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AULA 13
SUCESSÃO EM GERAL:
LEGÍTIMA E TESTAMENTÁRIA
INTRODUÇÃO
Meus Amigos e Alunos. Podemos dizer que esta aula é a etapa final de
nossos estudos, pois trata-se de nossa última aula. Recapitulando... nas
primeiras aulas falamos sobre a Parte Geral do Código Civil (Pessoas, Bens e
Fatos/Atos Jurídicos). Passamos então pelo Direito das Obrigações, a Parte Geral
dos Contratos e os Contratos em Espécie. Depois ingressamos Direito das
Coisas. Foram duas aulas sobre este importante e extenso tema. Na aula
passada vimos o Direito de Família e hoje veremos o Direito das Sucessões. Na
aula de hoje vamos falar sobre as Espécies de Sucessão (Legítima e
Testamentária). Com esta aula completamos todo o programa de Direito Civil
que é visto em uma Faculdade de Direito. Após a aula de hoje vocês terão uma
visão completa do Direito Civil. Agora é ficar atento aos editais. Cada vez
que um edital for publicado, verifiquem item por item do mesmo, conferindo
com o conteúdo de nossas aulas. Como estas aulas formam um curso completo,
vá eliminado do centro do estudo, aquilo que o edital não se refere (“o que não
está no edital não está no mundo”).
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da matéria, faço uma revisão geral das aulas. E em especial nos testes, para
que fiquem de acordo com as novas disposições legais. Outra coisa: este tema
ficou agora mais complexo. Não diria difícil. Ficou complexo. Principalmente em
relação aos direitos do cônjuge sobrevivente e do convivente (união estável).
Darei muitos exemplos em aula. Mas é interessante que o aluno observe o
exemplo com lápis e papel na mão, para poder acompanhar melhor a seqüência
do raciocínio, principalmente quanto à divisão dos bens. Finalmente: Como
sabemos, a presente aula foi dirigida para exames e concursos públicos. Mas eu
diria que ela pode ajudar a esclarecer casos particulares que algum aluno possa
ter em sua família ou com algum amigo. Por isso ela é muito interessante e
atual. Tenho certeza que muitos alunos vão se identificar com alguns exemplos
dados nesta aula e terão esclarecidas muitas dúvidas pessoais sobre o assunto.
Mas cuidado para não se dispersar em detalhes que não têm importância para
concursos.
COMECEMOS ENTÃO.
CONCEITO
Podemos conceituar o Direito das Sucessões como sendo o conjunto de
normas que disciplinam a transferência do patrimônio (ativo e passivo – ou
seja, créditos e débitos) de alguém, depois de sua morte, em virtude de lei ou
testamento. Está regulado nos arts. 1.784 a 2.027 CC. Lembrem-se que a
Constituição Federal assegura o Direito de Herança (artigo 5º, XXX). O
fundamento do Direito Sucessório é a propriedade, conjugada ou não com o
Direito de Família.
CONTEÚDO
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ESPÉCIES
Podemos classificar a sucessão em:
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HERANÇA
TRANSMISSÃO DA HERANÇA
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CAPACIDADE SUCESSÓRIA
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A) ACEITAÇÃO OU ADIÇÃO
B) RENÚNCIA DA HERANÇA
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Requisitos da Renúncia
x Capacidade jurídica do renunciante. Os incapazes não podem renunciar,
senão por seu representante legal, autorizado pelo Juiz.
x Forma prescrita em lei; sempre por escrito (escritura pública ou ato
judicial); não existe a renúncia tácita nem a presumida.
x Impossibilidade de repúdio parcial da herança. Como a herança é
indivisível até à partilha, a renúncia (ou a aceitação) também será
indivisível: ou se renuncia tudo ou se aceita tudo.
x Respeito a direitos de eventuais credores. Se a renúncia prejudica
credores, estes podem aceitar a herança. Exemplo: “A” recebeu uma
herança; mas ele está muito endividado. Por isso, assim que receber a sua
parte na herança, seus credores irão ficar com os bens. Desta forma ele
renuncia a herança (que poderá ir para seus filhos ou irmãos). Esta
conduta prejudica seus credores. Por isso admite-se que os próprios
credores aceitem a herança, evitando fraudes e simulações maliciosas.
x Se o renunciante for casado, a renúncia depende de outorga (uxória ou
marital), pois o direito à sucessão é considerado como sendo um bem
imóvel.
Efeitos da Renúncia
x O renunciante é tratado como se nunca tivesse sido chamado à sucessão;
seus efeitos retroagem à data da abertura da sucessão. É interessante
notar que a pessoa que repudia uma herança pode aceitar um legado.
x O quinhão hereditário do repudiante, na sucessão legítima, transmite-se
de imediato aos outros herdeiros da mesma classe (direito de acrescer).
Os descendentes do renunciante não herdam por representação. No
entanto se ele for o único da classe seus filhos herdam por direito próprio
e por cabeça.
x O renunciante não perde o direito ao usufruto e nem a administração dos
bens que, pelo seu repúdio, foram transmitidos aos seus filhos menores.
x A renúncia da herança é irretratável e irrevogável.
CESSÃO DA HERANÇA
Princípios
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I – SUCESSÃO LEGÍTIMA
(arts. 1.829/1.856 CC)
ORDEM DE SUCESSÃO
O chamamento dos sucessores é feito de acordo com uma seqüência
denominada ordem de vocação hereditária, que é uma relação preferencial,
estabelecida pela lei, das pessoas que são chamadas para suceder o de cujus.
Vamos, de início, fornecer a ordem estabelecida na lei e a seguir vamos analisar
item por item desta ordem. Estabelece o art. 1.829 CC a ordem da vocação
hereditária legal. Vejamos:
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Observações:
1. Uma classe só será chamada quando faltarem herdeiros da classe
precedente. Exemplos: os ascendentes só serão chamados na sucessão
se não houver descendentes; os colaterais somente serão chamados se
não houver descendentes, ascendentes e cônjuge, etc.
2. Dentro de uma classe, o grau mais próximo, em princípio, exclui o
mais remoto. Exemplo: o de cujus deixou um filho vivo e este, por sua
vez, possui dois filhos (que são netos do de cujus). Tanto o filho, como
os netos estão na mesma classe – são descendentes. No entanto,
neste caso a herança irá somente para o filho, pois embora estejam na
mesma classe (dos descendentes) o filho está no primeiro grau e os
netos estão no segundo grau.
3. Os descendentes, os ascendentes e o cônjuge sobrevivente são
considerados herdeiros necessários; neste caso o testador só poderá
dispor por testamento de metade da herança. Isto é, metade de seus
bens irá obrigatoriamente para os herdeiros necessários (salvo alguma
hipótese de deserdação). A outra metade ele poderá dispor em
testamento.
4. Todos os filhos herdam em igualdade de condições (Constituição
Federal, art. 227, §6º: “Os filhos, havidos ou não da relação do
casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações,
proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação”).
Assim, um filho não pode ser chamado de adulterino ou bastardo. São
expressões consideradas preconceituosas. E tanto faz seja ele
proveniente de um casamento ou de uma relação extraconjugal: é filho
do mesmo jeito e terá direito a herança.
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da união estável. Se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota
equivalente à que por lei for atribuída ao filho. Se concorrer com descendentes
só do autor da herança terá direito à metade do que couber a cada um
daqueles. Veremos isso melhor adiante.
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Observações:
1 – O regime da separação de bens e a existência de cláusula de
incomunicabilidade no pacto antenupcial não interferem na ordem de vocação
hereditária do cônjuge sobrevivente. Assim, mesmo casando pelo regime da
separação total de bens, o cônjuge tem direito à herança (não terá direito à
meação, mas terá direito à herança)
2 – Não há mais o chamado direito ao usufruto vidual (que era o
concedido à pessoa que se tornava viúva). Antigamente o cônjuge não herdava
de forma concorrente com os descendentes ou ascendentes, por isso tinha
direito ao usufruto dos bens do seu ex-marido. Como atualmente o cônjuge é
herdeiro necessário, não faz mais sentido receber também o usufruto.
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será dividida em três partes iguais (os três irmãos), cabendo as duas primeiras
aos irmãos sobreviventes e a terceira aos sobrinhos, que a dividirão entre si a
parte que caberia ao irmão pré-morto. Falaremos mais sobre a representação
em tópico adiante.
Concorrendo à herança do falecido, irmãos bilaterais (também hamaods
de irmãos germanos, ou seja, mesmo pai e mesma mãe) com irmãos
unilaterais (mesmo pai o irmãos consangüíneos; ou mesma mãe o irmãos
uterinos), cada um destes herdará metade do que cada um daqueles herdar. Em
outras palavras: os irmãos bilaterais herdam o dobro dos irmãos unilaterais.
Ordem dos Colaterais – Na falta de irmão (colateral em segundo grau),
o sobrinho (terceiro grau) é chamado à sucessão. O tio também é colateral em
terceiro grau, mas a lei dá preferência ao sobrinho. Após são chamados, pela
ordem: sobrinho-neto, tio-avô e primo-irmão do autor da herança (todos estes
são colaterais em quarto grau).
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Portanto o Poder Público, pelo atual Código, não consta mais do rol de
herdeiros apontados na ordem de vocação hereditária. Mas será considerado
como sucessor, desde que haja uma sentença declarando a vacância dos bens.
DIREITO DE REPRESENTAÇÃO
100%
A
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II – SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA
(arts. 1.857/1.990 CC)
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x As testemunhas do testamento.
x O concubinário (“amante”) do testador casado, salvo se este, sem culpa
sua, estiver separado de fato do cônjuge há mais de 05 anos.
x O tabelião, civil ou militar, o comandante, ou escrivão, perante o qual se
fizer, assim como o que fizer, ou aprovar o testamento.
Restrições
Não se pode dispor de mais da metade dos bens havendo herdeiros
necessários (descendentes, ascendentes e cônjuge sobrevivente), salvo se os
mesmo forem deserdados. As disposições que excederem à metade disponível
será reduzida ao limite dela. Reduzem-se também as doações feitas em vida,
que atingiram a legítima dos herdeiros necessários (são chamadas doações
inoficiosas).
Um testamento pode ser revogado por outro (de qualquer espécie), total
ou parcialmente. Portanto não há uma hierarquia entre as modalidades de
testamentos (que veremos mais adiante).
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FORMAS DE TESTAMENTO
1) ORDINÁRIO
a) Público
b) Particular
c) Cerrado
2) ESPECIAL
a) Militar
b) Marítimo
c) Aeronáutico
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B) Testamento Militar
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Testemunha Testamentária
É a pessoa que tem capacidade para assegurar a veracidade do ato que se
quer provar, subscrevendo o ato; no caso o testamento.
São absolutamente incapazes de testemunhar: menores de 16 anos,
enfermos mentais, surdo, cego e analfabeto. Efeito o nulidade de pleno direito
do testamento.
São relativamente incapazes de testemunhar: herdeiro instituído,
seus ascendentes, descendentes, irmãos e cônjuge; legatário, bem como seus
ascendentes, descendentes, irmãos e cônjuge. Efeito o validade do
testamento, mas será considerada nula qualquer disposição em favor deste
incapaz.
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INEXECUÇÃO DO TESTAMENTO
Sendo o testamento um negócio jurídico, para que possa produzir efeitos
jurídicos, deverá satisfazer as condições genéricas (capacidade do testador,
objeto lícito e possível, forma solene e consentimento válido), sob pena de
nulidade e anulabilidade. Além disso, ainda existem outras causas que também
impedem o testamento de produzir seus efeitos jurídicos:
x Revogação
x Rompimento
x Caducidade
x Nulidade Absoluta ou Relativa
1 – Revogação
Revogação é o ato pelo qual o testador, conscientemente, torna ineficaz
o testamento anterior, manifestando vontade contrária à que nele se encontra
expressa. Um testamento só pode ser revogado por outro, mesmo que de
modalidade diversa (um testamento público pode revogar um cerrado; um
testamento particular pode revogar um cerrado, etc.). O importante é que o
novo testamento seja válido. No entanto é irrevogável o testamento na
parte em que o testador reconhece filho havido fora do casamento.
O testamento revogado não se restaura pelo fato deste ter sido revogado
posteriormente (não há repristinação no testamento).
Um codicilo (é uma disposição de última vontade para bens de pequeno
valor, que veremos logo adiante) não pode revogar um testamento, mas este
pode revogar o codicilo.
A revogação, quanto a sua extensão, pode ser classificada em:
a) total – o testamento superveniente retira a eficácia de todas as
disposições testamentárias anteriores.
b) parcial – o novo testamento retira a eficácia de algumas das
disposições anteriores, subsistindo as demais.
Já quanto à forma utilizada, pode ser classificada em:
a) expressa (ou direta) o há uma declaração inequívoca, explícita do
testador; o novo testamento revoga o anterior (podendo ser de forma
total ou parcial).
b) tácita (ou indireta) o quando o testador não declara que revoga o
anterior, mas há incompatibilidade entre as disposições deste e as do
novo testamento ou em caso de dilaceração ou abertura do testamento
cerrado, pelo testador, ou por outrem, com o seu consentimento, ou
quando o testado alienar voluntariamente a coisa legada.
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2 – Rompimento
É a inutilização do testamento por perda de validade em razão da
ocorrência de certos fatos previstos em lei. Exemplo: quando houver a
superveniência de descendente sucessível ao testador, que não o tinha ou não o
conhecia quando testou ou quando o testamento foi feito na ignorância de
existirem outros herdeiros necessários. O testador não teria disposto de seus
bens em testamento se soubesse da existência de algum herdeiro necessário.
Também é chamado de revogação presumida (o testamento é chamado de
rupto).
3 – Caducidade
Ocorre a caducidade quando as disposições testamentárias não
prevalecerão, embora válidas, pela ocorrência de obstáculo superveniente.
Exemplos: herdeiro morreu antes do testador; herdeiro renuncia ou foi excluído;
perecimento da coisa legada, etc. Caducará o testamento marítimo e o militar,
três meses após o momento em que o testador podia testar de forma ordinária
e não o fez.
4 – Nulidade e Anulabilidade
O testamento pode ser anulado se contiver defeito leve ou grave. Pode
atingir o testamento em sua totalidade (neste caso abre-se a sucessão
legítima) ou em parte (prevalece a parte válida do testamento, abrindo-se
sucessão legítima, se for o caso, quanto ao que for anulado).
a) Hipótese de Nulidade: incapacidade do testador; impossibilidade ou
ilicitude do objeto; inobservância das formas legais e nulidade das
disposições. Requerimento de qualquer interessado, do Ministério Público
ou de ofício pelo Juiz.
b) Hipóteses de Anulabilidade: erro substancial na designação da pessoa
do herdeiro, legatário ou da coisa legada; dolo; coação ou fraude.
Requerimento apenas do interessado, respeitando o prazo decadencial de
quatro anos.
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renúncia, etc.) ou não quiser aceitá-la, a sua parte acrescerá à dos outros co-
herdeiros ou co-legatários (salvo direito do substituto, que será visto a seguir).
Exemplo: A deixa seus bens a B, C e D. Se um deles falecer antes de A, sua
parte retornará ao monte, acrescendo ao quinhão dos outros dois. Mesmo que D
tenha filhos estes não receberão os bens por representação.
Observação – Não haverá direito de acrescer se a cédula testamentária for
declarada nula ou anulada, caso em que subsistirá a sucessão legítima (art.
1.788 CC).
Requisitos
x Nomeação de co-herdeiro ou co-legatário, na mesma disposição
testamentária.
x Deixa dos mesmos bens ou da mesma porção de bens.
x Ausência de cotas hereditárias.
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3 – Substituição Compendiosa
A substituição compendiosa constitui um misto de substituição vulgar e
substituição fideicomissária. O testador fornece um substituto ao fiduciário ou
ao fideicomissário, prevendo que caso um ou outro não queira ou não possa
aceitar a herança ou o legado, serão os bens entregues a outra pessoa. O
testador institui um fideicomisso. E designa substitutos para as partes
envolvidas.
Fideicomisso X Usufruto
Usufruto – é um direito real sobre coisa alheia, sendo que o domínio se
divide em duas partes, cada uma com seu titular (nu proprietário - direito de
dispor e reaver - e usufrutuário - direito de usar e fruir), que exercem seus
direitos simultaneamente.
Fideicomisso – é espécie de substituição testamentária em que as partes
(fiduciário e fideicomissário) exercem a propriedade plena, mas de forma
sucessiva, permitindo que se beneficie prole eventual.
Conceito
Inventário é vocábulo derivado de inventar (do latim invenire), que
significa encontrar, descobrir, achar. Com o falecimento do de cujus ocorre a
abertura da sucessão e estabelece-se entre os herdeiros um estado de
comunhão que cessará com a partilha, expedindo-se o respectivo formal.
Embora os herdeiros adquiram o domínio desde a abertura da sucessão
(princípio da saisine), somente após o registro do formal de partilha que seus
nomes passarão a figurar no Registro de Imóveis.
O inventário é um processo judicial (como regra), de caráter
contencioso, que visa relacionar, descrever, avaliar todos os bens pertencentes
ao de cujus ao tempo de sua morte, para distribuí-los entre seus sucessores.
Deve ser instaurado no último domicílio do autor da herança, no prazo de 60
(sessenta) dias, a contar do falecimento do de cujus (que é momento em que se
dá a abertura da sucessão) e estar encerrado dentro dos 12 (doze) meses
subseqüentes. Se não for observado o prazo, o imposto será calculado com
acréscimo de 10% de multa. Se o atraso for além de 180 dias a multa será de
20%.
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Inventariança
Requerido o inventário, o Juiz nomeará o inventariante, a quem caberá a
administração e representação (ativa e passiva) do espólio. Só poderá haver um
inventariante; é um encargo pessoal, sujeito, entretanto, à fiscalização dos
herdeiros, do Juiz e do Ministério Público. Há uma ordem preferencial:
x Cônjuge sobrevivente – desde que estivesse convivendo com o outro ao
tempo da morte deste e que o casamento tenha sido celebrado no regime
da comunhão universal ou parcial de bens.
x Na falta do cônjuge, será nomeado o herdeiro que se achar na posse e
administração dos bens da herança.
x Se ninguém preencher os requisitos acima, atribui-se a inventariança a
qualquer herdeiro, a critério do Juiz.
x Na última hipótese o Juiz nomeia pessoa estranha, porém idônea, que
desempenhará todas as funções, exceto a de representar a herança
(inventariante dativo).
Processamento
Requer-se a abertura da sucessão, instruindo-se com a certidão de óbito
do de cujus e com procuração. O Juiz nomeia inventariante, que presta
compromisso, e em 20 dias apresenta as primeiras declarações. Se houver
testamento o Juiz determina que seja juntado ao processo. Citam-se os
interessados: cônjuge, herdeiros, legatários, Fazenda Pública, Ministério Público
(se houver herdeiro incapaz) e testamenteiro (se houver testamento). Os bens
serão avaliados para servir de base para cálculo do imposto de transmissão
causa mortis e da partilha. Resolvidas as questões incidentais lavra-se o termo
de últimas declarações, momento em que o inventariante poderá emendar,
aditar ou complementar as primeiras. Procede-se o cálculo do imposto,
homologa-se por sentença e são expedidas as guias para pagamento,
encerrando o inventário.
Passa-se em seguida à fase da partilha. O Juiz faculta às partes a
formulação de pedido de quinhão e, após profere despacho de deliberação da
partilha.
ARROLAMENTO
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Sobrepartilha
É uma nova partilha (partilha adicional) de bens que por determinadas
razões não puderam ser divididos entre os herdeiros. Hipóteses: a) quando
parte da herança consistir em bens remotos do lugar do inventário, litigiosos, ou
de liquidação morosa ou difícil; b) quando houver bens sonegados e quaisquer
outros bens da herança que se descobrirem depois da partilha.
Com esta aula posso dizer: MISSÃO CUMPRIDA! Mais uma vez,
Recebam todos um grande abraço, como se eu estivesse aí com vocês, e um
grande beijo no coração. Mais uma vez desejo tudo de bom para vocês. Muitas
ALEGRIAS e SUCESSO nesta empreitada que vocês se propuseram.
Quadro Sinótico
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2 – Conteúdo
x Sucessão em Geral (arts. 1.784/1.828 CC)
x Sucessão Legítima (arts. 1.729/1.756 CC)
x Sucessão Testamentária (arts. 1.757/1.990 CC)
x Inventário e Partilha (arts. 1.991/2.027 CC)
3 – Sucessão em Geral
x Abertura (delação) o morte comprovada do de cujus
x Transmissão - Princípio da Saisine o posse imediata
x Capacidade Sucessória – capacidade para adquirir bens.
Herdeiros: legítimos (ordem legal), necessários (descendentes, ascendentes
e cônjuge) e testamentários (designados pelo testamento). Indignidade –
incapacidade sucessória que priva alguém de receber a herança (arts.
1.814/1.818 CC).
x Aceitação o ato unilateral, indivisível, incondicional, não
havendo retratação.
x Renúncia o ato solene, unilateral e indivisível, não aceitando a
herança; deve respeitar direitos de credores e é irretratável.
x Cessão o transferência da herança a outrem.
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INVENTÁRIO
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PARTILHA
TESTES
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06 – A aceitação da herança:
a) jamais pode ser tácita.
b) é presumida pelo fato de haver o herdeiro promovido o funeral do de cujus.
c) só se configura com a habilitação do herdeiro em inventário.
d) não se configura quando o herdeiro promove a cessão gratuita, pura e
simples, da herança, aos demais herdeiros.
09 – Antônio é divorciado de Maria, com quem teve dois filhos, José e João,
hoje maiores e casados. Depois do divórcio e da partilha de bens, Antônio
passou a viver maritalmente com Beatriz, com a qual não teve descendentes.
Enquanto mantinha união estável com Beatriz, o pai de Antônio faleceu,
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23 – Caio falece na cidade de São Paulo e deixa testamento cerrado. Tício, seu
melhor amigo, encontra na residência do “de cujus” o testamento. Tício abre o
testamento e descobre que fora nomeado como legatário do único bem deixado
pelo “de cujus”, um apartamento na mencionada cidade. Caio não tinha nenhum
herdeiro:
a) Tício deverá pleitear a abertura do inventário, juntando prova de sua
condição o testamento de Caio.
b) Tício deverá requerer a homologação judicial do testamento, pedido este
que será deferido pelo Juiz, requerendo posteriormente o início do processo de
inventário.
c) o testamento não será considerado válido na medida em que Tício não
poderia tê-lo deslacrado, cabendo a herança á Municipalidade de São Paulo.
d) Tício deverá simplesmente requerer a transferência da propriedade junto ao
Registro de Imóveis mediante apresentação do testamento.
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GABARITO COMENTADO
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é aberta a sucessão (ou seja, com a morte do de cujus – art. 1.784 CC). Trata-
se da aplicação do Princípio da Saisine.
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materna ficará com metade da herança, o avô paterno ficará com 25% da
herança e a avó paterna ficará com 25% da herança. As demais alternativas,
como vimos na aula e em diversas outras questões, estão perfeitas.
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contra a vida. Ora, a cogitação não é crime, não sendo também causa de
exclusão da herança.
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Finalmente a letra “e” também está correta, pois o art. 1865 CC dispõe que se o
testador não souber (ou não puder) assinar, ele poderá testar de forma pública
(a única permitida a ele), mas o tabelião deve fazer isso constar do termo e o
assinará junto com uma testemunha instrumentária.
DISSERTAÇÕES
02 – João, solteiro, não tem filhos e nem pais vivos. Tem apenas um tio
vivo (Mário) e outro que faleceu (Roberto). Cada um desses tios tem dois filhos
vivos (portanto primos de João). Se João falecer, como será a distribuição de
sua herança? O que ele pode fazer para alterar esta situação?
Resposta – João não é casado, não tem ascendente ou descendentes. Por
isso não tem herdeiros necessários (art. 1.845 CC). No caso em tela a herança
será recolhida toda (100%) para Mário, que é seu tio (colateral de terceiro
grau). Observem que os filhos de Roberto (tio pré-morto) não irão representar
seu pai na sucessão. Recordem que somente se verifica o direito de
representação na linha reta descendente (e nunca na ascendente), conforme o
art. 1.852 CC. Já na linha colateral (que é a hipótese do problema), só ocorrerá
em favor dos filhos de irmãos do falecido (sobrinhos do falecido), quando com
irmão deste concorrerem (art. 1.853 CC). Portanto não haverá direito de
representação no caso do problema, pois eles são seus primos. Para alterar esta
situação João poderá fazer um testamento. Como não tem herdeiros necessários
pode elaborar um testamento e dispor de forma livre e integral todo o seu
patrimônio. Pode, exemplificativamente, deixar o seu patrimônio total para
apenas um dos filhos de Roberto.
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no contrato de doação. Pouco tempo depois faleceu. Como será feita a partilha
de bens?
Resposta – A doação que José fez a seu filho caçula foi sem cláusula
especial. Desta forma esta doação é considerada como “adiantamento da
legítima”. Logo, quando da abertura do inventário, o mesmo deverá apresentar
este bem para conferência e igualar as legítimas de ambos os filhos (herdeiros
necessários). Trata-se da colação (arts. 2.002 e seguintes do CC). Dá-se o
nome de colação ao ato de retorno ao monte a ser partilhado das liberalidades
feitas pelo de cujus, antes de sua morte, a seus descendentes. Se o caçula não
trouxer o bem à colação ocorrerá o sonegado (arts. 1.992 e seguintes CC). No
caso concreto, como o caçula já recebeu um bem no valor de trezentos mil, o
outro filho terá direito a todo dinheiro da conta-poupança, que tem o mesmo
valor do imóvel. Se José quisesse beneficiar seu filho caçula poderia fazer a
doação constando no contrato cláusula expressa de dispensa do donatário à
colação, desde que a doação não ultrapasse a parte disponível (art. 2.005 CC).
Se José assim tivesse procedido, o filho caçula ficaria com o imóvel (metade
disponível da herança) e mais metade do valor da conta-poupança.
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