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MÓDULO 1
1.1 – Introdução
1.1 - Introdução;
1.2 - O que é e para que serve o orçamento;
1.3 - O que é um bom orçamento;
1.4 - O orçamento é uma atividade passiva ou pró-ativa?;
1.5 - Os objetivos e as restrições do orçamento;
1.6 - Os quatro orçamentos da empresa.
Uma vez definido o plano estratégico, é preciso alocar recursos, que são
limitados, para realizá-lo. O orçamento é exatamente isso: é uma técnica de
alocação eficiente de recursos. Representa a parte tática do plano estratégico.
Não existe orçamento sem plano estratégico.
C o n s e lh o /P r e s id ê n c ia S e to r d e O rç a m e n to
A p r o v a r o p la n e ja m e n t o C o n s o lid a r o s d iv e r s o s
e s tr a t é g ic o o r ç a m e n t o s r e c e b id o s
C o n s e lh o /P r e s id ê n c ia
D e fin ir a s p o lí t ic a s e a s S e to r d e O rç a m e n to
m e t a s o r ç a m e n t á r ia s F a z e r s im u la ç õ e s
U n id a d e s
D e f in ir a s e s tr a t é g ia s d a s
u n id a d e s S im u la ç ã o Não
O K?
U n id a d e s
S im
O rça r a s
e s tr a té g ia s d a s
u n id a d e s C o n s e lh o /P r e s id ê n c ia
A p ro v a r o o rç a m e n to
anual
U n id a d e s
D a r e n tr a d a n o s is te m a
U n id a d e s
D iv u lg a r
S e to r d e O rç a m e n to
A c o m p a n h a m e n to e
c o n tr o le
R e v e r d ire triz e s
O plano estratégico deve ser aprovado pelo Conselho de Administração. Caso
a empresa não possua um Conselho de Administração, quem o aprova é o
Presidente.
Começa então uma fase na qual o Setor de Orçamento tem que negociar
reduções de despesas com os diversos departamentos e fazer simulações para
verificar se a meta de lucro desejada pelos acionistas está sendo atingida.
Nesta fase, o orçamento empresarial é uma grande “conta de chegada”.
Caso, nessas simulações, a meta de lucro desejado pelos acionistas não seja
atingida, o orçamento volta ao Conselho de Administração para que suas
metas sejam revistas. Caso contrário, o Conselho aprova o orçamento que é,
então, divulgado para as diversas unidades. Aí, quando começa o novo
exercício, o setor de orçamento inicia o processo de controle orçamentário.
Neste processo, todas as vezes que os dados observados se afastam das
metas previstas, o Setor de Orçamentos propõe ações corretivas que visem
preservar a realização do plano estratégico da empresa.
Maria Luiza abriu uma loja de moda feminina. No final do ano passado, a loja
estava com R$ 100.000 em caixa. Maria Luiza, animada com o sucesso do seu
negócio e querendo merecidas férias, já estava planejando uma viagem ao
exterior. Foi quando seu gerente financeiro lhe apresentou uma projeção do
fluxo de caixa para este ano. Veja o gráfico do fluxo de caixa projetado da loja
de Maria Luiza. Repare que no início do ano a empresa destrói caixa, no meio
do ano a empresa mal consegue sobreviver, mas no final do ano a situação
melhora a ponto do saldo final ser positivo.
160.000
140.000
120.000
100.000
80.000
60.000
40.000
20.000
0
20.000)
(
Ab M
M ai Ju Jul
(40.000) Ja ril Ag O
Fe ar o nh ho Se No De
ne os ut
ve ço o te ve ze
iro to ub
rei m m m
ro
ro bo br br
o o
No entanto, o que fica claro é que todo recurso tirado da empresa no final do
ano passado iria fazer falta no meio deste ano. Diante disto, Maria Luiza
desistiu da viagem. O orçamento a ajudou a enxergar quais seriam as
conseqüências, no futuro, de sua decisão de sacar dinheiro da empresa para
financiar uma viagem.
1.3 O que é um bom Orçamento
A única certeza que o piloto tem ao decolar é que seu avião não vai aterrissar
em Manaus exatamente às 11 horas, 30 minutos e zero segundos. No entanto,
o compromisso de chegar a Manaus no horário previsto vai orientar suas
decisões ao longo de todo o vôo.
O orçamento deve ser preparado com todo o cuidado, baseado nos melhores
dados de que dispomos, mesmo sabendo que, no centavo, o resultado
realizado será sempre diferente do projetado. No entanto, o compromisso de
alcançar as metas desejadas pelos acionistas vai orientar nossas decisões ao
longo de todo o exercício orçado.
1.4 O Orçamento é uma Atividade Passiva ou Pró-Ativa?
A implantação deste plano teria um custo e este custo deveria ser incluído no
orçamento anual. O problema de uma empresa onde o orçamento é passivo é
que os erros se perpetuam e se acumulam e a empresa corre o risco de morrer
por “falência múltipla dos órgãos”.
1.5 Os Objetivos e as Restrições do Orçamento
Orçamento de
Receitas
Orçamento de Orçamento de
Caixa Capital
Orçamento de
Despesas
O rç a m e n to
d a P ro d u ç ão
O rç a m e n to P la n o d e R e p o s iç ã o O rç a m e n to d e D e s p . V a r iá v e is
d o s C u s to s F ix o s d e E s to q u e s M a té r ia s P r im a s de V endas
C u s to d o s
P r o d u to s V e n d id o s
R e s u lt a d o s O rç a m e n to d a s
O p e r a c io n a is D e s p . O p e r a c io n a is
O rç a m e n to d e
C a ix a
O rç a m e n to d e R e s u lt a d o F i n a n c e ir o
C a p it a l L íq u id o
R e s u lta d o
F in a l
DRE F lu x o d e C a ix a B a la n ç o
P ro je ta d o P r o je t a d o P r o je t a d o
Exemplo 1: Suponha que uma empresa venda por R$ 100 uma mercadoria que
lhe custou R$ 60. Teve, portanto, um lucro de R$ 40. No entanto, se o cliente
não lhe pagar, seu lucro nesta operação ficará retido na conta Recebíveis.
Exemplo 2: Uma empresa que tenha tido um exercício muito favorável no qual
tenha gerado um lucro e um caixa muito elevados e que tenha decidido investir
em estoques. Caso seus estoques não girem, ou seja, caso tenha comprado ou
produzido produtos que não vendam, seu lucro ficará retido na conta Estoques.
Justamente para evitar que isto aconteça é que projetamos o fluxo de caixa.
2.1 - Introdução
2.1 – Introdução;
2.2 – Comprometimento da Diretoria;
2.3 – Criação de centros de receitas e de custos;
2.4 – Criação do Setor de Orçamento;
2.5 – O sistema de elaboração orçamentária;
2.6 – Adaptação dos sistemas existentes à nova realidade orçamentária;
2.7 – O caso Top Drink.
Por isso, se a mais alta direção da empresa não prestigiar o processo e exigir
sua implantação, a experiência mostra que esta implantação não acontecerá.
Já na fase preparatória, os problemas começam a aparecer. Sem dúvida, a
elaboração orçamentária interfere no dia a dia do profissional. A tendência
natural é deixar tudo para a última hora e preencher as planilhas às pressas,
não como quem está participando de um processo estratégico, mas como
quem está apenas cumprindo uma rotina burocrática. São pessoas que, por
não compreenderem a importância do orçamento, ao interromperem sua rotina
diária para dedicar algum tempo ao processo orçamentário sentem-se como se
estivessem colocando a administração na frente do próprio negócio.
Se não houver um empenho do mais alto escalão da empresa, pode ser até
que se faça um orçamento, mas certamente ele não será implantado. E uma
vez que as pessoas na empresa percebam que o orçamento não é para valer,
ninguém mais o levará a sério. Por isso o orçamento tem que ser um projeto da
matriz ou do Presidente da empresa. As pessoas, concordando ou não com o
processo, serão obrigadas a segui-lo e a respeitá-lo. Esta é a primeira condição
sem a qual nada de útil em termos orçamentários será feito.
2.3 - Criação de centros de receitas e de custos
12. Que grave cenários que possam ser recuperados em uma data futura.
Até 1994, a instabilidade e o grau de incerteza eram de tal ordem que qualquer
tentativa de se prever um cenário futuro, mesmo que próximo, resultava em
frustração. Basta lembrar que, nos 30 anos que antecederam o advento do
Plano Real, em meados de 1994, a inflação acumulada no Brasil foi superior a
um quadrilhão por cento (um, seguido de quinze zeros!), houve sete diferentes
unidades monetárias, seis planos econômicos, uma moratória e três
constituições.
• o cruzeiro (’42);
• o cruzeiro novo (’67);
• o cruzado (’86);
• o cruzado novo (’89);
• o cruzeiro (’91);
• o cruzeiro real (’93);
• a URV;
• e o real (’94).
• o plano cruzado;
• o plano verão;
• o plano Bresser;
• o plano Collor 1;
• o plano Collor 2 e;
• o plano Real.
Quem nasceu no Brasil entre 1946 e 1967 já viveu sob três diferentes
constituições; a de ’46, a de ’67 e a de ’88.
Esses refrigerantes podem ser envasados em latas de 350 ml, nas versões
tradicional e diet. A Top Drink também produz o concentrado de laranja, que é
envasado em bombonas de 5 litros e vendido para empresas que fornecem
refeições industriais.
X a ro p e
R e frig e ra n te C o n c e n tra d o
T r a d ic io n a l D ie t B o m b o n a 5 lts
Balanço Patrimonial
Ativo
Disponível 50.000,00
Realizável de Curto Prazo 3.605.000,00
Estoque de Matérias Primas 1.380.000,00
Estoques de Produtos Acabados 800.000,00
Duplicatas a Receber 1.420.000,00
Outros Realizáveis 5.000,00
Permanente 520.000,00
Total do Ativo 4.175.000,00
Passivo
Exigível de Curto Prazo 3.125.000,00
Fornecedores 1.600.000,00
Impostos a Recolher 135.000,00
Salários e Encargos 205.000,00
Empréstimos Bancários 1.135.000,00
Outros Exigíveis 50.000,00
Patrimônio Líquido 1.050.000,00
Total do Passivo 4.175.000,00
Demonstração de Resultado do Exercício
Dizemos que a empresa “A” é mais consolidada do que a empresa “B” quando
a empresa “A” possui mais condições do que a empresa “B” de atravessar uma
crise sem se desestruturar.
Imagine que dois funcionários trabalhassem no mesmo departamento de uma
empresa, tivessem as mesmas qualificações profissionais, recebessem o
mesmo salário, enfim, que profissionalmente fossem clones um do outro. A
diferença entre os dois é que um (A) é mais “formiga do que cigarra” e o outro
(B), mais “cigarra do que formiga”.
Neste exemplo, “A” gasta menos do que ganha, já formou uma poupança, mora
em casa própria, seu carro está pago, tem cheque especial, mas não usa para
não ter que pagar juros. “B”, ao contrário, gasta mais do que ganha, vive
“dependurado” no cheque especial, mora em imóvel alugado, está comprando
um carro a prestações...
Suponha, agora, que um dia a empresa em que trabalham fosse vendida e que
o novo grupo controlador trouxesse sua equipe de confiança e que, por isso,
ambos fossem despedidos. Neste caso, “A” reduziria suas despesas,
substituiria a empregada por uma diarista dois dias por semana, deixaria o
carro na garagem e se deslocaria através de transporte coletivo, não aceitaria
propostas de emprego para ganhar menos do que ganhava na outra empresa.
Já “B”, seria obrigado a se mudar para um apartamento menor e mais distante
e, por isso, mais barato, venderia o carro, aceitaria qualquer oferta de emprego,
mesmo que fosse para ganhar menos.
Veja bem que neste exemplo, a capacidade de “A” de atravessar crises sem se
desestruturar seria muito maior do que a de “B”, pois “A” estaria muito mais
consolidado financeiramente do que “B”.
P r e s id e n te
D ir .C o m e r c ia l D ir . A d m F in . D ir . In d u s tr ia l
V en das M a r k e tin g T e s o u r a r ia C o n t r o la d o r ia S e r v . G e r a is S u p r im e n t o s A lm o x a r if a d o E x p e d iç ã o T ra n s p o r te
C . R eceber O rç a m e n to V ig i l â n c i a R e fr ig e r a n t e s
C a ix a C u s to s R ecepção C o n c e n tr a d o s
L im p e z a
MÓDULO 3
As premissas orçamentárias
3.1 Introdução
3.1 – Introdução
3.2 – O Cenário Econômico
3.3 – Outras Premissas Orçamentárias
3.4 – Definindo a Meta de Lucro
Para se ter uma idéia de como é que cada um destes fatores afetam o
orçamento, comecemos pelo nível de atividade econômica. É o PIB - Produto
Interno Bruto que mede o nível de atividade econômica. Sendo bastante
simplistas, poderíamos dizer que o PIB dá a medida de tudo o que é produzido
no país em um determinado período.
O PIB pode ser segmentado por região ou por atividade econômica. Assim,
temos não apenas os PIB’s regionais (por estados ou municípios) como o PIB
industrial, comercial e de serviços.
Quer dizer que quando lemos que o PIB da China cresce há mais de 30 anos a
taxas superiores a 10% ao ano, isto é semelhante a dizer que o salário de uma
pessoa cresce mais de 10% ao ano há mais de trinta anos e, mais do que isto,
que o salário desta pessoa cresce mais de 10% ao ano há mais de trinta anos,
já descontado os efeitos da inflação, ou seja, em termos reais. Por isso, não é
de se espantar que a China tenha se transformado em uma potência
econômica.
Observe o exemplo.
Imagine um colégio no qual a inadimplência dos alunos fosse zero. Trata-se de
uma empresa muito previsível, pois seus acionistas sabem quantos alunos o
colégio tem, o quanto cada aluno paga de mensalidade e o dia em que as
mensalidades vencem (e o dinheiro entra).
Caso a empresa tenha demitido uma secretária e não a tenha substituído, não
houve uma substituição e sim uma redução do quadro de secretárias. Se uma
secretária tiver se demitido e, em seguida, a empresa tiver contratado um
engenheiro, houve uma redução do quadro de secretárias e um aumento do
quadro de engenheiros.
Exemplo:
Suponha que uma empresa apresentou no último exercício uma rentabilidade
de 23% ao ano. Como a taxa SELIC média no último exercício foi 15,2%, isto
significa que ela ganhou 7,8% ao ano acima da SELIC. Chamamos ao retorno
que excede a taxa SELIC de prêmio de risco. A partir daí, simplesmente
somamos este prêmio de risco à taxa SELIC média projetada para o ano que
vem. Como esta média esta projetada para 12,2% ao ano, temos que 12,2% +
7,8 = 20% ao ano. São 20% sobre o Patrimônio Líquido da empresa.
O orçamento de Receitas
4.1 - Introdução
4.1 – Introdução;
4.2 – Projeção de Vendas X Projeção do Faturamento;
4.3 – Vendas pulverizadas, vendas concentradas e vendas mistas;
4.4 – Métodos de Projeção de Vendas;
4.5 – A Sazonalidade;
4.6 – O reajuste de preços.
Caso a empresa preveja um grande aumento das vendas, pode ser que tenha
que reforçar tanto sua estrutura operacional quanto sua estrutura
administrativa.
Digamos que uma empresa planeje começar a vender pela internet e esteja
convencida de que, em decorrência disso, suas vendas vão crescer, digamos,
20% no ano que vem. Neste caso, teria que redimensionar seu setor de
suprimentos, seu almoxarifado, seu setor de crédito e cadastro, sua tesouraria
etc. Da mesma forma, caso preveja uma retração das vendas, terá que reduzir
sua estrutura. Tudo isso tem um custo que tem que ser orçado.
4.2 Projeção de vendas X Projeção do Faturamento
Outro fator que faz com que o orçamento das receitas seja o mais importante
dos orçamentos de uma empresa é que é a projeção do faturamento quem vai
definir o quanto a empresa pode dispor para alocar em gastos e investimentos.
Dizemos que uma empresa possui vendas mistas quando atua nos dois
segmentos, ou seja, parte de sua venda é pulverizada e parte é concentrada.
Um exemplo de empresa cuja venda é mista são as empresas distribuidoras de
energia elétrica. Nestas empresas, a venda de energia domiciliar é pulverizada,
isto é, a decisão isolada de um cliente de tirar férias, sair da cidade e, portanto,
não consumir energia elétrica naquele mês, não afeta o resultado mensal da
empresa. No entanto, no segmento de vendas institucionais, para indústrias ou
órgãos públicos, é concentrada. Isso porque se uma indústria de grande porte
ou um órgão público parar de consumir, isto certamente afetará seu resultado.
Sem querer dar uma aula de estatística, e de forma bastante simplificada, a lei
dos grandes números diz que o resultado esperado de um fenômeno só se
aproxima do resultado previsto estatisticamente quando o número de
observações cresce muito. Apenas algumas observações é muito pouco para a
lei dos grandes números entrar em ação.
Ano R$
1 4.500.000
2 3.500.000
3 7.200.000
4 6.000.000
5 7.800.000
6 5.200.000
7 3.600.000
8 5.900.000
9 4.800.000
10 6.600.000
11 4.700.000
Ano em curso 4.200.000* * projetada
No entanto, não pense que trabalhar com a projeção de vendas no pior cenário
significa nivelar por baixo. Isto só vale para determinar o nível de gastos que
assegurem a sobrevivência da empresa na pior situação. O Departamento
Comercial deve sempre ser cobrado pelo melhor cenário, ou seja, temos
sempre que exigir deles o máximo esforço de vendas. Ou seja, orçar no pior
cenário e cobrar pelo melhor cenário.
Pode haver o caso de uma projeção de vendas ser afetada por mais de uma
variável. Em uma empresa aérea, por exemplo, as vendas de passagens são
afetadas pelo crescimento do PIB e pelo preço das passagens. Quanto maior
for o crescimento do PIB, maior a venda de passagens. Inversamente, quando
mais elevado o preço das passagens, menor a sua venda.
4,00%
3,00%
2,00%
1,00%
0,00%
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
-1,00%
Anos
Constatada esta correlação, o próximo passo é preparar um gráfico no qual se
marca a evolução do PIB no eixo horizontal e a evolução das vendas no eixo
vertical.
6,00%
5,00%
Evolução das Vendas
4,00%
3,00%
2,00%
1,00%
0,00%
-1,00% 0,00% 1,00% 2,00% 3,00% 4,00% 5,00% 6,00% 7,00%
Evolução do PIB
6,00%
5,00%
Evolução das Vendas
4,00%
1,00%
0,00%
-1,00% 0,00% 1,00% 2,00% 3,00% 4,00% 5,00% 6,00% 7,00%
Evolução do PIB
Y= 0,3712x +0,0321
4.4 - A Sazonalidade
Para compreender o que é sazonalidade, continuaremos tratando do exemplo
da empresa fictícia, Top Drink.
Para isso, foi preciso verificar o quanto as quantidades vendidas, mês a mês ao
longo dos últimos 10 anos, representaram do total vendido no ano, tirar média
e construir o quadro abaixo. Para efeitos orçamentários, vamos trabalhar com
os valores médios obtidos.
Aplicando estes valores médios às 13.853.400 latas que projeta vender no ano
que vem, preparou-se a seguinte projeção de vendas para os refrigerantes.
Mês % Refrigerantes
Janeiro 11,90% 1.648.555
Fevereiro 10,00% 1.385.340
Março 7,97% 1.104.462
Abril 7,24% 1.002.640
Maio 5,96% 825.663
Junho 5,94% 822.199
Julho 5,99% 829.819
Agosto 6,35% 879.345
Setembro 7,01% 970.431
Outubro 8,04% 1.114.160
Novembro 10,97% 1.520.064
Dezembro 12,64% 1.750.723
Total 100,00% 13.853.400
Como a venda de concentrado em bombonas não é sazonal, considera-se que
a empresa vá vender 20.000 unidades por mês (240.000 unidades/ano ÷ 12
meses) ao longo de todo o período orçado. O quadro mostra a projeção de
vendas da empresa.
No que diz respeito à projeção do reajuste dos preços de venda, existem duas
situações distintas e possíveis.
No primeiro caso, a empresa não tem controle da época ou do percentual do
reajuste. Normalmente, nestes casos, é o mercado, ou uma empresa que lidere
o mercado, quem determina as condições do reajuste. Nestes casos, a menos
que a empresa possua recursos ilimitados, o mais prudente é trabalhar sem
contar com o reajuste.
Se o reajuste sair, não se esqueça do que diz nossa regra de ouro: o bom
planejamento deve assegurar a sobrevivência da empresa no pior cenário e ser
capaz de aproveitar as oportunidades geradas pelos melhores cenários.
Podemos aumentar menos, mas mais cedo. Mas não se esqueça de levar em
consideração que um aumento de preço de venda em maio, por exemplo,
provocaria uma redução de vendas maior do que um aumento de preços em
janeiro.
MÓDULO 5
O Orçamento de Despesas
5.1 Introdução
5.1 - Introdução
5.2 - A Margem de Contribuição
5.3 - O Orçamento dos Gastos Variáveis
5.4 - O Orçamento dos Gastos Fixos
5.5 - O Orçamento Base-Zero
5.6 - Tipos de Gastos Fixos
5.7 - Orçando os Gastos com Mão de Obra
5.8 - Orçando as Rescisões de Contrato de Trabalho
5.9 - Fechando o Orçando de Gastos Fixos
Os gastos variáveis são muito mais difíceis de reduzir do que os gastos fixos.
Por isso, primeiro os orçamos. A diferença entre a receita projetada e os gastos
variáveis chama-se margem de contribuição e representa o montante que
dispomos para fazer face aos gastos fixos e ao lucro, o qual, por sua vez,
poderá ser reinvestido na empresa sob a forma de novos projetos ou
distribuído aos acionistas. Nisso consiste a “arte” do orçamento: alocar
eficientemente a margem de contribuição.
Gastos Variáveis
Despesas Variáveis de Venda
O frete feito com os próprios veículos não é considerado gasto variável por
que, neste caso, a maior parte destes gastos, tal como salários, encargos e
benefícios dos motoristas e ajudantes, e a depreciação ou leasing dos veículos,
não varia com a venda.
Em uma indústria, os custos variáveis compreendem as matérias-primas e os
materiais de embalagem, as perdas, as devoluções e a inadimplência, já que o
frete de terceiros é pago diretamente pelos clientes. As empresas comerciais,
em vez das matérias-primas, compram materiais de revenda. Algumas
empresas de serviços gastam materiais de consumo na prestação de seus
serviços. É o caso do material de limpeza nas empresas de limpeza, ou dos
reagentes no caso dos laboratórios de análises. No entanto, várias empresas
de serviços não consomem materiais na prestação de seus serviços, como os
advogados, por exemplo. Isto quer dizer que nem todas as empresas de
serviço possuem custos variáveis de operação. No entanto todas as empresas
possuem despesas variáveis de venda, já que têm impostos que incidem sobre
o faturamento.
O problema dos gastos fixos reside justamente no fato de eles serem fixos. Ou
seja, serem obrigações que independem do nível de atividades da empresa.
Mesmo que a empresa não fature uma única unidade do produto ou do serviço
que comercializa, os gastos fixos continuam a existir e a exigir que sejam
liquidados. Isto, por si só, já justifica a importância de que se reveste o
orçamento dos gastos fixos.
Para efeitos orçamentários, chamamos de gastos fixos àqueles gastos que não
variam a cada unidade que se venda ou se deixe de vender, no entanto, os
gastos fixos podem variar por patamares.
s
fixo
s
sto
Ga
Volume vendido
Como podemos ver neste gráfico, os gastos fixos aumentam por patamares e
não a cada unidade vendida.
Despesa Gasto
Mão-de-obra (só folha, R$ 105.000/mês
sem encargos e
benefícios)
Matéria-prima para R$ 0,29/lata
produzir uma lata de
refrigerante tradicional
Comissão sobre R$ 3% sobre
vendas de refrigerantesfaturamento
em lata
Hora extra R$ 7,00/h
Fazendo uma analogia, o limiar está para uma empresa da mesma forma como
a UTI está para um paciente. A função da UTI é manter estáveis os sinais vitais
do paciente. Os exercícios físicos são importantes para uma boa saúde. No
entanto, ninguém imaginaria obrigar um paciente na UTI a fazer ginástica. Da
mesma forma, é de se concordar que a ingestão de fibras é saudável. Nem por
isso vamos obrigar um paciente na UTI a comer brócolis. Assim também, várias
atividades que são, sem dúvida, importantes ficam de fora quando se imagina a
empresa trabalhando o seu limiar.
• Classificação e lançamentos;
• Emissão de relatórios;
• Conciliação de contas;
• Análise de contas;
• Escrituração de livros fiscais.
Sabemos que a análise e a conciliação de contas são importantíssimas para o
Setor de Contabilidade. No entanto, no limiar, o Setor de Contabilidade não
teria essas atividades, pois não se trata de uma exigência de ordem legal.
Restrição Orçamentária
A3 O3 C3
A2 O2 C2
A1 O1 C1
Restrição Orçamentária
A3 O3 C3
A2 O2 C2
A1 C1 O1
O próximo passo é eleger qual dos três pacotes – A1, O2 ou C1 – é o de maior
prioridade. Novamente o eleito será retirado da pilha do seu departamento e
deslocado para baixo da linha de restrição orçamentária. O processo continua
até que a soma das verbas dos pacotes escolhidos seja igual à restrição
orçamentária, como mostra a figura abaixo:
Restrição Orçamentária
C2
A1
O3
A3 C3 C1
A2 O2
O1
Chamamos de gastos fixos padrão aos gastos fixos que guardam uma
relação observável no curto prazo com algum resultado a ser alcançado. Por
exemplo: pode-se determinar o número de funcionários na Contabilidade em
função do número de lançamentos contábeis que são feitos no ano ou pode-se
determinar o número de funcionários no setor de Contas a Pagar em função do
número de documentos manipulados por mês. Vê-se, portanto, que os gastos
fixos padrão são uma imposição de ordem operacional.
Os gastos semifixos, por sua vez, são gastos fixos que guardam certa relação
com os gastos fixos padrão. Estes gastos diferem dos gastos fixos
proporcionais porque, ao contrário do que acontece com estes últimos, sobre
os quais não podemos atuar, possuímos certa ingerência sobre eles.
Por exemplo: no setor de suprimentos os gastos com telefone são gastos fixos
padrão, pois sem telefone o setor de suprimentos não funciona. Já na
contabilidade, o telefone é um gasto semifixo, pois o desempenho da
contabilidade não depende fundamentalmente do telefone.
Finalmente temos os gastos fixos discricionários que são gastos que não
guardam uma clara relação com resultados a serem alcançados e são
definidos por decisão política da direção da empresa. A direção da empresa
pode, por exemplo, decidir, politicamente, que no ano que vem a verba para
promoção e reclassificação de funcionários corresponderá a 2% do valor da
folha bruta; ou que a empresa vai investir 5% do valor das vendas em
propaganda e publicidade; ou ainda que vai reservar uma verba de R$ X para
pesquisa e desenvolvimento. Quando não existe uma relação observável no
curto prazo entre as dotações orçamentárias e as metas a serem atingidas,
dizemos que estes gastos são discricionários. Isso porque sua fixação fica na
dependência da discrição, ou seja, do julgamento ou do discernimento da
direção da empresa.
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total
Chefe do Setor 3.210 3.210 3.210 3.210 3.531 3.531 3.531 3.531 3.531 3.531 3.531 3.531 41.088
Auxiliar 1 1.284 1.284 1.284 1.284 1.412 1.412 1.412 1.412 1.412 1.412 1.412 1.412 16.435
Auxiliar 2 1.284 1.284 1.284 1.284 1.412 1.412 1.412 1.412 1.412 1.412 1.412 1.412 16.435
Auxiliar 3 1.284 1.284 1.284 1.284 1.412 1.412 1.412 1.412 1.412 1.412 1.412 1.412 16.435
Total dos 7.062 7.062 7.062 7.062 7.768 7.768 7.768 7.768 7.768 7.768 7.768 7.768 90.394
Salários
INSS 1.942 1.942 1.942 1.942 2.136 2.136 2.136 2.136 2.136 2.136 2.136 2.136 24.858
FGTS 600 600 600 600 660 660 660 660 660 660 660 660 7.683
Abono de 196 196 196 196 216 216 216 216 216 216 216 216 2.511
Férias
13o salário 589 589 589 589 647 647 647 647 647 647 647 647 7.533
Seguro Saúde 440 440 440 440 440 440 440 440 440 440 440 440 5.280
Ticket 440 440 440 440 440 440 440 440 440 440 440 440 5.280
Refeição
Vale 212 212 212 212 233 233 233 233 233 233 233 233 2.712
Transporte
Rescisões 7.190 7.190
Total dos 11.609 4.419 4.419 4.419 4.773 4.773 4.773 4.773 4.773 4.773 4.773 4.773 63.048
Encargos
Despesas de 110 110 110 110 110 110 110 110 110 110 110 110 1.323
Representaçã
o
Telefone 222 222 222 222 222 222 222 222 222 222 222 222 2.663
Manutenção 183 183 183 183 183 183 183 183 183 183 183 183 2.192
de
Equipamentos
Depreciação e 207 207 207 207 207 207 207 207 207 207 207 207 2.480
Amortização
Cursos e 700 700 700 700 700 700 700 700 700 700 700 700 8.400
Treinamentos
Material de 146 146 146 146 146 146 146 146 146 146 146 146 1.756
Escritório
Assinatura de 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 882
Livros, Jornais
e Revistas
Associação de 220 220 220 220 220 220 220 220 220 220 220 220 2.638
Classe
Cópias e 36 36 36 36 36 36 36 36 36 36 36 36 437
Reproduções
Total das 1.898 1.898 1.898 1.898 1.898 1.898 1.898 1.898 1.898 1.898 1.898 1.898 22.770
Despesas
Operacionais
TOTAL 20.569 13.378 13.378 13.378 14.438 14.438 14.438 14.438 14.438 14.438 14.438 14.438 176.211
GERAL
Suponha que fosse imposta uma restrição orçamentária de R$ 170.000. Os
custos que devem primeiro serem cortados são os gastos discricionários. Um
deles seriam os gastos com cursos e treinamentos. É claro que, no longo
prazo, a falta de investimentos em cursos e treinamentos acabará se refletindo
no nível de qualificação profissional da equipe. Mas no curto prazo, este corte
não terá qualquer reflexo no desempenho do departamento. Outros gastos
fixos discricionários que poderiam eventualmente ser cortados seriam as
despesas de representação e as despesas com livros, jornais e revistas.
Agora veja como ficaria o orçamento deste departamento depois do corte dos
gastos discricionários.
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total
Chefe do Setor 3.210 3.210 3.210 3.210 3.531 3.531 3.531 3.531 3.531 3.531 3.531 3.531 41.088
Auxiliar 1 1.284 1.284 1.284 1.284 1.412 1.412 1.412 1.412 1.412 1.412 1.412 1.412 16.435
Auxiliar 2 1.284 1.284 1.284 1.284 1.412 1.412 1.412 1.412 1.412 1.412 1.412 1.412 16.435
Auxiliar 3 1.284 1.284 1.284 1.284 1.412 1.412 1.412 1.412 1.412 1.412 1.412 1.412 16.435
Total dos 7.062 7.062 7.062 7.062 7.768 7.768 7.768 7.768 7.768 7.768 7.768 7.768 90.394
Salários
INSS 1.942 1.942 1.942 1.942 2.136 2.136 2.136 2.136 2.136 2.136 2.136 2.136 24.858
FGTS 600 600 600 600 660 660 660 660 660 660 660 660 7.683
Abono de 196 196 196 196 216 216 216 216 216 216 216 216 2.511
Férias
13o salário 589 589 589 589 647 647 647 647 647 647 647 647 7.533
Seguro Saúde 440 440 440 440 440 440 440 440 440 440 440 440 5.280
Ticket 440 440 440 440 440 440 440 440 440 440 440 440 5.280
Refeição
Vale 212 212 212 212 233 233 233 233 233 233 233 233 2.712
Transporte
Rescisões 7.190 7.190
Total dos 11.60 4.419 4.419 4.419 4.773 4.773 4.773 4.773 4.773 4.773 4.773 4.773 63.048
Encargos 9
Despesas de
Representação
Telefone 222 222 222 222 222 222 222 222 222 222 222 222 2.663
Manutenção 183 183 183 183 183 183 183 183 183 183 183 183 2.192
de
Equipamentos
Depreciação e 207 207 207 207 207 207 207 207 207 207 207 207 2.480
Amortização
Cursos e
Treinamentos
Material de 146 146 146 146 146 146 146 146 146 146 146 146 1.756
Escritório
Assinatura de
Livros, Jornais
e Revistas
Associação de 220 220 220 220 220 220 220 220 220 220 220 220 2.638
Classe
Cópias e 36 36 36 36 36 36 36 36 36 36 36 36 437
Reproduções
Total das 1.014 1.014 1.014 1.014 1.014 1.014 1.014 1.014 1.014 1.014 1.014 1.014 12.165
Despesas
Operacionais
TOTAL 19.68 12.49 12.49 12.49 13.55 13.55 13.55 13.55 13.55 13.55 13.555 13.555 165.606
GERAL 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
5.7 Orçando os Gastos com Mão de Obra
As demissões não programadas são orçadas por verba anual, e esta verba é
centralizada, como será visto mais adiante. Já as demissões programadas
devem constar no Plano de Integração e Desmobilização de Pessoal.
A relação entre o custo de uma demissão, incluindo aviso prévio, férias e 13º
salário proporcionais, encargos e indenização por demissão sem justa causa, e
o salário bruto mensal do funcionário demitido pode variar de uma empresa
para outra. Compete ao departamento de pessoal apurar esta relação
periodicamente. De posse dos dados acima, orça-se a verba anual para
rescisões não programadas. Veja no exemplo qual a verba anual para
rescisões não programadas em uma empresa que apresentasse os seguintes
dados:
Para alocar esta verba pelos diversos centros de custos quando não sabemos
quem vai sair da empresa e nem quando, uma das soluções seria orçar os
custos dos diversos departamentos sem considerar qualquer verba para fazer
face às rescisões não programadas. A verba de rescisão orçada para a
empresa toda – R$ 250.000 em nosso exemplo – seria centralizada na
Diretoria de Recursos Humanos (ou na Diretoria Administrativa) e lançada
como gasto do mês de dezembro do ano que está sendo orçado.
Esta centralização de verbas poderia ser adotada para outros gastos que
sabemos que vão ocorrer, mas não sabemos nem quando nem onde. É o caso
de gastos com manutenção predial. Nunca sabemos com antecedência quando
e o que vai quebrar. Poderíamos, também, criar uma verba para aumentos de
folha causados por promoções de funcionários por mérito.
O fato de uma atividade ficar fora do limiar não significa necessariamente que
esta necessidade não seja atendida. Significa, apenas, que esta atividade tem
que disputar a prioridade com outras atividades. Pode significar também, que
será atendida com alterações.
MÓDULO 6
O Orçamento de Caixa
6.1 – Introdução
6. 1 - Introdução;
6.2 – O Plano de Reposição dos Estoques;
6.3 – Interpretando o Fluxo de Caixa.
Índices Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Financeiros
Liquidez 1,45 1,57 1,67 1,74 1,78 1,78 1,77 1,76 1,76 1,77 1,81 1,87
Corrente
Margem 2,36% 4,07% 1,33% 0,04% -6,02% -5,94% -5,95% -4,70% -2,51% 0,30% 4,18% 5,63%
Líquida
Rentabilidade 11,15%
sobre o PL
Endividament 28,08% 24,20% 19,52% 16,23% 14,72% 14,55% 14,78% 15,09% 15,18% 14,70% 13,49% 12,68%
o Financeiro
Prazo Médio 36 36 38 39 38 38 37 37 37 36 36 35
das Duplicatas
Prazo Médio 57 71 78 94 95 94 89 81 70 52 45 6
do Estoque de
MP
Prazo Médio 58 72 79 96 96 95 90 82 71 53 46 6
do Estoque de
PA
Vamos agora considerar que o estoque final das matérias-primas seja sempre
suficiente para cobrir dois meses de produção e que o estoque final de
produtos acabados seja suficiente para cobrir 15 dias de vendas.
Os estoques iniciais são fornecidos pelo inventário físico que é feito no final do
ano. O inventário físico nada mais é do que uma contagem do estoque, tanto
de matérias-primas quanto de produtos acabados.
Donde:
Não podemos ter uma produção negativa, pois isso corresponderia a destruir
produtos, o que seria um absurdo. Então, o resultado negativo significa que em
janeiro não será preciso produzir o produto.
É preciso deixar bem claro que um relatório não interpretado ainda não é uma
informação; é apenas um dado.
Suponha que você vá ao médico e ele lhe peça um eletrocardiograma. Você
faz o exame e dias depois vai pegar o resultado. Curioso, abre o envelope e vê
uma tira de papel toda rabiscada. Como você não é médico e não sabe
interpretar o exame, aquele gráfico não lhe fornece informação alguma. Já para
o seu médico aquele relatório fornece informações importantes.O mesmo
acontece com o relatório e o gráfico do fluxo de caixa projetado. Enquanto não
forem interpretados não são informações; são somente dados.
Suponha que este seja o gráfico do fluxo de caixa de uma empresa fictícia.Se
unirmos por uma reta os pontos que representam o saldo de caixa inicial e o
saldo de caixa no final do período orçado, a reta obtida é positivamente
inclinada. Isso mostra que a empresa é geradora de caixa no período orçado.
0
(200.000) J an Fev M ar Abr M ai J un J ul Ago Set Out Nov Dez
(400.000)
(600.000)
(800.000)
(1.000.000)
(1.200.000)
(1.400.000)
(1.600.000)
(1.800.000)
Repare agora, neste gráfico do fluxo de caixa. Se unirmos por uma reta os
pontos que representam o saldo de caixa inicial e o saldo de caixa no final do
período orçado, a reta obtida é negativamente inclinada. Isso mostra que a
empresa é destruidora de caixa no período orçado.
Quando uma empresa destrói caixa e não possui reservas financeiras que
assegurem o pagamento de suas dívidas, ela acaba perdendo capacidade de
liquidar seus compromissos. Neste caso, seus credores pedem sua falência, e
se o produto da venda de seus bens não cobrir o que ela deve, ela quebra.
80.000
60.000
40.000
20.000
0
J an F ev M ar Abr M ai J un J ul A go Set Out Nov Dez
(20.000)
(40.000)
(60.000)
A área do gráfico do fluxo de caixa situada abaixo do eixo horizontal nos dá a
medida do grau de dependência da empresa de empréstimos de curto prazo.
Significa que as saídas de recursos foram maiores do que as entradas e que a
empresa não possuía saldo de caixa suficiente para fazer face a este déficit de
caixa. Isto pode ser muito perigoso.
MÓDULO 7
O Controle Orçamentário
7.1 – Introdução
7.1 – Introdução
7.2 – Conceitos Fundamentais de Controle Orçamentário
7.3 – O Orçamento é um Trilho ou uma Trilha?
7.4 - O Orçamento Flexível
7.5 - As Revisões Orçamentárias
7.6 – O Gerenciamento Matricial de Despesas
7.7 – Os Relatórios
Salários e encargos
Material de escritório
Telefone
Cópias e Reproduções
Segundo Nível
Manutenção de equipamentos, etc.
(indicativo)
Nessas empresas, o orçamento é visto como uma trilha. Quando visto como
um “trilho”, o orçamento é inflexível. Os defensores desta postura inflexível
argumentam que o orçamento não pode ser visto como “um alvo móvel”.
Por outro lado, o fato de um chefe de centros de custos não poder usar as
economias que fez em uma determinada rubrica para cobrir eventuais gastos a
mais que tenha sido obrigado a incorrer em outra rubrica pode engessar o
desempenho do departamento.
Mas, mesmo as empresas que aceitam transposições de verbas impõem
algumas restrições a esta prática. Estas empresas, por exemplo, não admitem
que as sobras orçamentárias de uma conta sejam usadas na compra de
imobilizado. Tampouco aceitam estes superávits sejam usados em aumentos
salariais de funcionários.
Por outro lado, existem situações em que uma política orçamentária muito
flexível é inviável, ou porque a indisciplina orçamentária é muito grande, ou
porque falta à gerência de nível médio discernimento para flexibilizar sem
subverter as metas orçamentárias.
Para isolar os impactos causados no resultado final pela variação dos preços
de venda e dos volumes vendidos, usamos as seguintes equações:
Imagine uma empresa importadora que visse, no curto espaço de três meses, o
preço do dólar aumentar 80%, como aconteceu no primeiro trimestre de 1999.
Não seria razoável esta empresa continuar a insistir em seu orçamento original,
mesmo sabendo que suas metas não seriam atingidas. Tem-se que ter sempre
em mente que um dos objetivos do orçamento é justamente fornecer subsídios
ao processo decisório.
Diretoria Financeira
Pacote de Entidade
Gastos
Tesouraria Controladoria
Folha de pagamento
Rescisões
Vale-Transporte
Prêmios a funcionários
Seguro-Saúde
Uniformes
Cursos e treinamentos
INSS
FGTS
A idéia de ter sempre duas pessoas respondendo por um mesmo custo traz
inúmeras vantagens para a empresa, entre elas o fato de termos um
especialista em determinado tipo de gastos – o gerente do pacote – ao qual
caberá:
R$ /Funcionários 80
70
60
50
40
30
20
10
0
Almoxarifado Caixa Contabilidade Contas a Setor de Setor de Tesouraria
Pagar Pessoal Produção
- Se o montante de uma despesa se situar entre 0% e 95% da meta, o farol fica verde.
- Se o montante de uma despesa se situar entre 95% e 100% da meta, o farol fica amarelo.
- Se o montante de uma despesa se situar acima de 100% da meta o farol fica vermelho.
7.7 Os Relatórios
Os relatórios de controle orçamentário são quadros que apresentam
informações relevantes de forma estruturada de forma a permitir a avaliação de
um determinado aspecto da atividade empresarial, comparando mês a mês o
que foi projetado com o que foi realizado e apurando os desvios para que se
possa interpretá-los e propor correções de rumo. Por informações relevantes
entende-se toda informação que possa servir de subsídio a algum tipo de
processo decisório.