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Programa Semestral
- Ferramentas Eletrônicas;
- Ação Rescisória.
CONCEITOS IMPORTANTES
* Ação; O direito se presta a manutenção da paz social. Quando a paz social é
quebrada, o sujeito que se sente agredido têm a faculdade de levar até o
estado que detém o poder de jurisdição para que se puna o infrator e se
restabeleça a situação anterior ao cometimento do ato ilícito. “Ação é o direito
atribuído ao jurisdicionado de pedir (demandar) ao Estado que intervenha no
caso concreto e assim distribua a justiça, dando a cada um o que é seu.” O
Estado possui monopólio da atividade jurisdicional.
Fontes:
I. Formais: Formas naturais de exteriorização do direito – lei, costume e
jurisprudência;
II. Materiais ou heterônomas: Complexo de fatores que determinam o
surgimento de uma norma – acordo coletivo de trabalho (difere
apenas da convenção coletiva na medida em que apenas o sindicato
dos trabalhadores discute com determinada empresa), convenção
coletiva de trabalho (instrumento contendo regras que se agregarão
a um contrato de trabalho individual, formulado pelos sindicatos que
representam empregado e empregador), sentença normativa,
regulamento de empresas (surge do poder que o judiciário possui de
editar normas as quais se agregam a contrato individual de trabalho
– ocorre por meio da instauração de dissídio coletivo com
competência originária do tribunal).
Autonomia
Teoria Monista – leis próprias e Direito de Processo civil
Unicidade – processo do trabalho integra o processo civil.
Direito Processual do Trabalho – Profª. Tânia Dias dos Santos
Aluno: Edson Luiz Dalla Vecchia – 8.º Período / 2º semestre de 2010
Autonomia:
- A teoria monista aduz que o direito do trabalho é absolutamente dependente
do direito processual civil comum, pois se vale de seus princípios, etc.
- A teoria dualista diz que o direito processual do trabalho é autônomo, pois
possui princípios e regramentos específicos para sua matéria, os quais não
existem em nenhuma outra área do direito.
* Alfredo Rocco diz: “Para que se possa considerar autônomo um
departamento do direito é preciso que ele tenha:
a) Campo vasto a ponto de exigir do estudioso atenção particular;
b) Conceitos gerais próprios;
c) Método próprio;
d) Institutos próprios;
e) Objeto definido;
Obs.: O bem juridicamente tutelado pelo direito do trabalho (ou processual) é a
energia humana. O direito do trabalho, assim, se funda na proteção da
dignidade da pessoa humana (art. 1.º, III da CF).
II. Princípio do devido processo legal: O processo para atingir seu objetivo,
deve respeitar o princípio da legalidade. Previsto no artigo 5º, LV da CF.
III. Princípio da indisponibilidade: Vide artigo 126 do CPC. O juiz, no
exercício do seu ministério, não pode negar jurisdição. Na ausência de
previsão legal deverá sentenciar com base em analogia, costumes e
princípios gerais do direito. O juiz não pode negar a prestação jurisdicional
quando provocado. Há situações onde o juiz poderá declinar sua
competência jurisdicional (impedimento e suspeição), fato que não viola ao
presente princípio e sim, serve para manutenção da imparcialidade do
julgamento.
Direito Processual do Trabalho – Profª. Tânia Dias dos Santos
Aluno: Edson Luiz Dalla Vecchia – 8.º Período / 2º semestre de 2010
IV. Princípio do Juiz Natural: O princípio do juiz natural exige que a
designação do juízo que vai conhecer a causa, ocorra de modo aleatório,
sem qualquer direcionamento. O serviço de distribuição se presta a este
fim. Art. 87 do CPC e art. 841 da CLT.
V. Princípio da Oralidade: Momentos de perguntas e debates (alegações
finais) em audiências. Vale lembrar que é possível que a reclamatória
trabalhista seja realizada oralmente, sendo que o escrivão deverá reduzir a
termo o que tenha dito o reclamante.
VI. Princípio da Celeridade: O processo do trabalho deve ser célere por
causa da natureza jurídica do mesmo, têm caráter alimentar. Objetiva-se a
proteção da energia humana. Visa proporcionar resultado mais rápido ao
processo. Observe-se que a celeridade pode ser contraposta a segurança
jurídica, devendo existir um equilíbrio entre ambos. Vide art. 765 da CLT. O
juízo do trabalho tem o poder (dever) de direcionar o processo,
independentemente da própria parte.
VII. Princípio da Unicidade das Audiências: Vide art. 849 da CLT. A
audiência continuará até seu término.
VIII. Princípio Jus Postulandi: A parte tem o poder de atuar em juízo
desacompanhada de procurador (advogado). Observe-se que a parte
comparecer desacompanhada de advogado pode ser muito prejudicial a
ela, especialmente sendo reclamada, haja vista o conhecimento específico
necessário à discussão da lide trabalhista. Princípio intocável dentro do
processo do trabalho, porém, pela prática corriqueira, mostra-se
inadequado, haja vista que o advogado é indispensável à função
jurisdicional. Vide art. 791 e 839.
IX. Princípio da Irrecorribilidade das decisões interlocutórias: Art. 893, §
1.º da CLT. Tais decisões deverão ser suscitadas no recurso ordinário, que
é matéria cabível contra sentença. A possibilidade de discussão em sede
de recurso ordinário exige como pressuposto, que a parte tenha
manifestado seu inconformismo em sede de alegações finais. O intuito
desta regra é que o juiz possa avaliar a decisão interlocutória no momento
da prolação da sentença, justificando seu entendimento. Seria supressão
de instância alegar (inovar) matéria em seu recurso, a qual não tenha sido
levada a apreciação do juízo a quo no momento das alegações, para que
este se manifestasse na sentença. Art. 535 do CPC – embargos de
declaração – no caso de obscuridade, contradição e omissão judicial.
- 1/5 dentre advogados (notório saber jurídico; indicado em lista sêxtupla pela
OAB mais de 10 anos de exercício), e membros do Ministério Público do
Trabalho (1º anos de atividade, notório saber e conduta ilibada).
- Criado em 1946
- Estrutura:-
- Tribunal Pleno – elege Presidente, Vice-Presidente, Corregedor,
escolhe 07 ministros do Órgão Especial, escolhe membros diretoria e Conselho
Consultivo da ENAMAT, escolhe membros C.S.J.T (conselho superior de
justiça do trabalho).
ÓRGÃOS AUXILIARES
A justiça do trabalho. Além dos órgãos acima citados, ainda tem alguns Órgãos
Auxiliares, que são:
JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA:
Princípios e Características
- função do Estado / soberania: É um monopólio do Estado, exercido
pelo judiciário, dentro dos princípios da jurisdição.
- Poder Judiciário:
Princípios:-
- investidura – só o juiz esta investido e pode dizer do direito das partes.
- aderência da jurisdição ao território – só podem dentro do territórios
nacional;
- indelegabilidade – é uma atividade própria do juiz que foi invetido para
tal;
- inércia – ele tem que ser provocado ;
- indeclinibilidade:- dever da tutela jurisdicional
- inafastablidade – nenhum pretensão pode ser afastada da an.
Características:-
- substitutividade – o juiz substitui as partes no conflito;
- definitividade – a solução dada pelo judiciário é definitiva e as partes
têm que submeter a ela.
- natureza declaratório ( * ) - a decisão não cria direitos mas somente os
declara.
- Razão da Matéria:
Natureza da pretensão deduzida – São as relações de trabalho
em nosso caso aqui e não só as relações de emprego (patrão e empregado).
Execução das parcelas previdenciárias – decorrentes do processo
trabalhista.
- Juízes, TRT e TST são os órgãos da Justiça do Trabalho.
.- Competência Normativa – artigo 114, § 2º da CF c/c artigos 868 a 870 da
CLT – tem esta competência quando da emissão de sentenças normativas nos
dissídios coletivos.
- Possessórias: se decorrente de relação de emprego é de competência
da justiça do trabalho.
- Consignatória: de for de uma relação de trabalho é de competência da
justiça do trabalho.
- Indenizatória por dano moral: se for em relação de emprego ou
trabalho vem para a justiça do trabalho já que é em razão de uma relação
trabalhista.
- Competência em razão das pessoas – deve haver a relação entre trabalhador
e empregador. Já para os servidores públicos tenho os estatutários onde a
relação com o patrão é administrativo enquanto que para os Celetistas, aí é
uma relação de trabalho e vai à justiça do trabalho.
Foro de Eleição – exclui o artigo 111 do CPC e só se aplica o 651 da CLT. Por
isso a clausula de eleição de foro, não é valida nos processos do trabalho.
- Competência Funcional:-
- classificam-se conforme a fase do procedimento.
- classificam-se quanto ao grau de jurisdição, pautado na idéia de hierarquia
entre os órgãos jurisdicionais e na noção do duplo grau de jurisdição. Tanto na
horizontal (os juízes dentro da justiça do trabalho) como na vertical (hierarquia).
- Competência Funcional Trabalhista:
a) vara do Trabalho – artigos 652 e 653 da CLT.
b) dos juízes do trabalho – artigo 659 da CLT.
c) dos juízes de Direito – artigos 668 e 669 da CLT.
d) dos juízes Presidentes do TRT – artigo 682 da CLT.
e) dos juízes dos TRT’s – artigos 678 da CLT.
f) dos Ministros do TST – funcionam em turmas.
- Conflitos de Competências:
1 – entre as Varas do Trabalho -- a própria justiça do trabalho – no TRT que
será analisado e julgado.
2 – entre a Vara do Trabalho e o Tribunal Regional do Trabalho -- não existe
conflito de competência entre a Vara e seu Tribunal - sumula.
3 – entre a Vara do Trabalho e juízo comum investido de jurisdição trabalhista
-- vai para o TRT (Justiça do Trabalho).
Direito Processual do Trabalho – Profª. Tânia Dias dos Santos
Aluno: Edson Luiz Dalla Vecchia – 8.º Período / 2º semestre de 2010
4 – entre Vara do Trabalho e Juízo Comum – a competência é da justiça
comum – é o STJ quem vai decidir.
5 – entre Tribunais Superiores – quem julga é o STF.
- Acidentes de Trabalho:-
a) se no pólo passivo aparece o INSS é a justiça comum a competente.
b) se é entre o empregado e o empregador será a Justiça do Trabalho a
competente.
PROCEDIMENTOS TRABALHISTAS
B) Procedimento Prévio:-
- conciliatório – comissão de conciliação previa (artigo 625 da CLT).
Condições da Ação
a) Possibilidade jurídica do pedido – devo ter um direito material prévio.
Direito Processual do Trabalho – Profª. Tânia Dias dos Santos
Aluno: Edson Luiz Dalla Vecchia – 8.º Período / 2º semestre de 2010
b) Interesse de agir: - esta no fato do poder judiciário vir a confirmar um
direito que tenho e que esta sendo violado.
- utilidade – o resultado tem que ser útil ao autor,
- adequação - entre o pedido e o provimento jurisdicional solicitado,
- necessidade – tenho que ter um interesse resistido para recorrer ao
judiciário.
B) Insuspeição ou imparcialidade –
PRESSUPOSTOS OBJETIVOS:-
Forma processual adequada à pretensão
Pedido formulados devem ser válidos
Citação adequada e regular (válida).
Inexistência de litispendência e coisa julgada
Inexistência de qualquer nulidade previstas legalmente
PRESSUPOSTOS SUBJETIVOS:-
- relativos ao juíz - competência e imparcialidade
- relativos às partes – capacidade de ser parte e capacidade postulatória.
Direito Processual do Trabalho – Profª. Tânia Dias dos Santos
Aluno: Edson Luiz Dalla Vecchia – 8.º Período / 2º semestre de 2010
a) Forma:-
- Verbal (artigo 786, parágrafo único da CLT) – a parte vai na Vara e
relata a um funcionário que reduz a termo e é assinada pelo reclamante. Ao
tomar a termo o funcionário deve seguir os requisitos de da forma escrita
abaixo.
A parte pode ir ao judiciário independente de ter ou não advogado (isto
somente nas Varas ) – com base na Oralidade. Na fase recursal já é obrigatório
estar assistido por um advogado.
Exceção – inquérito (artigo 853 da CLT); dissídio coletivo (artigo 856 da
CLT); competência originária de 2ª instância e competência do TST. Nestes
não podem ser verbais e sim, obrigatoriamente, escritas.
- Escrita:-
.- Designação juiz Vara do Trabalho / Vara Cível.
.- Qualificação do reclamante e reclamado – sempre completo e com o
maior numero de dados de identificação/qualificação;
.- Breve exposição dos fatos:-
fundamentação jurídica,
clareza, precisão e concisão,
documentos - (holerites, convenção de trabalho, cartão ponto ....)
conteúdo (tipo de ação / rito),
ordem cronológica / fatos essenciais,
data de admissão / demissão,
função,
salário (principalmente o último deles),
horário de trabalho,
ato lesivo.
c) Pedido Sucessivo:-
Reitegração no emprego ou (se não for possível por qualquer
razão), que se faça o Pagamento de indenização correspondente;
Valor da Causa:- é importante tal fixação por que ela é quem determina
o procedimento e também o pagamento de custas, verificar apuração de
honorários, etc....
Determinação do procedimento
Rito sumaríssimo
Conseqüências da inépcia:-
- é obrigação do juiz verificar os requisitos legais.
Da Contestação:-
Extinção processo
Resolução do mérito
Preliminares
Requisitos de Admissibilidade:
a) Conexão / defesa;
b) Competência;
c) Pretensão que guarde correlação com a inicial
- prazo preclusivo;
- apresentada em audiência (artigo 841, CLT);
- instrução.
Provas:- (artigo 818 – 830 da CLT)
- verdade por verificação ou demonstração
Direito Processual do Trabalho – Profª. Tânia Dias dos Santos
Aluno: Edson Luiz Dalla Vecchia – 8.º Período / 2º semestre de 2010
Princípios:-
- contraditório e ampla defesa;
- necessidade de prova;
- unidade;
- proibição da prova ilícita;
- livre convencimento.
Data e assinatura.
- lei 1.060/1950
FASE POSTULATÓRIA
- Características:
a) Dissídios coletivos:- compreendem o interesse coletivo da classe,
categoria, etc..... não se pode quantificar o número de
interessados/atendidos. A sentença de dissídio coletivo ter caráter
normativo (legiferante do judiciário).
b) Dissídios individuais: tratam de interesses individuais, ou seja, a
aplicação da norma ao caso concreto. Cada caso é um caso a ser
analisado.
- Elementos da Ação:-
a) sujeito – é a parte interessada e que vai figurar na lide.
c) Ação Cautelar:- ações que visão garantir uma ação principal. Estou me
adiantando a um fato importante dentro do processo, onde devo atuar
imediatamente assegurando um passo mais à frente. É uma providência
jurisdicional acautelatória
Direito Processual do Trabalho – Profª. Tânia Dias dos Santos
Aluno: Edson Luiz Dalla Vecchia – 8.º Período / 2º semestre de 2010
- Procedimentos Trabalhistas:-
Comissões de Conciliação Prévia (artigo 625 “A” até “H” da CLT). As
Comissões de Conciliação Prévia forma instituídas pela Lei nº 9.958/2000, e
consolidadas na CLT. Foram criadas para desafogar o judiciário.
2) Ritos/Procedimentos:-
a) Ordinário (artigo 837 e seguintes da CLT).
b) Sumário
Suspensão ou impedimento
- as partes poderão juntar documentos da audiência que podem ser
impugnados na própria audiência.
Recurso de juiz singular onde não tenha vara do trabalho vai para o TRT da
mesma forma.
Se a própria sentença for confirmada ela mesma servirá de acórdão. Isto para
celeridade do processo suprimindo um monte de tarefas e trabalho dentro do
processo.
2009
ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO
Ramo recente do direito, com pouco mais de cem anos. As primeiras leis
surgiram, mais fortemente, a partir da segunda metade do século XIX. As
estruturas naquela época eram mínimas à preservação dos direitos do
trabalhador.
A partir da revolução francesa começam a surgir os direitos de primeira
(direitos individuais) e segunda geração (direitos sociais – entre ele, os direitos
trabalhistas). Pregavam-se ideais de liberdade, igualdade e fraternidade.
O direito do trabalho necessitava de normas procedimentais que lhes
desse eficácia. Criou-se então, o direito processual do trabalho, com suas
instituições. Em 1922 estabeleceu-se, em São Paulo, a necessidade de um
Tribunal Rural, para resolver conflitos de caráter trabalhista rural (este pode ser
considerado o embrião do direito processual do trabalho).
As Juntas de Conciliação e Julgamento tinham vocação conciliadora. Em
primeiro grau era estrutura colegiada, composta por três juízes. Um juiz togado
(de carreira) e dois juízes classistas (vogais), um destes representantes da
categoria econômica – empregadores – e outro dos empregados –
trabalhadores –. Os representantes (juízes classistas) eram nomeados para
mandato de 03 anos. O peso do voto do juiz togado era exatamente igual ao
voto dos juízes classistas. Aquele devia ser bacharel em direito, aprovado em
concurso público, com todas as garantias atinentes aos profissionais da
magistratura. Em 1992, por conta de uma EC, extingui-se a idéia de juiz
classista.
* Organização atual da Justiça do Trabalho:
Vara do Trabalho; Órgãos de juízo monocrático. Presididas por juiz titular.
Iniciação na carreira por intermédio de concurso público. Na justiça do
trabalho não há subdivisão entre entrâncias (inicial, intermediária e final),
todas as varas do trabalho estão em um mesmo patamar. Divisão da
competência definida por lei. Cada vara do trabalho possui uma secretaria
(conhecida na justiça comum como cartório), com cerca de 09 funcionários
concursados (em média).
TRTs;
De acordo com a CF/88, cada estado-membro deveria ter um TRT. Em
São Paulo existem dois. Alguns estados do norte não possuem TRT.
O Paraná pertence a 9ª Região.
(acessar na internet a composição dos Tribunais Regionais do Trabalho
– www.trt9.jus.br). Juízes do Tribunal se dividem em 05 turmas. Respeita-se o
quinto Constitucional. O Paraná possui cinco turmas, cada uma composta por
cinco juízes (um relator, um revisor e um vogal). Sessões semanais,
geralmente a partir das 13h30min.
Direito Processual do Trabalho – Profª. Tânia Dias dos Santos
Aluno: Edson Luiz Dalla Vecchia – 8.º Período / 2º semestre de 2010
TST;
Sediado em Brasília, composto por desembargadores. Em sua
composição plena é composto por 27 ministros. Tem duas sessões especiais
de dissídios individuais (SDI) e uma de dissídios coletivos (SDC). Não é
terceira instância da Justiça do Trabalho, e sim, o órgão máximo da estrutura
da mesma. Sua missão maior é a uniformização da jurisprudência
(entendimento de Renato Penteado).
As questões que chegam a ele são levadas por recurso ordinário quando
a competência originária for do TRT ou nos processos de revistas quando tiver
competência de uniformização.
Obs.: Para buscar eficiência é preciso subdividir as questões entre órgãos –
competência. Não segue a mesma divisão geográfica da Justiça Comum.
Busca aglomerar regiões maiores, visando atender as necessidades de cada
região.
Obs.1: Custas: regra geral, 0,2% sobre o valor da causa (exceto quando
ultrapasse R$ 100.000,00 – cem mil reais). Caso seja requerida e deferida à
assistência judiciária as custas não serão devidas.
- A justiça do trabalho é competente para resolver conflitos trabalhistas e
autuação por infração no trabalho (movidos pelo Ministério Público), etc.
- Os sujeitos (mais conhecidos) na relação de trabalho são o empregado e o
empregador. Vide artigos 2º e 3º da CLT. Os elementos da relação de emprego
são: Pessoalidade, Não eventualidade, Onerosidade (gera direitos e
obrigações recíprocos) e Subordinação (consiste na subordinação jurídica,
dever de obediência do empregado em face do poder de mando do
empregador). Alguns autores entendem que a exclusividade seja elemento
essencial para configuração de emprego. De qualquer forma, em algumas
atividades, passa a ser requisito essencial (ex.: Jogar de futebol, artista,
apresentador de TV, etc.).
Obs. 2: Vide artigo 114 da CF/88 – traz para competência material da Justiça
do Trabalho outras questões que antes não eram tratadas na área do trabalho.
Ex.: Dano moral. Assédio moral. Assédio processual (fazer uso do processo
com finalidade ilícita – fazer uso de recursos sem fundamento lógico-jurídico,
buscar procrastinação do processo, atitudes de deslealdade processual, má-
fé.). Tem também como competência a execução de suas sentenças. A
execução na Justiça do Processo é fulminante, pois não depende da
manifestação da parte, o juiz impulsiona o processo de oficio.
• Apontamentos do Professor:
- Buscar conceito de competência em “Enrico Túlio Libman”. Ver artigo 114
da CF/88.
- Revisar conceitos de empregado e empregador – arts. 2 º e 3º.
- Competencia da Justiça do Trabalho em razão da pessoa: doméstico,
empregados temporários e trabalhador avulso).
Elementos da Ação:
• Sujeito; Deve ser capaz, sendo que os incapazes devem ser representados
ou assistidos (matéria igual ao direito processual civil).
• Objeto; Deve ser lícito.
• Causa de Pedir; Diz respeito a necessidade de encontrar o eco de reclamo
do autor da demanda trabalhista.
Classificação das ações:
• Individuais:
Direito Processual do Trabalho – Profª. Tânia Dias dos Santos
Aluno: Edson Luiz Dalla Vecchia – 8.º Período / 2º semestre de 2010
- Ações de conhecimento: Quando ainda não há certeza sobre o direito
que se busca, há mera expectativa de direito, necessitando, assim, de um
processo que declare este direito. Após a sentença adquire-se um titulo
executivo extrajudicial (art. 585 do CPC). “A ação de conhecimento objetiva
solucionar um conflito de interesses. Tem por finalidade discutir se o direito
em questão é ou não devido”.
I. Condenatórias;
II. Constitutivas;
III. Declaratórias;
- Ações executórias: Quando já se possui título executivo extrajudicial,
dotado de certeza, liquidez e exigibilidade. “A ação de execução tem por
finalidade exigir do devedor o cumprimento do direito já definido”.
- Ações cautelares: Visam assegurar a utilidade de um processo
(preparatória), ou incidentalmente, acautelando o bem da vida posto em
juízo e outras possibilidades de risco processual (ex.: ouvida de testemunha
enferma – cautelar preparatória, etc.). Incidentalmente é possível utilizar,
por ex., busca e apreensão de documentos. Ações cautelares, regra geral,
não devem ter caráter satisfativo, dependendo sua existência de outro
processo principal. “A ação cautelar tem por finalidade a busca de uma
providência judicial que evite o perecimento do direito discutido (incidental)
ou a ser discutido (preparatória) no processo principal”.
- Ações mandamentais: Dentre outras ações de índole constitucional há o
mandado de segurança (exige direito líquido e certo não amparado por
habeas corpus, quando o prolator da ordem for autoridade pública). A
competência originaria do mandado de segurança é do Tribunal Regional
do Trabalho. “A ação mandamental objetiva amparar um direito liquido e
certo violado pela autoridade pública”.
• Coletivas: Dissídios coletivos são de competência do TRF.
- Econômicas ou de interesse: São próprias do Direito Processual do
Trabalho. São formadas a partir do ajuizamento de ação coletiva por parte
de uma entidade sindical. Essas ações podem ter por finalidade a
fiscalização de direitos que vão se agregar a um contrato de trabalho
individual através de sentença normativa ou dirimir dúvidas que possam
surgir devido a interpretação de cláusulas individuais. A convenção coletiva
(e o acordo coletivo) se estabelecidos ampliando direitos dos trabalhadores
(o contrário é impossível – diminuir direitos) tornam-se verdadeira “lei entre
as partes”, devido ao principio da norma mais benéfica. Quando se busca a
majoração de cláusulas de conteúdo econômico. “Os dissídios coletivos de
natureza econômica tem por objeto a criação ou modificação de condições
de trabalho”.
- Jurídicas ou de Direito: Quando se busca interpretar determinada regra
de direito do trabalho. “Os dissídios de natureza jurídica tem por finalidade
buscar a interpretação adequada para certa norma declarando aquela que
deve ser aplicada”.
Condições da Ação:
- Possibilidade jurídica do pedido;
- Interesse de agir; Necessidade + adequação.
- Legitimidade de parte; Muito embora seja absolutamente comum no
processo civil na hora de um despacho saneador, em geral, os juízes se
esquivarem das preliminares (condições da ação) aduzindo que se
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Aluno: Edson Luiz Dalla Vecchia – 8.º Período / 2º semestre de 2010
confundem com o mérito da causa, o que realmente ocorre é a postergação
da decisão. No processo do trabalho, necessariamente, a legitimidade da
parte se confunde (é ligada ao mérito) com o mérito. Só saber-se-á se o
pólo passivo, por ex., é empregador após a colheita da prova. Assim, no
processo do trabalho não é de boa técnica invocar a legitimidade de parte
como preliminar (pois aqui é matéria de mérito).
Procedimentos:
- Ver artigo 841 e seguintes da CLT.
* Petição inicial – distribuição (- possível emenda) – notificações –
audiência:
- Partes – ausências (reclamante/reclamado); Ausência do reclamante gera
extinção e arquivamento do feito (ausência injustificada). A ausência do
reclamado gera revelia e confissão quanto à matéria dos fatos.
- Conciliação (positiva – ata / negativa – recebimento da defesa); No
primeiro caso, relata-se na ata as condições em que as partes transigiram e as
disposições complementares (arquivamento, pagamento de custas, etc.).
sendo negativa a conciliação, passa-se ao recebimento da defesa.
- Contestação e documentos; A contestação, geralmente, é escrita. Pode ser
oral, com prazo de vinte minutos, prorrogáveis por mais dez. A defesa deve ser
apresentada com documentos. Os documentos devem ser no máximo cinco
por página dos autos. Na justiça do trabalho, diz-se que o reclamado defende-
se com documentos. Na defesa deve-se alegar toda a matéria possível
(princípio da eventualidade). Os documentos devem ser idôneos e
apresentados juntos com a contestação (defesa). Podem ser alegadas
questões processuais (exceto a ilegitimidade de parte, pois se confunde com o
mérito).
- Manifestação do reclamante – réplica? Apresentada a defesa e
documentos há abertura de vistas ao reclamante para que se manifeste sobre
os documentos (somente, pois não existe no processo do trabalho a figura da
réplica, existente no processo civil). A manifestação sobre os documentos,
caso não procedida, preclui, sendo que os documentos apresentados pela
parte adversa tornam-se incontroversos (aceitos como verdadeiros), não
podendo mais sobre eles incidir o pedido de prova. Vide artigos 843, 844, 841 e
seguintes da CLT. Impugnados os documentos o juiz faz a pergunta: “Há
provas a serem produzidas”, então os advogados devem indicar o objeto da
prova (necessário conhecer o ônus da prova). A equiparação salarial é do réu
(conforme entendimento do TRT local).
Definida a colheita de provas vai-se para as provas orais:
I. Prova oral:
- Interrogatório das partes – confissão; O objetivo de ouvir as partes é
buscar (obter) a confissão, porque qualquer coisa que elas falarem valerá como
prova plena. A lei estabelece que o preposto deve ser empregado
(obrigatoriamente), sócio ou dono da reclamada. O preposto deve saber dos
fatos, pois, caso contrário, presume-se a confissão dos fatos.
- Testemunhas: Máximo de três. Preferencialmente, primeiro as do autor,
depois as do réu. Quem não prestou depoimento não pode ouvir os
depoimentos das outras. Quem já prestou depoimento não pode se comunicar
com as demais. O reclamado não pode ouvir o interrogatório do reclamante.
Direito Processual do Trabalho – Profª. Tânia Dias dos Santos
Aluno: Edson Luiz Dalla Vecchia – 8.º Período / 2º semestre de 2010
Testemunha é a pessoa que presenciou a ocorrência de fatos (não apenas que
ouviu falar dos fatos).
- Contradita; Vide artigo 829 da CLT. Grau de parentesco até o 3º grau
civil, inclusive, amigo íntimo (refere-se aos amigos confidentes, fazem parte de
um rol mais próximo entre as partes) ou inimigo (a inimizade deve ser a ponto
de gerar na pessoa um ânimo de vontade para prejudicar a outra). Havendo
dúvida quanto a isso, a lei abre a possibilidade da contradita (deve-se
contraditar a testemunha antes que seja tomado o compromisso legal, após
este há preclusão da faculdade processual), que significa duvidar da fé da
testemunha. A esta finalidade pode-se abrir uma instrução para o fim de
comprovar ou não a contradita alegada. Não acolhendo a contradita o juiz
tomará o compromisso. A testemunha não pode apresentar ânimo para
beneficiar ou prejudicar alguma das partes, deve apenas dizer a verdade do
que souber. O simples fato de uma testemunha possuir uma demanda contra
parte no processo não a torna suspeita de fé. Quanto àquela que pleiteia
direitos idênticos ao caso em discussão, deve-se ter um maior cuidado,
aceitando a contradita ou valorando suas declarações de maneira diferente.
O momento para apresentação da contradita é tão logo se passe a
tomar o compromisso da mesma. Após o compromisso haverá preclusão do
direito. Havendo recusa da contradita, a parte sucumbente (que a propôs)
poderá produzir provas de suas alegações. Havendo deferimento da contradita
pelo juiz, a testemunha (informante) poderá ser dispensada ou será ouvida
como informante.
Obs.1: Muito embora a testemunha recusada (com contradita deferida) só
possa ser ouvida como informante, denota-se que dispensá-la pode ser perda
de oportunidade na busca da verdade processual acerca do fato.
Recursos;
• Conceito: Meio processual disposto para o reexame de uma decisão.
• Fundamentos:
- Jurídicos; 1. Possibilidade de erro, ignorância (falta de domínio do assunto
que se está julgando) ou má-fé do julgador. 2. A oportunidade do reexame
da sentença por juízes mais experientes. 3. A uniformização da
interpretação legislativa.
Obs.: Algumas qualidades que são buscadas do julgador só se adquirem
com a experiência. Esta dá mais ponderação e tranquilidade ao magistrado.
Regra é um comando contido em uma lei. A interpretação que se pode dar,
aplicando o comando da lei em um caso concreto, faz surgir a idéia da
norma (pode haver uma só lei com várias interpretações – várias normas).
- Psicológicos; 1. Tendência humana de não se conformar com uma
decisão. 2. Possibilidade de reforma de um julgamento injusto.
Obs.: Temos o direito de buscar a revisão de uma decisão por entendermos
que ela é injusta.
• Duplo grau de jurisdição; Ver matéria acerca deste princípio.
• Fungibilidade; Ver matéria acerca deste princípio.
• Irrecorribilidade das decisões interlocutórias; Ver matéria acerca deste
princípio.
• Efeito – regra – devolutivo (art. 899 da CLT); Exceção – suspensivo – R.O.
em D.C., a critério do Presidente do TST;
• Uniformidade de prazo; No processo do trabalho, por questão de
celeridade, tem-se, como regra, que os prazos recursais no processo do
trabalho têm os mesmos prazos (prazo máximo de oito dias). Salvo
recursos que não são exclusivos do processo do trabalho.
• Juízo de admissibilidade – pressupostos:
Cada vez que se interpõe um recurso haverá uma autoridade judiciária
que haverá de julgar os pressupostos. Essa autoridade, geralmente, é aquela
prolatora da sentença. A esta será dirigida as peças, requerendo que as
remetas a instância superior. A interposição do recurso perante o juízo prolator
da sentença visa, mormente, o exercício do contraditório, para que a parte
contrária possa contra-arrazoar mais facilmente. Antes do juiz intimar o
recorrido para apresentar contra razões, deverá verificar a existência dos
requisitos para admissibilidade do recurso. Caso o juiz não receba o recurso,
poderá ser apresentado o recurso de agravo de instrumento.
- Objetivos:
- Tempestividade; Recurso apresentado em conformidade com o prazo
estabelecido em lei.
- Preparo; Pagamento pelas custas recursais. Caso seja o empregador,
deverá apresentar um preparo recursal (diferenciado), vinculada a uma
conta judicial.
- Representação; Quem assina o recurso deverá ter poderes para tanto.
Ex.: Procuração. O simples comparecimento do advogado à audiência,
mesmo sem constituição formal (procuração escrita) já se revela como
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Aluno: Edson Luiz Dalla Vecchia – 8.º Período / 2º semestre de 2010
constituição tácita, dando ensejo para o reconhecimento de regularidade de
representação.
- Subjetivos:
- Legitimidade;
- Capacidade;
- Interesse; Ser parte sucumbente.
RECURSO DE REVISTA
O recurso de revista é oponível em duas hipóteses: Interpretação
divergente ou violação de norma jurídica. Tem ainda por finalidade a
uniformização da jurisprudência com vistas a eliminar a existência de diferentes
decisões sobre matéria de direto. (Art. 896 da CLT)
- Prazo de interposição: 08 (oito) dias.
- Preparo: se na decisão de RO houver acréscimo de custas àquelas
determinadas em primeiro grau, deverá ser realizado o reforço do recolhimento.
Se o tribunal não acrescer custas não será preciso fazer outro recolhimento.
Recurso de revista exige o recolhimento de depósito recursal em dobro (para o
empregador), pois o TST é instancia especial com finalidade para uniformizar
jurisprudência. A súmula 126 do TST veda interposição de Recurso de Revista
para questões de fato e prova. Só cabe recurso de revista nos casos especiais
previstos expressamente.
- Para matérias que exigem pré-questionamento, este se faz por meio da
utilização dos embargos de declaração.
RECURSO DE EMBARGOS
Art.893 – CLT. O objetivo deste recurso é unificar as decisões do próprio
TST, minimizando diferenças entre os julgados das turmas.
Como ocorre com o recurso de revista, este recurso tem por conteúdo
somente questões de direito, não sendo admissível para discussão de matéria
fática.
Seus pressupostos de admissibilidade são semelhantes aos do recurso
de revista, com juízo de admissibilidade pelo presidente da turma que proferiu
a decisão embargado, pagamento de custas e deposito recursal prévio se for o
caso.
Não se presta para discussão de divergência originada na mesma turma
(OJ-95 da SDI1-TST).
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
- Art.103, III – CF. Tem prazo de interposição de 15 dias.
- Art.899 – Depósito judicial exigido para todo e qualquer recurso, inclusive no
recurso extraordinário.
AGRAVO DE INSTRUMENTO
- Artigo 597 da CLT. É aplicável no processo do trabalho somente em face das
decisões que denegarem o seguimento de recursos.
- Prazo de interposição: 08 (oito) dias. Os artigos 524 e 525 do CPC são
aplicáveis subsidiariamente ao processo do trabalho por força do disposto no
artigo 769 da CLT (mesmas peças necessárias no processo comum, são aqui
exigidas).
A não apresentação dos documentos obrigatórios implica no não
conhecimento do recurso.
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Aluno: Edson Luiz Dalla Vecchia – 8.º Período / 2º semestre de 2010
AGRAVO REGIMENTAL
- Deve-se verificar o regimento interno de cada tribunal.
O agravo regimental é o recurso criado internamente pelos regimentos
dos tribunais com o objetivo de suprir a inexistência de recursos apropriados
para certas circunstancias processuais. No TST ao se negar seguimento ao
recurso de embargos é cabível o agravo regimental (também conhecido por
“agravinho”) exatamente com a mesma função do agravo de instrumento.
- Prazo: Vide regimento interno. No TST = 08 (oito) dias.
CORREIÇÃO PARCIAL
- Correição ordinária é a visita que a corregedoria desenvolve para verificar o
cumprimento de suas determinações pelo órgão do poder judiciário, bem como
para orientá-los.
- Tem como objetivo verificar a correta aplicação da lei. Se os processos estão
sendo desenvolvidos de maneira adequada, etc. Tem caráter geral e
impessoal.
- Não é esse o caso na correição parcial. Esta não encontra determinação
legal, mas é sim um ato processual.
“A correição parcial é um ato processual que tem por objetivo buscar a
intervenção de uma autoridade judiciária superior em face de tumultuo
(inobservância da regras legais para o procedimento) processual praticado por
autoridade judiciária inferior. O prazo para interposição é fixado em regimento
interno de cada tribunal, mas, geralmente, é de 05 (cinco) dias. A natureza
jurídica da correição parcial não é de recurso, mas sim de incidente processual
de ordem disciplinar.
AGRAVO DE PETIÇÃO
- Art. 897 da CLT – Único recurso da execução no processo do trabalho.
- Prazo de interposição: 08 (oito) dias. Têm efeito suspensivo quanto à matéria
objeto da controvérsia, prosseguindo-se a execução pelo incontroverso (§ 2º do
art. 897 da CLT).