cegos quando não vemos a sua fealdade; quando não vemos a alegria, quando não vemos a tristeza que à nossa volta reside...
Somos cegos...mais cegos que os próprios invisuais que vêem a
alma puritana dos mais fracos. Acabamos por ser mais fracos que os próprios cegos...que vêem sem olhos de visão ocular mas com os olhos da alma pura e que a condição lhes permitiu. São os invisuais que vêem a realidade; que acreditam no surreal e não no inteligível; cegos com olhos de ver...não com olhos de ilusão que em tudo nos fazem acreditar, rendendo-nos à estúpida, ingénua e incoerente visão de um mundo fantasista, longe da realidade do presente.
Somos cegos… Porque não queremos ver, porque não queremos
reflectir, porque passamos na rua pela triste miséria existente num mundo de princípios materialmente lógicos, espiritualmente medíocres, sem preocupação para com o próximo, que precisa de nós e não lhe damos a mão...
Somos cegos...porque damos ao que não precisa aquilo que a
outro devíamos dar...porque não pensamos que mais tarde podemos ser nós; porque a realidade é uma constante da vida...parem de sonhar, e acordem para um mundo que desaba horas sem fio, que precisa de cada um de nós para voltar a ser...belo.”