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Ergonomia e Saúde

Belo Horizonte
2011
MACRO - ESTRUTURA DO PROBLEMA
Contexto da doença profissional: as estruturas
técnicas da produção e do trabalho no Brasil

Os padrões de morbi-mortalidade são evidenciados


nas doenças:

crônico-degenerativas;
osteomoleculares;
Países de
mentais; industrialização
precoce
cardiovasculares;
causas externas;
acidentes.
(ECHTERNACHT, 1998; MENDES, 2006)
Modos antigos e modernos de produção

Desemprego
Exclusão social
Redução de salários

Busca por trabalho em condições


intensas e precárias

valor do trabalho;
Distintas formas
exigências competitivas globais; de adoecimento
acesso à tecnologia.
(ECHTERNACHT, 2004)
Alguns processos de trabalho há predomínio dos
acidentes típicos

Tecnologias ultrapassadas

Metalurgia
Intensificação e a densificação
Siderurgia das atividades de trabalho
Mineração

(MENDES, 2006)
Artesanal e pouca tecnologia

Construção civil Riscos ambientais


Construção naval Trabalho intensivo

(MENDES, 2006)
Processos de trabalho com predomínio do
adoecimento no trabalho

Novas técnicas de gestão


Incorporação tecnológica

Fábricas de auto-peças Densificação


da atividade
Montadoras de automóveis Repetitividade
Tele-informática LER/DORT

(ECHTERNACHT, 2004; VERTHEIN,2001)


Essa complexidade das condições e ambientes
de trabalho dificulta o estabelecimento de prioridades
e o desenvolvimento de alternativas para o
controle de risco de acidentes
(MENDES, 2006)

Diversidade dos vínculos e relações de trabalho


+
Crescimento do setor informal e do trabalho precário
=
Baixa cobertura dos direitos previdenciários e trabalhistas
(PNSST, 2002)
População Economicamente ativa no Brasil
segundo IBGE - 2002
Trabalho, dramática e uso de si

“O trabalho é um lugar de debate, um espaço de

possíveis sempre a negociar, onde não existe

execução, mas uso, e o indivíduo no seu todo é

convocado na atividade”

(SCHWARTZ, 2000)
Trabalho

Regras Renormalização das


prescrições
Prescrições
Valores Estratégias peculiares

Uso de si pelos outros Uso de si por si

O homem pode repropor, renormalizar o estabelecido,


modificando o meio em que vive e trabalha.
(SCHWARTZ, 2000; MENDES, 2003)
Carga de trabalho como categoria explicativa

Relaciona-se especialmente ao compromisso com o


trabalho, com a responsabilidade pelos resultados
obtidos, ou a habilidade em responder as
demandas da atividade (ECHTERNACHT, 1998).

Condic. Condic.
Externos Internos

Atividade de trabalho
Modelagem para análise da carga de trabalho

Aspectos multidimensionais da carga de trabalho:

Físico Psíquico Cognitivo

(WISNER, 1987)

Duplo desafio

1. Alcance das inter-relações entre os planos

2. Definição da carga de trabalho: Técnicos, humanos


e organizacionais.
(ECHTERNATCH, 2002)
Foco sobre as estratégias operatórias

Forma como os trabalhadores lidam com os

condicionantes externos a partir da direção

dada pelas condicionantes internas.

Condic. Condic.
Externos Internos

Atividade de trabalho (RASMUSSEN, 1997)


Levantamento dos condicionantes externos

Identificar elementos da situação

Escolha das estratégias operatórias

Revelam-se condicionantes internos

Análise da carga de trabalho

Atividade de trabalho X desgaste do trabalhador


(GUÉRIN, 2001; MENDES, 2006)
MÉTODO

Ergonomia é um conjunto de conhecimento

científico que nasceu da necessidade do trabalhador

em obter respostas para questões levantadas

sobre o trabalho insatisfatório.

(GUÉRIN, 2001)
AET
• Método de ação da ergonomia;

• Descrição das atividades de trabalho ou dos


trabalhadores;

Observação
Entrevista semi-estruturada
Entrevista de auto-confrontação

(LIMA,1998; GUÉRIN, 2001)


Observação

Atividades materiais e imateriais

Entrevista semi-estruturada
• Extração do que o ator social pensa a respeito de
determinadas situações relacionadas à atividade;

• Entrevista aberta e não diretiva;

(LIMA,1998)
Entrevista de auto-confrontação

• Entrevistas diretivas;

Como? Para que? Porque?

• Obter comentários do sujeito sobre seu próprio


comportamento em 2 níveis:

(LIMA,1998)
1º Nível
Direcionam-se as perguntas para eventos realmente
ocorridos e observados diretamente.
“ O que você fez agora?”
“ Como você soube que deveria fazer aquilo? O que observou?
Em qual momento? Como você escolheu?”

2º Nível
Explicitar as razões dos atos: evidenciar as
finalidades das ações (objetivos) e razões (valores).
“Como você fez isso?”
“O que você está fazendo?”
(LIMA,1998)
Obrigado!

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