriga os silenciosos a falarem, pois deste modo não estará respeitando sua
“fala”, mas também não cair na armadilha da marginalização: “eles nunca falam
mesmo”, o que favorece a omissão.

O Porta-voz- é quem se responsabiliza em ser a “chaminé” por onde


emergem as ansiedades do grupo. Através da sensibilidade apurada do porta-voz, ele
consegue expressar, verbalizar, dar forma aos sentimentos, conflitos que, muitas
vezes, estão latentes no discurso do grupo. O porta-voz é como uma antena que capta
de longe o que está por vir. Em muitas situações, o porta-voz pode coincidir com uma
das expressões de liderança.

GRUPO É ...

Esta trama grupal onde se joga com papéis precisos, às vezes


estereotipados, outras inabaláveis, não é um amontoado de indivíduos.

Mais complexo que isso.

20

MÓDULO I ver 1.0 – DINÂMICA DE GRUPO Projeto “A Vez do Mestre”


Grupo é o resultado da dialética entre a história do grupo (movimento
horizontal) e a história dos indivíduos com seus mundos internos, suas projeções e
transferências (movimento vertical) no suceder da história da sociedade em que estão
inseridos.

APRENDENDO A TRABALHAR EM GRUPO

• Como desenvolver a capacidade de obtenção de um melhor desempenho


nas atividades de grupo?
• Como se modifica o comportamento do indivíduo na situação grupal?

Sem dúvida, em uma reformulação de comportamento grupal é necessário


descongelar atitudes, desaprender normas de agir, enfim reeducar-se.

Novos
Novos
Atitudes
Atitudescongeladas
congeladas Aprendizagem Comportamentos
Aprendizagem Comportamentos

Sabe-se que toda mudança é difícil, pois existem barreiras à aquisição de


novos comportamentos e ao abandono de atitudes congeladas.

Na aquisição de um comportamento grupal mais eficiente, sem dúvida


algumas tarefas ou etapas intermediárias se fazem necessárias como:
• desenvolvimento da percepção do outro;
• papéis desempenhados;
• atitudes grupais;
• mecanismos de resistência à atração efetiva;
• desenvolvimento de comportamentos de liderança;
• compreensão dos problemas de comunicação.

Quando se fala em aprender a trabalhar em grupo, fala-se em educação,


isto é: “educação não significa ensinar as pessoas a saberem o que não sabem...
significa ensiná-las a procederem como elas não procedem.”

21

MÓDULO I ver 1.0 – DINÂMICA DE GRUPO Projeto “A Vez do Mestre”


O aprendizado do trabalho social de grupo é a primeira meta do trabalho
grupal, pois só assim terá sua eficácia e seu rendimento aumentados. Em termos de
conceitos estamos colocando o termo educação no sentido de desenvolvimento de
habilidades.

O aprendizado da pessoa total abrange idéias, valores, princípios, atitudes,


sentimentos e comportamentos concretos. É necessário descobrir que os chamados
problemas de relações humanas não são apenas provocados pelo comportamento de
outras pessoas, mas que as ações de um indivíduo constituem também parte da
situação do problema, sendo que talvez, seja seu próprio desempenho que esteja
causando distorções.

Para maiores aprofundamentos sobre o que conversamos, sugerimos que


você escolha alguns dos livros citados na bibliografia ou ainda os artigos do site
anteriormente citado. Procure já ir pensando no tema de sua monografia e no que
estes poderão auxiliá-lo servindo de apoio para a elaboração da mesma.

22

MÓDULO I ver 1.0 – DINÂMICA DE GRUPO Projeto “A Vez do Mestre”


BIBLIOGRAFIA

MINICUCCI, Agostinho. Dinâmica de grupo: manual de técnicas. São Paulo: Atlas,


1977.
PICHÓN-RIVIERE, Enrique. El processo grupal – del psicoanálisis a la psicologia
social. Buenos Aires: Ediciones Nueva Vision, 1975.
SCULTZ, William C. O prazer. Rio Janeiro: Imago, 1974.
_______________ . Psicoterapia pelo encontro. São Paulo: Atlas, 1978.
SERRÃO, Margarida e BALEEIRO, M. C. Aprendendo a ser e a conviver. São Paulo:
FTD, 1999.
SOUZA, Edela L. P. Desenvolvimento organizacional. São Paulo: Edgar Blucher,
1976.

23

MÓDULO I ver 1.0 – DINÂMICA DE GRUPO Projeto “A Vez do Mestre”


AUTO-AVALIAÇÃO
Responda às questões abaixo, marcando apenas uma das alternativas.

1. Assinale a única alternativa incorreta:

“Um grupo é como um rio, tem vida e força próprias.”


O que não caracteriza um grupo é a ...
(a) dinâmica interna própria;
(b) construção de identidades;
(c) inexistência de valores;
(d) sinergia;
(e) energia.

2. Assinale a alternativa correta:

Os grupos são divididos em três espécies. São considerados exemplos de grupos primários,
apenas ...
(a) família e grupos sociais;
(b) grupo de relacionamentos sociais;
(c) grupo de trabalho e familiar;
(d) grupo de trabalho e religião;
(e) “amigos da internet e grupo da escola”.

3. O tipo de grupo que se preocupa com um trabalho a realizar e a ele consagra a totalidade de seu
tempo, em busca do objetivo comum e compartilhando riscos e sucessos, é chamado de grupo de:
(a) amizade;
(b) trabalho;
(c) relacionamentos;
(d) treinamento;
(e) equipe.

4. O tipo de grupo que se preocupa com o funcionamento do mesmo, cujos membros se colocam numa
situação de laboratório para analisar o processo de discussão e das relações interpessoais, é
denominado de:
(a) psicogrupo;
(b) sociogrupo;
(c) misto;
(d) equipe;
(e) formação.

24

MÓDULO I ver 1.0 – DINÂMICA DE GRUPO Projeto “A Vez do Mestre”


5. Assinale a única alternativa incorreta:
(a) conhecer bem os agentes, fenômenos e processos de comportamento grupal é essencial para
o profissional que trabalha com Dinâmica de Grupo;
(b) os estudos de Lewin a partir da década de 30 foram fundamentais para o desenvolvimento
da Dinâmica de Grupo;
(c) a família, o grupo de brinquedos, a aldeia, a vila são exemplos de grupos secundários;
(d) a denominação Psicologia Social foi cunhada por Augusto Comte;
(e) um conjunto de pessoas que compreende seus objetivos e está engajada em alcançá-los de
forma compartilhada é chamada de equipe.

6. Assinale a alternativa correta:


Segundo a Dinâmica dos Três D’s elaborada por Pichon Riviére, é possível entender a figura do
Depositário como ...
(a) todos os que compõem o grupo;
(b) aquilo que o grupo não pode assumir como grupo e coloca em alguém;
(c) os que recebem os conteúdos do grupo/ alvos do seu depósito;
(d) todos os que depositam algo em alguém;
(e) tudo o que não é assumido pelo grupo e desaparece ao longo do tempo.

7. Assinale a alternativa correta:


Conforme distingue Pichón-Riviére os cinco papéis que os sujeitos retratam e que ajudam a constituir
um grupo são ...
(a) líder de mudança, líder alternativo, líder de resistência, bode expiatório e porta-voz;
(b) líder de mudança, silencioso, líder de resistência, bode expiatório e porta-voz;
(c) silencioso, líder de resistência, bode expiatório, confrontador e porta-voz;
(d) confrontador, barulhento, silencioso, bode expiatório e líder de mudança;
(e) bode expiatório, bode silencioso, líder de mudança, porta-voz e conselheiro.

8. Assinale a única alternativa correta:


(a) Dinâmica de Grupo e Gestalt terapia são palavras sinônimas;
(b) a Dinâmica de Grupo nada tem a ver com a Gestalt terapia;
(c) o grupo não é um amontoado de indivíduos;
(d) o trabalho em grupo independe da atmosfera psicológica criada;
(e) a Dinâmica dos Três D’s formulada por Kurt Lewin, é estruturada através do depositário, o
depositante e a conta.

25

MÓDULO I ver 1.0 – DINÂMICA DE GRUPO Projeto “A Vez do Mestre”


9. Assinale a alternativa correta:
Segundo Lauro de Oliveira Lima, a “autêntica” dinâmica de grupo valorizadora do diálogo entre
interlocutores, deveria se chamar de ...
(a) anti-dinâmica;
(b) dinâmica do futuro;
(c) dinâmica dialógica;
(d) dinâmica alternativa;
(e) dinâmica narrativa.

10. Assinale a alternativa correta:

O conceito de Dinâmica de Grupo enquanto ciência é ...


(a) conjunto de pessoas permanentemente associado em processos de interação social;
(b) estudo das interações entre as pessoas, e as leis que regem o desenvolvimento e às relações
indivíduo-grupo e grupo-instituições;
(c) são as técnicas e metodologias que tratam do fenômeno do comportamento humano voltadas
para a mudança do comportamento;
(d) é um conjunto de técnicas usadas em treinamento e que se constituem em poderoso veículo de
mudanças;
(e) são espaços em que o indivíduo pode se desabrochar e abrir caminhos para a plenitude.

26

MÓDULO I ver 1.0 – DINÂMICA DE GRUPO Projeto “A Vez do Mestre”

Você também pode gostar