Você está na página 1de 2

“Os Lusíadas” De Luiz de Camões 12º

Canto V
Orientações de leitura

A
1.

1.1- O plano estrutural da narrativa apresentada é o plano das


considerações do poeta. Este é um plano ocasional que surge com as
considerações e as opiniões do autor expressas, nomeadamente, no início e no
fim dos cantos (“Sem vergonha o não digo”).

1.2- Atendendo aos antecedentes da reflexão presente, a narrativa


apresentada situa-se nas reflexões do poeta referente ao final da narração de
Vasco da Gama e às reacções à história de Vasco da Gama e regresso do rei
a terra. Assim, em forma de analepse, o poeta conta desde a partida das naus
até à chegada a Melinde, retratando parte da história de Portugal, no plano
estrutural da Viagem e da História de Portugal.

2- A exclamação presente no início da reflexão justifica-se como forma de


enaltecer o valor de uma vitória quando esta é soada, quando nos esforçamos
e lutamos por algo até atingir a glória, pois o seu sabor será mais prazeroso.
Devemos então, segundo o autor, ter inveja de quem actos valorosos praticou
e querer ser igual a esses ilustres senhores e progredir por virtude própria, não
vivendo na sombra de antepassados famosos nem às custas de honras
alheias.

3- As referências feitas a figuras históricas como Octávio, César e


Alexandre pretendem demonstrar que, tal como eles, também Portugal tem
grandes imperadores mas que, não sendo registados no papel, não ficavam na
memória do povo. Assim como por grandiosas acções respondiam as suas
mãos, ficavam também para a glória de um povo os registos que pelas
mesmas mãos se faziam para tornar os seus feitos e guerreiros imortais. Pelo
contrário, Portugal vivia demasiado centrado no seu ouro e nas suas
conquistas, desprezava as letras e a literatura, e não havia quem tornasse a
essas proezas memoráveis no papel e a homens heróis na história.
4- O articulador “Enfim” demonstra uma conclusão do relato por parte do
autor. Esta é uma conclusão de lamento e pena por parte do poeta, pois não
houve no passado alguém que fosse capaz de conciliar de um lado a espada
para as batalhas e conquistas e do outro lado a pena para registar os feitos
grandiosos e fazer história na história da pátria. Assim, o poeta escreve “Os
Lusíadas” porque ama a pátria e quer que as suas vitoriosas conquistas de
força e coragem fiquem registadas no papel e na memória dos povos, pois se
não houvesse quem os cantasse não tínhamos heróis que recordar.

5- O ideal de Homem renascentista presente na reflexão seria então aquele


capaz de pelas mesmas mãos de lutador e conquistador registar e fazer
recordar essas grandezas de seu povo. Assim, teria este Homem a aptidão de
com uma mão segurar a espada que assinala a sua força e coragem e que lhe
vale conquistas valorosas rumo a uma fama merecida por mérito e suor; e na
outra mão a pena que simboliza a sua ciência na arte das letras e sabedoria
para ter a destreza de registar por escrito as honras feitas. Desta forma, tornar-
se-iam então homens de valor, o seu trabalho passaria a ser conhecido e
reconhecido pois se não houvesse quem os cantasse os seus feitos não seriam
sabidos e não tínhamos heróis. Esta perspectiva pode então ser transcrita pelo
verso “Mas, numa mão a pena e noutra a lança”. Portanto, perante tal
caracterização, enquadra-se como Homem renascentista Camões, “forte
Capitão” e “douto e ciente”.

1-Entre as duas imagens apresentadas, é possível estabelecer pontos de


contacto, tais como, principalmente, a espada, a pena e o papel.

2- Estes símbolos caracterizam a obra camoniana presente no excerto, onde


é feita referência ao manusear da espada numa mão para atingir triunfos e a
pena na outra para que esses mesmos êxitos sejam registados e seus heróis
venerados e respeitados, permanecendo na memória das suas gentes.

Ana Filipa nº1; Ana Isabel nº2; Carla Patrícia nº5; Gabriela Catarina nº 8

12ºA

Você também pode gostar