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Sumário
1. Introdução ..................................................................................................................................... 1
2. A essência do pensamento Liberal e os dilemas da divisão de poderes do Estado ...................... 2
3. Referencias Bibliográficas ............................................................................................................ 4
1. INTRODUÇÃO
As idéias formuladas pelos filósofos europeus dos séculos XVII e XVIII, destacando-
se Rousseau, Locke, Hobbes e Mostesquieu, constituem a base do pensamento liberal.
Embora as reflexões e proposições apresentadas por esses filósofos não sejam extamente as
mesmas, inclusive apresentando argumentos opostos em alguns pontos, constituem os
elementos essenciais que fundamentaram o pensamento liberal e influenciaram decisivamente
a dinâmica política das sociedades.
Antes do homem se organizar em uma sociedade, no estágio chamado estado de
natureza, no qual não havia noções de leis, poder ou qualquer tipo de organização, as relações
humanas eram regidas por alguns princípios que só podiam ser conhecidos a partir da razão.
Neste estado, os seres humanos eram naturalmente iguais, livres e portadores dos mesmos
direitos naturais. Dessa forma, sustentados por essa teoria do direito natural, os dois principais
valores que fundamentam o pensamento liberal são o direito à liberdade e à propriedade.
Com base nesses príncípios, as proposições de Hobbes, Locke, Rousseau e Mostesquieu
convergem para a formulação de que, em determinado momento, como forma de proteger e
garantir esses direitos naturais, o homem decidiu viver em sociedade.
Para Hobbes, no estado de natureza, o homem se encontrava em uma condição
miserável, apesar de gozar de liberdade e indepêndencia. Segundo o autor, não havia para o
ser humano a condição de segurança, sendo que a única garantia de proteção à vida e aos bens
que possuía era a própria força com a qual um indivíduo poderia combater outro. Dessa
forma, Hobbes, ao contrário dos demais filósofos, defende que o estado de natureza
corresponde ao estado de guerra.
Ainda segundo a concepção de Hobbes, a transição do estado de natureza para a vida
em sociedade, em determinado momento da humanidade, se deu a partir da celebração de um
contrato entre os homens, que em troca da proteção trasferiram ao Estado o direito de utilizar
a força em defesa de seus interesses. Neste momento, com a celebração desse pacto, teria se
originado a figura do Estado e os homens teriam trocado a liberdade natural pela liberdade
civil, bem como a independência pela segurança.
Da mesma forma que Hobbes, encontra-se no pensamento de Montesquieu a transição
do estado de natureza para a vida em sociedade, porém há algumas divergências. Segundo
Motesquieu, o estado de guerra se estabelece na vida em sociedade, e que anteriormente, no
estado de natureza, o homem vivia em condição de paz e igualdade. Também Rousseau
defende que a o homem no estado de naturez seria incapaz de fazer mal ao seu semelhante, e
que o estado de guerra só é possível com o advento da sociedade.
Nota-se que as principais divergências entre os autores que fundamentam o
pensamento liberal, referem-se principalmente às motivações que teriam levado o homem a
deixar o estado natural e passar ao convívio em sociedade e às relações entre o estado natural
e o estado de guerra. Entretanto, apesar das divergências, encontra-se um elemento comum
entre os pensamentos desses autores, que é a proposição de que independente da motivação
que tenha levado o homem ao convívio civil, os direitos naturais são necessariamente
invioláveis. Segundo Coelho (2010, p.55), “o liberalismo considera a liberdade e a
propriedade individuais como direitos humanos inalienáveis”.
fazer cumprir as leis e a função de julgar o cumprimento e execução das leis. Também
Aristóteles citou em sua obra “A política”, séculos antes de Montesquieu, a caracterização do
poder político do Estado com base nas funções de produzir leis, administrar e julgar. Porém,
foi Montesquieu quem propôs formalmente a divisão funcional do poder, enumerando as
funções: legislativa, executiva judiciária.
Embora Locke e Rousseau tenham também se referido à divisão dos poderes do
Estado de acordo com as funções exercidas, a razão pela qual a a teoria da divisão dos
poderes ter sido classicamente atribuída à Montesquieu deve-se ao fato deste ter introduzido o
conceito de igualdade entre os poderes, isto é, ao se dividir as ações que deveriam ser
exercidas por pessoas ou instituições diferentes, os poderes deveriam funcionar
harmonicamente, com pesos iguais, assegurando o equilíbrio e a unicidade do poder do
Estado. Porém, há um dilema entre essa definição de igualdade e equilibrio proposta por
Montesquieu e a realidade política contemporânea. Segundo Coelho (2010, p.38)
“Qualquer que seja a forma assumida pelo, o Poder Executivo, ou, mais
precisamente, o governo e o conjunto de instituições subordinadas ou
vinculadas ao chefe de governo, que exercem as funções executivas, têm
papel preponderante.”
1
Video-Aula Características do Poder do Estado ministrada pelo Prof. Antônio Marcelo Jackson. Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=XQQr-xJsPoE . Acesso em out/2010.
Estado, mas apenas dividir as diferentes funções de forma igualitária, para que o exercício do
poder não se tornasse absoluto.
A preponderância de um tipo de poder é, portanto, uma não aplicação do principio de
igualdade, no que se refere às hierarquias do estado, o que representa um impasse à
contraposição ao poder absoluto, defendida por Montesquieu, com o intuito de evitar a
concentração de poder em um único organismo e com isso ameaçar os direitos naturais dos
indivíduos governados.
3. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS