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Aproximação Orbital
Utilizada pelos químicos inorgânicos para explicar as formas aproximadas
dos átomos polieletrônicos.
• Considera que cada elétron ocupa um orbital que relembra aquele
encontrado nos átomos hidrogenóides.
• Trata a repulsão entre os elétrons de maneira aproximada, supondo que a
carga eletrônica está esfericamente distribuída ao redor do núcleo.
• Assim, cada elétron se move em um campo atrativo do núcleo acrescido
desta distribuição de carga repulsiva média.
• O campo que surge da distribuição de carga elétrica esférica é equivalente
ao campo gerado por uma carga pontual única no centro da distribuição.
Esta carga reduz a carga nuclear Ze para uma carga nuclear efetiva Zef.
Esta redução é chamada de blindagem e o parâmetro de blindagem, δ,
é uma correção para uma carga nuclear verdadeira:
Zef = Ze – δ
• Como a carga nuclear efetiva varia com a distância do núcleo, as funções
radiais serão marcadamente diferentes daquelas dos átomos
hidrogenóides e suas formas e energias responderão de forma complexa à
troca na população de elétrons.
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• Conhecida a carga nuclear efetiva podemos escrever formas aproximadas
dos orbitais atômicos e começar a fazer estimativas de sua extensão e
outras propriedades.
• J.C.Slater, foi o primeiro a estabelecer uma série de regras para se estimar
o valor da Zef para um determinado elétron em um átomo e, empregando
os valores descrever os orbitais atômicos aproximados.
• Valores com cálculos mais precisos do que os obtidos por Slater estão
colocados na tabela abaixo.
H He
Z 1 2
1s 1,00 1,69
Li Be B C N O F Ne
Z 3 4 5 6 7 8 9 10
1s 2,69 3,68 4,68 5,67 6,66 7,66 8,65 9,64
2s 1,28 1,91 2,58 3,22 3,85 4,49 5,13 5,76
2p 2,42 3,14 3,83 4,45 5,10 5,76
Na Mg Al Si P S Cl Ar
Z 11 12 13 14 15 16 17 18
1s 10,63 11,61 12,59 13,57 14,56 15,54 16,52 17,51
2s 6,57 7,39 8,21 9,02 9,82 10,63 11,43 12,23
2p 6,80 7,83 8,96 9,94 10,96 11,98 12,99 14,01
3s 2,51 3,31 4,12 4,90 5,64 6,37 7,07 7,76
3p 4,07 4,29 4,89 5,48 6,12 6,76
Carga nuclear efetiva Zef
O princípio de Pauli
No máximo dois (2) elétrons podem ocupar um único orbital e, se os
dois ocupam o mesmo orbital, seus spins devem estar emparelhados.
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Na notação usual “emparelhado” significa que um elétron deve ter spin ↑,
o outro ↓ e o par (.
Uma outra forma de expressar este princípio vem da observação de que:
Um elétron em um átomo é descrito por quatro (4) números quânticos
e, assim, dois (2) elétrons não podem possuir os quatro números quânticos
iguais.
Configuração do estado fundamental de um átomo: é a seqüência de
ocupação dos orbitais por seus elétrons no estado fundamental.
Estado Fundamental: estado de menor energia.
Podemos investigar, agora, a questão da configuração eletrônica dos
átomos de cada elemento no estado fundamental. O que se faz sistematicamente,
organizando as configurações na ordem crescentes dos números atômicos.
Nessa construção deve-se respeitar o princípio da exclusão, e cada elétron deve
ir para o orbital de mais baixa energia que não estiver ainda ocupado. hélio tem
um outro elétron, que pode ir para o mesmo orbital, dando 1s2. Isto porque, de
acordo com a aproximação orbital, supõe-se que ambos os elétrons ocupam um
orbital atômico que teria a mesma forma esférica do orbital hidrogenóide 1s,
porém com uma forma radial mais compacta: a carga nuclear efetiva é + 1, 69, e
assim os elétrons são atraídos para mais próximo do núcleo do que o único
elétron no átomo de hidrogênio.
Passando para o Li (Z=3), a configuração eletrônica do estado fundamental
deveria ser 1s3, mas não é. Isto porque, esta configuração é proibida por uma
característica fundamental conhecida como Princípio da Exclusão de Pauli.
Portanto, o terceiro elétron do Li deve ocupar a camada seguinte de maior
energia, a camada com n = 2.
A questão é, qual orbital o terceiro elétron do Li ocupará, o orbital 2s ou o
orbital 2p?
Para responder a esta questão, necessita-se examinar as energias das
duas subcamadas, porque embora elas possuam a mesma energia nos átomos
hidrogenóides isto não é verdade para átomos polieletrônicos. A razão básica da
separação entre os orbitais de diferentes tipos, com o mesmo n é sempre a
mesma; entendida num caso particular, as outras serão entendidas também, pelo
menos em princípio.
1.3.1 Penetração e Blindagem
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Para um determinado elétron em um átomo, quanto mais próximo do
núcleo ele puder penetrar, maior será o valor da Zef que ele sentirá.
No caso do Li, se considerarmos o elétron 2s externo a dois elétrons 1s
de uma camada interna, ele (o elétron) experimentaria uma carga nuclear
centrossimétrica líquida de 3e - 2e = +e; isto é, Zef seria igual a 1. Mas, a Zef do
elétron 2s é de 1,28 , o que sugere que o elétron 2s não permanece totalmente
fora da camada dos elétrons 1s.
Podemos observar através da fig.1,
que existe uma probabilidade maior
que zero de o elétron 2s penetrar a
camada 1s, e experimente a carga
nuclear total.
Podemos concluir que um elétron 2s tem uma energia menor (esta ligado
mais firmemente) do que o elétron 2p, e desse modo à configuração eletrônica do
estado fundamental do Li é: 1s2 2s1.
Como resultado do efeito de penetração e blindagem, a ordem de energia
para átomos polieletrônicos é normalmente:
ns<np<nd<nf.
A variação da energia dos orbitais através da Tabela Periódica está
mostrada na fig.2.
Como pode ser visto, os efeitos são bastante sutis e a ordem de energia
dos orbitais depende muito do número de elétrons presentes no átomo.
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Por exemplo, os efeitos de penetração são
muito pronunciados para os elétrons 4s no K
e no Ca e nestes átomos os orbitais 4s tem
uma energia menor que os orbitais 3d.
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A cada orbital, de acordo com o princípio da exclusão de Pauli, é permitido
acomodar dois (2) elétrons. Assim, uma subcamada p pode acomodar seis (6)
elétrons e uma subcamada d dez (10) elétrons.
Quando mais que um orbital estiver disponível para ser ocupado, tal como
quando os orbitais 2p estão começando a serem preenchidos, como nos átomos
de B e C, adota-se a seguinte regra:
Regra de Hund: Quando se tem mais de um orbital com a mesma energia,
os elétrons ocupam orbitais separados e possuem espins paralelos.
Explicação:
• O preenchimento de orbitais separados pode ser entendido porque
as interações repulsivas entre os elétrons que ocupam diferentes
regiões do espaço são menores que aqueles onde os elétrons se
encontram na mesma região do espaço.
• A necessidade dos elétrons que ocupam diferentes regiões do
espaço terem spins paralelos é conseqüência de um efeito
mecânico-quântico conhecido como correlação de spin.
Correlação de spin: dois elétrons com spins paralelos tendem a se
afastarem mutuamente, e por isso repelindo-se em menor extensão.
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• Camada interna fechada: Quando todos os elétrons internos estão
emparelhados.
Assim, seguindo o princípio da edificação, podemos fazer a distribuição
eletrônica dos elementos.
H 1s1
He 1s2
Li [He] 2s1
Be [He] 2s2
B [He] 2s2 2p1
O preenchimento do primeiro orbital p é arbitrário. É comum adotar-se a
ordem px, py, pz.
Continuando:
C [He] 2s2 2p2
N [He] 2s2 2p3
.
. :
Ne [He] 2s2 2p6
Na [Ne] 3s1
.
.
: Ar [Ne] 3s2 3p6.
Desde que os orbitais 3d são muito mais energéticos, esta configuração é
afetivamente uma configuração de camada fechada.
Continuando:
K [Ar] 4s1
Ca [Ar] 4s2
Sc [Ar] 3d1 4s2 em vez de 4s2 3d1. Isto, porque, os níveis de energia
apresentados na seqüência energética são para orbitais atômicos individuais e
não levam em consideração as repulsões intereletrônicas.
Para a maior parte dos elementos do bloco d, as determinações
espectroscópicas dos estados fundamentais (juntamente com cálculos
detalhados) mostraram que é vantajoso ocupar o orbital de maior energia que
vem a seguir (o orbital 4s p.ex.). Isto, porque, o preenchimento de orbitais de
energia mais elevada pode resultar em uma repulsão entre os elétrons, menor
do que a que ocorreria se os orbitais 3d, de menor energia, fossem ocupados.
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Em alguns casos, a menor energia total pode ser obtida pela formação de
subcamadas d preenchidas ou semiprenchidas à custa de um elétron s.
Assim:
Cr [Ar] 3d5 4s1 e não 3d4 4s2
Cu [Ar] 3d10 4s1 e não 3d9 4s2.
Um efeito similar ocorre no bloco f onde os orbitais f estão sendo
ocupados.
Por ex., a configuração do Gadolínio (Gd) é: [Xe] 4f7 5d1 6s2 e não [Xe]4f6
5d2 6s2.
Exercícios:
1. Aponte uma razão de o aumento na Zef ser menor para um elétron 2p entre N e O do
que entre C e N, dado que as configurações dos três átomos são:
C: [He] 2s2 2p2, N: [He] 2s2 2p3 e O: [He] 2s2 2p4.