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br REMÉDIO PARA VESTIBULAR


Copyright  1989 by A. P. Ricieri

“ EM ALGUM LUGAR DO PAÍS ”


- Tenho uma entrevista marcada com o dono da fábrica.
- Qual dos dois? Dr. Simplício ou Dr. Veiga?
- Dr. Simplício.
- Quem devo anunciar, por favor?
- Salviato, Salviato Couto Bitola.
- Muito bem, "seu" Salviato. Pode entrar que o Dr. Simplício irá atendê-lo neste
instante.
Dizendo um eloqüente "muito obrigado", o visitante (parecia um vendedor, pois
carregava uma valise enorme) adentrou o escritório de um dos proprietários da
empresa e foi logo disparando nos ouvidos do empresário:
- Quero propor-lhe um negócio da China, aliás, do banheiro. Que tal suas vendas de
papel higiênico aumentarem em cinqüenta por cento?
- O senhor é mágico? perguntou ironicamente o Dr. Simplício, Simplício Galileu da
Silva, o advogado.
- Não se trata de mágica, mas de um dispositivo administrativo muito importante:
Marketing direcionado.
- Marketing direcionado?
- O doutor sabia que existe no mercado um consumo muito grande por parte dos
estudantes, principalmente vestibulandos, de velas, patuás, fitas e incensos?
Acreditam que essa parafernália toda lhes ajude nas provas.
- Mas...
- Tenho certeza. Ensino já há vinte e cinco anos. Observo esse comportamento desde
quando lecionava nos cursos de segundo grau.
- Professor...
- Inclusive fui homenageado várias vezes.
- Professor Salviato, confesso que não estou entendendo nadinha do que o senhor
está falando, perdoe-me...
- As fórmulas!
- Que fórmulas, professor?
- O terror dos alunos e alunas, o terror dos estudantes do mundo.
- Terror?
- Os vestibulandos têm verdadeira obsessão por decorar fórmulas, Dr. Simplício.
- Mas são obrigatórias as fórmulas para resolver problemas, professor.
- Ah! Sem elas estão perdidos! São fundamentais. Por isso é que a molecada fica
horas decorando as tais fórmulas, doutor.
- E daí? O que minha fábrica de papel higiênico tem a ver com problemas
educacionais?

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- Como o senhor deve saber, os vestibulandos não podem perder tempo... sequer
paras ir ao banheiro! É aqui que a sua fábrica entra.
- Onde?
- Vamos aproveitar o tempo gasto pelos estudantes no banheiro para instruí-los!
- Ah! O senhor pretende colocar em cada banheiro do Brasil um professor?!
- O doutor está enganado.
- Puxa vida, professor!
- Marketing. Marketing direcionado, Dr. Simplício.
- Ora! Que merda de Marketing é esse, professor Salviato?
- Vamos estampar no papel higiênico todas as fórmulas de que os estudantes
precisam para passar no vestibular. A cada dez centímetros, uma fórmula gravada em
negrito. Fórmulas de Física, de Química e de Matemática impressas no papel
higiênico!
- Professor...
- Mas não é só isso, não.
- Ah! Não...
- Cada fórmula será acompanhada de uma frase engraçada ou curiosa que os ajudará
a decorá-la.
- Fórmulas com frases?
- É o segredo para aumentar as vendas do seu papel, doutor.
O professor Salviato, muito empolgado, abriu então sua valise de vendedor
experimentado e tirou um calhamaço de fórmulas misturadas com frases
aparentemente sem sentido:

R m= V
q B
“Rabibi, me vê um quibe”

V 4= R 3

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“Vilma, cadê o terço do Pirocubo?”

= f d
“Lambida na ferida”
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S = V T
“Sorvete”

F = q v B s e n
“Quero viver bem sem a Alfa”

R U=
I
“Rui divide o Uno com o Irineu”

P = i U
“Piuí... Piuí... Piuí abacaxi”

s e n= n e î
s e n n pr
“Sem ir, sem ver: nem pensar”

T = F d c o s
“Trabalha feito doido Costeta”

E d = U
“Edu”
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y o- y = o m ( x - x
“Yoiô mixou”

Q = M C T
“Que macete!”

f = 1 0 H z
“Dez Hondas por Zegundo”

P V = n R T
“Por você nunca rachei tanto”

- O doutor não gostou das frases? Posso torná-las cômicas. Que tal (PV = nRT):
Puta velha não recusa tarado...?
- Muito bem, professor Salviato. Então acredita que o conhecimento das exatas está
associado a saber fórmulas e mais fórmulas? O senhor está convencido de que passar
no vestibular é uma simples questão de memória?
- E o senhor duvida disso?
- Olhe, para falar a verdade, acho que sua idéia poderá incrementar as vendas de
papel higiênico. No entanto, seus conceitos sobre educação são equivocados,
desculpe-me.
- Equivocados?
-Sim, equivocados! Ao defender a idéia de que é fundamental conhecer uma bendita
fórmula para resolver um problema, o professor comete um grande equívoco.
- Dr. Simplício, o diploma que está atrás do senhor - apontou-o na parede - não lhe
confere autoridade para falar de educação.
- Em nenhum momento de nossa conversa me esqueci de que sou advogado, isto é,
proprietário de uma fábrica de papel higiênico. Mas isso não impede que eu prove

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para o professor que qualquer pessoa de bom senso pode resolver esses problemas de
colégio com que está preocupado.
- Qualquer pessoa que tenha na cabeça as fórmulas - complementou o professor com
ironia.
- Que fórmula nada, professor. Isso é pura bitola. Basta raciocinar e pronto, temos a
solução dos problemas...
- Ah! Então se eu der um problema do último vestibular o doutor resolve?
- Acho que sim. Dependendo do problema - respondeu o advogado com insegurança
e nervosismo.
- Custa-me crer que um profissional de humanas possa resolver uma questão de
Física.
- Descartes era um homem de humanas ou de exatas!?
- Sim, mas ele...
- Ele não só transformou a Filosofia, como também a Matemática de sua época, caro
professor.
- Os tempos são outros.
- A verdade é que o tipo da sociedade na qual vivemos não induz ninguém a pensar.
- Pensar?
- Tenho certeza, professor Salviato, de que a maioria dos homens e mulheres que se
dedicam às ciências exatas nunca pararam para pensar sobre o significado de resolver
um problema. Buscam respostas pelo modo robotizado, usam a fórmula e pronto.
- Vejo que o senhor tem uma solução apropriada para os estudantes do Brasil!
- Não estou afirmando ter solução alguma. Simplesmente não gostaria de que os
jovens tivessem uma educação passiva. Como eu tive. É terrível.
- Só por curiosidade, Dr. Simplício, pode me explicar o que o senhor entende por
problema de Física?
- No meu modesto...
- Modesto?
- Modesto, sim, replicou o advogado com certa arrogância. Como eu estava dizendo
ao professor, no meu modesto modo de entender o universo de raciocínio de exatas,
um problema de Física, por exemplo, resume-se grosseiramente a um conjunto de
informações formado por palavras e números.
- Conjunto de informações, doutor?
- Sim, um conjunto de números...

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Pegando um talão de nota fiscal, amarelado pelo sol, o advogado, irritado, desenhou
com força na contracapa o esquema:

- Dr. Simplício, todo aluno sabe que um problema resume-se a dados quantitativos e
qualitativos, respondeu o professor decepcionado com o esquema do advogado.
- Muito bem. Assim, resolver um problema é "reunir" algebricamente os números
que pertencem ao texto através de adição, subtração, multiplicação e divisão.

E continuou explicando o advogado. Na verdade, muitos desses exercícios que vocês


dão para os estudantes não passam de quebra-cabeças formados por "palavras" e
"números". O texto serve apenas para orientar o aluno na escolha de uma bendita
fórmula, e os números para serem encaixados nela.

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- Olhe, Dr. Simplício, as coisas não são assim, desabafou o professor Salviato,
surpreso com aquela afirmação desconcertante.
- Ah! Não? Então, qual é, na sua opinião de educador, a diferença entre o aluno que
recebe um texto recheado de valores numéricos "Q", "C" e " T", junto da fórmula Q
=MC T ("Que macete!") e o macaco ao qual o treinador dá um "Quadrado", um
"Círculo" e um "Triângulo" de plástico com certo tabuleiro cheio de orifícios?
- Não entendi, doutor ?
- O professor não entendeu?!
- Não! Respondeu inconsolável o professor.
- Ao seu aluno você pede para colocar, na fórmula, cada valor no seu devido lugar. E
o treinador?
- O treinador?
- O treinador do macaco, professor!
- Sei lá que treinador é esse?
- O de macaco, professor!
- Não faço a mínima idéia.
- Ele ordena que o animal também coloque cada peça no seu devido orifício,
resolvendo assim o problema proposto.
- Não é bem assim, Dr. Simplício!
- É assim mesmo, prof. Salviato, e como exemplo considere:
O advogado fez um novo esquema:

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Só falta o "Hú, Hú, Hú" do chimpanzé, completou o advogado afrouxando a gravata.


- Criticar é fácil. Quero ver apontar um caminho para o ensino.
- Não pense o senhor que conheço o tal caminho. Há muito sacrifiquei o educador
que havia dentro de mim. Simplesmente frustrou-me o tipo de ensino que tive nas
escolas da vida. Meu sonho de infância era ser matemático.
- Matemático, o senhor?
- Desisti da idéia quando conheci meu primeiro professor de Física, no segundo grau,
que afirmava a todo instante a obrigação dos profissionais de Exatas: decorar as
malditas fórmulas. Porra, professor, isso foi a gota! Optei pela advocacia.
- Então o doutor se considera um homem frustrado!
- Não estou me rotulando disso ou daquilo. Sei, apenas, que fui vítima de um equívoco
educacional e isso destilou em mim o amargo e derradeiro sabor do fracasso.
Considerava-me incompetente. E esse sentimento nem o tempo foi capaz de reverter.
- Salários, doutor. Simplesmente salários!
- Tenho certeza, professor. É esta a única justificativa que encontro para o estupro
mental do qual desgraçadamente fui vítima.
- E o padrão do ensino vai piorar ainda mais, é questão de tempo. O doutor verá.
- Já me convenci disso há alguns minutos, professor.

Embora percebendo, que a resposta do Dr. Simplício fora para ofendê-lo, o professor
Salviato não mudou o rumo da conversa.

- O doutor se incomodaria de voltar a discutir a minha proposta de estampar fórmulas


nos rolos de papel higiênico?
- É esta a sua solução para o ensino? Não há outro modo? Algo mais inteligente, meu
caro professor Salviato?
- Se há, ninguém me contou, embora minutos atrás acreditei, por alguns instantes,
que fosse ouvir uma proposta nova.
- Mas eu posso apresentá-la!
- Vamos lá, então. Estou atento, doutor advogado.
- Sempre que vejo um problema de Física imediatamente me lembro de que vocês de
exatas trabalham com números. E estes, como sabemos, só podem ser reunidos
mediante quatro critérios: adição, subtração, multiplicação e divisão.
- Engraçado, quando pego um texto, ocorre-me que vocês de humanas, lidam com
palavras, e elas só podem ser unidas através de artigo, sujeito, verbo e predicado.
- Exatamente, professor. É isso aí. Perfeita a sua comparação entre nossas áreas de
conhecimento. Simplesmente perfeita.

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Apesar do professor ter interrompido a fala do advogado por mero desprezo, a


resposta que este ouviu agradou-lhe, e muito. Mexeu com seu ego de quarentão.

- No entanto, complementou o Dr. Simplício, só podemos somar ou subtrair dois


números se estes tiverem a mesma dimensão, se forem da mesma natureza. Já pensou
somarmos ou subtrairmos 30 m/s (velocidade) com 10 s (tempo)?
- Chega a ser cômico, falou o sorridente professor Salviato.
- Não tem significado algum dizer que eu "tenho" 40 anos, "peso" 80 kg, portanto,
"corro" 120 km por hora. Só é possível somar ou subtrair grandezas iguais: batatas
com batatas, metros com metros, newton com newton, etc com etc. Assim duas
grandezas dimensionalmente diferentes só podem ser:

multiplicadas: ( 3 0 m . 1 0 s = 3 0 0 m )
s
ou

divididas:

No primeiro caso - movimento uniforme - encontramos por certo o deslocamento, e


no segundo caso - movimento variado - encontramos a aceleração do referido móvel.
- Já que o doutor está empolgado com tudo isso, gostaria de propor um problema.Um
probleminha elementar.
- Tudo bem. À vontade, professor.
- Vamos supor que uma carga q=2C seja colocada num ponto P do espaço, onde fica
sujeita a uma força elétrica de F=100N, para o sul. O doutor poderia me dar a
intensidade do vetor campo elétrico nesse ponto?
- Não entendi o problema, professor.
Com ar de superioridade e muita calma, o professor Salviato engrossou a voz e
enunciou vagarosamente, mais uma vez, o problema.
- Preste atenção. Eu disse que existe uma carga q = 2C em um ponto do espaço.
Sabe-se que ela fica sujeita a uma força elétrica orientada de F = 100N.
- Então, professor?
- Estou pedindo a intensidade do vetor campo elétrico. Só isso, mais nada, doutor.
Basta você dar resposta e pronto!
- Bem, esse problema é específico e tenho dúvida, pois...
- O senhor precisa de uma fórmula, não é mesmo?
- Não é de fórmula que eu necessito, mas de saber qual é a unidade de campo
elétrico, pois o número que o senhor quer como resposta só poderá ser encontrado
multiplicando ou dividindo os números fornecidos no seu enunciado.
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- E se eu der cinco possíveis respostas?


- Aí é covardia, respondeu com confiança o advogado.
- Quero ver, retrucou o professor.
- Experimente.
- Digamos, doutor:

a) 200 N b)60 N c)35 N d) ...


C C C
N
- Pode parar, professor. O senhor quer ouvir: 50
C
O vendedor de fórmulas ficou surpreso com a resposta relâmpago do advogado.
- Quer dizer que só acerta problemas de múltiplas escolha, retrucou ironicamente o
professor.
- Claro que não.
- Pelo visto pode adivinhar a resposta?
- Também não, professor. Basta saber qual é a dimensão em que deve ser dada a
resposta. Se é N/C, então F=100N, dividi q=2C.
- Tudo bem. Quer fazer outro, doudor?
- Vamos lá, professor.
- Uma espira de cobre é percorrida por uma corrente elétrica de 2A. Sabendo que o
diâmetro é 4 π m e que a constante de permissividade magnética do vácuo é dada por:

4 x 10 Tm
-7

A
qual será o valor da intensidade do campo magnético no centro da espira?
- Professor, já faz um tempão que saí da escola. Eu não me lembro da dimensão de
campo magnético.
- E se eu disser as possíveis respostas?
- Elementar, professor!
- 10T, 20T,...
- Simples, muito simples. Então terei de agrupar (dividindo e multiplincado) os tais
números fornecidos, de modo a obter uma resposta em "T".
- Tesla! Foi uma homenagem ao físico Tesla, doutor.
- Já esqueci o nome desse cara.
- Não importa. Já sabe a resposta, Dr. Simplício?

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T_ m_
4 x- 7 1 0
- Dividir A (constante) por 4 m (diâmetro) e multiplicar o resultado por
2A (corrente) isso dá 2 x - 7T 1 (resultado).
0
- Exatamente, disse com espanto o professor Salviato.
- Multiplicando e dividindo, eliminamos as letrinhas "A" e "m" e achamos a resposta
em "T", completou o advogado.
- Tesla, Doutor
- Sim em "T" de Tesla, professor.
- O senhor é esperto ,porém vamos ver se consegue calcular a força em N que age
sobre uma carga de 0.01C colocada entre as armaduras de um capacitor que distam
0,2m onde age uma diferença de potencial eletrostático de 120Nm/C.
- Cansei dessa brincadeira, professor Salviato.
- Percebo, então, que o doutor teve sorte nos problemas anteriores, já que não sabe
fazer esse?
- Não disse que não sei... encheu meu saco essa conversa... estou perdendo o tempo...
- Como sempre falo: não se pode ganhar todas as vezes!
- Você venceu, professor. Tenho de construir N.
- É isso mesmo, doutor.
- Quais são os números?
- Dei os seguintes valores ao doutor:
q = 0 , 0 1 C , d =N m0 , 2 m , V
C

- Desses números que você escreveu no papel, observo que V contêm "N". Para
eliminar (cancelar) as grandezas "m" e "C", basta multiplicar V por q e dividir por d:
1 2 0 N m . 0 ,0 1 C
_ _ _C_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ Uq = F
= 6 ,0 N ; d
0 ,2 m

O professor Salviato aprendeu uma lição de vida e de Física com o advogado, Dr.
Simplício. Este, de modo interessante, mostrou-lhe que as fórmulas não devem ser
colocadas como o ELEMENTO PRINCIPAL na solução de um problema.
Na verdade, a técnica que o Dr. Simplício utilizou é conhecida já há muito tempo
pelos de exatas: Análise Dimensional: Ela tem ajudado engenheiros e cientistas (por
que não os alunos?), a resolver seus problemas de modo prático, sem recorrer a esta
ou aquela bitola.

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É preciso ficar claro que essa técnica de solução é limitada mas pode ajudar
você a resolver, não todos, mas um montão de problemas.
CONSULTE SEU PROFESSOR SOBRE ESTE ASSUNTO QUE É MUITO LEGAL.
Xarope contra Fórmulas, como o próprio nome indica, não foi escrito para
ensinar Física àquele que dele fizer uso e sim produzir no usuário certa
imunidade aos efeitos de dependência das benditas fórmulas via o entendimento
matemático.
Vamos ao remédio...

1. (FATEC) Uma carga q = 2 ,- 60 é xcolocada


1 0 num
C ponto M do espaço e fica
sujeita a uma força elétrica F=10 N para o norte. Nesse ponto o campo elétrico tem
intensidade de:

a ) 8 xN 6
1 0
C
b ) 2 5 xN 1 0
C
c ) 2 7 xN 1 0 q
C
C F

3 6 xN
E
d ) 1 0
C
e ) 5 6 xN 1 0
C

1.Dados 2. Construir
F = 1 0 N N
q = 2 , 0 x 1 0 C C
- 6

3.Conexão
Dividir F por q:

1 0 N 5 x 61 N 0
=
2 , 0 - x6 1 0 CC

Problemas que envolvem dois números são, geralmente elementares:


basta você multiplicá-los ou dividi-los.

4. Resposta 5. Fórmula
Alternativa: e F
= E
q 12
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2. (FUVEST) Uma massa de gás ideal sofre uma variação de volume de 5 x - 13 0


3
m
num processo de aquecimento isobárico a pressão de 5 x 6 1 0 2. N / m
Qual é o trabalho mecânico realizado pelo gás?

a ) 2 5 3
x 1 0 N m

b ) 1 1 4
x 1 0 N m

c ) 9 0 3
x 1 0 N m
2
d ) 3 0 x 1 0 N m
5
e ) 2 0 x 1 0 N m

1. Dados 2. Construir
P = 56
N
x 1 0 Nm
m 2
3
V = 5- 3
x 1 0 m

3. Conexão
Multiplicar P por V:

6 N
5 x 1 0. 5 -x 3 13 0 m3 = 2 5 x 1
m 2

4. Resposta 5. Fórmula
Alternativa: a
P v =

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3. (FATEC) Em um lago, o vento produz ondas periódicas que se propagam com a


velocidade de 2m/s. O comprimento da onda é 10m. Determine o período de oscilação
do barco:

a) 3s
b) 6s
c) 5s
d) 4s
e) 9s

1. Dados 2. Construir
= 1 0 m
V =m 2
s

3. Conexão
D i v i d i r p o r v : cancela “m”.

10m
m = 5s
2
s
4. Resposta 5. Fórmula
Alternativa: c
_ _= T
V

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4. (FUVEST) Os chamados "Buracos Negros", de elevada densidade, seriam regiões


do Universo capazes de absorver em matéria, que passaria a ter a densidade desses
27
Buracos. Se a Terra, com massa da ordem de 10 g , fosse absorvida por
um "Buraco Negro" de densidade 10 24 g/cm³, ocuparia um volume comparável ao:

a) de um nêutron.
b) de uma gota d'água.
c) de uma bola de futebol.
d) da Lua.
e) do Sol.

1. Dados 2. Construir
m = 10 27
g
cm³
d = 10 24 _ g_ _
cm 3

3. Conexão
Para compararmos o volume, é necessário obtê-lo: dividir a massa pela densidade.

1 0 27g
g = 1 0 3
cm 3
= 1000cm 3

1 0 2 4 _c _m _ 3
4. Resposta 5. Fórmula

Da divisão resultou 10³ cm³, isto é, m


volume comparável ao de uma bola de futebol.
Alternativa: c
d = V

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5. (E.U.B) O esquema gráfico desenhado abaixo representa a variação da temperatura


de uma substância sólida em função do calor por ela absorvido.
Sendo a massa do corpo de 5g, o calor latente de fusão da substância vale:
c a l
a)6,3
g T

b)40 c a l
g
c a l
c)30
g
d)10 c a l
g
c a l
e)50 2 0 0 c a l Q
g

1. Dados 2. Construir

Q=200 cal m=5g c a l


g
3. Conexão
Dividir Q por m:

2 0 0 c 4 a 0c l a l
=
5 g g
4. Resposta 5. Fórmula
Q = LF
Alternativa: b
m

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6. (FAAP) Uma corda de nylon de densidade linear 0,1 kg/m está tracionada por uma
força de 160 kg m/s². Calcule a velocidade de uma onda mecânica transversal que
pode ser produzida nesta corda.

o n d a

1. Dados 2. Construir
F = 0 ,1 k g = 160 kg m m
m s 2
s

3. Conexão
Eis um problema inteligente. Pede-se a velocidade em "m/s". Então, para eliminar
kg, basta dividir F por : 1600 m²/s².
Porém, para se ter "m/s", é necessário extrair a raiz quadrada:

4. Resposta 5. Fórmula

Velocidade de 40 m F =
s v

17
-3

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7. (FUVEST) Fornecendo energia térmica de 10 J a um bloco de 5x10 -3- kg feito de


alumínio, sua temperatura varia 2°C. Concluímos que o calor específico desse
material vale:
J C A L O R
a ) 1 , 0 x 1 0 - 4k g º C
J
b ) 2 , 0 x 1 0 - 4k g º C
J
c ) 1 , 0 x 1 0 -3k g º C
J A l u m í n i o
d ) 2 ,5 x 1 0 3k g ºC
3 J
e ) 1 ,0 x 1 0
k g ºC

1. Dados 2. Construir
Q = 10 J = 2 ºC J
K g º C
-3
m = 5 x 10 kg

3. Conexão
D i v Qi d i r p e l o: p r o d m u .t o

10 J 3 J
-3
= 1 ,0 x 1 0 k g º C
5x10 k g .2 º C

4. Resposta 5. Fórmula:
Alternativa: e
_ Q_ _ _
= C
m

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8. (FUVEST) Uma gota de água, com massa m = 0 , - 89 0 , eletrizada


x 1 0 com K carga
g
q. = 1 6 x 1 0 C , está em equilíbrio no interior de um capacitor de placas paralelas e
horizontais, conforme o esquema abaixo. Para g = 10 N/kg. Calcule o valor da
intensidade do campo elétrico entre as placas do capacitor.
9
a ) 5 x 1 0 N / C
6 + + + + + +
b ) 2 x 1 0 N / C

c ) 7 5
x 1 0 N / C q E
7
d ) 2 x 1 0 N / C - - - - - -
8
e ) 5 x 1 0 N / C

1. Dados 2. Construir
m = 0 ,8 0 x 1 0 K g
g = 1 0 kNg N
C
q = 16 x 10 C
- 1 9

3. Conexão

Multiplicar g por m para eliminar "Kg":

1 0N .
- 9 - 9
0 , 8 0 x 1 0 K g = 8 , 0 x
K g

Dividir o resultado anterior por q :

8 x 1 0 -9 N = 5 x 1 0 9 N
1 6 x 1 0 -1 9 C C
4. Resposta 5. Fórmula
Alternativa: a gm
= E
q

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9. (MACKENZIE) Uma canalização tem área de secção transversal de 250cm².


Sabendo que esta transporta água com um fluxo constante de 5 litros por segundo
(5 litro/s), pergunta-se qual é a velocidade do escoamento? (1 litro = 1.000 cm³)

a) 50 cm/s
b) 40 cm/s
c) 10 cm/s
d) 30 cm/s
e) 20 cm/s

1. Dados 2. Construir
c m
A=250 cm²
s
Z=5 litro/s = 5.000 cm³/s

3. Conexão
Basta dividir Z por A para se ter "cm" no numerador e "s" no denominador:

5 000 c m 3

_ _ _ _ _ _ s_ _ cm
= 2 0
250 cm 2 s
4. Resposta 5. Fórmula
Alternativa: e
Z = v
A

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10. (FATEC) Calcule o trabalho que um operador realiza para obter a configuração
das cargas indicadas na figura, admitindo que o potencial elétrico da região era
inicialmente nulo.
d = 1 0 - 1 m , q 1 = 1 0 - 5 C , q 2 = 1 0 - 5 C , K = 9 x 1 0 9 N m 2/ C 2

a)6 Nm
b)9 Nm
d
c)5 Nm
d)8 Nm Q Q 2
e)7 Nm
1

1. Dados 2.
Construir
K = 9x10 9N m
2
q 1 = 1 0 -5 C Nm
C 2

d = 1 0 -1 m q 2 = 1 0 -5 C

3. Conexão
Multiplicar K por q 1 por q para eliminar a grandeza "C":
2

9 x 1 02 m.
N9 2 - 5 - 5 - 1 2
1 0 C . 1 0 C = 9 x 1 0
C

Dividir o resultado anterior por d:

9 x 1 02 = N 9 m N m
1 0 m
4. Resposta 5. Fórmula
Alternativa: b
K 1 q2 = q
d

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11. (MACKENZIE) Um motor refrigerado a água, densidade =1,0g/cm³ e calor


específico = 1,0cal/g°C, circula o líquido à razão de 100 cm³/s. Essa água sofre uma
variação de temperatura de 35°C. O fluxo médio de calor do motor para a água é:

a)15.500 C s a l

b)9.500 C a l
s
c)6.000 C a l
s
C a l
d)4.250 s

e)3.500 C a l
s

1. Dados 2. Construir

c = 1 ,0 c a l cm c a l
3

g ºC z = 100 s
s
d = 1 ,0 g = 3 5 ºC
cm 3

3. Conexão
Multiplicar c por d por z por :

cal g cm ³
1 ,0 . 1 ,0 _ _ _ . 1 0 0 . 3 5 ºC = 3 5 0 0 c a l
g ºC cm ³ s s
Eliminou-se
“g”, “cm” e “°C”.

4. Resposta 5. Fórmula
Alternativa: e
cd z = q
.

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12. (AMAN) Uma carga de 3 x - 1 19 e0 de massaC 2x10 - ²² kg, tem velocidade de


.6 x 1 0. Se a carga
m s penetrar perpendicularmente em um campo magnético
5 - 1

uniforme, de densidade de fluxo 10²Kgs-¹/C, o raio da trajetória da partícula valerá:

a)0,36 m
b)0,25 m
c)0,40 m
d)4,00 m
e)2,50 m

1. Dados 2. Construir
- 1 9
q = 3 x 10 C v = 6 x 10 m s5 - 1
m
B = 10² Kgs
- 1
m = 2 x 1 0 - 2 K2g
C

3. Conexão
Dividir v por B para eliminar " S -¹ ":

6 x 10 m s = 6 x 10³m C
Kgs Kg
10²
C
Para eliminar "Kg"e "C", deve-se multiplicar o resultado anterior por m e dividir
por q:

6 x 10³ m C . 2 x 10 Kg
Kg
= 4m
3 x 10 C
4. Resposta 5. Fórmula
Alternativa: d
v . m= R
B . q

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