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Ana Luísa Amaral

Ana Luísa Amaral (1956-) é uma poetisa portuguesa e professora de Literatura e


Cultura Inglesa e Americana na Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

Ana Luísa Amaral nasceu em Lisboa e vive, desde os nove anos, em Leça da
Palmeira. Tem um doutoramento sobre a poesia de Emily Dickinson e as suas áreas de
investigação são Poéticas Comparadas, Estudos Feministas e Estudos Queer. É
Professora Associada da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde integra
também a direcção do Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa. Tem
publicações académicas várias em Portugal e no estrangeiro. É autora, com Ana
Gabriela Macedo, do Dicionário de Crítica Feminista (Porto: Afrontamento, 2005) e
tem no prelo a edição anotada de Novas Cartas Portuguesas (1972), de Maria Isabel
Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa (Lisboa: Dom Quixote, 2010).

Está representada em inúmeras antologias portuguesas e estrangeiras e tem feito


leituras dos seus poemas em vários países, como Brasil, França, Estados Unidos da
América, Alemanha, Irlanda, Espanha, Rússia, Roménia, Polónia, Suécia, Holanda,
China, Colômbia e Argentina.

Em torno da sua obra a companhia Assédio, com o Teatro do Campo Alegre, levou à
cena dois espectáculos de teatro (O Olhar Diagonal das Coisas e A História da Aranha
Leopoldina).

Em 2007, venceu o Prémio Literário Casino da Póvoa, atribuído no âmbito do


encontro de escritores de expressão ibérica Correntes d'Escritas na Póvoa de Varzim,
com a obra A Génese do Amor. No mesmo ano, foi galardoada em Itália com o Prémio
de Poesia Giuseppe Acerbi. O seu livro Entre Dois Rios e Outras Noites obteve, em
2008, o Grande Prémio de Poesia da APE (Associação Portuguesa de Escritores).

Publicados em França, no Brasil, na Suécia e em Itália, os seus livros serão


brevemente editados também na Holanda e na Venezuela.
 Obra

Livros de poesia:
 Minha senhora de quê (1990), 2ª edição, Quetzal, Lisboa, 1999
 Coisas de partir (1993), 2ª edição, Gótica, Lisboa, 2001
 Epopeias, Fora do Texto, Coimbra, 1994
 E muitos os caminhos, Poetas de Letras, Porto, 1995
 Às vezes o paraíso, Quetzal, Lisboa, 1998
 Imagens, Campo das Letras, Porto, 2000
 Imagias, Gótica, Lisboa, 2001
 A arte de ser tigre, Gótica, Lisboa, 2003
 A génese do amor, Campo das Letras, Porto, 2005
 Entre dois rios e outras noites, 2008
 Se fosse um intervalo, Lisboa, 2009

Livros infantis:
 Gaspar, o Dedo Diferente e Outras Histórias (Campo das Letras, 1999)
 A História da Aranha Leopoldina (Campo das Letras, 2000); adaptado para a TV
e para o teatro; ed. revista e aumentada, com áudio-livro, em 2010 (Porto:
Civilização)
 Gaspar, o Dedo Diferente (Civilização, no prelo)

Traduções:
 Xanana Gusmão, Mar Meu/My Sea of Timor, co-trad. Kristy Sword (Granito,
1998)
 Eunice de Souza, Poemas Escolhidos (Cotovia, 2001)
 John Updike, Ponto Último e Outros Poemas (Civilização, 2009)
 Emily Dickinson, Cem Poemas (Relógio D'Água, 2010)
Ana Luísa Amaral

CONSTELAÇÕES

Usamos todos a ilusão


de fabricar a vida:
história, constelações
de sons e gestos

Usamos todos a suprema glória


do amor: por generosidade
ou fantasia, ou nada, que de nada se fazem
universos

Usamos todos mil chapéus de bicos


mal recortados e de encontro
ao sol:
o nosso mais perfeito em franja e bico
e um arremedo tal e seiscentista
que ofuscando-se: o sol

Usamos todos esta condição


de pó de vento, ou de rio
sem pé: único dom de fabricar o tempo
em raiz de palmeira
ou de cipreste

[in Se fosse um intervalo, Dom Quixote, 2009]

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