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O PROCESSO COMUNICATIVO
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DIMBLEBY, Richard e BURTON, Greame. Mais do que palavras: Uma introdução
à teoria da Comunicação, SP, Ed.Summus, 1990. (da página 15 até a 22)
O QUE É COMUNICAÇÃO?
A história de Jonh
Jonh estava num de seus piores momentos nesta manhã. Desde o instante em
que o despertador tocou até pegar o ônibus, ele não estava mais do que meio
acordado. E essa “meia” parte era a sua pior parte. Ele queria rosnar para todos,
inclusive para seu pai, que assobiava com toda a naturalidade, desde o momento
em que se levantara. Foi o barulho do rádio na cozinha que obrigou Jonh a sair
da cama. Isto, ou a música que sua irmã estava ouvindo em alto som.
Ele gostaria de saltar escada abaixo e pegar o jornal que estava na frente da porta
. O carteiro habitualmente o deixava ali. Então, se isto não fosse possível, ele
colocaria o pacote de cereais à sua frente, tentando decifrar as letras da
embalagem através dos olhos semicerrados. Ele leria o rótulo da caixa de cereais,
mal-humoradamente, procurando ofertas grátis ou concursos. Sua mãe,
habitualmente, falava com ele, enquanto fritava ovos com bacon. Mas Jonh não
tinha muito a dizer. Finalmente, olhou para o relógio, pegou o casaco e sua
pasta, atravessou o correndo a sala, deu um “até logo!”, enquanto saía
atravessando o caminho e descendo pelo atalho.
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aceno da mão, então, podemos dizer algo da nossa experiência sobre a
comunicação através das coisas. Elas são meios de comunicação.
Neste caso, a comunicação é definida em termos dos meios pelos quais ela se
realiza. Se estivermos falando sobre rádio, ou pintando, por exemplo, então
estamos falando sobre comunicação. Isto não é suficiente, porque não nos diz
como os meios de comunicação estão sendo usados. Nem nos diz por que a
comunicação está se realizando. Na verdade, isto não diz muita coisa. Nem nos
dá uma resposta, mesmo parcial, à nossa principal pergunta: O que é
comunicação? Para respondê-la devemos partir de alguma coisa. Será útil
separar, previamente, os diversos meios de comunicação de que nos utilizamos.
Sugerimos que, para tanto, se utilize os três pontos que seguem:
a) Forma de comunicação
É o caminho para se comunicar, tal como a fala, escrever, desenhar.
Formas são elementos distintos e separados uns dos outros, tendo seus próprios
sistemas para transmitir mensagens. A escrita utiliza palavras, que são marcas no
papel de acordo com certas regras (gramática).
b) Veículos de comunicação
c) Mídias
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São elementos de comunicação de massa de um grupo distinto dirigindo-se a
outro, dentro do mesmo processo.
Exemplo disso: o rádio, a televisão, o cinema e revistas.
Comentários
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tais como congestionamento das ondas de transmissão, não há qualquer razão
lógica que impeça que o rádio seja utilizado para a troca geral de mensagens.
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1.2 - A comunicação e suas conexões
Habilidades, tal como falar ou escrever, não são naturais. Elas nos são
transmitidas pelos pais, amigos e pela escola. E, na medida em que se vai
crescendo, queremos aprender algo das experiências de comunicação porque
compreendemos que isto é útil, por exemplo, para dizer aos outros o que
queremos.
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Quando examinamos exemplos de comunicação numa situação determinada, há
mais do que estamos vendo. È importante examinar, também, o que há por trás da
comunicação, o que vem antes e o que virá posteriormente.
Vejamos:
Tudo isto entra na categoria de contatos face a face. A ênfase no falar e nas
formas não-verbais de comunicação constitui característica desta categoria.
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d) comunicação de grupo – a comunicação entre pessoas de num grupo e entre
um grupo e outro grupo.
Grandes grupos são diferentes de pequenos grupos, não somente porque eles
são maiores, mas porque repetidamente estão juntos ou se reúnem com objetivos
e propósitos que são diferentes dos pequenos grupos. Exemplo disso inclui a
audiência de um concerto ou alguma espécie de organização de negócios ou
empresas.
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Comentários
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O que acontece quando nos comunicamos?
f) “A comunicação é uma das formas pelas quais os homens se relacional entre si.
È a forma de interação humana realizada através do uso de signos.” ( Juan D.
Bordenave, 1987)
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g) “comunicar implica partilha regida pelas circunstâncias que dominam cultura
onde o ato comunicativo ocorre. ( Eduardo Neiva Jr, 1991)
Podemos observar que todos os conceitos que aparecem nas definições acima
fazem parte do processo de comunicação e cada definição, por sua vez, enfatiza
um ou outro aspecto conceituável desse fenômeno.
Porém, numa tentativa de englobar todas as características do fenômeno
comunicativo, procuramos definir comunicação de uma forma mais abrangente.
O quê?
Como?
Para quê?
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* Com intenção de influenciar intencionalmente, como agentes influentes dos
outros e de nós mesmos e, conseqüentemente, fazer surtir efeito e obter uma
resposta, um resultado (feedback).
QUEM
diz o QUE
em que CANAL
para QUEM
para um RECPTOR
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Quando? E onde?
Como?
Para quê?
MODELOS DA COMUNICAÇÃO
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comunicativa. As partes do processo são ordenadas sucessivamente e nos
permitem visualizar o processo num simples golpe de vista.
O modelo linear
Esse modelo tem um layout como se fosse uma linha, ligando a fonte emissora
e/ou emissor ao receptor, através da mensagem codificada pelo emissor-
codificador e decodificada pelo receptor-decodificador.
Origem e destino constituem o ponto básico desta comunicação, pois ela sempre
começa em alguém e termina em alguém.
A mensagem pode ser codificada com signos verbais e não- verbais, sendo,
portanto, estruturada em linguagens lingüísticas e/ou não-lingüísticas.
Modelos contextualizados
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Estes modelos somam toda a situação ou ambiente do ato comunicativo. Mostra-
nos que o processo de comunicação se realiza de acordo com situações
específicas e particulares num determinado contexto físico e psicológico
circundante.
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Mas, cerca de dois terços de acervo das comunicações animais estão abaixo do
nível da consciência integral. É o mundo “não-verbal”, o mundo inexplorado das
linguagens estranhas e silenciosas, dos sinais e símbolos em grande parte
desconhecidos e ainda não estudados. Pelo olhar, tato, postura, murmúrios e um
sem-número de outras formas sutis, os animais e as pessoas comunicam-se entre
si.
Que mensagens não-verbais você envia a um estudante quando põe seu braço no
seu ombro? Quando você não engraxa seus sapatos? Quando usa uma picante
loção facial ou um delicado perfume? Quando lhe sorri?
Todavia, onde quer que ocorra, a comunicação tem quatro componentes básicos,
que podemos assim classificar:
1- Fonte /emissor
Codificador
2- Mensagem
3- Canal
4- Decodificador
Receptor
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corpo docente ouvem (receptores) e abandonam o prédio (mensagem). Ou
quando você (receptor) volta da escola para casa, seu nariz (veículo) lhe diz que
seu vizinho (fonte) está queimando folhas secas (mensagem). Em outras palavras,
em troca de informação entre pessoas ou coisas tem de haver uma fonte
emissora, um receptor, um canal de comunicação (meio/veículo) e uma
mensagem.
Imagine:
- diretor de usa faculdade anunciando que não haverá aula na próxima segunda-
feira;
- guarda de trânsito rodoviário, estendendo seu braço, apontando para você parar
no acostamento;
- um forte cheiro de queimado durante a sessão das vinte horas no cine Eldorado;
EXERCÍCIO
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SELECIONE UMA DAS SITUAÇÕES APONTADAS E TENTE DESCREVER
COMO OS COMPONENTES BÁSICOS DA COMUNICAÇÃO OPERAM E SE
RELACIONAM.
Fonte / Emissor
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desde o memento de sua concepção está sintonizado para receber apenas certas
espécies de informação, ao passo que é muito improvável sua capacidade de ter
acesso às espécies de informações que recebe uma mulher. Estas limitações de
“sintonia” influenciam as espécies de informação à sua disposição após o seu
nascimento. Hoje você possui um conjunto exclusivamente seu de informações;
não há outra coleção igual em todo mundo. Quando você formula e envia
mensagem só utiliza do estoque pessoal de informações que possui.
O Receptor
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princípio de incêndio. Momentos antes da campainha de alarme ter tocado, um
número infinito de atividades ocorriam na escola. Mas, tão longe foi ouvida, a
escola inteira cessou suas atividades para levar a efeito uma outra específica –
evacuação do prédio. A decisão de fazer isso e a maneira de agir foram medidas
de eficiência daquela comunicação. Se ninguém tomasse conhecimento da
campainha ou se os estudantes saltassem pelas janelas, em lugar de deixarem o
prédio ordenadamente, a comunicação teria sido ineficiente. Ao fazer tocar o
alarme, em outras palavras, o diretor reduziu todas as possibilidades de
comportamentos variados a praticamente um comportamento específico. Foi este
o valor daquela comunicação. Desde que o propósito da operação seja influenciar
e reduzir a variabilidade de comportamento do receptor, o receptor é o ponto
central, o pivô no qual a mensagem é refletida de volta à fonte. Sua eficiência
como transmissor precisa, conseqüentemente, ser medida pelo comportamento do
receptor que recebe uma mensagem.
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expondo-se seletivamente à informação. Onde a escolha é possível, eles,
geralmente, focalizam sua atenção somente naquelas fontes de mensagens e
naquelas partes que tendem a reforçar seu presente equilíbrio. Um exemplo: o
homem conservador tenderá a se expor quase exclusivamente a informações
ordinárias de fontes conservadores. Seus jornais, revistas, livros e mesmo seus
amigos serão selecionados cuidadosamente em apoio à sua interpretação
particular dos fatos. Poderíamos dizer o mesmo de professores, dentistas,
acrobatas, profissionais liberais ou, de um modo geral, de todos aqueles com
determinadas opiniões sobre alguma coisa. Somente uma personalidade doentia
se exporia repetidamente a informações que iriam inevitavelmente destruí-la.
Sobreviver como uma organização lógica e finalista parece ser o comportamento
de todos os organismos.
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a situação, a proporção que possa manejar ou então defrontar-se-á com futuras e
intoleráveis consequência. Aparentemente, então, as pessoas são feitas pra
resistir a mudanças radicais no rumo em que elas estruturam e relacional a
informação.
Quem não pode modificar-se, não pode aprender. E sabemos que as pessoas
aprendem. Como poderemos concorrer para isso? E como, na qualidade de
comunicadores, poderemos aumentar no mais alto grau as condições que
contribuam para a recepção de novas espécies de informação? No caso parece
superar a inibição da mudança, uma nova estrutura é freqüentemente aceitável.
“Recompensa”, nesse sentido, refere-se àquelas espécies de informação que
aumentam o equilíbrio ou o conduzem a estágios mais estáveis! Isto significa
mudanças, parece também ter a capacidade de realiza mudanças quando tais
mudanças conduzem a uma organização mais estável dos dados existentes.
A mensagem
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Observamos que os significados residem nos receptores e não nas mensagens.
Conseqüentemente, não podemos falar de uma mensagem, exceto em termos de
receptores individuais. Uma simples mensagem em dado momento contém tantas
mensagens quantos forem os receptores. A fonte manda um grupo de
mensagens, do qual cada receptor seleciona a mensagem ou parte dela que
mantenha e realce sua própria estrutura organizacional. Assim, o telejornalismo
pode pensar que está transmitindo uma mensagem sobre a situação econômica
da Inglaterra quando, no momento, telespectador pode estar observando a cor de
sua gravata; outro, o movimento de sua boca; um outro, ainda o tom agradável de
sua voz. Para alguns estudantes, o alarme de incêndio pode significar a
evacuação da escola; para outros, significa ocasião para diversão, e para outros,
ainda um semi-números de coisas diferentes.
Mas a mensagem é concretiza o objetivo da fonte e/ou do emissor, pois ela existe
em forma física através de palavras, sons, desenhos, gráficos, sinais, gestos etc.,
que traduzem as idéias, intenções e objetivos de um código, ou sistema
convencionalizado de signos. Esse sistema é baseado em regras e convenções
trocadas e compartilhadas por aqueles que se utilizam desse código.
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o entenderia. Um professor de matemática pode empregar um sistema de
símbolos estranho e fantástico – e não sabe por que os estudantes não
entenderam. Lembre-se de que o significado está no estudante e não no símbolo.
Fora de cada pessoa o símbolo não têm significado.
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conceito de ruído. Eles definem o ruído como qualquer fator que distorce a
qualidade do sinal.
Ruído e Redundância
As bases desse filtro partem das presunções e interpretações que fazemos das
mensagens e situações de comunicação. Muitas vezes colocamos “filtros” em
relação a uma mensagem falada num sotaque regional cuja credibilidade e
autoridade esteja diminuída. A própria BBC de Londres já demonstrou a existência
desses filtros entre os ouvintes de locutores, apresentadores e correspondentes
com sotaque. Isto sugere, também, que os veículos de comunicação (mídia), em
boa parte, constroem nossas crenças e valores.
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Barreiras mecânicas- um problema físico como surdez, algo na produção da fala
como gagueira, murmúrio, rouquidão, defeitos de articulação – podem bloquear a
recepção, impedindo a comunicação.
Assim, além de evitar barreiras e/ou ruídos numa situação comunicativa, como
pode uma fonte aumentar suas chances de conseguir a atenção do receptor
visado?
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repetem o nome do produto umas dez vezes em trinta segundos. É este o melhor
uso do tempo? Como usar efetivamente a repetição é um dos maiores desafios
feitos ao comunicador.
Pesquisas nos dizem que a nossa comunicação oral usa 50% de redundância;
informações já dadas; redundância sintáticas ( subir para cima); redundâncias
gestuais (polegar para cima quando queremos dizer positivo); redundâncias
tonais( quando exclamamos “ Estou morto de fome!!!”) e outras.
Mas, pelo menos, ao criarmos mensagens num ato comunicativo, três fatores
precisam ser considerados:
1 – código
2 – conteúdo
3 - tratamento
Pra David K. Berlo, um código pode ser definido como qualquer conjunto de
símbolos capaz de ser estruturado de maneira a ter significado para alguém. Os
idiomas são códigos lingüísticos. A língua portuguesa é um código: contém
elementos (sons, letras, palavras etc.) que são organizados em certas ordens que
têm significação, e não outras ordens.
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É código tudo o que contém um conjunto de elementos (vocabulário) e um
conjunto de métodos para comunicar esses elementos de forma significativa (a
sintaxe)
Para saber se determinado conjunto de símbolos constitui um código, basta isolar
seu vocabulário e verificar se há modos sistemáticos (estruturas) de combinar
elementos.
Os idiomas português, inglês, russo etc. são códigos. Mas usamos outros códigos
na comunicação. A música é um deles: tem vocabulário (as notas) e a sintaxe, os
métodos de combinar as notas numa estrutura que tenha sentido para o ouvinte.
Para entender música temos de entender o código.
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É importante, porém ressaltar o papel do receptor numa interação simbólica.
Comunicar é mais do que informar; é, além de transmitir significação, procurar
resposta do receptor, pois qualquer fonte de comunicação se comunica com o
propósito de influenciar /persuadir o seu receptor para obter uma resposta ou
efeito (feedback)
Segundo Umberto Eco, 1973, “Signo é para transmitir uma informação, para
indicar alguém alguma coisa que um outro conhece e quer que outros também
conheçam.” Ele insere-se, pois, num processo de comunicação tipo:
SIGNO
Já, para Suassure, signo é uma entidade psíquica formada de duas partes
intimamente relacionadas: significante ou expressão e significado e conteúdo.
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A relação entre o significante e o significado do signo linguístico é arbitrária e
convencional, ao passo que nos signos visuais é analógica, motivada e
convencional.
Tipos de códigos
1 – Códigos Paralinguísticos
São aqueles que passam pela língua oral, como o próprio nome diz, paralelos à
fala.
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a) códigos de apoio da língua;
b) códigos substitutos da língua;
c) código auxiliares da língua
Diferentes dos códigos de apoio Ada língua que passam, necessariamente por
ela como suportes, os códigos substitutos possuem um sentido próprio. Entre
eles encontram-se os pictogramas, os ideogramas do chinês, os hieróglifos do
egípcio etc. Um dos mais elaborados é o código dos monges trapistas,
fundamentado na linguagem gestual com mais de 1.300 dignos.
c) códigos auxiliares da língua
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Esses códigos auxiliares são muitos importantes em certas formas de
expressão como teatro, a dança, os rituais e até mesmo em nossa
comunicação cotidiana.
- Código prosódico
- Código proxêmico
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Fundamentado na teoria proxêmica de Edward Hall, este código refere-se ao uso
do espaço na comunicação. A distância que mantemos entre nós e o nosso
interlocutor, o lugar que ocupamos numa mesa, num cortejo etc. são signos de
nosso estatuto social e constituem um código elaborado que varia com as
culturas.
Hall ensinou que, assim como a linguagem varia de cultura para cultura, o mesmo
ocorre com os outros instrumentos de interação.
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Alguns sinais são muito simples, que compreendem sinais de substâncias
diversas e das mais variadas formas, tais como: faróis, cores, imagens, avisos
sonoros etc.
O Veículo / Canal
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transmissão, contudo, as mensagens são distorcidas em estranhos padrões de
alucinação que ninguém parece capaz de explicar. Canais desconhecidos estão
aparentemente formando mensagens ambientais.
Até agora, têm sido relativamente limitada todas as pesquisas levadas a efeito
sobre as vantagens de um veículo sobre outros, na condução de certas espécies
de informação. Qual informação é mais bem transmitida visualmente através de
quadros? Qual oralmente? Qual por meios de livros? Qual delas, não sendo
verbal, pode ser feita através do tato? Qual através do exame direto e
manipulação? É possível, que, por termos a tendência de sobrecarregar apenas
alguns canais, como visão e a audição, e negligenciar muitos outros, muitos
processos de comunicação úteis não sejam empregados.
Algumas cadeias de canais partindo de nós para o meio ambiente não parecem
estar sob nosso controle direto. O rubor facial é um exemplo. Ele diz às pessoas
que estamos preocupados ou envergonhados, que desejamos mandar mensagem
ou não. Outro exemplo é a involuntária contração da pupila quando confrontada
com um ou inesperado dado desagradável. A pupila no momento dilata-se ou se
contrai de acordo com nossa aceitação ou rejeição pessoal dos acontecimentos
ao nosso redor Arregalamos os olhos para ver aquilo de que gostamos, mas eles
se fecham como rejeição a coisas das quais não gostamos.
Há, então, outros veículos ainda desconhecidos através dos quais avaliamos e
influenciamos nosso ambiente?
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Vamos verificar, observando nossas atitudes cotidianas.
Simplificando, canal é o meio que possibilita a veiculação da mensagem. É o meio
físico que suporta, transporta e às vezes processa e até modifica a mensagem.
Canais naturais: aqueles que fazem parte do nosso sistema sensorial, pois a
comunicação só se realiza através do ar das ondas sonoras e luminosas que
transporta de uma fonte emissora até o destinatário final.
Comunicação direta
Comunicação indireta
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É aquela comunicação realizada com o auxílio dos meios de tecnológicos
comumente chamados de mídia.
Mídia
“A origem do termo é latina, médium (singular e media (plural) querem dizer meio
e meios. Em inglês os termos são usados para designar um meio (médium) e os
meios (media) de comunicação, pronunciando-se midium e midia. Durante algum
tempo, no Brasil as grafias media e mída apareceram indiscriminadamente, assim
como aparecia o plural mídias antecedido, também indistintamente, do artigo
masculino (os mídias) ou feminino (as mídias). Recentemente, a palavra mídia,
sem S, antecedida do artigo feminino (a mídia)¸fixou-se mais de dominantemente
e é empregada quer no sentido estrito do jornalismo o rádio e a televisão”. ( Lúcia
Santaella, A cultura da Mídia)
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Entretanto, pode existir em todos os veículos de comunicação, uma certa
quantidade de “ruídos”, fatores dentro de um canal que interferem na mensagem.
Por exemplo, quando você permanece muito tempo sentado numa posição
desconfortável, seu pé poderá ficar “dormente”. Fica insensível à pressão do chão.
Esta condição, que interfere nas informações do sistema tátil, é ruído. Ou, em
outro exemplo, uma dor de cabeça alucinante pode introduzir um ruído no canal
visual, tanto quanto um resfriado pode obstruir o canal do paladar com ruído.
Assim, o ruído num veículo de comunicação não se refere necessariamente a um
som, barulho ocasional, mas de preferência a fatores que obstruem a informação
em qualquer canal.
Entropia
Pelo menos quatro interpretações diferentes podem ser feitas. O receptor é livre
para escolher uma delas. À proporção que existe mais do uma escolha, pode
ocorrer a entropia, Como as palavras e símbolos são representações de coisas, e
não as próprias coisas, há sempre ambigüidade ou entropia na comunicação. O
melhor que podemos fazer, é reduzir a mensagem a um mínimo ou recorrer a um
canal menos ruidoso.
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conduzidas através dos veículos, de forma que apresentem ao receptor um
conteúdo com um mínimo de confusão. O receptor deve defrontar o menor
número de escolhas possível sobre prováveis significados. A mensagem perfeita
não lhe deveria permitir escolhas alguma, a não ser a mensagem com seu
significado da fonte. Em outras palavras, quanto menos chances de escolha,
maior estabilidade no sistema de comunicação. Conseqüentemente a negentropia
– a estabilidade orgânica, trazida através da transmissão de informações
pertinentes – é vital para todas as comunicações. Um sistema dinâmico precisa
manter os elementos de entropia e negentropia numa balança para conseguir
atingir seu objetivo.
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