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A imprensa e o futebol

por Andre Decourt às 19:03


A Imprensa e o Futebol.

Hoje contaremos uma pequena história que nos foi apresentada pelo amigo e colega
Jaime Morais: http://fotolog.terra.com.br/ilhadogovernador

O rádio como muitos dos meios de comunicação, hoje tão comuns, começou
timidamente no Brasil, e no meio dos anos 20, apesar do esforço de muitos abnegados o
rádio ainda engatinhava no Brasil.

Anunciantes nem pensar, e as rádios da época eram muito mais uma sociedade entre
amigos que uma instituição comercial.

Definitivamente a difusão deste meio de comunicação que em menos de 20 ficaria tão


famoso em nosso país, penetrando por ondas curtas nos rincões, pelo menos nessa época
atingia poucas pessoas.

Para tentar aumentar a audiência, em 1931 a Rádio Clube do Brasil passou a transmitir
os jogos realizados em São Januário para tentar popularizar os rádios. Rapidamente os
dirigentes cruz maltinos passaram a exigir que a Rádio Clube pagasse para transmitir os
jogos. Situação no mínimo curiosa, pois como o Rádio Clube pagaria se ela não tinha
anunciantes e era sustentada pelos seus sócios. O impasse continuou até o “speaker” da
emissora, Amador Santos, fosse proibido de entrar nas dependências do clube.

Mas a emissora não se deu por vencida, iniciando-se aí uma curiosa, mas, muito
conhecida na crônica esportiva, briga de gato e rato.

Rapidamente a Rádio Clube arrumou o telhado de uma construção próxima ao estádio,


na Barreira do Vasco, que ainda se encontrava incompleto permitindo uma boa visão,
mesmo de longe, afinal havia também binóculos. Arrumada a “gávea” rapidamente se
construiu uma pequena platibanda, mais para poleiro, onde o locutor Amador Santos
pudesse irradiar o jogo.
Os dirigentes ficaram furiosos, pois não podiam fazer mais nada, afinal o repórter não
estava mais dentro das dependências do estádio. Depois de protestos os dirigentes
vascaínos tentaram arrumar um meio de impedir a visão para dentro do campo.

Esticaram uma enorme faixa, com publicidade, na linha de visão do “speaker” para que
ele não visse o jogo. Mas não contavam os lusos com os efeitos do vento em tão longa
tira de pano, que se rompeu.

A nossa foto mostra o exato momento do rompimento da faixa. Como o expediente da


faixa não deu resultado, nos próximos jogos os lusos instalaram um potente holofote,
que mirava o rosto do locutor. Expediente esse que foi contornado com óculos escuros.
A foto também nos mostra que o Estádio de São Januário já se mostrava muito
parecido, em 1931, com o estádio de hoje, e as artimanhas e implicâncias de seus
dirigentes aparentemente mudaram muito pouco nesses quase 80 anos.

Na foto anterior vemos o “speaker” da Rádio Clube do Brasil em seu poleiro,


acompanhado de alguns “assistentes” e um rapaz uniformizado, que poderia ser um
Guarda Civil.

Em breve contaremos a história da Radio Clube do Brasil.

Mais uma vez agradecemos ao Jaime Morais por tão deliciosa história e ótimas fotos

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