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Direito Processual do Trabalho – Profª.

Tânia Dias dos Santos


Aluno: Edson Luiz Dalla Vecchia – 8.º Período / 2º semestre de 2010
Aula do dia 19.07.2010.

Programa Semestral

- Introdução ao Direito Processual do Trabalho;


- Organização e Competência;
- Ações Individuais:
- partes e procuradores,
- atos, formas, prazos,...
- prescrição e decadência,
- processo e procedimento,
- provas,
- sentença.
- Dissídios Coletivos;
- Teoria Geral dos Recursos;
- Recursos em Espécies;
- Cumprimentos Provisórios;
- Execução Forçada:
- liquidação,
- penhora,
- avaliação, embargos,...

- Ferramentas Eletrônicas;
- Ação Rescisória.

- Bibliografia: CLT atualizada.

* Obras clássicas: I. Amauri Mascaro Nascimento – Curso de Direito


Processual do Trabalho, ed. Saraiva. II. Wagner Giglio – Direito Processual do
Trabalho, ed. Saraiva. III. Isis de Almeida – Manual de Direito Processual do
Trabalho, ed. LTR.
* Obras modernas: I. Sérgio Pinto Martins – Direito Processual do Trabalho, ed.
Atlas. II. Carlos Henrique Bezerra Leite – Curso de Direito Processual do
Trabalho, ed. LTR. III. Valentim Carriom – Comentários a CLT, ed. Saraiva. IV.
Revista da Editora LTR. IV. Manoel Antonio Ferreira Filho.
Obs.: O direito do trabalho protege o esforço humano no desempenho de
algum serviço. Esse é o bem jurídico protegido.
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CONCEITOS IMPORTANTES
* Ação; O direito se presta a manutenção da paz social. Quando a paz social é
quebrada, o sujeito que se sente agredido têm a faculdade de levar até o
estado que detém o poder de jurisdição para que se puna o infrator e se
restabeleça a situação anterior ao cometimento do ato ilícito. “Ação é o direito
atribuído ao jurisdicionado de pedir (demandar) ao Estado que intervenha no
caso concreto e assim distribua a justiça, dando a cada um o que é seu.” O
Estado possui monopólio da atividade jurisdicional.

* Jurisdição - Juris dicere = dizer o direito no caso concreto.

* Processo - Instrumento, meio pelo qual o Estado desenvolve a jurisdição.

* Procedimento - Sequência dos atos processuais ou a exteriorização


(materialização) do processo. Caminho a ser seguido, desde a petição inicial
até a efetividade (cumprimento) da decisão judicial. Para a efetividade da
decisão não basta que o juiz declare o direito e sim que este seja realizado no
caso concreto.

 Conceito: “Conjunto de regras e princípios e instituições destinadas a


regular a atividade dos órgãos jurisdicionais nos dissídios dos
empregadores e empregados”... Ver conceito dos doutrinadores. Princípio
pode ser entendido como começo, base onde se sustenta alguma coisa,
ponto de partida, antes do qual não se sabe o que existia. O direito tem uma
base eminentemente principiológica.

 Fontes:
I. Formais: Formas naturais de exteriorização do direito – lei, costume e
jurisprudência;
II. Materiais ou heterônomas: Complexo de fatores que determinam o
surgimento de uma norma – acordo coletivo de trabalho (difere
apenas da convenção coletiva na medida em que apenas o sindicato
dos trabalhadores discute com determinada empresa), convenção
coletiva de trabalho (instrumento contendo regras que se agregarão
a um contrato de trabalho individual, formulado pelos sindicatos que
representam empregado e empregador), sentença normativa,
regulamento de empresas (surge do poder que o judiciário possui de
editar normas as quais se agregam a contrato individual de trabalho
– ocorre por meio da instauração de dissídio coletivo com
competência originária do tribunal).

Autonomia
Teoria Monista – leis próprias e Direito de Processo civil
Unicidade – processo do trabalho integra o processo civil.
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Teoria Dualista:- direito processual do trabalho é autônomo do direito


processual civil.
- Radical – totalmente distinto do processo de trabalho.
- Relativamente/subsidiariedade Processo Civil – especificidades,
inquérito judicial – processo trabalho subsidiário do CPC. Há uma dependência
do processo civil e não uma relação.
Teoria Inominada – juiz, matéria, específica, doutrina e método próprio.
Subsidiariedade mas não dependente do processo civil. Essa é a teoria mais
aplicada já que tem sua autonomia própria, porém não dependente.

 Autonomia:
- A teoria monista aduz que o direito do trabalho é absolutamente dependente
do direito processual civil comum, pois se vale de seus princípios, etc.
- A teoria dualista diz que o direito processual do trabalho é autônomo, pois
possui princípios e regramentos específicos para sua matéria, os quais não
existem em nenhuma outra área do direito.
* Alfredo Rocco diz: “Para que se possa considerar autônomo um
departamento do direito é preciso que ele tenha:
a) Campo vasto a ponto de exigir do estudioso atenção particular;
b) Conceitos gerais próprios;
c) Método próprio;
d) Institutos próprios;
e) Objeto definido;
Obs.: O bem juridicamente tutelado pelo direito do trabalho (ou processual) é a
energia humana. O direito do trabalho, assim, se funda na proteção da
dignidade da pessoa humana (art. 1.º, III da CF).

 Princípios: Formam e informam o arcabouço de conteúdos de um conceito.

I. Princípio da instrumentalidade: Processo é o instrumento (meio) através


do qual se efetiva o direito material, este é o bem juridicamente tutelado
(energia humana). “O Processo é um instrumento pelo qual o Estado dá a
tutela jurisdicional. Não é o processo uma propriedade das partes, mas sim,
um instrumento através do qual o “Estado-Juiz” dá a cada um o que é seu.”
(Cândido Rangel Dinamarco)

II. Princípio do devido processo legal: O processo para atingir seu objetivo,
deve respeitar o princípio da legalidade. Previsto no artigo 5º, LV da CF.
III. Princípio da indisponibilidade: Vide artigo 126 do CPC. O juiz, no
exercício do seu ministério, não pode negar jurisdição. Na ausência de
previsão legal deverá sentenciar com base em analogia, costumes e
princípios gerais do direito. O juiz não pode negar a prestação jurisdicional
quando provocado. Há situações onde o juiz poderá declinar sua
competência jurisdicional (impedimento e suspeição), fato que não viola ao
presente princípio e sim, serve para manutenção da imparcialidade do
julgamento.
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IV. Princípio do Juiz Natural: O princípio do juiz natural exige que a
designação do juízo que vai conhecer a causa, ocorra de modo aleatório,
sem qualquer direcionamento. O serviço de distribuição se presta a este
fim. Art. 87 do CPC e art. 841 da CLT.
V. Princípio da Oralidade: Momentos de perguntas e debates (alegações
finais) em audiências. Vale lembrar que é possível que a reclamatória
trabalhista seja realizada oralmente, sendo que o escrivão deverá reduzir a
termo o que tenha dito o reclamante.
VI. Princípio da Celeridade: O processo do trabalho deve ser célere por
causa da natureza jurídica do mesmo, têm caráter alimentar. Objetiva-se a
proteção da energia humana. Visa proporcionar resultado mais rápido ao
processo. Observe-se que a celeridade pode ser contraposta a segurança
jurídica, devendo existir um equilíbrio entre ambos. Vide art. 765 da CLT. O
juízo do trabalho tem o poder (dever) de direcionar o processo,
independentemente da própria parte.
VII. Princípio da Unicidade das Audiências: Vide art. 849 da CLT. A
audiência continuará até seu término.
VIII. Princípio Jus Postulandi: A parte tem o poder de atuar em juízo
desacompanhada de procurador (advogado). Observe-se que a parte
comparecer desacompanhada de advogado pode ser muito prejudicial a
ela, especialmente sendo reclamada, haja vista o conhecimento específico
necessário à discussão da lide trabalhista. Princípio intocável dentro do
processo do trabalho, porém, pela prática corriqueira, mostra-se
inadequado, haja vista que o advogado é indispensável à função
jurisdicional. Vide art. 791 e 839.
IX. Princípio da Irrecorribilidade das decisões interlocutórias: Art. 893, §
1.º da CLT. Tais decisões deverão ser suscitadas no recurso ordinário, que
é matéria cabível contra sentença. A possibilidade de discussão em sede
de recurso ordinário exige como pressuposto, que a parte tenha
manifestado seu inconformismo em sede de alegações finais. O intuito
desta regra é que o juiz possa avaliar a decisão interlocutória no momento
da prolação da sentença, justificando seu entendimento. Seria supressão
de instância alegar (inovar) matéria em seu recurso, a qual não tenha sido
levada a apreciação do juízo a quo no momento das alegações, para que
este se manifestasse na sentença. Art. 535 do CPC – embargos de
declaração – no caso de obscuridade, contradição e omissão judicial.

X. Princípio do indúbio pro misero ou indúbio pro operário: Em caso de


dúvida, pende-se para a parte economicamente mais fraca
(hipossuficiente). A dúvida deve-se cingir-se quanto a produção probatória
obtida por meio do procedimento.
XI. Princípio da informalidade: Não significa ausência de formalidade,
apenas relativização/flexibilização desta, haja vista o próprio jus postulandi,
para que a parte possa tecer suas considerações em juízo sem
necessidade de rigorosidade excessiva.
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XII. Princípio da conciliação: O juízo deve buscar sempre a conciliação entre
as partes. Muito embora se esteja diante de uma lide, a justiça do trabalho
tem função eminentemente conciliadora. Observe-se que há pouco tempo
existiam apenas juntas de conciliação e julgamento. Antes do inicio da
audiência de instrução e julgamento e após esta, deve-se oportunizar a
tentativa de conciliação. Esta pode ser buscada, pelas partes, a qualquer
tempo do processo.
XIII. Princípio do ônus da prova: “Art. 818 - A prova das alegações incumbe à
parte que as fizer”. Por força do que dispõe o artigo 769 da CLT, pode-se
buscar o auxilio do CPC – baseando-se no artigo 333 deste. A prova de
fato constitutivo incumbe ao autor. Os fatos modificativos, impeditivos e
extintivos devem ser provados pelo reclamado.

Aula do dia 02.08.2010.


XIV. Princípio Ultra(além), Extra(fora) e Citra (aquém) Petição: Ex: artigo
467(ultra) e 496(extra), da CLT. Verbas incontroversas devem ser pagas
na primeira audiência pois se não o for, mesmo que não haja o pedido, o
devedor deverá pagá-la com 50% de acréscimo. Quando o autor pede
sua reintegração e por qualquer motivo ela é impossível, o juiz a
converte em indenização, assim como, na citra poderá no juiz reduzir o
pedido de indenização pedida pelo réu já que ele tem culpa também na
sua demissão.
XV. Princípio da Coletivização das Ações:- artigo 872 da CLT, artigo 3º lei
8073/90 – Sindicato entra na ação. Aqui há a figura da substituição processual
quando o sindicato ou o MP entram na ação em seu nome mas, representando
uma classe ou categoria (isto é a coletivização do direito). Um ente com
capacidade de representar uma das partes. Um dissídio individual é quando
um empregado somente entra com ação reclamatória contra uma empresa
para reivindicar seus direitos somente, mesmo quando hajam mais do que uma
pessoa nesta ação reclamatória ainda será individual (as pessoas são
determinadas – rol de 04 ou 05 pessoas conhecidas contra uma empresa
somente), muito embora seja de uma pequena coletividade e não seria dissídio
coletivo pois este defenderia os direitos de toda uma classe ou categoria
(pessoas e/ou partes indeterminadas, ou ainda, determinaveis – categoria toda
e para várias empresas do ramo ou do setor produtivo).
O que caracteriza o dissídio coletivo é a indivisibilidade do objeto. Ele se
estende para todos daquela categoria.

XVI. Princípio da norma mais favorável: Em uma relação jurídica de índole


laboral as partes não estão em perfeita igualdade jurídica, assim, por
esse motivo, há necessidade de se estabelecer certo critério de proteção
ao hipossuficiente. Isso não significa que as partes serão tratadas de
maneira diferente em juízo e sim, apenas que o trabalhador sempre esta
em situação de dependência do emprego para que possa manter sua
subsistência. Quando falamos em aplicação da norma mais favorável,
buscamos sempre definir que o juízo sempre ao decidir uma questão
trabalhista, em havendo mais de uma solução jurídica para o caso,
deve lançar mão da norma que seja mais favorável ao hipossuficiente.
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As normas pactuadas em acordo ou convenção coletiva de trabalho ou
sentença normativa, caso instituam condições mais favoráveis ao
trabalhador, devem aplicar-se em preferência a lei.
XVII. Princípio da Eventualidade: Diz respeito à ocorrência de determinados
eventos processuais, sobre os quais o inconformismo da parte deve ser
imediato, ou seja, na primeira oportunidade que a parte tiver para falar
nos autos.
XVIII. Princípio da Economia Processual; Não diz respeito à economia
processual e sim, liga-se a celeridade processual. Diz respeito á
possibilidade de concentração dos atos processual, aceleração do
procedimento, com vistas a uma tutela definitiva com o menor dispêndio
de tempo possível. Tem a ver com necessidade de prestação célere.
XIX. Princípio do Contraditório; Consiste no binômio “conhecer + reagir”.
Conhecer a demanda contra si existente e reagir apresentando sua peça
de contrariedade.

XX. Princípio da Publicidade; Salvo aquelas hipóteses de necessidade de


atos que se devem processar em segredo de justiça, os atos judiciais
são públicos. A publicidade é algo indispensável à segurança jurídica,
inclusive, do próprio sistema judicial. Trata-se de publicidade efetiva.
Todos os atos processuais devem ser públicos (toda pessoa pode ter
acesso aos autos, exceto quando exija o interesse público, intimidade
das partes, etc.).
Obs.: Erro de direito é o termo utilizado quando se alega o desconhecimento de
uma lei. Observe-se que ninguém pode alegar o desconhecimento da lei em
sua defesa.
XXI. Princípio da Igualdade das partes; O juiz tem o dever no decorrer do
processo de tratar as partes com absoluta igualdade. Não pode haver
tratamento desigual.

XXII. Princípio da Imparcialidade do Juiz; O juiz deve ser imparcial.


Contudo a natureza humana dificulta tal comportamento, pois as
experiências vividas afetam o convencimento judicial. Apesar de tudo,
deve o juiz pautar-se na imparcialidade, sendo que caso sinta-se afetado
em seu estado de espírito tem o dever de declarar-se suspeito. Observe-
se que a imparcialidade não dura em todo processo, pois no momento
da sentença ele terá de decidir por uma das teses apresentadas.
XXIII. Princípio do Livre Convencimento Motivado; Qualquer ato decisório
do juiz deve vir devidamente motivado. A ausência de motivação é
causa de nulidade. O juiz possuiu absoluta liberdade em decidir,
devendo, no entanto, motivar sua escolha. Parte da doutrina (apenas
desta) entende insuficiente que o juiz decida indicando apenas a prova
que o convenceu, entendem que deve também indicar o motivo pelo
qual não acolheu os demais. Para a jurisprudência, a indicação da prova
que o convenceu é suficiente a embasar a motivação da decisão judicial.
Vide artigo 131 do CPC.
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XXIV. Princípio da Identidade física do Juiz; A situação ideal seria que o juiz
que colete a prova possa, pouco tempo depois, proferir a decisão. Tudo
isso porque o juiz, dessa forma, tem a possibilidade de captar
interpretações que não ficam nos autos. Assim, via de regra, o juiz que
presidir a instrução deverá julgar a lide.
XXV. Princípio da Sucumbência; A parte vencida paga as despesas
processuais. Os honorários de sucumbência (devidos ao advogado
vencedor), não são devidos, devido ao fato de que não se aplica no
processo do trabalho, haja vista que a parte, caso queira, pode
comparecer desacompanhada de advogado (ius postulandi).
XXVI. Princípio da Gratuidade da Justiça; Basta que a parte faça uma
declaração de que não tem essa condição para que lhe seja deferida.
Caso a parte contrária discorde, poderá produzir provas contra.
XXVII. Princípio do Duplo grau de Jurisdição; Assegura a parte, se desejar,
que o julgamento proferido em primeiro grau possa ser revisto por órgão
de hierarquia superior (colegiado composto por cinco desembargadores
– contendo relator, revisor e vogal).
XXVIII. Princípio da Unirrecorribilidade da Sentença; Art. 893 da CLT e art.
102 da CF/88. Significa dizer que todo e qualquer incidente processual
que tenha havido ao longo do feito, desde seu ajuizamento até a
prolação da sentença, pode ser atacado por um único recurso. Decisões
interlocutórias devem ser reclamadas no momento das alegações finais,
assim, caso o juiz não as solucione na sentença, será cabível recurso
versando sobre a matéria.
XXIX. Princípio do non reformatio in pejus; a parte que recorre não pode
sofrer um decréscimo do que obteve na sentença do juízo a quo. Não é
possível uma reforma para menos. Só será possível quando o
reclamado também recorrer pugnando por uma redução da condenação.
XXX. Princípio da Fungibilidade; Possibilidade de que um recurso que tenha
sido interposto em lugar de outro, desde que respeitado o prazo
processual, possa ser recebido em razão do princípio da fungibilidade.
Prazo para o recurso ordinário (similar à apelação) é de 08 (oito) dias. O
recurso de revista que tem preceitos próprios, aplicando-se para
uniformização de jurisprudência. Refere-se também a possibilidade de
aplicar determinado tipo de procedimento que objetive o mesmo que
outro (ex.: Ação ordinária com pedido de antecipação de tutela X Ação
cautelar).

ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO

1.- Varas do Trabalho: É o primeiro degrau da justiça do trabalho


- jurisdição: pode abranger mais do que um município.

- composição: é composta de um juíz titular e um juíz substituto.


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- competência dado na CLT:
.- conciliar (ou processar) e julgar dissídios individuais – relações
decorrentes do trabalho de pessoas singulares, e não julga dissídios coletivos.
.- relações de trabalho (não necessariamente precisa ter relação de
emprego, mas somente de trabalho – autônomos por exemplo)

- Ingresso dos juízes (artigo 654 CLT):


.- Entram sempre como Substitutos: deve passar em Concurso Público
promovido pelo TRT e cumprir requisitos pessoais tais como: atividade jurídica
(03 anos) e Idade (entre 25 e 45 anos).
- Comarcas não abrangidas pela jurisdição de uma vara do trabalho (recurso):
quando isso acontecer e preciso protocolizar uma petição reclamatória faço
isso na justiça comum estadual justificando que a competência foi alterada em
função da falta de vara de justiça do trabalho, sendo que, o recurso a esta
minha petição deve ser encaminhado ao TRT.
- Critério para criação de novas varas:
a) a cada 2 anos o TST analisa as propostas feitas sobre a criação de
novas varas e se entender que são pertinentes, encaminha projeto de lei ao
legislativo.
b) na localidade deve haver mais de 24000 empregados ou 240
reclamações trabalhistas anuais, média dos últimos 03 anos.
c) locais onde existam vara(s) quando exceder 1500 reclamatórias no
ano.
d) jurisdição das varas de trabalho:- de até 100 Km de distância, desde
que tenha meios de comunicação e acessos regulares.

TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO - TRT’s

- Regiões:- hoje tem 24 Tribunais sendo 02 em São Paulo.

- Magistrados: juízes do trabalho escolhidos e nomeados pelo Presidente da


República.

- Critério de promoção (alternadamente):


- antiguidade: 02 anos de exercício como magistrado que irão compor a
1ª quinta parte da lista de antiguidade.
- merecimento: freqüência e aproveitamento em cursos oficiais ou
reconhecidos de aperfeiçoamento; produtividade e presteza no exercício da
jurisdição.

- Juízes serão recrutados quando possível na respectiva região (devem ter


entre 30 e 65 anos de idade).

- Composição:- mínimo de 07 juízes


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- 1/5 dentre advogados (notório saber jurídico; indicado em lista sêxtupla pela
OAB mais de 10 anos de exercício), e membros do Ministério Público do
Trabalho (1º anos de atividade, notório saber e conduta ilibada).

- TRT da 9ª Região:- composto de 28 desembargadores sendo que, este


Pleno se reúne para julgar questões específicas do Tribunal. Sua sede é em
Curitiba/PR. Dos 28 membros, hoje tem-se 22 da magistratura, 03 vindos dos
advogados e os outros 03, do MP.

- Órgão Especial é composto de 15 juízes que delibera assuntos gerais (Varas


do Trabalho, juízes, servidores - questões administrativas gerais, ....).

- Seção Especializada é composta de 13 juízes. Trata somente de Dissídios


Coletivos.

- As Turmas Recursais são compostas de 05 membros cada uma, e hoje, na 9ª


região tem-se 05 turmas. Estas turmas escolhem seus presidentes que terão
mandatos de 2 anos.

TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO - TST

- Criado em 1946

- Sede em Brasília / DF.

- Jurisdição:- em todo o território nacional.

- Composição – 27 Ministros com idade entre 35 e 65 anos.


Nomeação pelo Presidente da República com aprovação pelo Senado
Federal, por maioria absoluta. Também tem-se que devem ser oriundos: 1/5
dos membros (06 deles então) estão entre os do MP e dos Advogados de
notório saber.

- Estrutura:-
- Tribunal Pleno – elege Presidente, Vice-Presidente, Corregedor,
escolhe 07 ministros do Órgão Especial, escolhe membros diretoria e Conselho
Consultivo da ENAMAT, escolhe membros C.S.J.T (conselho superior de
justiça do trabalho).

- Órgão Especial – São ao total, 14 membros, sendo 07 escolhidos pelo


tribunal pleno do TST, e os outros 07, são os ministros mais antigos de casa.

Tem-se turmas de 03 ministros cada uma delas.

Principal função:- Uniformização das jurisprudências dentro da justiça do


Trabalho.
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Competência:- Julgar os Recursos de Revista; os Recursos de Dissídios
Coletivos e os Dissídios Coletivos que extrapolem a jurisdição de um dos
estados na união.

Funcionam junto ao TST:-


A Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento; o Conselho Superior da
Justiça do Trabalho. Basicamente seria a supervisão Administrativa.
Orçamentária, Financeira e Patrimonial daquele órgão.

ÓRGÃOS AUXILIARES

A justiça do trabalho. Além dos órgãos acima citados, ainda tem alguns Órgãos
Auxiliares, que são:

1 - Secretaria: (funcionam e fazem as vezes dos cartórios das varas estaduais)


- da Vara de Trabalho:- recebe petições, autuações; artigo 711 da CLT. Ela é
coordenada pelo diretor da vara;
- do TRT:- Aqui temos o secretário do TRT, que coordena os trabalhos todos
do Tribunal. Processos para conclusão; organização e manutenção de fichário
de jurisprudência.

2 – Oficial de Justiça:- citações (faz pessoalmente quando se tem problemas


com o endereçamento eletrônico); notificações testemunhas; avaliador

3 – Distribuidor:- recibos e certidões.

4 – Contadoria: sua função é de fazer cálculos de juros, correção da liquidação


de sentenças.

MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO - MPT

- Procurador Geral do Trabalho:- é o chefe da coisa. Aquele que é o


responsável pelo órgão.

- Nomeado pelo Procurador Geral da República.

- Atuação TST – atua junto ao Tribunal Superior do Trabalho

- TRT:- procuradorias regionais nas sedes/Estados onde se tem Tribunais do


Trabalho; concurso público (são admitidos por concurso público).
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Aula do dia 16/08/2010

JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA:

Jurisdição:- é um poder/dever do Estado. Tem o dever de solucionar os litígios


que lhe são submetidos. É uma característica de sua soberania nacional. A lei
aplica a lei interna ao caso concreto. A jurisdição pode ser voluntária ou
contenciosa.
- voluntária – Não se tem lide e portanto seria uma
declaração/confirmação do estado quanto a um interesse de alguém.

- contenciosa: tem a presença de um litígio. Tem um interesse resistido


entre as partes e a lide deve ser solucionada.

Princípios e Características
- função do Estado / soberania: É um monopólio do Estado, exercido
pelo judiciário, dentro dos princípios da jurisdição.

- Poder Judiciário:

Princípios:-
- investidura – só o juiz esta investido e pode dizer do direito das partes.
- aderência da jurisdição ao território – só podem dentro do territórios
nacional;
- indelegabilidade – é uma atividade própria do juiz que foi invetido para
tal;
- inércia – ele tem que ser provocado ;
- indeclinibilidade:- dever da tutela jurisdicional
- inafastablidade – nenhum pretensão pode ser afastada da an.

Características:-
- substitutividade – o juiz substitui as partes no conflito;
- definitividade – a solução dada pelo judiciário é definitiva e as partes
têm que submeter a ela.
- natureza declaratório ( * ) - a decisão não cria direitos mas somente os
declara.

Competência:- delimitação (artigo 114 da CF). Seria a medida da jurisdição,


a sua delimitação/divisão dentro da jurisdição e são delimitados por quatro
aspectos abaixo. O inciso I deste artigo foi declarado inconstitucional pelo STF
e, portanto, não devemos mais considerá-lo, pois esta suspenso.
Generalidades:
- Determinação da competência – em razão da Matéria;
em razão da Pessoa;
em razão do Lugar/Território e
em razão da Função.
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- Razão da Matéria:
Natureza da pretensão deduzida – São as relações de trabalho
em nosso caso aqui e não só as relações de emprego (patrão e empregado).
Execução das parcelas previdenciárias – decorrentes do processo
trabalhista.
- Juízes, TRT e TST são os órgãos da Justiça do Trabalho.
.- Competência Normativa – artigo 114, § 2º da CF c/c artigos 868 a 870 da
CLT – tem esta competência quando da emissão de sentenças normativas nos
dissídios coletivos.
- Possessórias: se decorrente de relação de emprego é de competência
da justiça do trabalho.
- Consignatória: de for de uma relação de trabalho é de competência da
justiça do trabalho.
- Indenizatória por dano moral: se for em relação de emprego ou
trabalho vem para a justiça do trabalho já que é em razão de uma relação
trabalhista.
- Competência em razão das pessoas – deve haver a relação entre trabalhador
e empregador. Já para os servidores públicos tenho os estatutários onde a
relação com o patrão é administrativo enquanto que para os Celetistas, aí é
uma relação de trabalho e vai à justiça do trabalho.

- Em razão do Lugar:- Artigo 651 da CLT - diz respeito à localização geográfica,


que tanto pode ser:
- pela Vara do Trabalho;
- pelo Local da prestação do serviço;
Local da ultima prestação de serviços deve ser utilizada para se ajuizar ação se
prestei serviço em várias localidades.
- Competência Internacional:- poderá protocolar a reclamatória aqui no Brasil
deve obedecer aos três requisitos abaixo:
- o empregado deve ser brasileiro;
- a empresa deve ter um domicílio ou responsável no Brasil;
- convenção, acordo ou pacto – o Brasil não pode ter assinado um
acordo ou, convenção ou pacto excluindo a justiça do trabalho do Brasil na
solução de controvérsias.
Ex:- Trabalhador brasileiro que trabalhou na Churrascaria Porcão, no Japão. A
lei material será do Japão e a lei processual será do Brasil. Se houver
convenção internacional ou se não tiver responsável pela empresa no Brasil a
coisa toda correrá toda no Japão.
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- Empresas que promovem atividades fora do lugar do contrato – nestes casos


será de livre arbítrio do trabalhador, ele que escolhe onde ajuizar uma
ação....aqui ou no ACRE (onde lhe for mais conveniente).

Foro de Eleição – exclui o artigo 111 do CPC e só se aplica o 651 da CLT. Por
isso a clausula de eleição de foro, não é valida nos processos do trabalho.

- Honorários advocatícios são sumulados pelo STJ de que serão discutidos na


vara cível e não mais na justiça do trabalho.

- Competência Territorial em Dissídios Coletivos (é sempre nos TRT’s).


Para estes casos depende também da extensão da lide – se extrapolar o
território de um Tribunal Regional, aí vai para o TST.

- Competência Funcional:-
- classificam-se conforme a fase do procedimento.
- classificam-se quanto ao grau de jurisdição, pautado na idéia de hierarquia
entre os órgãos jurisdicionais e na noção do duplo grau de jurisdição. Tanto na
horizontal (os juízes dentro da justiça do trabalho) como na vertical (hierarquia).
- Competência Funcional Trabalhista:
a) vara do Trabalho – artigos 652 e 653 da CLT.
b) dos juízes do trabalho – artigo 659 da CLT.
c) dos juízes de Direito – artigos 668 e 669 da CLT.
d) dos juízes Presidentes do TRT – artigo 682 da CLT.
e) dos juízes dos TRT’s – artigos 678 da CLT.
f) dos Ministros do TST – funcionam em turmas.

- Função Corregedor da Justiça do Trabalho:-


.- Remédios Jurídicos
.- Cabimento vinculado à existência de outra ação.

- Conflitos de Competências:
1 – entre as Varas do Trabalho -- a própria justiça do trabalho – no TRT que
será analisado e julgado.
2 – entre a Vara do Trabalho e o Tribunal Regional do Trabalho -- não existe
conflito de competência entre a Vara e seu Tribunal - sumula.
3 – entre a Vara do Trabalho e juízo comum investido de jurisdição trabalhista
-- vai para o TRT (Justiça do Trabalho).
Direito Processual do Trabalho – Profª. Tânia Dias dos Santos
Aluno: Edson Luiz Dalla Vecchia – 8.º Período / 2º semestre de 2010
4 – entre Vara do Trabalho e Juízo Comum – a competência é da justiça
comum – é o STJ quem vai decidir.
5 – entre Tribunais Superiores – quem julga é o STF.

- Acidentes de Trabalho:-
a) se no pólo passivo aparece o INSS é a justiça comum a competente.
b) se é entre o empregado e o empregador será a Justiça do Trabalho a
competente.

PROCEDIMENTOS TRABALHISTAS

A) Cognição - Especial (artigo 853 da CLT) – aqui é o inquérito que segue


os procedimentos do processo civil

Comum – Ordinário (artigo 837 da CLT)


Sumaríssimo (852-A e seguintes) – o critério é de 40 salários
mínimos vigentes para ser ordinário ou sumaríssimo.

B) Procedimento Prévio:-
- conciliatório – comissão de conciliação previa (artigo 625 da CLT).

ADIN – 13/05/2009 – tirou a obrigatoriedade de se submeter a esta comissão


de conciliação.

Estas comissões são:-


Facultativa:-
Composição – membros – de 02 a 10 membros
Empresas/sindicatos (acordo/convenção)
Mandato 01 ano /estabilidade de 01 ano depois de terminar
o mandato.

Termo de Acordo:- assinados pelas partes e pelos membros comissão de


conciliação.
- termo executivo – serve para execução.
- estes termos de acordo tem eficácia liberatória exceto nas parcelas
expressamente ressalvadas porque ele dá encerramento/quitação do contrato.
- execução / citação / competência – é um titulo executivo, haverá a
citação para pagamento em 48 horas e o juízo competente é o mesmo que
seria para o processo de conhecimento

Condições da Ação
a) Possibilidade jurídica do pedido – devo ter um direito material prévio.
Direito Processual do Trabalho – Profª. Tânia Dias dos Santos
Aluno: Edson Luiz Dalla Vecchia – 8.º Período / 2º semestre de 2010
b) Interesse de agir: - esta no fato do poder judiciário vir a confirmar um
direito que tenho e que esta sendo violado.
- utilidade – o resultado tem que ser útil ao autor,
- adequação - entre o pedido e o provimento jurisdicional solicitado,
- necessidade – tenho que ter um interesse resistido para recorrer ao
judiciário.

c) Legitimidade da parte: identidade da pessoa que faz pedido com a


pessoa que a lei assegura o direito material. A pessoa tem que ser a
mesma que esta postulando.

Tem a legitimidade comum ou ordinária que é a acima, onde o próprio autor


postula direito próprio, e a extraordinária que é conferida por lei a um terceiro
que pede, em nome próprio, um direito alheio (MP, sindicatos, etc....) em casos
em que a lei autoriza, somente.

PRESSUPOSTOS DE VALIDADE DO PROCESSO


A) Competência – É a medida da jurisprudência.

B) Insuspeição ou imparcialidade –

C) Inexistência de coisa julgada – quando já esta sedimentada, não cabe


mais recurso. Preciso partes, causa de pedir e pedido.
D) Inexistência de litispendência – aqui o processo ainda esta em trâmite
que também tem os mesmos requisitos da coisa julgada.
- partes, causa de pedi e pedido
E) Capacidade processual dos litigantes – qdo esta apto para a vida civil
(maioridade idade ou a representação se menor)
F) Regularidade da petição inicial - (art. 840, seguintes 2º CLT) – preciso
ter todos os requisitos que a CLT.
G) Regularidade da citação - a citação tem que ser válida exige para a
constituição da relação processual.

PRESSUPOSTOS OBJETIVOS:-
Forma processual adequada à pretensão
Pedido formulados devem ser válidos
Citação adequada e regular (válida).
Inexistência de litispendência e coisa julgada
Inexistência de qualquer nulidade previstas legalmente

PRESSUPOSTOS SUBJETIVOS:-
- relativos ao juíz - competência e imparcialidade
- relativos às partes – capacidade de ser parte e capacidade postulatória.
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Aluno: Edson Luiz Dalla Vecchia – 8.º Período / 2º semestre de 2010

Aula do dia 13/09/2010


PETIÇÃO INICIAL
- Ius Postulandi (artigo 791 da CLT) – a própria parte pode comparecer sem
necessidade de advogado.
- Reclamação pode ser apresentada por:- representantes das partes; por
sindicato; procuradoria do trabalho (artigo 839 da CLT), fora a própria parte
acima já mencionado.

a) Forma:-
- Verbal (artigo 786, parágrafo único da CLT) – a parte vai na Vara e
relata a um funcionário que reduz a termo e é assinada pelo reclamante. Ao
tomar a termo o funcionário deve seguir os requisitos de da forma escrita
abaixo.
A parte pode ir ao judiciário independente de ter ou não advogado (isto
somente nas Varas ) – com base na Oralidade. Na fase recursal já é obrigatório
estar assistido por um advogado.
Exceção – inquérito (artigo 853 da CLT); dissídio coletivo (artigo 856 da
CLT); competência originária de 2ª instância e competência do TST. Nestes
não podem ser verbais e sim, obrigatoriamente, escritas.

- Escrita:-
.- Designação juiz Vara do Trabalho / Vara Cível.
.- Qualificação do reclamante e reclamado – sempre completo e com o
maior numero de dados de identificação/qualificação;
.- Breve exposição dos fatos:-
fundamentação jurídica,
clareza, precisão e concisão,
documentos - (holerites, convenção de trabalho, cartão ponto ....)
conteúdo (tipo de ação / rito),
ordem cronológica / fatos essenciais,
data de admissão / demissão,
função,
salário (principalmente o último deles),
horário de trabalho,
ato lesivo.

Causa de Pedir – são os fundamentos de fato e de direito:


Ex:- hora extra/trabalho extraordinário.

Pedido – é um resumo daquilo que pretende o autor da ação.


Objeto da ação / sentença, o pedido delimita a sentença de mérito
do juiz, portanto devo pedir sempre tudo aquilo que o autor quer.
Bem pretendido pelo autor – determinar com precisão e clareza o
que o autor da ação esta buscando,
Direito Processual do Trabalho – Profª. Tânia Dias dos Santos
Aluno: Edson Luiz Dalla Vecchia – 8.º Período / 2º semestre de 2010
Alteração do pedido – posso alterar até a citação do réu. Depois
de citado o réu, poderei fazer ainda mas com a anuência do requerido.
Interpretação do pedido – via de regra, deve ser sempre restritivo.
Tenho que ver exatamente aquilo que o autor pediu.
O pedido dever ser certo, determinado ou genérico:
Certo - delimitado/expresso ou explícito.
Determinado – em quantidade e qualidade. Estão devidamente
determinados nos autos e pedidos.
Genérico – ele é genérico quando for determinado quanto ao
gênero (quero horas extras) e indeterminado quanto a quantidade (mas
não peço a quantidade, ou seja, será determinável em fase de prolação
de sentença).

Aula do dia 27/09/2010 - Pedido ----- continuação:-


Pode ser de:-
a) Obrigação de fazer ou de abster-se:-
Reitegração – (artigo 729, CLT);
Execução indireta

b) Pedido (de cumprimento) Alternativo:- depende da natureza da


obrigação
Fazer o depósito FGTS; ou entregar as guias seguro desemprego.

c) Pedido Sucessivo:-
Reitegração no emprego ou (se não for possível por qualquer
razão), que se faça o Pagamento de indenização correspondente;

Valor da Causa:- é importante tal fixação por que ela é quem determina
o procedimento e também o pagamento de custas, verificar apuração de
honorários, etc....
Determinação do procedimento
Rito sumaríssimo

Indeferimento da petição inicial:- Quando há esse indeferimento


- Se extingue o processo sem julgamento do mérito;
- cabe aqui então o Recurso Ordinário;
- No Rito Sumaríssimo tenho esse indeferimento quando – o
pedido não esta completo ou não trago os valores pedidos (seria pedido
genérico); ou quando endereço incorreto empregador (isso para haver a
citação) e neste rito não cabe emenda da inicial por ser célere o
procedimento.

Rito Ordinário – não fornece endereço onde receberá


comunicação (aqui caberia emendar a inicial).
Inépcia e Aditamento – pedido/causa de pedir; conclusão/exposição
fatos; pedido juridicamente impossível
Direito Processual do Trabalho – Profª. Tânia Dias dos Santos
Aluno: Edson Luiz Dalla Vecchia – 8.º Período / 2º semestre de 2010
Será inepta quando se refere ao pedido e a causa de pedir incompletas
ou confusas, a coisa fica sem pé sem cabeça e por isso será inepta, ou
ainda os fatos estejam encadeados numa seqüência, conectados um ao
outro, de forma resumida mas não quebrada, Ainda se o pedido é
impossível ou conflitam-se entre si, sem fundamento jurídico. Estas são
situações que autorizam o despacho por inépcia da inicial.

Conseqüências da inépcia:-
- é obrigação do juiz verificar os requisitos legais.

- emenda / complemento. Detectado pelo juiz algum erro, ele


pode abrir para a parte complementar/arrumar, no prazo de 10 dias.

Comunicação do Reclamado (artigo 841 da CLT):-


Ela é automática e o juiz toma conhecimento somente na audiência pois
as nuanças/detalhes anteriores é feito tudo pela secretaria.

Audiência:- Obrigatório comparecimento das partes, para a tentativa de


conciliação;
Preposto - o fato do autor não comparecer extingue-se o
processo sem julgamento do processo, mesmo com o advogado dele
estando presente com procuração e tudo. Agora o réu pode se fazer
representar pelo seu preposto;
Pública – a audiência é pública e deve ocorrer com portas
abertas (o que não se vê no dia a dia). Aqui não há tolerância para as
partes, tendo somente o juiz a tolerância de 05 minutos.

Regimentalmente são duas audiências, que podem ser numa


somente (una), sendo a primeira a de conciliação e a segunda, de
instrução e julgamento. Nesta segunda é a fase da coleta de provas, as
quais devem ser produzidas em audiência na justiça do Trabalho.

Da Contestação:-
Extinção processo
Resolução do mérito
Preliminares

Reconvenção: pretensão do réu


independente e autônoma
conexão

Requisitos de Admissibilidade:
a) Conexão / defesa;
b) Competência;
c) Pretensão que guarde correlação com a inicial
- prazo preclusivo;
- apresentada em audiência (artigo 841, CLT);
- instrução.
Provas:- (artigo 818 – 830 da CLT)
- verdade por verificação ou demonstração
Direito Processual do Trabalho – Profª. Tânia Dias dos Santos
Aluno: Edson Luiz Dalla Vecchia – 8.º Período / 2º semestre de 2010

Princípios:-
- contraditório e ampla defesa;
- necessidade de prova;
- unidade;
- proibição da prova ilícita;
- livre convencimento.

Data e assinatura.

Assistência Judiciária Gratuita


Quando não tenho condições de pagar um advogado e peço que o judiciário
nomeie um para mim.

- artigo 5º, XXXV da CF,

- lei 1.060/1950

- Lei 5.584/1970, artigo 14 - sindicato


- salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal

2 – Justiça Gratuita (seriam as custas/despesas do processo que se pede para


ser gratuita)
- despesas processuais
- artigo 790, § 3º da CLT.

.- prova do 1º bimestre foi exigido até aqui (professora Tânia)

FASE POSTULATÓRIA
- Características:
a) Dissídios coletivos:- compreendem o interesse coletivo da classe,
categoria, etc..... não se pode quantificar o número de
interessados/atendidos. A sentença de dissídio coletivo ter caráter
normativo (legiferante do judiciário).
b) Dissídios individuais: tratam de interesses individuais, ou seja, a
aplicação da norma ao caso concreto. Cada caso é um caso a ser
analisado.

Singular – de um único autor.

Plurimo – vários autores – pessoas identificadas no pólo ativo.

c) Direito processual civil – é tido como fonte subsidiária (artigo769 da CLT)

d) ius-postulandi (artigo 791 da CLT) – a parte pode ir ao judiciário


independente de ter ou não advogado (isto somente nas Varas ) – com
Direito Processual do Trabalho – Profª. Tânia Dias dos Santos
Aluno: Edson Luiz Dalla Vecchia – 8.º Período / 2º semestre de 2010
base na Oralidade. Na fase recursal já é obrigatório estar assistido por
um advogado.

- Direito de Ação:- é um direito subjetivo do cidadão de ir pedir a tutela


jurisdicional do Estado.

- Elementos da Ação:-
a) sujeito – é a parte interessada e que vai figurar na lide.

b) objeto – é o meu pedido de prestação jurisdicional

c) causa de pedir – é o meu direito material preexistente.

- Classificação das ações individuais

a) Ação de Conhecimento:- onde é discutido o interesse resistido mas onde


não tenho força para fazer a outra parte cumprir o que foi decidido.
- condenatória:- busca título judicial assegurando direito material. Férias que
não me foi paga e agora venho buscar em juízo.

- constitutiva:- criação; modificação e extinção. Qdo peço para fixar o valor do


salário que estarei recebendo já que no contrato não esta explícito. Na
determinação de algum adicional,.....

- declaratória:- se limita a dizer a existência ou inexistência de uma relação


jurídica. Por exemplo, o vínculo empregatício de alguém, com determinado
empregador.

b) Ação Executória:- onde se consegue compelir o cumprimento daquele


título já assegurado.

- são executadas - sentenças transitadas em julgado; os acordos não


cumpridos; termo de ajuste de conduta firmados perante o Ministério Público do
Trabalho e os créditos previdenciários decorrentes de processos julgados na
justiça do trabalho.

c) Ação Cautelar:- ações que visão garantir uma ação principal. Estou me
adiantando a um fato importante dentro do processo, onde devo atuar
imediatamente assegurando um passo mais à frente. É uma providência
jurisdicional acautelatória
Direito Processual do Trabalho – Profª. Tânia Dias dos Santos
Aluno: Edson Luiz Dalla Vecchia – 8.º Período / 2º semestre de 2010

Aula do dia 25/10/2010 (novo professor)

• Este professor voltou lá em competência (página 11 deste) e diz que


tudo o que falar em aula cairá na prova dele (2º bimestre) – estudar de
novo Competência (matéria acima) e daqui para baixo. Tem algumas
coisas que este professor fala abaixo que também foram falados pela
professora Tânia e estão colocados acima (depois de Competência),
portanto, sugiro vir estudando/lendo desde jurisdição e competência
(folha 11 acima).

- Procedimentos Trabalhistas:-
Comissões de Conciliação Prévia (artigo 625 “A” até “H” da CLT). As
Comissões de Conciliação Prévia forma instituídas pela Lei nº 9.958/2000, e
consolidadas na CLT. Foram criadas para desafogar o judiciário.

a) As suas criação é facultativa e somente em empresas e sindicatos, com


composição paritária (representantes tanto dos empregados como dos
empregadores), com o objetivo de conciliar conflitos.

b) Composição, mínimo 2 membros a 10 membros, sempre metade deles dos


empregados (por eleição entre eles) e do empregador (indicados pela diretoria)
com, com seus respectivos suplentes, cujo mandato de 01 ano permitindo uma
recondução de mais um ano.
Os membros desta comissão terão estabilidade de 01 ano a partir de suas
eleições.
Quando eles estão atuando nas comissões ocorre a interrupção de seus
contratos de trabalho, o que quer dizer que não serão descontados de seus
salários nem deixar de contar seus tempos de serviços.
Acordo coletivo – sindicato dos empregados com a empresa diretamente -, ou
convenção coletiva de trabalho – sindicato dos empregados com sindicato de
empregadores -.
Qualquer demanda de natureza trabalhista será submetida à Comissão de
Conciliação, sendo que o empregado pode sim estar acompanhado de
advogado, mesmo nesta Comissão.
Foram propostas duas ADIN, de números 2139/2009 e 2160/2009 ajuizadas
por quatro partidos políticos (PC do B; PSD, PT e PDT), e pela confederação
dos trabalhadores do comércio. Por maioria dos votos o STF, no dia
13/05/2009, determinou que as demandas trabalhistas podem ser submetidas
ao poder judiciário antes que tenham sido analisadas por uma Comissão de
Conciliação Prévia. Portanto, tornou-as facultativa e opcional, se levar para a
Comissão de Conciliação.
Poderes
Instituídas por - empresa; sindicato
Condição da ação trabalhista
Prazo para realização da sessão
Direito Processual do Trabalho – Profª. Tânia Dias dos Santos
Aluno: Edson Luiz Dalla Vecchia – 8.º Período / 2º semestre de 2010
Composição do conflito
Termo de conciliação
Competência para execução

2) Ritos/Procedimentos:-
a) Ordinário (artigo 837 e seguintes da CLT).
b) Sumário

c) Sumaríssimo – artigo 852 A e seguintes:


Este rito/procedimento foi instituído pela lei 9.957/2000. Seu objetivo
seria tornar o processo trabalhista mais célere. Porque as causas não poderão
ser maiores que 40 salários mínimos.
O pedido deve ser sempre certo, determinado e liquido. Devo dar o valor
já em reais (R$) para o juízo decidir, ser não o fizer corro o risco de ter o
processo arquivado. Não cabe emenda na inicial do procedimento.
A administração pública, autárquica e fundacional não poderá ser
acionada/ou figurar como parte pelo rito sumaríssimo já que estes tem prazo
em dobro para recursos e assim, fogem então da celeridade de que o rito é
característico. Empresa de Economia Mista e Empresa Pública podem figurar
como parte.
Não haverá também, citação por edital, em qualquer caso e para todo
mundo. Por isso quando ajuízo uma reclamatória, devo fornecer todos os
dados do reclamado, inclusive e principalmente o seu endereço e local para ser
encontrado. Se não tiver o endereço peticiono na demanda para que o
processo corra pelo rito sumário e aí se poderá fazer edital.
A apreciação da demanda deve ocorrer até 15 dias do seu ajuizamento
– do protocolo até a primeira audiência -.
Na justiça do trabalho não cabe recurso para decisão interlocutória.
Quando elas aprecem posso lançar mão de recurso ordinário, o qual é o
cabível para sentenças na justiça de trabalho.
Agravo de instrumento só é cabível quando for denegado o seguimento
de um recurso que interpus.
Audiência única/una. Conciliação, instrução e julgamento, tudo junto
numa vez só e deve ir até terminar. Devo ser notificado, pelo menos, 05 dias
antes da audiência de conciliação para que possa preparar minha defesa e
apresentá-la na audiência.
Contestação na justiça do trabalho deve ser apresentada na própria
audiência de conciliação, sob pena de revelia.
A contestação pode ser de forma escrita (memoriais), como em forma
oral, cujo prazo/tempo será de 15 minutos para falar na própria audiência de
conciliação.
O juiz fará uma única proposta de conciliação no início da audiência.
Suspeição e de incompetência de lugar (relativa), devem ser decididas na
própria audiência. Todas as provas serão produzidas em audiências. Quando
dependem de provas técnicas (adicional de insalubridade – 10%, 20% e 40% -
e é devido quando em situação de perigo - explosivo, energia elétrica, e
periculosidade – 30% quando exposto a agentes físicos, químicos e
biológicos). Não cabe a incidência dos dois ao mesmo tempo e sim, se estiver
sob ação dos dois, deve o empregado optar pelo que lhe remunere mais.
Direito Processual do Trabalho – Profª. Tânia Dias dos Santos
Aluno: Edson Luiz Dalla Vecchia – 8.º Período / 2º semestre de 2010
Se houver então a necessidade de produção de provas no rito
sumaríssimo, o juiz deve fixar o prazo, o objeto da perícia e nomear o perito. As
partes devem ser intimados do laudo no prazo comum de 05 dias. Somente
será deferida esta prova quando o fato o exigir ou for legalmente imposta (é
exigida mesmo em caso de revelia do empregador na audiência).
Número máximo de testemunhas no rito sumaríssimo é de 02
testemunhas para cada lado, sendo que, no ordinário serão sempre 03
testemunhas para cada parte.
Inquérito de apuração de falta grave, o número de testemunhas é 06
(seis).
Proposta de conciliação no sumário é no começo da audiência e antes
da sentença, no sumaríssimo somente no início da audiência.
No ordinário tem-se 03 audiências – conciliação, instrução e julgamento.
No sumaríssimo é somente uma só onde se faz as três de uma vez só.
As testemunhas devem comparecer em Audiência independente de
terem sido intimadas. Se não vierem o juiz manda intimar e se assim ainda não
vierem, mandado de busca e trazer na marra.
Provas todas produzidas na audiência com exceção das provas pericias
que é de 05 dias de prazo.

Aula do dia 08/11/2010


Formas de Defesa:- devem ser apresentadas na própria audiência conciliatória
(não existe prazo como no processo civil para contestação)
- Contestação – oportunidade da parte aduzir argumentos contrários aqueles
que estão na petição inicial sob pena de revelia.
Pode ser em memoriais ou ainda de forma oral. Prazo de 20 minutos para tal
contestação de forma oral – artigo .
- Reconvenção – oportunidade da parte fazer pedido dentro da própria ação.
Em peça apartada da ação, autuada apenso aos autos e julgados
simultaneamente.mero d
- Exceção:- Relativa em relação ao local e o valor da causa.

Suspensão ou impedimento
- as partes poderão juntar documentos da audiência que podem ser
impugnados na própria audiência.

- faz-se a oitiva das partes que foram indicadas/relacionadas pelas próprias


partes. Em se tratando de empresa não precisa ser o representante legal da
empresa e sim seu preposto.

Depois das partes serão ouvidas as testemunhas no numero de 02 para cada


um. Abre-se o prazo para alegações finais em 10 minutos.

Prolata-se a sentença e abre-se prazo para recurso ordinário no prazo de 08


dias. Se o juiz denegar o seguimento do recurso ordinário cabe o agravo de
instrumento.
Direito Processual do Trabalho – Profª. Tânia Dias dos Santos
Aluno: Edson Luiz Dalla Vecchia – 8.º Período / 2º semestre de 2010

Do acórdão após o recurso ordinário caberá o recurso de revista em 08 dias.

O TRT pode ser primeira instância em caso de dissídio coletivo e o recurso


será ao TST, sendo este o ordinário já que a sentença é de 1ª instância mesmo
sendo dado pelo TRT, pois aqui o tribunal fez a vez/trabalhou como se fosse a
1ª instância.

Recurso de juiz singular onde não tenha vara do trabalho vai para o TRT da
mesma forma.

No sumaríssimo tem-se peculiaridades quanto ao recurso ordinário:-


Relator e um revisor é o normal....neste rito, será dispensado o revisor e o
prazo de distribuição será de 10 dias. (além desta parte da matéria ter sido
dada pela professora Tânia, ler, ainda, matéria de 2009 referente a ritos, mais a
frente – professor Renato Penteado)

Parecer do MP do trabalho será oral e só se for necessário.

Se a própria sentença for confirmada ela mesma servirá de acórdão. Isto para
celeridade do processo suprimindo um monte de tarefas e trabalho dentro do
processo.

Quanto ao Recurso de Revista tem-se:- (ver recursos na matéria de 2009 mais


a frente – (prof. Renato Penteado)
Artigo 896 da CLT - prazo

- só caberá este recurso quando houver divergência de interpretação da lei


federal, dado por dois TRT’s;
- outras ações de dissídios coletivos deve respeitar a alínea anterior
- se não houver violação das alíneas acima. Não cabe este recurso de revista.
Aí o tribunal vai denegar a subida do recurso aqui mesmo no TRT.

Efeitos – Para os recursos, no direito do trabalho, não existe efeito suspensivo


e sim somente o devolutivo. Desta forma conclui-se que a execução até poderá
iniciar de forma provisória, chegando até a penhora, quando então, para a
execução esperando o julgamento do mérito final.

Em execução proferidas pelos TRT’s, não cabe recurso de revista, mas


somente se ofender a CF.

III - Os TRT’s deverão, obrigatoriamente, uniformizar suas jurisprudências


sendo que, se não servir a sumula existente sobre tal, ou se a sumula dos TRT
for divergente a uma sumula do TST, valerá a do TST sem recurso de revista.
V – intempestivo – fora de prazo. Deserção – não pagar as custas e o preparo
Preparo – é o depósito recursal e as custas processuais são arbitradas em 2,0
% dobre o valor da condenação.
O preparo deve ser pago pela parte recorrente sendo que, o reclamante será
isento deste pagamento do preparo se ele for o empregado. O valor a ser pago
Direito Processual do Trabalho – Profª. Tânia Dias dos Santos
Aluno: Edson Luiz Dalla Vecchia – 8.º Período / 2º semestre de 2010
hoje, para o recurso ordinário esta em sete mil reais e o pagamento pode ser
feito pelo teto da causa se esta for menor do que este valor.
Se subir ainda para o TST, em recursos de revista, e já pagou o teto, não se
paga mais nada a não ser as custas do processo que foram arbitradas pelo
TRT (2% do valor do processo). O valor de um recurso de revista hoje esta em
torno de 11 mil reais.
Nos sumaríssimos o revista será aceito somente se houver contrariedade a
súmula do TST e à CF. (artigo 869-A ..... transcendência).
Decisões interlocutórias do processo do trabalho – aquelas que são incidentes
no processo, mas não terminativa de feito, não são cabíveis de Recurso de
Revista. Destas decisões interlocutórias – proferidas nas audiências – devo
argüir em forma de protestos na própria audiência e depois discutir em sede de
recurso ordinário.
Se esquecer de fazer o protesto naquela hora, perdeu o seu direito -
preclusão.

Agravo na justiça do trabalho – 897:- existem dois, o de instrumento e o de


petição. Ambos com prazo de 08 dias.
- Agravo de petição – cabe somente quando proferido pelo juiz na execução,
no prazo de oito dias.
Só será recebido se justificar de forma delimitada, a matéria e os valores
impugnados. O agravo de petição cabe quando denegado um embargo de
terceiros por exemplo.
Embargos de declaração no processo do trabalho é de 05 dias e cabem
quando omissão, obscuridade e contradição. – artigo 897-A.
Ação rescisória – aplicação subsidiária do processo civil ao processo do
trabalho – prazo de 02 anos.
Na justiça do trabalho tem-se os prazos de forma decadencial:-
Decadência:- mandado de segurança - 120 dias; Inquérito Administrativo por
Falta Grave - 30 dias e ação rescisória é 02 anos.

Matéria da PROVA - pra prova deste segundo bimestre/2010 (novo


professor) ..........desde competência (em razão de matéria)

Trabalho valendo 02 pra entregar no dia da prova. Vai colocar no portal ou


mandar pela represetnate da turma – pode ser manuscrito ou digitado.

Final deste novo professor.........................]


Direito Processual do Trabalho – Profª. Tânia Dias dos Santos
Aluno: Edson Luiz Dalla Vecchia – 8.º Período / 2º semestre de 2010

Matéria/assuntos do ano de 2009, dados pelo Professor Renato Penteado


e que serviam de base para as aulas da professora Tânia. Estas matérias
não foram dadas pelo novo professor, mas tem coisa que devem ser lidas
para complementar o que ele falou em sala.

2009
ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO
Ramo recente do direito, com pouco mais de cem anos. As primeiras leis
surgiram, mais fortemente, a partir da segunda metade do século XIX. As
estruturas naquela época eram mínimas à preservação dos direitos do
trabalhador.
A partir da revolução francesa começam a surgir os direitos de primeira
(direitos individuais) e segunda geração (direitos sociais – entre ele, os direitos
trabalhistas). Pregavam-se ideais de liberdade, igualdade e fraternidade.
O direito do trabalho necessitava de normas procedimentais que lhes
desse eficácia. Criou-se então, o direito processual do trabalho, com suas
instituições. Em 1922 estabeleceu-se, em São Paulo, a necessidade de um
Tribunal Rural, para resolver conflitos de caráter trabalhista rural (este pode ser
considerado o embrião do direito processual do trabalho).
As Juntas de Conciliação e Julgamento tinham vocação conciliadora. Em
primeiro grau era estrutura colegiada, composta por três juízes. Um juiz togado
(de carreira) e dois juízes classistas (vogais), um destes representantes da
categoria econômica – empregadores – e outro dos empregados –
trabalhadores –. Os representantes (juízes classistas) eram nomeados para
mandato de 03 anos. O peso do voto do juiz togado era exatamente igual ao
voto dos juízes classistas. Aquele devia ser bacharel em direito, aprovado em
concurso público, com todas as garantias atinentes aos profissionais da
magistratura. Em 1992, por conta de uma EC, extingui-se a idéia de juiz
classista.
* Organização atual da Justiça do Trabalho:
 Vara do Trabalho; Órgãos de juízo monocrático. Presididas por juiz titular.
Iniciação na carreira por intermédio de concurso público. Na justiça do
trabalho não há subdivisão entre entrâncias (inicial, intermediária e final),
todas as varas do trabalho estão em um mesmo patamar. Divisão da
competência definida por lei. Cada vara do trabalho possui uma secretaria
(conhecida na justiça comum como cartório), com cerca de 09 funcionários
concursados (em média).
 TRTs;
De acordo com a CF/88, cada estado-membro deveria ter um TRT. Em
São Paulo existem dois. Alguns estados do norte não possuem TRT.
O Paraná pertence a 9ª Região.
(acessar na internet a composição dos Tribunais Regionais do Trabalho
– www.trt9.jus.br). Juízes do Tribunal se dividem em 05 turmas. Respeita-se o
quinto Constitucional. O Paraná possui cinco turmas, cada uma composta por
cinco juízes (um relator, um revisor e um vogal). Sessões semanais,
geralmente a partir das 13h30min.
Direito Processual do Trabalho – Profª. Tânia Dias dos Santos
Aluno: Edson Luiz Dalla Vecchia – 8.º Período / 2º semestre de 2010

 TST;
Sediado em Brasília, composto por desembargadores. Em sua
composição plena é composto por 27 ministros. Tem duas sessões especiais
de dissídios individuais (SDI) e uma de dissídios coletivos (SDC). Não é
terceira instância da Justiça do Trabalho, e sim, o órgão máximo da estrutura
da mesma. Sua missão maior é a uniformização da jurisprudência
(entendimento de Renato Penteado).
As questões que chegam a ele são levadas por recurso ordinário quando
a competência originária for do TRT ou nos processos de revistas quando tiver
competência de uniformização.
Obs.: Para buscar eficiência é preciso subdividir as questões entre órgãos –
competência. Não segue a mesma divisão geográfica da Justiça Comum.
Busca aglomerar regiões maiores, visando atender as necessidades de cada
região.
Obs.1: Custas: regra geral, 0,2% sobre o valor da causa (exceto quando
ultrapasse R$ 100.000,00 – cem mil reais). Caso seja requerida e deferida à
assistência judiciária as custas não serão devidas.
- A justiça do trabalho é competente para resolver conflitos trabalhistas e
autuação por infração no trabalho (movidos pelo Ministério Público), etc.
- Os sujeitos (mais conhecidos) na relação de trabalho são o empregado e o
empregador. Vide artigos 2º e 3º da CLT. Os elementos da relação de emprego
são: Pessoalidade, Não eventualidade, Onerosidade (gera direitos e
obrigações recíprocos) e Subordinação (consiste na subordinação jurídica,
dever de obediência do empregado em face do poder de mando do
empregador). Alguns autores entendem que a exclusividade seja elemento
essencial para configuração de emprego. De qualquer forma, em algumas
atividades, passa a ser requisito essencial (ex.: Jogar de futebol, artista,
apresentador de TV, etc.).
Obs. 2: Vide artigo 114 da CF/88 – traz para competência material da Justiça
do Trabalho outras questões que antes não eram tratadas na área do trabalho.
Ex.: Dano moral. Assédio moral. Assédio processual (fazer uso do processo
com finalidade ilícita – fazer uso de recursos sem fundamento lógico-jurídico,
buscar procrastinação do processo, atitudes de deslealdade processual, má-
fé.). Tem também como competência a execução de suas sentenças. A
execução na Justiça do Processo é fulminante, pois não depende da
manifestação da parte, o juiz impulsiona o processo de oficio.

• Apontamentos do Professor:
- Buscar conceito de competência em “Enrico Túlio Libman”. Ver artigo 114
da CF/88.
- Revisar conceitos de empregado e empregador – arts. 2 º e 3º.
- Competencia da Justiça do Trabalho em razão da pessoa: doméstico,
empregados temporários e trabalhador avulso).

- Trabalhadores admitidos por meio de teste seletivo na administração pública


são regidos, necessariamente, pela CLT, sendo que as lides laborativas são
resolvidas pela Justiça do Trabalho;
Direito Processual do Trabalho – Profª. Tânia Dias dos Santos
Aluno: Edson Luiz Dalla Vecchia – 8.º Período / 2º semestre de 2010
- Empregados de Empresas públicas, sociedades de economia mista e
fundações são sempre regidos pela CLT;
- A Justiça do Trabalho também detém competência para executar multas
administrativas, ações civis públicas ajuizadas pelo Ministério Público do
Trabalho ou Sindicatos (conforme disposições legais atinentes).
Obs.: Assédio moral no direito do trabalho ocorre quando houver excesso nas
exigências por parte do empregador. Exigir a prestação do trabalho é direito do
empregador, não constituindo dano moral.
 Ver artigo 114 da CF – Leitura obrigatória do Sérgio Martins/capítulo sobre
competência.
 Competência da Vara do Trabalho; Art. 651 da CLT.
- Competência em razão do lugar é relativa, sendo que o juízo se torna
prevento caso a incompetência territorial não seja apresentada na resposta à
petição inicial. A incompetência em questão deve ser apresentada por meio da
exceção – peça apartada -.
Apresentada a exceção de competência automaticamente se suspende
o curso da demanda principal para discutir aquela. O prazo para contestar a
exceção de incompetência (relativa – território) é de 24 horas (excepto). Não
corre em autos apartados. Após, há instrução da exceção de incompetência.
Sendo julgado procedente a exceção o juiz remeterá os autos à Vara do
Trabalho competente. Sendo improcedente o juiz rejeitará a exceção e dará
seguimento nos autos principais, designando AIJ.
Da decisão (de imediato) não cabe nenhum recurso, haja vista o
princípio da irrecorribilidade das decisões interlocutórias. Só cabe recurso após
a sentença de mérito, por meio do recurso ordinário.
 Dissídios Individuais;

- O QUE É AÇÃO? - AÇÃO É O DIREITO QUE A PARTE DISPÕE DE


PROVOCAR O EXERCÍCIO DA JURISDIÇÃO.
Ação é composta por: Sujeitos (partes), objeto e causa de pedir. O
sujeito pode ser ativo (autor - reclamante) ou passivo (réu - reclamado). Pode
ocorrer litisconsórcio ativo (pluralidade de autores) ou passivo (pluralidade de
réus). Quando houver pluralidade de reclamados (réus) há necessidade de
fundamentar a inserção dos mesmos no pólo passivo.
Obs.: No direito do Trabalho, para o sucesso do autor, é de fundamental
relevância a petição inicial e a prova. Para o reclamado (réu) é fundamental a
contestação e a prova. O princípio da informalidade deve ser observado
apenas com relação à parte leiga, não ao profissional do Direito. Requisitos da
petição inicial – art. 282 do CPC.

 Elementos da Ação:
• Sujeito; Deve ser capaz, sendo que os incapazes devem ser representados
ou assistidos (matéria igual ao direito processual civil).
• Objeto; Deve ser lícito.
• Causa de Pedir; Diz respeito a necessidade de encontrar o eco de reclamo
do autor da demanda trabalhista.
 Classificação das ações:
• Individuais:
Direito Processual do Trabalho – Profª. Tânia Dias dos Santos
Aluno: Edson Luiz Dalla Vecchia – 8.º Período / 2º semestre de 2010
- Ações de conhecimento: Quando ainda não há certeza sobre o direito
que se busca, há mera expectativa de direito, necessitando, assim, de um
processo que declare este direito. Após a sentença adquire-se um titulo
executivo extrajudicial (art. 585 do CPC). “A ação de conhecimento objetiva
solucionar um conflito de interesses. Tem por finalidade discutir se o direito
em questão é ou não devido”.
I. Condenatórias;
II. Constitutivas;
III. Declaratórias;
- Ações executórias: Quando já se possui título executivo extrajudicial,
dotado de certeza, liquidez e exigibilidade. “A ação de execução tem por
finalidade exigir do devedor o cumprimento do direito já definido”.
- Ações cautelares: Visam assegurar a utilidade de um processo
(preparatória), ou incidentalmente, acautelando o bem da vida posto em
juízo e outras possibilidades de risco processual (ex.: ouvida de testemunha
enferma – cautelar preparatória, etc.). Incidentalmente é possível utilizar,
por ex., busca e apreensão de documentos. Ações cautelares, regra geral,
não devem ter caráter satisfativo, dependendo sua existência de outro
processo principal. “A ação cautelar tem por finalidade a busca de uma
providência judicial que evite o perecimento do direito discutido (incidental)
ou a ser discutido (preparatória) no processo principal”.
- Ações mandamentais: Dentre outras ações de índole constitucional há o
mandado de segurança (exige direito líquido e certo não amparado por
habeas corpus, quando o prolator da ordem for autoridade pública). A
competência originaria do mandado de segurança é do Tribunal Regional
do Trabalho. “A ação mandamental objetiva amparar um direito liquido e
certo violado pela autoridade pública”.
• Coletivas: Dissídios coletivos são de competência do TRF.
- Econômicas ou de interesse: São próprias do Direito Processual do
Trabalho. São formadas a partir do ajuizamento de ação coletiva por parte
de uma entidade sindical. Essas ações podem ter por finalidade a
fiscalização de direitos que vão se agregar a um contrato de trabalho
individual através de sentença normativa ou dirimir dúvidas que possam
surgir devido a interpretação de cláusulas individuais. A convenção coletiva
(e o acordo coletivo) se estabelecidos ampliando direitos dos trabalhadores
(o contrário é impossível – diminuir direitos) tornam-se verdadeira “lei entre
as partes”, devido ao principio da norma mais benéfica. Quando se busca a
majoração de cláusulas de conteúdo econômico. “Os dissídios coletivos de
natureza econômica tem por objeto a criação ou modificação de condições
de trabalho”.
- Jurídicas ou de Direito: Quando se busca interpretar determinada regra
de direito do trabalho. “Os dissídios de natureza jurídica tem por finalidade
buscar a interpretação adequada para certa norma declarando aquela que
deve ser aplicada”.
 Condições da Ação:
- Possibilidade jurídica do pedido;
- Interesse de agir; Necessidade + adequação.
- Legitimidade de parte; Muito embora seja absolutamente comum no
processo civil na hora de um despacho saneador, em geral, os juízes se
esquivarem das preliminares (condições da ação) aduzindo que se
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Aluno: Edson Luiz Dalla Vecchia – 8.º Período / 2º semestre de 2010
confundem com o mérito da causa, o que realmente ocorre é a postergação
da decisão. No processo do trabalho, necessariamente, a legitimidade da
parte se confunde (é ligada ao mérito) com o mérito. Só saber-se-á se o
pólo passivo, por ex., é empregador após a colheita da prova. Assim, no
processo do trabalho não é de boa técnica invocar a legitimidade de parte
como preliminar (pois aqui é matéria de mérito).

Procedimentos:
- Ver artigo 841 e seguintes da CLT.
* Petição inicial – distribuição (- possível emenda) – notificações –
audiência:
- Partes – ausências (reclamante/reclamado); Ausência do reclamante gera
extinção e arquivamento do feito (ausência injustificada). A ausência do
reclamado gera revelia e confissão quanto à matéria dos fatos.
- Conciliação (positiva – ata / negativa – recebimento da defesa); No
primeiro caso, relata-se na ata as condições em que as partes transigiram e as
disposições complementares (arquivamento, pagamento de custas, etc.).
sendo negativa a conciliação, passa-se ao recebimento da defesa.
- Contestação e documentos; A contestação, geralmente, é escrita. Pode ser
oral, com prazo de vinte minutos, prorrogáveis por mais dez. A defesa deve ser
apresentada com documentos. Os documentos devem ser no máximo cinco
por página dos autos. Na justiça do trabalho, diz-se que o reclamado defende-
se com documentos. Na defesa deve-se alegar toda a matéria possível
(princípio da eventualidade). Os documentos devem ser idôneos e
apresentados juntos com a contestação (defesa). Podem ser alegadas
questões processuais (exceto a ilegitimidade de parte, pois se confunde com o
mérito).
- Manifestação do reclamante – réplica? Apresentada a defesa e
documentos há abertura de vistas ao reclamante para que se manifeste sobre
os documentos (somente, pois não existe no processo do trabalho a figura da
réplica, existente no processo civil). A manifestação sobre os documentos,
caso não procedida, preclui, sendo que os documentos apresentados pela
parte adversa tornam-se incontroversos (aceitos como verdadeiros), não
podendo mais sobre eles incidir o pedido de prova. Vide artigos 843, 844, 841 e
seguintes da CLT. Impugnados os documentos o juiz faz a pergunta: “Há
provas a serem produzidas”, então os advogados devem indicar o objeto da
prova (necessário conhecer o ônus da prova). A equiparação salarial é do réu
(conforme entendimento do TRT local).
Definida a colheita de provas vai-se para as provas orais:

I. Prova oral:
- Interrogatório das partes – confissão; O objetivo de ouvir as partes é
buscar (obter) a confissão, porque qualquer coisa que elas falarem valerá como
prova plena. A lei estabelece que o preposto deve ser empregado
(obrigatoriamente), sócio ou dono da reclamada. O preposto deve saber dos
fatos, pois, caso contrário, presume-se a confissão dos fatos.
- Testemunhas: Máximo de três. Preferencialmente, primeiro as do autor,
depois as do réu. Quem não prestou depoimento não pode ouvir os
depoimentos das outras. Quem já prestou depoimento não pode se comunicar
com as demais. O reclamado não pode ouvir o interrogatório do reclamante.
Direito Processual do Trabalho – Profª. Tânia Dias dos Santos
Aluno: Edson Luiz Dalla Vecchia – 8.º Período / 2º semestre de 2010
Testemunha é a pessoa que presenciou a ocorrência de fatos (não apenas que
ouviu falar dos fatos).
- Contradita; Vide artigo 829 da CLT. Grau de parentesco até o 3º grau
civil, inclusive, amigo íntimo (refere-se aos amigos confidentes, fazem parte de
um rol mais próximo entre as partes) ou inimigo (a inimizade deve ser a ponto
de gerar na pessoa um ânimo de vontade para prejudicar a outra). Havendo
dúvida quanto a isso, a lei abre a possibilidade da contradita (deve-se
contraditar a testemunha antes que seja tomado o compromisso legal, após
este há preclusão da faculdade processual), que significa duvidar da fé da
testemunha. A esta finalidade pode-se abrir uma instrução para o fim de
comprovar ou não a contradita alegada. Não acolhendo a contradita o juiz
tomará o compromisso. A testemunha não pode apresentar ânimo para
beneficiar ou prejudicar alguma das partes, deve apenas dizer a verdade do
que souber. O simples fato de uma testemunha possuir uma demanda contra
parte no processo não a torna suspeita de fé. Quanto àquela que pleiteia
direitos idênticos ao caso em discussão, deve-se ter um maior cuidado,
aceitando a contradita ou valorando suas declarações de maneira diferente.
O momento para apresentação da contradita é tão logo se passe a
tomar o compromisso da mesma. Após o compromisso haverá preclusão do
direito. Havendo recusa da contradita, a parte sucumbente (que a propôs)
poderá produzir provas de suas alegações. Havendo deferimento da contradita
pelo juiz, a testemunha (informante) poderá ser dispensada ou será ouvida
como informante.
Obs.1: Muito embora a testemunha recusada (com contradita deferida) só
possa ser ouvida como informante, denota-se que dispensá-la pode ser perda
de oportunidade na busca da verdade processual acerca do fato.

Em caso de indeferimento da contradita a parte prejudicada poderá


protestar (reafirmando esta em alegações – razões finais), podendo versar
essa matéria em sede recursal ao fim do processo de conhecimento. Outra
possibilidade é a produção de provas, onde se suspenderão os autos principais
para instrução do incidente. Colhidas as provas o juiz irá decidir acerca da
contradita da testemunha. Acolhendo a contradita haverá deferimento, o que
possibilitará a dispensa da testemunha ou a ouvida como informante. Em caso
de indeferimento, será a pessoa ouvida como testemunha.
Obs.2: Entende-se, majoritariamente, não haver necessidade de manifestação
imediata quanto ao deferimento ou indeferimento da contradita, pois a regra é
que tais alegações sejam adotadas em razões finais. O que deve ser alegado
de imediato é a contradita da testemunha.
- Compromisso; Indeferida a contradita (ou não oferecida) o juízo
deferirá o compromisso legal, alertando-a sobre a possibilidade do crime de
falso testemunho.
- Convite; Não há obrigação de apresentar rol prévio de testemunhas a
serem ouvidas. Normalmente elas comparecem independentemente de
intimação. No rito ordinário, se a testemunha convidada não compareceu, é
lícito requerer o adiamento da audiência para ouvi-la, sendo o juiz obrigado a
deferir (art. 825, par. único). No procedimento sumaríssimo a audiência só
poderá ser adiada pelo motivo anterior, caso haja motivação (prova
documental) suficiente para o não comparecimento das testemunhas.
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Aluno: Edson Luiz Dalla Vecchia – 8.º Período / 2º semestre de 2010
- Precatória; Há possibilidade de ouvida das testemunhas por meio de
precatória.
- Inversão do ônus; A prova das alegações incumbe a parte que a fizer
(vide art. 818 da CLT e 333 do CPC). Existem situações em que a lei entende
necessária a substituição do ônus da prova (ex.: alegação por parte do
empregador de ter demitido o empregado por justa causa), ocorrendo tal
situação serão ouvidas as testemunhas da ré e depois as do autor.
II. Razões finais: Ouvidas as partes, as testemunhas, colhidas as provas, o
juiz pergunta se existe ainda alguma prova a produzir. Sendo documento de
guarda obrigatória (cartão ponto, livro de contribuições previdenciárias, etc.) o
juiz poderá requisitá-lo. Não sendo de guarda obrigatória, tendo-se certeza
sobre a existência desta prova, a parte poderá requerer sua juntada e o juiz
deferirá prazo para a juntada pela parte adversa, sob as penas da lei (art. 359
do CPC). Não tendo outras provas a produzir o juiz declarará encerrada a
instrução processual, não podendo ser produzida qualquer outra prova. Há
apenas uma exceção a esta regra, refere-se a prova nova (documento novo –
produzido após o momento do encerramento da instrução).
- Orais; Encerrada a instrução, abre-se partes para as alegações finais,
normalmente orais, excepcionalmente por memoriais. As alegações servem
para trazer a tona questões mais relevantes do ocorrido no decorrer do
processo, ademais, serve para argüição das nulidades processuais havidas
durante a instrução processual (enaltecer pontos das alegações de sua parte e
reclamar a ausência ou adoção de determinadas providencias no decorrer da
instrução). Não alegar nulidades em momento oportuno (alegações finais)
precluirá o direito da parte. Aqui as razões finais são sucintas, apenas se
ressaltando os pontos mais relevantes.
- Memoriais; Como exceção.
Obs.3: Lembre-se que antes do recebimento da contestação, no inicio da
audiência, deve-se buscar a conciliação das partes. A mesma providência deve
ser adotada ao final da instrução. Havendo conciliação esta será reduzida a
termo, na ata.
III. Sentença: Após a tentativa de conciliação, não a sendo alcançada, passa-
se a sentença. O juiz deveria prolatar a sentença de imediato, porém, muitas
vezes isso não é possível.
- Relatório; Aduzirá o que aconteceu de mais importante no decorrer do
processo. Poderá ser sucinto.
- Fundamentação; Motivará (diz o porquê) o indeferimento ou
deferimento. Qualquer autoridade administrativa deve motivar todos os seus
atos. A fundamentação existe em virtude do direito do jurisdicionado saber o
motivo do seu sucesso ou insucesso na demanda. Visa dar publicidade do
julgado, para controle sobre a atividade jurisdicional.
- Dispositivo; É a parte onde há efetivamente a decisão.

- Valor da causa; Há necessidade, ainda, da fixação do valor da causa.


Pode ser sobre pedido liquido ou ilíquido. Neste caso serão arbitradas. Até
mesmo para fixação de depósito para fins de recurso.
- Custas; Calculadas no valor de 2% sobre o valor da causa. São pagas
ao final.
Obs.: A notificação no processo do trabalho é encaminhada a um endereço,
não é pessoal como a citação do processo civil, ficando cumprida a notificação
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Aluno: Edson Luiz Dalla Vecchia – 8.º Período / 2º semestre de 2010
com o recebimento de qualquer empregado ou responsável pelo
estabelecimento empresarial.
Cabível a antecipação de tutela no processo do trabalho.
A emenda será determinada quando falte requisito para a sequência
válida e regular do processo.
A notificação dará noticia ao reclamado de que há contra ele uma
reclamatória trabalhista (cópia da petição inicial – contrafé) e que o juízo
designou uma audiência que esta parte deverá comparecer, devendo
apresentar defesa com documentos – caso queira – sob pena de revelia e
confissão (devem constar estes dois na notificação). As testemunhas no
procedimento ordinário são no máximo de três. No procedimento sumaríssimo,
duas. Na apuração de falta profissional, cinco testemunhas.
No momento da realização da audiência as partes devem ser
convocadas a comparecer a audiência. A necessidade do pregão almeja evitar
que a parte alegue ter comparecido e não ter sido chamada.
O prazo mínimo que deve transcorrer entre a notificação e a audiência é
de cinco dias.
O advogado do reclamante é intimado via publicação no diário oficial da
justiça.
A notificação do reclamado é, preferencialmente, realizada pela via
postal. Não sendo conseguida a notificação por este meio, deve-se proceder
pela intimação por oficial de justiça.
Em algumas hipóteses o reclamante (com ausência justificada) pode
mandar alguém em seu lugar (representante do sindicato). Mesmo assim, a
audiência será suspensa.
Mesmo havendo revelia do réu, pode o juiz resolver ouvir o autor. A
confissão deste se sobrepõe a do réu.
É dever do juiz, propor a conciliação das partes no inicio da audiência (e
no final). Uma parte apresenta uma proposta e a outra a contraproposta. O juiz
pode (deve) tentar aproximar as propostas das partes visando o acordo.
A lei determina que durante a audiência faça-se a leitura da petição
inicial, no entanto, na prática, pode-se dispensar a leitura de petição, haja vista
que tal prática tomaria muito tempo e que a parte reclamada recebe junto com
a notificação cópia da inicial.

 Recursos; É lícito a parte quando se inconformar com uma decisão,


interpor o recurso previsto no ordenamento jurídico para ver a decisão
revisada por um órgão de hierarquia superior. Será um órgão colegiado
(grupo de juízes – três desembargadores - com mais tempo de
magistratura) que re-analisará a causa.
Em matéria recursal há grandes diferenças entre o processo do trabalho
e o processo civil.
I. Recurso Ordinário: cabível contra sentença – prazo de oito dias.
Encaminha-se para o TRT.
II. Recurso de Revista: cabível contra decisão em recurso ordinário – prazo de
oito dias. Encaminha-se para o TST.
III. Agravo de instrumento:
IV. Agravo Regimental:
V. Recurso de Embargos:
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Aluno: Edson Luiz Dalla Vecchia – 8.º Período / 2º semestre de 2010

Ver recurso ordinário e recurso de revista para próxima aula.

 Recursos;
• Conceito: Meio processual disposto para o reexame de uma decisão.
• Fundamentos:
- Jurídicos; 1. Possibilidade de erro, ignorância (falta de domínio do assunto
que se está julgando) ou má-fé do julgador. 2. A oportunidade do reexame
da sentença por juízes mais experientes. 3. A uniformização da
interpretação legislativa.
Obs.: Algumas qualidades que são buscadas do julgador só se adquirem
com a experiência. Esta dá mais ponderação e tranquilidade ao magistrado.
Regra é um comando contido em uma lei. A interpretação que se pode dar,
aplicando o comando da lei em um caso concreto, faz surgir a idéia da
norma (pode haver uma só lei com várias interpretações – várias normas).
- Psicológicos; 1. Tendência humana de não se conformar com uma
decisão. 2. Possibilidade de reforma de um julgamento injusto.
Obs.: Temos o direito de buscar a revisão de uma decisão por entendermos
que ela é injusta.
• Duplo grau de jurisdição; Ver matéria acerca deste princípio.
• Fungibilidade; Ver matéria acerca deste princípio.
• Irrecorribilidade das decisões interlocutórias; Ver matéria acerca deste
princípio.
• Efeito – regra – devolutivo (art. 899 da CLT); Exceção – suspensivo – R.O.
em D.C., a critério do Presidente do TST;
• Uniformidade de prazo; No processo do trabalho, por questão de
celeridade, tem-se, como regra, que os prazos recursais no processo do
trabalho têm os mesmos prazos (prazo máximo de oito dias). Salvo
recursos que não são exclusivos do processo do trabalho.
• Juízo de admissibilidade – pressupostos:
Cada vez que se interpõe um recurso haverá uma autoridade judiciária
que haverá de julgar os pressupostos. Essa autoridade, geralmente, é aquela
prolatora da sentença. A esta será dirigida as peças, requerendo que as
remetas a instância superior. A interposição do recurso perante o juízo prolator
da sentença visa, mormente, o exercício do contraditório, para que a parte
contrária possa contra-arrazoar mais facilmente. Antes do juiz intimar o
recorrido para apresentar contra razões, deverá verificar a existência dos
requisitos para admissibilidade do recurso. Caso o juiz não receba o recurso,
poderá ser apresentado o recurso de agravo de instrumento.
- Objetivos:
- Tempestividade; Recurso apresentado em conformidade com o prazo
estabelecido em lei.
- Preparo; Pagamento pelas custas recursais. Caso seja o empregador,
deverá apresentar um preparo recursal (diferenciado), vinculada a uma
conta judicial.
- Representação; Quem assina o recurso deverá ter poderes para tanto.
Ex.: Procuração. O simples comparecimento do advogado à audiência,
mesmo sem constituição formal (procuração escrita) já se revela como
Direito Processual do Trabalho – Profª. Tânia Dias dos Santos
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constituição tácita, dando ensejo para o reconhecimento de regularidade de
representação.
- Subjetivos:
- Legitimidade;
- Capacidade;
- Interesse; Ser parte sucumbente.

RECURSO ORDINÁRIO (Art. 895 da CLT)

- Decisões definitivas; Não há possibilidade de utilização do Recurso Ordinário


para atacar decisões interlocutórias no momento em que elas ocorram. Tais
questões podem ser discutidas por esta via recursal (RO) quando do recurso
em face da sentença. Os incidentes deverão ter sido suscitados no momento
das razões finais para que se possa recorrer delas em RO. As questões
interlocutórias serão suscitadas no inicio da peça do recurso ordinário.
Em grau de recurso se pode argumentar (devolver ao conhecimento do
tribunal) toda matéria discutida no decorrer do procedimento. Não se pode
inovar no momento do recurso, vedando-se a discussão de novas questões,
não discutidas em primeiro grau, em sede exclusivamente recursal. Discutir em
grau de recurso matéria ou tese jurídica não discutida em primeiro grau seria
supressão de instância, impossibilitando a existência do duplo grau de
jurisdição. Caso o juiz não se manifeste sobre a matéria que se pretende
apresentar recurso, deverá ser apresentado embargos de declaração, no prazo
de cinco dias, para aclarar a decisão (obscuridade, contradição e omissão).
* Custas:
I. Autor;
Caso o autor tenha a ação julgada totalmente improcedente, com
condenação ao pagamento das custas processuais, deverá, primeiramente,
recolher as custas para poder recorrer (através de uma guia DARF). É possível
que, em havendo pedido de assistência judiciária, o juiz dispense o
recolhimento das custas.
Havendo procedência total ou parcial. No primeiro caso não há interesse
processual para recorrer. No segundo caso, não há necessidade de depósito
de custas.
II. Réu;
Sendo a ação julgada totalmente improcedente, não há interesse
recursal.
Caso seja julgado procedente ou parcialmente procedente, haverá
necessidade de recolhimento das custas + depósito (preparo recursal) prévio
que deve ser recolhido através de uma guia de recolhimento de FGTS em uma
conta vinculada a este. Tal depósito tem limite máximo, mas não mínimo.
Toma-se por base o valor da condenação estabelecida na sentença.
Atualmente, quando o valor da causa supere R$ 5.3XX,00 deverá ser recolhido
este valor. Caso o valor seja inferior (de condenação) o depósito para o recurso
deverá observar dito valor condenatório.
Este depósito recursal funciona como uma garantia ao juízo. Este
precisa se assegurar que o processo não esteja sendo impulsionado apenas
para fins de procrastinação.
Obs.: Custas processuais são no importe de 2% sobre o valor da causa.
Vide súmula 08 do TST.
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RECURSO DE REVISTA
O recurso de revista é oponível em duas hipóteses: Interpretação
divergente ou violação de norma jurídica. Tem ainda por finalidade a
uniformização da jurisprudência com vistas a eliminar a existência de diferentes
decisões sobre matéria de direto. (Art. 896 da CLT)
- Prazo de interposição: 08 (oito) dias.
- Preparo: se na decisão de RO houver acréscimo de custas àquelas
determinadas em primeiro grau, deverá ser realizado o reforço do recolhimento.
Se o tribunal não acrescer custas não será preciso fazer outro recolhimento.
Recurso de revista exige o recolhimento de depósito recursal em dobro (para o
empregador), pois o TST é instancia especial com finalidade para uniformizar
jurisprudência. A súmula 126 do TST veda interposição de Recurso de Revista
para questões de fato e prova. Só cabe recurso de revista nos casos especiais
previstos expressamente.
- Para matérias que exigem pré-questionamento, este se faz por meio da
utilização dos embargos de declaração.

RECURSO DE EMBARGOS
Art.893 – CLT. O objetivo deste recurso é unificar as decisões do próprio
TST, minimizando diferenças entre os julgados das turmas.
Como ocorre com o recurso de revista, este recurso tem por conteúdo
somente questões de direito, não sendo admissível para discussão de matéria
fática.
Seus pressupostos de admissibilidade são semelhantes aos do recurso
de revista, com juízo de admissibilidade pelo presidente da turma que proferiu
a decisão embargado, pagamento de custas e deposito recursal prévio se for o
caso.
Não se presta para discussão de divergência originada na mesma turma
(OJ-95 da SDI1-TST).

RECURSO EXTRAORDINÁRIO
- Art.103, III – CF. Tem prazo de interposição de 15 dias.
- Art.899 – Depósito judicial exigido para todo e qualquer recurso, inclusive no
recurso extraordinário.

AGRAVO DE INSTRUMENTO
- Artigo 597 da CLT. É aplicável no processo do trabalho somente em face das
decisões que denegarem o seguimento de recursos.
- Prazo de interposição: 08 (oito) dias. Os artigos 524 e 525 do CPC são
aplicáveis subsidiariamente ao processo do trabalho por força do disposto no
artigo 769 da CLT (mesmas peças necessárias no processo comum, são aqui
exigidas).
A não apresentação dos documentos obrigatórios implica no não
conhecimento do recurso.
Direito Processual do Trabalho – Profª. Tânia Dias dos Santos
Aluno: Edson Luiz Dalla Vecchia – 8.º Período / 2º semestre de 2010
AGRAVO REGIMENTAL
- Deve-se verificar o regimento interno de cada tribunal.
O agravo regimental é o recurso criado internamente pelos regimentos
dos tribunais com o objetivo de suprir a inexistência de recursos apropriados
para certas circunstancias processuais. No TST ao se negar seguimento ao
recurso de embargos é cabível o agravo regimental (também conhecido por
“agravinho”) exatamente com a mesma função do agravo de instrumento.
- Prazo: Vide regimento interno. No TST = 08 (oito) dias.

CORREIÇÃO PARCIAL
- Correição ordinária é a visita que a corregedoria desenvolve para verificar o
cumprimento de suas determinações pelo órgão do poder judiciário, bem como
para orientá-los.
- Tem como objetivo verificar a correta aplicação da lei. Se os processos estão
sendo desenvolvidos de maneira adequada, etc. Tem caráter geral e
impessoal.
- Não é esse o caso na correição parcial. Esta não encontra determinação
legal, mas é sim um ato processual.
“A correição parcial é um ato processual que tem por objetivo buscar a
intervenção de uma autoridade judiciária superior em face de tumultuo
(inobservância da regras legais para o procedimento) processual praticado por
autoridade judiciária inferior. O prazo para interposição é fixado em regimento
interno de cada tribunal, mas, geralmente, é de 05 (cinco) dias. A natureza
jurídica da correição parcial não é de recurso, mas sim de incidente processual
de ordem disciplinar.
AGRAVO DE PETIÇÃO
- Art. 897 da CLT – Único recurso da execução no processo do trabalho.
- Prazo de interposição: 08 (oito) dias. Têm efeito suspensivo quanto à matéria
objeto da controvérsia, prosseguindo-se a execução pelo incontroverso (§ 2º do
art. 897 da CLT).

A EXECUÇÃO NO PROCESSO DO TRABALHO


- Somente a justiça do trabalho tem competência para executar suas próprias
decisões.
 Título extrajudicial; A lei dá credibilidade a determinados títulos. Ex.:
Transação obtida em Câmara de Conciliação Prévia. É um título
extrajudicial líquido, certo e exigível.
 Título Judicial; Pode versar sobre sentença transitada em julgado ou ainda,
de forma provisória, na pendência de recurso que não tenha atribuído efeito
suspensivo.

Quando versa sobre título executivo extrajudicial não há que se


apresentar reclamatória trabalhista, mas sim dar causa a execução do título.
Outro exemplo são as execuções promovidas pelo Ministério Público do
Trabalho para suas autuações.
Direito Processual do Trabalho – Profª. Tânia Dias dos Santos
Aluno: Edson Luiz Dalla Vecchia – 8.º Período / 2º semestre de 2010
Quanto às sentenças, estando transitada em julgado haverá
execução definitiva. Não havendo transito em julgado, a execução é provisória.
Esta (execução provisória) tramita apenas até ser lavrado o auto de penhora,
suspendendo-se seu seguimento até o julgamento da decisão do recurso.
Outros juízes abrem oportunidade para apresentação dos embargos do
devedor, em busca da celeridade – porém, professor não entende que seja
adequado este tipo de providência, pois não há previsão legal.
Em caso de execução não há figura de notificação, mas sim a
citação. O executado será citado para pagar. Isto porque a notificação não tem
caráter pessoal e a citação deve ser pessoal. Assim, deve o executado ser
citado para que se tenha maior segurança quanto à defesa da pessoa.
Feita a citação e transcorrido o prazo para pagamento
voluntário, o executado não o fazendo, inicia-se a penhora de bens. Inicia-se
pela penhora on-line de dinheiro em contas bancárias.
Realizada a penhora o executado será intimado de imediato.
No ato da penhora o oficial de justiça procede a esta, avalia o bem e intima o
executado. Prazo para embargos de execução (ou de devedor) no processo do
trabalho é de 05 (cinco) dias.
Opostos os embargos do devedor ocorre automaticamente a
suspensão da execução. Tramitam nos mesmos autos, muito embora tenham
natureza jurídica de ação autônoma. Na sequência intima-se o credor para
impugnar os embargos, no prazo de 05 (cinco) dias. Parte-se então para a
sentença resolutiva dos embargos.
Obs.: Enquanto que o devedor exerce seu direito, na execução, por intermédio
da apresentação de embargos o exequente exerce seu direito, no sentido de
aumentar o valor da sentença, por intermédio da impugnação ao valor da
liquidação. Caso o credor seja intimado ou faça carga dos autos após a
liquidação, deve se manifestar nesta oportunidade. Caso o credor não tenha
sido intimado, poderá no prazo dos embargos do devedor (no processo do
trabalho) – prazo de cinco dias – apresentar a impugnação retro referida.
Apresentando esta, abre-se oportunidade para o contraditório e após, há
julgamento.
Caso haja irresignação com a decisão em sede de execução,
pode-se apresentar o agravo de petição, no prazo de cinco dias. Apresenta-se
petição do recurso recapeando os autos de execução, encaminhando-os ao
Tribunal competente.
Havendo incontroversia sobre determinada parte do valor da
execução, segue-se de imediato a continuidade de execução desta, antes
mesmo do seguimento dos autos ao Tribunal competente. O agravo de petição
só tem efeito suspensivo quanto à matéria objeto da controvérsia. O valor
incontroverso deve ser liberado (art. 897, § 2º da CLT).
Obs.: Caso terceiro seja atingido pela execução – constrição judicial durante
processo de execução na Justiça do Trabalho – tem direito a apresentação de
embargos de terceiro (art. 1.046 do CPC). Correm em peças apartadas, dentro
do rito ordinário do processo do trabalho. Reconhecida a condição de terceiro,
desonera-se o bem. Contra sentença em embargos de terceiro, cabível o
agravo de petição (cf. art. 897 da CLT).
Contra arrematação judicial é cabível os embargos à
arrematação (art. 7... do CPC – ver).

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