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SUMÁRIO
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Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho
Prof. MSc Carlos Augusto Sperandio
As atividades laborativas nasceram com o Homem. Pela sua capacidade de raciocínio e pelo seu
instinto gregário, o homem conseguiu, através da história, criar tecnologias que possibilitou sua
existência no planeta.
Partindo da atividade predatória, evoluiu para a agricultura e o pastoreio, alcançou a fase de
artesanato e atingiu a era industrial. Até o advento da máquina a vapor, poucas e esparsas notícias se
têm sobre saúde ocupacional. Somente com a revolução industrial, é que o aldeão, descendente do
troglodita, começou a agrupar-se nas cidades. Deixou o risco de ser apanhado pelas garras de uma fera,
para aceitar o risco de ser apanhado pelas garras de uma máquina.
Condições totalmente inóspitas de calor, ventilação e umidade eram encontradas, pois as
"modernas" fábricas nada mais eram que galpões improvisados. As máquinas primitivas ofereciam toda
a sorte de riscos, e as conseqüências tornaram-se tão críticas que começou a haver clamores, inclusive
de órgãos governamentais, exigindo um mínimo de condições humanas para o trabalho.
Mas na verdade, a preocupação do homem com a segurança, tem dados ou indícios bem mais
remotos, tais como:
- alguns papiros datados de 2.300 AC;
- Sócrates sistematizou a Medicina do Trabalho por volta de 430 AC;
- documentos da Roma antiga evidenciam o problema do saturnismo, devido ao uso do chumbo
na fabricação de cálices para vinho.
Somente na idade média tem início a preocupação social para o problema.
O grande desenvolvimento industrial da Inglaterra levou ao estabelecimento de uma série de
medidas legislativas, sendo de destacar-se a criação do Factory Inspectorate, órgão do Ministério do
Trabalho, cuja função era proceder ao exame médico admissional, ao exame médico periódico, ao
estudo de doenças causadas por agentes químicos potencialmente perigosos e à notificação e
investigação de doenças profissionais, especialmente em pequenas fábricas que não dispunham de
serviço médico próprio.
A expansão da revolução industrial no resto da Europa já foi acompanhada desta experiência.
Na França, pela Lei de 11 de outubro de 1.946, tornou-se obrigatório para estabelecimentos, tanto
comerciais como industriais, de qualquer tamanho. Na Espanha, a partir de 1.956, também tornou-se
obrigatório para empresas que tinham mais de 500 trabalhadores. Posteriormente, a mesma legislação
foi implantada em Portugal.
Nos Estados Unidos, a despeito da industrialização acentuada a partir da segunda metade do
século passado, somente no início deste século, após o aparecimento da legislação sobre indenizações
em casos de acidente de trabalho, é que surgiram os primeiros serviços médicos de empresa industrial.
Em 1.950, uma comissão conjunta da OIT - Organização Internacional do Trabalho e da OMS
- Organização Mundial da Saúde estabeleceu de forma ampla os objetivos da saúde ocupacional.
Em 1.953, a Conferência Internacional do Trabalho adotou princípios sobre o assunto, que
vieram a constituir a Recomendação n 97 - Proteção da Saúde dos Trabalhadores em Locais de
Trabalho.
Em junho de 1.959, por ocasião da 43a. Conferência Internacional do Trabalho, foi aprovada a
Recomendação para os Serviços de Saúde Ocupacional.
No Brasil, a consagração de parques industriais ocorreu por volta de 1.930, que embora
conhecendo a experiência no assunto de outros países, a massa trabalhadora vivenciou os mesmos
problemas.
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Sob todos os ângulos em que possa ser analisado, o acidente do trabalho apresenta fatores
altamente negativos no que se refere ao aspecto humano, social e econômico, cujas conseqüências
constituem forte argumento de apoio a quaisquer ações de controle e prevenção dos infortúnios
ocupacionais.
Pode parecer estranho que, além de aspectos técnicos, abordem-se também aspectos
humanísticos. Entretanto, não se deve esquecer que por trás de qualquer máquina, equipamento ou
material, está o Homem, a maior riqueza da nação, que para se tornar produtivo necessita de no mínimo
18 anos.
Com referência aos aspectos sociais, deve-se cogitar das conseqüências que, advindas dos
acidentes do trabalho, se constituem numa agravante dos problemas sociais já existentes. Como o objeto
desta análise, no momento, é o acidente do trabalho e suas conseqüências sociais, deve-se estudar o
problema como efeito ou como causa.
Pode-se considerar o acidente de trabalho como efeito, quando ele resulta de uma ação
imprudente ou de condições inadequadas, isto é, quando ele resulta da inobservância das normas de
segurança; pode-se considerá-lo como causa quando se tem em vista as conseqüências dele advindas.
No que diz respeito ao aspecto social, o acidente do trabalho se constitui na causa ou um dos
agravantes dos problemas sociais já existentes, uma vez que suas conseqüências aumentam o índice de
pessoas marginalizadas na sociedade. Por exemplo, vários acidentados portadores de lesões que os
tornaram permanentemente incapacitados para qualquer tipo de trabalho agravam um problema social:
o desemprego. Esse fato dá origem a outro problema, a redução da remuneração, o que obriga a família
a baixar o padrão de vida mantido até então. Esse acontecimento poderá originar tipos de
comportamento desajustado dos elementos da família do acidentado, na ação dirigida para manter o
padrão de vida a que estavam acostumados ou, mesmo, na luta pela sobrevivência. Tais
comportamentos, dependendo de sua proporção, passam a ser considerados como um problema social.
Como se deduz, são imensuráveis, em termos de extensão e proporção, as conseqüências dos
acidentes de trabalho. Mas, o importante, diante de todos os aspectos que possam ser apresentados, é
que as pessoas se inteirem desta realidade, interessando-se pela aplicação correta das medidas de
prevenção do acidente, para não se tornarem vítimas do mesmo.
Usando o raciocínio do professor Ruy Aguiar da Silva Leme:
Para considerarmos o efeito dos acidentes, via produtividade no caso nacional, consideremos
um trabalhador imaginário desde o nascimento até sua morte. Para cada ano, podemos calcular o
produto e o consumo total do trabalhador e sua diferença, a produtividade líquida. Essa será de
início negativa, pois a criança só consome. Entrando o menor para a força de trabalho, a
produtividade cresce, assumindo valores positivos que permanecem com este sinal até o trabalhador
se aposentar ou morrer. No caso de o trabalhador se aposentar, teremos, até sua morte, valores
negativos.
Totalizando a produtividade líquida do trabalhador ao longo de sua vida, temos, em geral,
um valor positivo, isto é, um excedente que será utilizado para cobrir o déficit inicial dos filhos dos
trabalhadores, para sustentar o déficit correspondente dos aposentados, via contribuição
previdenciária, e para a poupança.
Para tornar mais claro o raciocínio que desejamos transmitir, suponhamos que o
trabalhador consuma 5 unidades por ano, qualquer que seja sua idade e que produza 10 unidades
por ano, dos 15 aos 50 anos, vivendo aposentado dos 50 aos 60 anos.
O saldo total, neste caso, seria = (10 un. x 35 anos) - (5 un. x 60 anos) = 50 unidades produtivas
Suponhamos, contudo, que o trabalhador sofre um acidente aos 30 anos, o qual reduza a sua
produção para a metade.
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O novo saldo será = (10 un. x 15 anos) + (5 un. x 20 anos) - (5 un. x 60 anos) = (-) 50 unidades
produtivas
O exemplo obtido não tem pretensões ao realismo. Contudo, mostra como um acidente,
considerado em termos globais para a Nação, pode tornar um trabalhador superavitário em um
elemento deficitário, no que concerne à produção e ao consumo de bens. Acreditamos que alguma
pesquisa em torno deste raciocínio poderá ser muito útil para mensurar os efeitos dos acidentes
fatais ou que conduzem à incapacitação parcial permanente dos trabalhadores.
Apenas acrescentando: o ônus causado pelo acidente reflete-se em toda a Nação, uma vez que é
ela quem paga ao incapacitado ou à família da vítima de um acidente fatal.
Sob o enfoque que considera o aspecto humano bastaria consultar as estatísticas oficiais, que
registram os acidentes que prejudicam a integridade física do trabalhador, para conhecimento do grande
índice de pessoas incapacitadas para o trabalho e de tantas vidas truncadas, tendo como conseqüência a
desestruturação do ambiente familiar, onde tais infortúnios repercutem por tempo indeterminado.
As conseqüências dos acidentes, quando envolvem o trabalhador, são muito mais desastrosas e
evidentes, pois, dependendo do seu grau e intensidade, por mínimos que eles sejam, sempre requerem
cuidados especiais no tocante à readaptação do homem ao trabalho e, num sentido mais amplo,
dependendo do tipo de lesão física, à sua reintegração na própria sociedade.
Embora não se possa exprimir em números, o aspecto humano é o mais importante. Se ao
trabalhador for perguntado: - Quanto vale em dinheiro a vida de seu pai ou seu irmão? – acredita-se que
a resposta será “dinheiro algum”. Quando se paga adicional de insalubridade a um trabalhador, em
outras palavras, se está "comprando" alguns anos de sua vida, pelo dano que o agente agressivo poderá
causar a seu organismo.
A preocupação do Homem com o trabalho no sentido do viver do trabalho e não para o trabalho
é recente, assim como sua visão de prevenir ao invés de corrigir.
Inicialmente, em diversos países, surgiram e evoluíram ações tendentes a prevenir danos às
pessoas decorrentes de atividades laborais. Foram elaboradas normas e disposições legais, ou seja, toda
uma legislação social de “reparação” de danos (lesões).
Dessa forma, a Seguridade Social, que no Brasil é feita pelo Ministério da Previdência Social,
realiza ações para arrecadar recursos através do seguro de acidente do trabalho para custear os
benefícios e indenizações aos acidentados.
Por outro lado, vários estudos, apontavam a necessidade de ações tão ou mais importantes, que
deveriam prevenir os acidentes, além de segurar contra os riscos de lesões. Assim, lado a lado com o
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Numa conceituação ampla, acidente é toda ocorrência não desejada que modifica ou põe fim ao
andamento normal de qualquer tipo de atividade. Assim, ele não deve ser entendido apenas em função
de causar um ferimento, ou um acontecimento desastroso.
Porém, para fins legais, em função dos direitos relacionados com o trabalho profissional, o
acidente do trabalho é aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho a serviço da empresa,
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que causa a morte, a perda, ou redução,
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
A Segurança do Trabalho tem sido objeto constante de preocupação e estudo, para sua
adequabilidade aos objetivos de uma sociedade desenvolvida e justa. A importância do tema é
justificável plenamente, desde que se obtenha avanços, mesmo que pequenos, nos mecanismos de
salvaguarda da vida humana. Mas, observa-se hoje, que apenas este ângulo de visão do assunto, apesar
de suficiente para demonstrar a sua necessidade, não o tem sido, para alterar os números das perdas
ocorridas nos processos de produção na indústria brasileira.
A necessidade de alteração da mentalidade profissional e empresarial do país, impõe alterações
na filosofia daquilo que se denomina Segurança do Trabalho. Não se pode continuar com a visão
estreita de que segurança do trabalho é apenas garantir a integridade física do trabalhador. A segurança
do trabalho deve objetivar a obtenção de linhas de produção que atendam ao controle total de perdas,
entendendo perda como todo desperdício de recursos, sejam humanos, materiais ou financeiros. Toda
perda tem um custo social que não pode mais ser desprezado.
Realizou uma pesquisa que revelou a relação 4:1 entre os custos não segurados (indiretos) e
segurados (diretos) de um acidente. Esse valor, muito difundido e repetido, foi obtido para a média
indústria americana, e não era seu propósito usá-lo, em todos os casos, como estimativa do custo de
acidentes.
Sabe-se que essa relação pode variar desde 2,3: 1 até 101:1, o que apenas evidencia a necessidade da
realização de estudos específicos. Naquela mesma época, Heinrich introduziu pela primeira vez a
filosofia de acidentes com danos à propriedade (acidentes sem lesão) em relação aos acidentes com
lesão incapacitante.
Sua investigação apresentou como resultado: para cada acidente com lesão incapacitante,
resultaram 29 acidentes com lesões leves e 300 acidentes sem lesões.
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Frank Bird Junior baseou sua teoria de "Controle de danos" a partir de uma análise de
90.000 acidentes - 75.000 acidentes com danos à propriedade e 15.000 acidentes com lesão - ocorridos
numa empresa metalúrgica americana, durante um período de mais de 7 anos, chegando à seguinte
proporção: para cada acidente com lesão incapacitante, resultaram 100 acidentes com lesões leves e
500 acidentes sem lesões.
Os quatro aspectos básicos do programa de "Controle de Danos" colocados em prática foram:
informação, investigação, análise e revisão do processo.
Um programa de Controle de Danos é aquele que requer identificação, registro e investigação
de todos os acidentes com danos à propriedade e determinação de seu custo para a empresa. Todas
essas medidas deverão ser seguidas de ações preventivas.
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SEGURANÇA DE SISTEMAS
Análise Preliminar de Riscos - APR
Identificação: Subsistema:
RISCO CAUSA EFEITO CATEGORIA MEDIDAS PREVENTIVAS
DE RISCO OU CORRETIVAS
(I) DESPREZÍVEL - A falha não irá resultar numa degradação maior do sistema, nem irá produzir
danos funcionais ou lesões, ou contribuir com um risco ao sistema.
(II) MARGINAL OU LIMÍTROFE - A falha irá degradar o sistema numa certa extensão, porém sem
envolver danos maiores ou lesões, podendo ser compensada ou controlada adequadamente.
(III) CRÍTICA - A falha irá degradar o sistema, causando lesões, danos substanciais, ou irá resultar
num risco inaceitável, necessitando ações corretivas imediatas.
(IV) CATASTRÓFICA - A falha irá produzir severa degradação do sistema, resultando em sua perda
total, lesões ou morte.
O Incidente Crítico é também chamado de "quase acidente". Trata-se de qualquer situação onde
um risco potencial tem a chance de se concretizar, mas que, entretanto, por uma configuração não ótima
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das variáveis envolvidas, não efetiva o acidente, dando lugar apenas ao incidente. A descaracterização
do acidente acontece justamente pela ausência de danos, denominados macroscópicos, em termos de
lesões ou perdas materiais significativas. Uma constatação prática, mostrou que as mesmas condições e
atos inseguros que levam aos incidentes críticos, levarão aos acidentes com lesão e perdas materiais,
bastando que as variáveis envolvidas assumam ou não uma configuração ótima.
A TIC é um método para identificar erros e condições inseguras que contribuem para os
acidentes com lesão, tanto reais como potenciais, através de uma amostra aleatória estratificada de
observadores-participantes, selecionados dentro de uma população. Esses observadores-participantes
são selecionados dos principais departamentos da empresa, de modo que possa ser obtida uma amostra
representativa de operações existentes dentro das diferentes categorias de risco.
SEGURANÇA DE SISTEMAS
Análise de Modos e Efeitos de Falha - FMEA
Empresa:
Subsistema: Folha:
Preparada por:
Local e Data:
Possíveis Efeitos
Componentes Modos Em outros No Categorias Métodos Ações de
de Falha componentes Desempenho de Risco de Compensação e
Total do Detecção Reparos
Subsistema
A FMEA é muito eficiente quando aplicada a sistemas mais simples e falhas singulares.
Algumas de suas inadequações em lidar com situações complexas levaram ao desenvolvimento de
outros métodos, tais como Análise de Árvores de Falhas, que a completa excelentemente.
A Análise de Árvores de Falhas (AAF) foi desenvolvida pelos Laboratórios Bell Telephone em
1962, a pedido da Força Aérea Americana, para uso no sistema do míssil balístico intercontinental
Minuteman. Engenheiros e matemáticos da Boeing Co.,empenharam-se a fundo no desenvolvimento
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adicional desses procedimentos e se tornaram os seus propositores mais destacados. A técnica foi então
modificada, de maneira que a simulação em computadores de alta velocidade se tornou uma realidade.
A AAF é um método excelente para o estudo dos fatores que poderiam causar um evento
indesejável (falha, risco principal ou catástrofe), como por exemplo, o lançamento não autorizado de um
míssil.
Os métodos de análise de confiabilidade em uso na época não conduziam por si sós, a
determinação das possibilidades e probabilidades de ocorrência daqueles eventos, devido ao complexo
inter-relacionamento de recursos humanos, equipamentos, materiais e ambiente. A AAF justamente
encontra sua melhor aplicação em tais situações complexas, pela maneira sistemática na qual os vários
fatores podem ser apresentados. Trata-se, com efeito, de um modelo no qual dados probabilísticos
podem ser aplicados a seqüências lógicas.
Até um passado bem recente, as empresas brasileiras tinham um conjunto bem definido de
preocupações e estas estavam relacionada com aumento de vendas, otimização de estratégias de
marketing, investimentos em qualidade de projeto e formas de maximizar volumes de produção. Um
mercado consumidor generoso e vasto absorvia todos os custos decorrentes de tais decisões e ainda
proporcionava razoáveis margens de lucro.
A realidade brasileira hoje é outra, e a ênfase, agora, está exatamente na fixação de volumes de
produção compatíveis com a demanda, manutenção de padrões de qualidade como estratégia básica de
marketing e redução de custos - faixa única de flexibilidade gerencial, já que a empresa está inserida
numa realidade onde os fornecedores fixam preços de acordo com a variação de mercado e o
consumidor já não aceita ou suporta aumentos automáticos de preços. A empresa, desta forma, não
consegue vender por mais nem comprar por menos; resta, apenas, minimizar custos, o que não significa
cortar despesas indiscriminadamente ou reduzir a zero os níveis de investimentos, mas otimizar o
processo produtivo com base em critérios bem definidos, fixados a partir de abordagens gerenciais
específicas.
De fato, com a mesma tenacidade com a qual se tem procurado criar novas técnicas e métodos
de produção, tem-se procurado desenvolver a qualidade, racionalizando incentivos e esforços
dispensados à produção com melhor qualidade.
A palavra qualidade não chega a ser um termo técnico, sendo, na verdade, amplamente
empregado na linguagem informal.
Exatamente por causa disto, foram atribuídos diferentes significados ao termo, de acordo com a
opinião ou o enfoque de quem dele faz uso.
A qualidade não é pensamento nem matéria, mas uma terceira entidade independente das
duas. Ainda que a qualidade não possa ser definida, percebe-se que ela existe.
(R.M.PIRSIG)
Qualidade é a conformidade do produto às suas especificações. (P.B.CROSBY)
Qualidade é adequação ao uso. (J.M.DURAN)
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Mercado
Empregos
(Mão-de-obra)
A análise deste ciclo mostra que a qualidade é, efetivamente, tarefa de todos, pois todos
dependem dela e ela depende de todos. Assim, é preciso mostrar aos operários da fábrica que o próprio
emprego depende da qualidade.
A qualidade é fruto do esforço de todos. Cada participação, por mais simples que seja, é
relevante, e precisa ser efetivada com empenho e dedicação.
A má qualidade pode resultar da falta de controle. E muitos são os prejuízos decorrentes da má
qualidade. São custos de materiais perdidos; custos de operações que precisam ser refeitas; custo de
inspecionar todo um lote; custos com retrabalho, reprogramação; horas extras; custos com refugos,
recuperáveis ou não; aumento desnecessário da produção devido às perdas; prejuízos causados ao nome
e à reputação da empresa; quebra ou interrupções no ritmo de trabalho; insatisfação do pessoal pela
rejeição constante do que fizeram; não cumprimento de prazos; execução de operações desnecessárias
ou não planejadas, etc. Assim, pensando-se em termos da minimização ou até da eliminação destes
custos, a qualidade precisa ser controlada.
É preciso, portanto, uma consciência coletiva para a qualidade. Por sua importância, na
verdade, a qualidade, muito antes de ser controlada, precisa ser produzida.
A segurança, como condição primeira para uma indústria produzir qualidade, deve ser
perseguida por todos, sendo a empresa a primeira interessada em promovê-la.
A produção da qualidade deve ser, na verdade, a meta prioritária da empresa. Afinal, se não for
produzida, não há como se controlar a qualidade.
A Garantia da Qualidade pode ser definida como as atividades que, executadas de forma
sistemática e planejada, visam assegurar a adequação à utilização que se deseja de um produto ou
serviço, dentro dos níveis de desempenho, confiabilidade e custos aceitáveis.
A Garantia da Qualidade pode ainda ser definida como um estágio a ser alcançado, dentro da
empresa, ou seja, a Garantia da Qualidade é uma etapa de processo. Resumidamente, este processo
consiste em cinco fases e sete estágios:
FASES ESTÁGIOS
1. Conhecer 1.Inspeção
2. Controlar 2. Informação
3. Prevenir 3. Controle corretivo
4. Normalizar 4. Controle preventivo
5. Garantir 5. Controle de qualidade
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6. Normalização
7. Garantia de qualidade
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A abordagem participativa, por exemplo, utiliza-se de grupos de trabalho. São exemplos destes
grupos os Círculos de Controle de Qualidade, os Grupos de Análises de Problemas e os Grupos de Ação
na Fábrica, para citar alguns bem conhecidos. A formação e o desenvolvimento destes grupos,
entretanto, podem dar-se de diferentes maneiras. Fixada a opção pela abordagem a adotar, passa-se a
definir as estratégias para levar o envolvimento espontâneo das pessoas aos grupos, cuja estrutura pode
já ter sido montada ou pode ficar definida pelos próprios grupos.
Já a abordagem promocional tem um elenco maior de estratégias. A mais conhecida é a
campanha pela qualidade, normalmente introduzida com grande alarde na empresa. Há ainda o uso de
meios de comunicação - internos ou externos à empresa -, a realização de eventos que chamem a
atenção dos operários, cartazes por toda a área da fábrica, mensagens diretas às pessoas, etc.
A administração da empresa deve identificar qual a melhor maneira de motivar, ou seja, qual
técnica seria a mais indicada a realidade atual da fábrica. Uma pesquisa, realizada com a utilização de
questionários ou outros meios de levantamento de informações nas quais se garante a preservação do
anonimato dos participantes, permite determinar o que realmente é considerado como fonte de
motivação para o grupo.
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O Brasil parte para a competição do mercado mundial com uma máquina industrial ineficiente,
com produtos caros e de pouca qualidade.
As empresas brasileiras são velhas no desenho, não se cultiva no país o hábito de seguir normas
de qualidade e há um desprezo generalizado pelas sugestões dos empregados. No fim, mede-se o
impacto desses hábitos por alguns resultados prosaicos. No Brasil, o ciclo de fabricação de um modelo
novo de tênis demora, em média, oito meses, contado entre o projeto e o primeiro par que sai da fábrica.
No Japão, gastam-se 45 dias. Os tigres asiáticos lançam duas gerações de videocassetes, enquanto no
Brasil só lança uma na praça.
Um dos hábitos mais curiosos do empresário padrão brasileiro é colecionar estoques. Sem
treino para um jogo leve e ágil, o empresário enche seu depósito de matérias-primas suficientes para
100 dias e, com isso, incha o preço de seu produto em torno de 25%. Nos países em que a produção é
mais racionalizada, os industriais trabalham com estoques de apenas três dias e nas empresas mais
avançadas o caminhão com a matéria-prima chega à porta dos fundos no momento em que as máquinas
estão livres para processá-las. Pela porta da frente, outro caminhão, com os produtos acabados, está
saindo para a entrega aos comerciantes. Nessas empresas, não se gasta um centavo com mercadoria
parada no armazém.
O empresário estoca por hábito, por inércia, por preguiça e por circunstância. Dá mais trabalho
ficar comprando matéria-prima de três em três dias, mas parte do vício de estocar vem da rotineira
instabilidade da economia, num país em que não se sabe ao certo quando o aço vai faltar, o boi gordo
vai sumir ou a soja vai desaparecer à espera de um preço internacional melhor. Existem também os
espertos, que estocam hoje para vender amanhã pelo dobro, ou para atrapalhar o concorrente. Qualquer
que seja o motivo, o fato é que no Brasil se estoca.
Está a disposição de quem queira trabalhar bem cerca de 15.000 normas técnicas. Se os
fabricantes e os consumidores levassem essas regras a sério, as coisas iriam mais ou menos bem.
Acontece que se fabricam portas de incêndio que enferrujam dois anos após instaladas, fusíveis que
provocam incêndios e tubos mal ligados que causam vazamentos. A cada milhão de peças fabricadas no
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país, 25.000 são defeituosas. O padrão internacional médio de qualidade permite apenas 200 peças
defeituosas por milhão.
Por não examinar direito a qualidade dos produtos que compram, os industriais brasileiros
aumentam seus custos 30% em média. Isso causa um desperdício enorme de dinheiro. Qualquer um tem
o direito de desperdiçar o seu dinheiro, mas no Brasil até as pessoas ingênuas sabem que os prejuízos
que o industrial leva em sua linha de montagem são recuperados no preço da mercadoria despachada
para o comércio.
As empresas brasileiras, perto dos iates do Primeiro Mundo, são vapores costeiros que andam
devagar, fazem muita fumaça e seus capitães não escutam o que dizem os marinheiros - ainda que eles
estejam gritando que o barco vai encalhar num barranco. Em média, as companhias nacionais
funcionam com sete a dez níveis hierárquicos - ou seja, para que uma ordem chegue do presidente ao
peão terá de descer até dez graus. Em empresas do Japão, o número cai para quatro, algo com que os
brasileiros apenas sonham.
Seria uma tolice, se a quebra dos degraus hierárquicos se restringisse a incrementar os contatos
sociais entre colarinhos brancos e colarinhos azuis. Acontece que o encurtamento da escada da chefia se
reflete na produção como um dos elementos que a aumentam e aperfeiçoam. No Japão, o modelo
sempre citado nas conversas sobre produtividade, 95% dos operários tem o hábito de fazer sugestões
para melhorar o desempenho da empresa. O operador de um torno mecânico, por exemplo, tem o poder
de parar a sua máquina se perceber que o material que está recebendo apresenta algum defeito. Espera-
se que o peão pare mesmo a sua máquina para não comprometer a qualidade do produto. Se um
operário brasileiro fizer isso, ele corre o risco de ir para a rua no mesmo dia.
A empresa brasileira investe pouco na mão-de-obra e tem aí uma das raízes de sua baixa
eficiência. Com essa atitude, não faz mais do que ser coerente com a lógica do atraso. Os equipamentos
da indústria são tão obsoletos em alguns setores que qualquer um pode colocá-los para andar. Era o que
se observava na indústria têxtil, considerada por dez em cada dez especialistas o ramo mais atrasado no
setor produtivo brasileiro - ou, pelo menos, um caso clássico dentro do atraso em que o país estava
mergulhado.
Das empresas do setor, 90% utilizavam teares exatamente iguais aos que estavam na moda há
trinta anos. Fabricadas no Brasil, essas máquinas eram como tartarugas mancas se comparadas aos
modernos teares japoneses ou europeus.
O tempo que um tear brasileiro levava para fazer 100 metros de tecido era suficiente para que
um equipamento japonês produzisse 533 metros. Alguns empresários, ainda tentam argumentar que um
tear comum aceita regulagem improvisada e um tear japonês exigiria mão-de-obra especializada e,
portanto, mais cara. Equipada com um maquinário que nos países industrializados está exposto no
museu da indústria têxtil, uma fábrica de tecidos que emprega 500 operários no Brasil precisaria de
apenas setenta se utilizasse os teares japoneses. Ou seja, se essa empresa decidisse investir em
equipamentos modernos poderia pagar sete vezes mais a cada empregado e continuar com uma folha de
pagamentos no mesmo valor. Na lógica do desenvolvimento, esse procedimento provoca efeitos em
cadeia. Trabalha-se com equipamentos modernos que exigem menos mão-de-obra e paga-se mais por
ela, pois necessariamente deverá ser mais bem qualificada. Com salários maiores, os trabalhadores
consomem mais, o mercado se amplia e as fábricas precisam aumentar sua produção, investindo em
máquinas mais modernas ainda. Assim, sem qualquer mistério nebuloso, realimenta-se o ciclo do
crescimento econômico.
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No Brasil, os empresários navegaram bem, sem cuidar sequer de seus custos ou da qualidade de
seus produtos, porque a economia trabalhava num aquário e os consumidores acabavam mesmo
pagando qualquer conta. Com os portos abertos, começou o ataque dos produtos de fora. Inaugurou-se
assim uma nova fase para os empresários nacionais, desafiados dentro de casa a ranger de dentes e ir à
luta.
Mesmo as multinacionais, acostumadas a trabalhar no exterior com padrões elevados de
eficiência, deixaram-se levar aqui pelo ritmo da moda de viola e terão de adaptar seus passos ao novo
som. Uma empresa de material hospitalar desativou sua linha de produção de agulhas e seringas
especiais para diabéticos e vai importá-las da matriz, nos Estados Unidos, porque o produto feito lá é
melhor e mais barato. A empresa, agora, concentra seus esforços onde consegue ser competitiva - a
linha de agulhas e seringas descartáveis. Mas, para ajustar seus custos com o mercado internacional,
teve de tomar providências. A empresa foi pesquisar os preços de seus principais insumos no exterior e
viu que poderia trazê-los por preços até 40% mais baixos do que os cobrados pelos fabricantes
brasileiros. Mostrou a lista aos seus fornecedores locais e deu a eles o prazo de um ano para
melhorarem sua produtividade e baixarem suas tabelas.
Desde que todos se convenceram do atraso da empresa nacional, vêm se multiplicando as
fórmulas apresentadas para solucionar o problema, mas há complicações enormes no terreno prático. O
Brasil reúne hoje um parque produtivo com 1 milhão de empresas e 60 milhões de empregados, dispõe
de um sistema financeiro altamente complexo e eficiente, alimenta-se nas maiores hidrelétricas do
mundo, conta com fábricas de automóveis capazes de colocar 1 milhão de carros em circulação a cada
ano e com empresas agrícolas que classificam o país como um dos mais fortes exportadores mundiais
em várias categorias.
RECLAMAÇÕES DE CLIENTES
APÓS ENTREGA DA MERCADORIA
BRASIL 2,4%
PAÍSES DESENVOLVIDOS 0,01%
Numa análise de competência, não se pode esquecer que as empreiteiras que atuam sob a
bandeira do Brasil são competitivas mundo afora e ganham obras no exterior, que a metalurgia é outro
ramo forte, que o país é eficiente nos setores de papel e celulose, embalagens, fabricação de ônibus e
tratores. O problema é que mesmo essas exceções estão costuradas numa malha já envelhecida que
espera por uma boa escovada. A passagem pela lavanderia, no entanto, é demorada e custa caro. Não se
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muda a produtividade de um país do dia para a noite, mesmo porque a faxina envolve pedaços do
guarda-roupa do governo, como a educação e os transportes.
Uma indústria de São Paulo que produz equipamentos pesados, como tornos, preocupa-se até
com a temperatura de seus galpões industriais para trabalhar direito, mas enrosca-se em problemas que
ficam do lado de fora da fábrica - instalados no medonho sistema arterial que garante o transporte das
coisas pelo país. No começo do ano, a empresa embarcou para Porto Alegre dois tornos
computadorizados que custam 200.000 dólares a unidade. As máquinas chacoalharam tanto pelos
buracos das estradas brasileiras que chegaram quebradas ao destino, e a empresa foi obrigada a mandar
dois técnicos para consertá-las. Um torno computadorizado vendido a um cliente em Manaus por meio
milhão de dólares teve de voltar a São Paulo para reparos. De que me adianta investir em eficiência se
não consigo transportar meus produtos por uma estrada decente? Reclama o vice-presidente da
empresa.
Os empresários também perdem dinheiro nos portos brasileiros, cujas tarifas chegam a ser entre
três e quatro vezes mais altas do que as de outros países. Para embarcar 1 tonelada de aço eu pago 25
dólares. Se embarcasse em outros portos, pagaria apenas 5, diz o presidente de um grupo empresarial,
que opera no setor siderúrgico.
Essa coleção de problemas já é gigantesca e exigirá uma boa soma de dinheiro e trabalho para
ser desfeita. Acontece que, quando se chega ao capítulo dos investimentos, se percebe que também aí os
países escorregam por um funil. De acordo com uma estimativa da Organização de Cooperação e
Desenvolvimento Econômico, OCDE, a economia japonesa recebeu; em 1990, um investimento bruto de
900 bilhões de dólares - um dinheiro aplicado em estradas, fábricas, pesquisas. Nos Estados Unidos,
esse investimento foi de 800 bilhões de dólares, e, na Alemanha, de 300 bilhões. O Brasil aplicou 72
bilhões. Esse investimento não é suficiente sequer para recuperar o desgaste natural das fábricas, dos
equipamentos e dos bens de infra-estrutura. Para impulsionar a economia, ele é zero. O Brasil está tão
estagnado quanto o Zaire, o Zimbabwe e a República dos Camarões.
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tivesse recursos naturais. Mão-de-obra barata e não especializada hoje é sinônimo de produtos
malfeitos, de ineficiência e insegurança.
Pode-se até argumentar que, numa economia como a brasileira, recém-saída da fazenda, é um
luxo exigir idade de especialização. Além disso, na distribuição da riqueza nacional, já sobra muito
pouco para as pessoas e impedir uma criança ou um analfabeto de trabalhar seria condenar mais gente a
miséria. Isso tudo é correto - o problema é que a produtividade das indústrias brasileiras dificilmente
deslanchará para degraus mais altos sem uma força de trabalho adequada, até porque vai longe a época
em que o trabalhador de baixa qualidade era um fator de redução de custos. O problema da qualidade
da mão-de-obra repousa, em grande parte, no colo do governo, encarregado de oferecer aos cidadãos um
mínimo de educação. O que se oferece é um descalabro.
Numa pesquisa do Institute for Management Development (IMD), sediado na Suíça, aferiu-se
a capacidade de vários países para oferecer uma educação pública compatível com os requisitos de uma
economia competitiva, e, nessa avaliação, já dá para adivinhar, o Brasil foi reprovado. No caso
brasileiro, existe ainda um agravante, vindo do lado dos empresários, que não parecem dispostos a
selecionar ou a treinar melhor seus empregados. As indústrias americanas desembolsam, em média, 4%
do que faturam no treinamento de seus funcionários. No Japão, gasta-se cerca de 10%. No Brasil, a
quantia é tão irrisória que as consultorias não conseguem sequer construir uma estatística a respeito.
De todas as entidades, sejam públicas ou privadas, é a própria empresa que deve ser a
alimentadora dos processos de segurança. De suas iniciativas sairão os frutos que ela espera colher.
A Constituição é a legislação que estabelece as linhas gerais da organização do Brasil a nível
político, jurídico e de suas instituições, e ainda os direitos individuais e sociais dos cidadãos. Esta
legislação constitucional pode ter aplicação imediata ou necessitar de leis chamadas ordinárias que
especificam e detalham os direitos assegurados pela Constituição. As leis ordinárias, por sua vez,
devem ter a sua aplicação definida através de decretos, regulamentos ou portarias estabelecidas pelos
poderes públicos responsáveis.
A Constituição brasileira, que entrou em vigor em 5 de outubro de 1.988, estabelece em seu
artigo 7º direitos para os trabalhadores urbanos e rurais quanto aos riscos no trabalho.
Na alínea 22 deste artigo, define-se o direito dos trabalhadores à redução dos riscos inerentes ao
trabalho, higiene e segurança.
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A CIPA tem por objetivo desenvolver atividades voltadas não só para a prevenção de acidentes
do trabalho mas também à proteção da saúde dos trabalhadores, diante dos riscos existentes nos locais
de trabalho. Para isto, a CIPA tem as seguintes atribuições, previstas na NR-5:
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A CIPA deverá reunir-se pelo menos uma vez por mês, durante o expediente normal da
empresa.
Em caso de acidente grave, a CIPA, se reunirá em caráter extraordinário no prazo máximo de
48 horas após a ocorrência.
A legislação não prevê nenhum mecanismo para a tomada de decisão no interior da CIPA. Da
mesma forma, também não existe nenhuma diretriz legal para o caso de ocorrerem divergências de
opinião entre os próprios cipeiros, ou entre cipeiros representantes da empresa e representantes dos
trabalhadores. Neste caso, as partes devem buscar as soluções que considerarem adequadas nessas
situações.
A Portaria n 25 de 29/12/94 do Ministério do Trabalho modifica a NR-5, que trata da
constituição e funcionamento da CIPA, incluindo no item 5.16 - Atribuições da CIPA, a alínea
“o” com a seguinte redação:
o) elaborar, ouvidos os trabalhadores de todos os setores do estabelecimento e com a
colaboração do SESMT, quando houver, o Mapa de Riscos, com base nas orientações
constantes no Anexo IV, devendo o mesmo ser refeito a cada gestão da CIPA.
Consultando essas NR’s nota-se que a elaboração do PPRA é uma obrigação legal do
empregador enquanto a confecção do Mapa de Riscos é obrigação legal da CIPA.
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Além do Centro Técnico Nacional, situado em São Paulo, dispõe de Centros e Representações
Regionais que oferecem cobertura para diversos Estados do País.
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Nos últimos anos tem surgido um número crescente de instituições públicas federais, estaduais
e municipais em diversos Estados que estão prestando serviços na área. Processo semelhante está
ocorrendo no nível de universidades e faculdades.
Os serviços mais comumente oferecidos são:
- o atendimento médico a trabalhadores, abrangendo exames médicos de caráter preventivo e tratamento
de doenças profissionais;
- levantamento e avaliação de riscos nos ambientes de trabalho
O SESI é um órgão com atuação em nível nacional, dirigido pelo patronato e mantido pelas
empresas industriais. Realiza atividades nos campos esportivo, recreacional, educacional, social e da
saúde.
Nesta última área desenvolve ações no âmbito da segurança e medicina do trabalho dirigido às
empresas industriais, abrangendo:
SESI Paraná
Federação das Indústrias do Paraná
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Trata-se de uma instituição patronal, mantida pelas empresas industriais. Sua atividade
fundamental é o ensino dirigido para a formação de mão-de-obra profissional para a indústria.
Oferece vários tipos de cursos para trabalhadores no âmbito da segurança e medicina do
trabalho, inclusive treinamento de cipeiros.
O SENAC é uma instituição mantida e dirigida pelas empresas que atuam na área do comércio
e serviços. Sua área principal de atuação é o ensino profissional.
Na área da segurança e medicina do trabalho, realiza cursos de treinamento para empregados e
para a formação de técnicos. Em alguns estados oferece assessoria técnica para empresas.
A ABPA é uma entidade dirigida pelo patronato e mantida pela contribuição voluntária de
empresas a ela associadas.
Suas atividades abrangem:
- assessoria técnica às empresas;
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Com as alterações que vem ocorrendo na legislação acidentária e prevencionista, nos últimos
anos, uma verdadeira revolução silenciosa, a empresa que não cumprir as normas de segurança e
higiene no trabalho fica passível de sofrer, pelo Ministério Público, uma ação civil pública, de caráter
fulminante, porque possibilita, através de liminar, a imediata interdição de máquina, setor da fábrica ou
até mesmo da fábrica toda. Pode ainda o Ministério Público mover ação penal pública contra a
empresa, enquadrando-a em contravenção penal. Se o descumprimento for culposo das normas de
segurança e higiene resultar em acidente do trabalho: uma ação indenizatória, proposta pelo acidentado
(ou por seus dependentes), uma ação penal contra o empregador ou contra os responsáveis pela empresa
movida pelo Ministério Público, e uma ação regressiva, de iniciativa da Previdência Social, para
ressarcir-se dos gastos decorrentes de acidentes do trabalho.
Além disso, o trabalhador acidentado passa a ter direito a estabilidade no emprego por 12 meses
contados a partir do dia em que deixar de receber o auxílio-doença acidentário, pago pela Previdência
Social.
Tramitam nos tribunais algumas centenas de ações contra empresas. Muitos empresários,
industriais ou comerciantes, poderão, no decorrer dessas ações, vir a ser obrigados a prestar contas,
pessoalmente, nos tribunais, o que era inimaginável até há pouco.
A Segurança do Trabalho tem sido objeto constante de preocupação e estudo, para sua
adequabilidade aos objetivos de uma sociedade desenvolvida e justa. A importância do tema seria
justificada plenamente se fossem obtidos avanços, mesmo que pequenos, nos mecanismos de
salvaguarda da vida humana.
De toda forma, não se quer que a empresa seja interditada e sua produção interrompida, nem
que haja para os acidentados estabilidade no emprego, e muito menos que a empresa venha a suportar
mais encargos. O que se deseja é que o acidente do trabalho não ocorra.
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O que se pretende, é que a legislação cumpra seu papel intimidador e indutor da tomada de
medidas preventivas de segurança e higiene, as quais evitarão a ocorrência do infortúnio. Este papel
indutor da Lei não será alcançado (e nesse caso as normas teriam apenas a função punitiva) se não
houver uma ampla e maciça divulgação.
A verdade é que somente quando houver sido efetivamente criada uma mentalidade
prevencionista haverá redução de acidentes do trabalho no Brasil. É necessária a formação de elementos
que, atendendo as diretrizes, elaboradas e definidas pelos Engenheiros de Segurança, efetivamente
façam a implementação da segurança e da qualidade nos processos de produção em que estão
envolvidos.
Tal postura assegura produtos e serviços com desempenho, preço e disponibilidade adequados e
totalmente orientados para as aspirações de mercado e fundamentalmente uma preocupação constante
com o bem-estar dos trabalhadores gerando um ambiente propício à prevenção de acidentes. A
satisfação dos empregados reduz significativamente a pressão sobre seu desempenho, assim como a
participação no gerenciamento do processo lhe dá a visão da garantia do seu emprego, tendendo a
diminuir de forma acentuada o número de acidentes do trabalho.
A necessidade de alteração da mentalidade profissional e empresarial de nosso País impõe
alterações na filosofia daquilo que se chama Segurança do Trabalho. Não se pode continuar com a
visão estreita de que segurança do trabalho é garantir a integridade física do trabalhador. A segurança
do trabalho deve objetivar a obtenção de linhas de produção que atendam ao controle total de perdas,
entendendo perda como todo desperdício de recursos, sejam humanos, materiais ou financeiros. Toda
perda tem um custo social que não pode mais ser desprezado.
O Presidente da Republica
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Art. 4º - O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 120 (cento e vinte) dias, contados de
sua publicação.
O Presidente da República, no uso da atribuição que lhe confere o artigo 81, item II, da Constituição, e
tendo em vista o disposto no artigo 4º da Lei 7.410, de 27 de novembro de 1.985,
Decreta:
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Art. 3º - O Ministério da educação, dentro de 120 (cento e vinte) dias, por proposta do Ministério do
Trabalho, fixará os currículos básicos do curso de especialização em Engenharia de Segurança do
Trabalho, e do curso de Técnico de Segurança do Trabalho, previstos no item I do artigo 1º e no item I
do artigo 2º.
Parágrafo 1º - O funcionamento dos cursos referidos neste artigo determinará a extinção dos cursos de
que tratam o item II do artigo 1º e o item II do artigo 2º.
Parágrafo 2º - Até que os cursos previstos neste artigo entrem em funcionamento, o Ministério do
Trabalho poderá autorizar, em caráter excepcional, que tenham continuidade os cursos mencionados no
parágrafo precedente, os quais deverão adaptar-se aos currículos aprovados pelo Ministério da
Educação.
CONSIDERANDO, que a Lei n.º 7.410/85 veio excepcionar a legislação anterior que regulou os cursos
de especialização e seus objetivos, tanto que seu art. 6º revogou as disposições em contrário;
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CONSIDERANDO, ainda, que tal Parecer n.º 19/87 é expresso em ressaltar “dever a Engenharia de
Segurança do Trabalho voltar-se precipuamente para a proteção do trabalhador em todas as unidades
laborais no que se refere à questões de segurança, inclusive higiene do trabalho, sem interferência
específica nas competências legais e técnicas estabelecidas para as diversas modalidades da Engenharia,
Arquitetura e Agronomia;
CONSIDERANDO, que a Lei n.º 7.410 faculta a todos os titulados como Engenheiro a faculdade de se
habilitar como Engenheiros de Segurança do Trabalho, estando, portanto, amparados inclusive os
Engenheiros da área da Agronomia;
RESOLVE:
Art. 3º - Para o registro só serão aceitos certificados de cursos de pós-graduação credenciados pelo
Conselho Federal de Educação, ressalvadas as hipóteses contempladas nos incisos II e III do art. 1º.
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6.1. CONCEITUAÇÃO
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2. O acidente que, ligado ao trabalho, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído
diretamente para a morte, ou a perda, ou a redução da capacidade para o trabalho;
3. A doença proveniente de contaminação acidental de pessoal da área médica, no exercício de sua
atividade;
4. O acidente sofrido pelo empregado no local e no horário do trabalho, em conseqüência de:
5- O acidente sofrido pelo empregado ainda que fora do local e horário de trabalho:
a) Na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;
b) Na prestação de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito;
c) Em viagem a serviço da empresa, seja qual for o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade
do empregado;
d) No percurso da residência para o trabalho ou deste para aquela;
e) No percurso para o local de refeição ou de volta dele, em intervalo de trabalho.
Para efeitos legais, equipara-se a doença profissional ao acidente do trabalho, para fins de
seguro.
1. Equipara-se ao acidente do trabalho a doença do trabalho;
2. Equipara-se ao acidentado o empregado acometido de doença do trabalho;
3. Considera-se como data do acidente, quando se tratar de doença do trabalho, a da comunicação
desta à empresa ou ao INSS.
Jamais será considerado acidente de trabalho a autolesão provocada pelo próprio empregado.
Isto é, quando o empregado a produz em si próprio com a intenção dirigida para a ocorrência dessa
lesão. O empregado agindo com dolo, procura ferir-se no trabalho a fim de colher as vantagens do
seguro de acidentes do trabalho. O ato doloso retira do fato qualquer semelhança com acidente de
trabalho.
Para a segurança do trabalho, o acidente do ponto de vista prevencionista ocorre sempre que um
fato não programado modifica ou põe fim à realização de um trabalho, o que ocasiona sempre perda de
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tempo. Outras conseqüências podem advir como danos materiais (aos equipamentos, produto fabricado,
etc.) e lesões (ao operador e/ou colegas próximos ao local).
6.2. Classificação.
Os acidentes do trabalho podem ser classificados em função de suas conseqüências, que podem
ser:
a) Sem lesão;
b) Com lesão leve (acidente sem afastamento);
c) Com lesão incapacitante (acidente com afastamento).
Sem Afastamento
Incapacidade
Acidente Temporária
Parcial
Com Afastamento Incapacidade
Permanente
Total
Morte
Qualquer acidente, mesmo aquele sem lesão, já ocasiona perda de tempo para normalização das
atividades, podendo ocasionar ainda danos materiais.
Não existe a necessidade legal de comunicação aos órgãos da Previdência Social quando não há
lesão que ocasione o afastamento do trabalhador.
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INCAPACIDADE TEMPORÁRIA
É a perda da capacidade do trabalho por um período limitado de tempo, nunca superior a um
ano. É aquele em que o acidentado, depois de algum tempo afastado do serviço, devido ao acidente,
volta ao mesmo executando suas funções normalmente, como fazia antes do acidente.
A teoria proposta por Heirinch continua sendo a forma clássica de demonstrar como o homem
participa da seqüência de fatores que culmina com a ocorrência do acidente e as suas conseqüências.
Tudo começa com o homem que, por hereditariedade ou influência do meio social, poderá ser
portador de sintomas negativos de personalidade, de caráter, de educação, etc. Dessas características
advêm as falhas humanas que tanto no campo técnico ou administrativo, como em trabalho braçal, dão
origem aos dois principais elos da cadeia do acidente que são:
Estudos técnicos, principalmente no campo da Engenharia, são capazes de, com o tempo,
eliminar as condições inseguras. Quando se fala, porém, do elemento Homem, apenas técnicas não serão
suficientes para evitar uma falha nas suas atitudes.
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O ato inseguro é algo complexo e tem como base três razões fundamentais para os
comportamentos inadequados no trabalho:
1) O homem NÃO PODE comportar-se de maneira diferente – pode ser diminuído
consideravelmente através da seleção de pessoal, onde fatores como aptidões, personalidade e história
anterior do indivíduo são analisados com a finalidade de colocá-lo na função mais adequada.
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2) O homem NÃO SABE comportar-se de outro modo - este grupo chegará bem perto da extinção
com um programa de treinamento com base na formação do pessoal. Utilizam-se recursos de grupo,
cartazes enfocando a prevenção de acidentes, simulação de emergências, etc.
3) O homem NÃO QUER comportar-se de outra maneira - este grupo apresenta maior resistência.
O homem comporta-se de maneira insegura e não quer comportar-se de outra maneira. A este grupo, a
transmissão de conhecimentos se torna insuficiente e se faz necessária uma profunda mudança de
atitudes.
Neste aspecto, deve-se atentar para a teoria da localização, segundo a qual após a escolha da
região para a implantação da empresa, que visa integrar bem a empresa ao meio ambiente, permitindo
uma minimização das condições inseguras, físicas, psíquicas e econômicas, procurar, através de uma
análise micro dentro da região escolhida, detectar o melhor local, que termina por especificar um terreno
que satisfaça aos objetivo de dois homens:
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Este visa garantir as suas condições físicas, Este visa a segurança da integridade física,
psíquicas e econômicas, através do aumento da psíquica e econômica de si e seus familiares.
probabilidade do retorno do capital investido,
com a máxima rentabilidade e o mínimo custo.
Com relação a Localização Industrial dá-se importância a escolha da região e do local através
do estudo da MACROLOCALIZAÇÃO (consideração da empresa) e da MICROLOCALIZAÇÃO
(consideração do homem).
A MACROLOCALIZAÇÃO
Sob o ponto de vista da Higiene e Segurança Industrial visa localizar a Empresa no meio
ambiente de tal maneira que permita que ela se comunique com a outra Empresa:
- Economicamente;
- Sem agredir o meio ambiente, causando condições inseguras;
- Integrando o Homem ao meio social e ecológico.
A MICROLOCALIZAÇÃO
Visa a análise de fatores, a fim de evitar que as condições inseguras surjam a partir das
próprias características do terreno, que poderão ser provenientes de:
- Deslizamento de terra;
- Deslizamento de pedras;
- Riscos de inundação;
- Dimensões insuficientes para atender as expansões futuras;
- Não existência de água potável;
- Não existência de meios de comunicação;
- Não existência de um sistema rodo-ferroviário, fluvial e aéreo;
- Não existência de um plano atual e futuro de coleta de lixo, transporte coletivo,
esgoto sanitário, etc. (Urbanismo)
CONDIÇÕES INSEGURAS dos locais de trabalho são aquelas que comprometem a segurança
do trabalhador ou, em outras palavras, as falhas, defeitos, irregularidades técnicas, carência de
dispositivos de segurança, etc., que põem em risco a integridade física e/ou a saúde das pessoas, e a
própria segurança das instalações e dos equipamentos, tais como:
- Falta de proteção em máquinas e equipamentos;
- Proteções inadequadas ou defeituosas;
- Deficiência em maquinaria e ferramental;
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- Má arrumação;
- Ordem e limpeza;
- Escassez de espaço;
- Passagens perigosas;
- Defeitos nas edificações;
- Instalações elétricas inadequadas ou defeituosas;
- Iluminação inadequada;
- Ventilação inadequada;
- Falta de protetores individuais;
- Ausência de sinalização;
- Empilhamento inadequado;
- Passagens improvisadas;
- Ferramentas, peças e outros materiais deixados no chão;
- Riscos elétricos.
A análise das Condições Ambientais de Segurança pode ser efetuada nos sistemas:
- Setor Produtivo
- Setor Sócio-Administrativo
- Áreas Externas
- Gerência de Material
Sistema do Arranjo
Físico (Layout) - Transporte
- Logística - Armazenamento
Empresarial - Distribuição - Levantamento
Física Manuseio de
Materiais (USO de
EPI's)
- Sinalização (Símbolos Icônicos e Cromáticos)
- Acústica
- Ventilação
- Elétrica
Sistema das - Iluminação
Instalações - Sinalização
Industriais - Comunicação
- Instrumentação (Robotização)
- Transporte de Fluídos (tubos)
- Sistema de Proteção contra Incêndios
- Piso
- Cobertura
Edificações - Paredes divisórias
Industriais - Fundações
- Estrutura
- Superfícies de trabalho: entendida como toda base que serve de apoio e
sustentação para se executar um trabalho.
- Andaimes, rampas, escadas, pisos inseguros.
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EM RESUMO:
Classicamente existem três problemas que devem ser analisados visando a eliminação das
condições inseguras:
- Dimensionamento de Recursos
- Dimensionamento de áreas
- Fluxo
REGRA EDE
Os acidentes do trabalho são nocivos sob todos os aspectos em que possam ser analisados.
Sofrem conseqüências as pessoas que se incapacitam total ou parcialmente, temporária ou
permanentemente para o trabalho, sofrem as empresas pela perda de mão de obra, de materiais, etc.,
com a conseqüente elevação do custo do produto e perda de mercado; sofre a sociedade pelo aumento do
número de inválidos e de dependentes da previdência social, assim como pela perda de seu poder de
compra pelo alto custo dos produtos e serviços, e sofre a Nação com todas as conseqüências danosas
que os acidentes do trabalho proporcionam.
Em geral as empresas desconhecem o montante dos prejuízos causados pelos acidentes.
Porém, não é necessário saber exatamente quanto custam os acidentes do trabalho para se estar
convencido de que sua prevenção é um bom negócio. Basta compreender e perceber como eles afetam o
custo através das suas várias interferências com as atividades da empresa. É sempre difícil e incerto o
Custo Indireto dos acidentes, entretanto são em geral maiores do que aqueles conhecidos como Custo
Direto.
Dentre as conseqüências dos acidentes do trabalho que trazem como resultados várias elevações
de custo podem-se destacar as seguintes:
- Afastamento das pessoas acidentadas;
- Danificação de máquinas, equipamentos, etc.;
- Influências psicológicas negativas;
- Perda de tempo por outras pessoas.
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Agente de lesão é aquilo que, em contato com a pessoa determina a lesão. Pode ser, por
exemplo, um dos muitos materiais com características agressivas, uma ferramenta, a ponta de uma
máquina. A lesão e a sede da lesão, isto é, a parte do corpo onde ela se localiza - são os pontos iniciais
para a investigação; em seguida, procura-se saber o que a causou, isto é, o agente da lesão.
O corpo humano, para estudo das sedes das lesões, pode ter a seguinte divisão:
- (1) - Cabeça (exceto olhos)
- (2) - Olhos
- (3) - Braços
- (4) - Mãos
- (5) - Tronco
- (6) - Pernas
- (7) – Pés
-
9.2. Classificação das Lesões.
Evidentemente, a extensão e gravidade das lesões que sofrem os trabalhadores, irão depender da
natureza do acidente. Basicamente, entretanto, é possível dividi-las em duas categorias: lesões
imediatas; e lesões mediatas.
São aquelas em que os estados patológicos demoram meses, às vezes anos, para se
manifestarem:
- Intoxicações crônicas;
- Doenças profissionais.
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1- A partir de uma verificação de riscos mais comuns, inerentes a qualquer instalação, tais como,
instalações elétricas inadequadas ou falta de equipamento de combate ao fogo, pode-se propor uma série
de medidas que visem eliminar ou neutralizar os riscos encontrados.
2- Há uma série de riscos, porém, que variam de empresa para empresa, levando em consideração o
espaço físico, o tipo de processo, o produto fabricado, etc. Deverá então o Serviço de Segurança
procurar analisar os acidentes ocorridos e, através dessas experiências negativas anteriores, descobrir
condições ou atitudes inseguras mais específicas.
10.2. A Inspeção
Uma vez determinados esses aspectos pode-se, então, partir para a proposição de medidas
saneadoras, objetivo-fim de qualquer inspeção de segurança.
a) Inspeções Gerais
Nas quais todas as áreas são examinadas, fazendo-se um levantamento global das condições
operacionais da indústria. Deve ser coordenado pelo Serviço de Segurança, recomendando-se a presença
de Chefes e Encarregados do Setor, médico do trabalho e Engenheiro de Segurança, o que possibilita
maior rapidez nas informações, devido à discussão dos riscos no local e no momento da observação,
inclusive com uma primeira comunicação oral, embora exista a necessidade da confecção de relatório
que documente o fato e proponha as soluções mais adequadas a cada caso.
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b) Inspeções Parciais
As peculiaridades inerentes a cada indústria, tais como espaço físico, produto fabricado,
processo, tipo de máquinas e equipamentos, características sócio-econômicas da região onde se localiza
essa indústria, etc., podem criar riscos de acidentes de difícil detecção.
Em casos de acidentes do trabalho, somente uma investigação cuidadosa, isto é, uma
verificação dos dados relativos ao acidentado (comportamento, atividade exercida, tipo de ocupação,
data e hora do acidente), possibilitará a descoberta de determinados riscos. A primeira informação que
se tem para iniciar a investigação é a lesão sofrida e onde ela se localiza; se além destas, o investigador
puder trocar algumas palavras com o acidentado, e obter mais algumas informações, poderá dirigir-se
para o local da ocorrência, com bastante chance de concluir fácil e corretamente o seu relatório.
Fica, então, determinada outra atividade de prevenção de acidentes, baseada não só em
conhecimentos teóricos, mas também na descoberta de novos riscos e soluções, com base na capacidade
de dedução e/ou indução. A partir da descrição do acidente, de informações recolhidas junto ao chefe da
seção ou encarregado, de um estudo do local do acidente, da vida pregressa do acidentado, poderá o
responsável pela investigação determinar causas do acidente que originem uma nova atividade para o
Serviço de Segurança.
Pode-se, por exemplo, investigar a possibilidade de problemas psicológicos que levaram o
trabalhador a se acidentar. Surge, então, a figura do assistente social, do psicólogo, entre outros, para,
em conjunto com o Serviço de Segurança, desenvolver um novo programa de prevenção de acidentes.
O objetivo da investigação do acidente é indicar as medidas que deverão ser tomadas para
prevenir outras ocorrências semelhantes, e não se deve buscar culpados, mas sim as causas que
originaram o acidente.
É importante notar que no relatório devem ser registrados dados de ordem pessoal, material,
profissional, etc., que são facilmente corrigidos e que indicarão automaticamente as medidas a serem
tomadas desde que bem analisados e correlacionados.
Tendo chegado à conclusão das medidas que devem ser tomadas, é necessário colocá-las em
prática através dos setores competentes; Engenharia, manutenção, treinamento, etc. A supervisão
responsável pela área que será beneficiada é quem deve ser acionada, quem tem o dever de requerer os
meios recomendados, seguindo os procedimentos da empresa. Ao serviço de segurança cabe assistir,
acompanhar todo o processo até sua execução e, finalmente, quando estiver concluído, aprová-lo.
Neste ponto termina o ciclo da investigação de acidentes. O serviço de segurança deve manter
controle e acompanhar os processos em andamento até que sejam concluídos, tomando, nesse intervalo,
algumas medidas intermediárias cabíveis. Deve-se também estender as medidas determinadas para todas
as situações semelhantes que possam existir na empresa. Além disso, é importante lembrar, que as
investigações, indicam novos caminhos para as inspeções de segurança.
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DADOS DO ACIDENTE
Local da ocorrência:
N.º de funcionários na área:
Testemunhas: Nome:
Nome:
Descrição do acidente:
___/___/___
Data Assinatura do chefe da Seção
Medidas Recomendadas:
___/___/___
Data Assinatura do Responsável pela Segurança
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DESCRIÇÃO DA LESÃO
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Os riscos profissionais são os que decorrem das condições precárias, inerentes ao ambiente ou
ao próprio processo operacional das diversas atividades profissionais. São, portanto, as condições
inseguras do trabalho, capazes de afetar a saúde, a segurança e o bem estar do trabalhador.
As condições inseguras relativas ao processo operacional, como por exemplo, máquinas
desprotegidas, pisos escorregadios, empilhamentos precários, etc. são chamados de riscos de operação.
As condições inseguras relativas ao processo operacional, como por exemplo, a presença de
gases e vapores tóxicos, o ruído e o calor intensos, etc., são chamados de ambiente.
Tradicionalmente, a Segurança do Trabalho dedica-se à prevenção e controle dos riscos de
operação e a Higiene do Trabalho aos riscos do ambiente. O ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO
TRABALHO TERÁ, POR FORMAÇÃO, AMBAS AS RESPONSABILIDADES.
- Agentes Físicos;
- Agentes Químicos;
- Agentes Biológicos;
- Agentes Ergonômicos.
A ocorrência das doenças do trabalho dependerá da atuação simultânea de uma série de fatores,
relativos ao agente ambiental, à atividade profissional e ao próprio indivíduo.
Quanto ao agente ambiental, a ocorrência de doenças dependerá de sua natureza e intensidade.
Quanto ao indivíduo, dependerá de sua susceptibilidade ao agente e quanto à atividade profissional,
dependerá de características como a duração do processo e o tempo de exposição.
Tais fatores devem sempre ser considerados em conjunto, para uma análise do risco que os
agentes oferecem à saúde dos trabalhadores.
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12.2.1.1 - Ruído
O ruído, desde que em intensidade acima da permitida pela legislação, juntamente com o tempo
de exposição do trabalhador e a sensibilidade pessoal, pode conduzir à surdez parcial ou total, de
natureza irreversível.
Além de causar a surdez, pode também ocasionar outras alterações como fadiga física e
psíquica, irritação nervosa, problemas de circulação sangüínea, sensação de escutar o ruído mesmo fora
do ambiente de trabalho e outras perturbações.
12.2.1.3.2. Frio
Entre as alterações provocadas pelo frio, destaca-se o congelamento dos pés e mãos, problemas
do tipo alérgico na pele, queimadura por frio e doenças como gripe, resfriado, inflamação das amídalas
e da laringe.
12.2.1.5 - Radiações
12.2.1.5.1. Ionizantes
A exposição a esses agentes pode provocar alterações em qualquer parte do organismo, de
maneira aguda ou crônica, podendo, inclusive, trazer alterações nos descendentes dos expostos.
12.2.1.5. 2. Não Ionizantes.
A radiação infravermelha provém, por exemplo, de calor radiante dos metais e fornos altamente
aquecidos. Os seus efeitos danosos são queimaduras de pele, e, em um tempo prolongado, pode
provocar a catarata: doença dos olhos que pode levar a cegueira.
A radiação ultravioleta é encontrada nas operações de solda elétrica, lâmpadas especiais e fusão
de metais. Pode provocar queimaduras e alterações da pele, irritação dos olhos.
São os agentes ambientais causadores em potencial de doenças profissionais devido a sua ação
química sobre o organismo dos trabalhadores. Podem ser encontrados tanto na forma sólida como
líquida ou gasosa.
Além do grande número de materiais e substâncias tradicionalmente utilizados ou
manufaturados no meio industrial, uma variedade enorme de novos agentes químicos em potencial vai
sendo encontrada, devido à quantidade sempre crescente de novos processos e compostos industriais.
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Os agentes químicos podem ser classificados de diversas formas, segundo suas características
tóxicas, estado físico, etc. Segundo o seu estado físico em:
- Sólida - cujas poeiras que podem ser de origem - Mineral: - Sílica livre e cristalina (Silicose)
- Berílo (Berilose)
- Vegetal: - Fibras de algodão (Bissinose)
- Fibras de bagaço de cana (Bagaçose)
- Animal: - Pelo e couro de animais
- Sintética: - Fibras de plásticos
- Líquida - são constituídas por ácidos, solventes, etc..
- Gasosa - Gás ou vapor: - Dióxido de enxofre;
- Óxidos de nitrogênio;
- Monóxido de carbono; e
- Vapores de solventes.
- Aerodispersóides: são dispersões de partículas sólidas ou líquidas de tamanho bastante reduzido, que
podem se manter por longo tempo em suspensão no ar, e são divididos em Poeiras, Fumos, Fumaças e
Neblinas.
- Gases: São dispersões de moléculas no ar, misturadas completamente com este. (O próprio ar é uma
mistura de gases).
- Vapores: são também dispersões de moléculas no ar, que ao contrário dos gases, podem condensar-se
para formar líquidos ou sólidos, em condições normais de temperatura e pressão.
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Os agentes químicos podem ainda ser classificados segundo sua ação sobre o organismo
humano. Como a maioria destes encontra-se em dispersão no ar, serão abordados os efeitos fisiológicos
resultantes da absorção através da via respiratória.
Convém lembrar que os efeitos fisiológicos dos contaminantes especialmente dos gases e
vapores variam segundo sua concentração em que se encontram no ar, motivo pelo qual um mesmo
contaminante pode ter diferentes classificações fisiológicas. Em geral, pode-se fazer a seguinte
classificação:
- Irritantes - estes, devido a uma ação química ou corrosiva, têm a propriedade de produzir inflamação
nos tecidos com os quais entram em contato.
- Asfixiantes
Simples - são os que sem interferir nas funções do organismo, podem provocar asfixia por reduzir a
concentração de oxigênio no ar.
Químicos - interferem no processo de absorção do oxigênio no sangue ou nos tecidos.
- Narcóticos - apresentam uma ação depressiva sobre o sistema nervoso central, produzindo efeito
anestésico, após terem sido absorvidos pelo sangue.
- Intoxicantes sistêmicos - são compostos que podem causar tanto intoxicações agudas como crônicas.
Compostos que causam lesões nos órgãos;
Compostos que causam lesões no sistema formador do sangue;
Compostos que afetam o sistema nervoso; e
Compostos tóxicos inorgânicos e metais tóxicos.
- Material particulado
Poeiras produtoras de fibrose;
Poeiras inertes;
Partículas alergizantes e irritantes.
São aqueles relacionados com fatores fisiológicos e psicológicos inerentes à execução das
atividades profissionais. Estes fatores podem produzir alterações no organismo e estado emocional dos
trabalhadores, comprometendo sua saúde, segurança e produtividade.
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13.0 - CONCLUSÃO
Ao final desta disciplina introdutória, conclui-se que é imprescindível uma série de requisitos
para a obtenção de sucesso na prevenção de acidentes do trabalho. É necessário reconhecer que:
Assim, para fechar o círculo da prevenção dos acidentes do trabalho resta apenas selecionar a
medida adequada que cada caso requer e estabelecer a maneira correta e proveitosa de colocá-la em
prática.
13.1. O Ambiente
Qualquer medida é sempre aplicada contra algum risco seguintes grupos: Físico, Químico,
Biológico, Ergonômico e/ou de acidente.
Todas as medidas de segurança aplicadas ao ambiente visam proteger por intermédio de uma
das seguintes alternativas:
A- Eliminando o risco - significa torná-lo definitivamente inexistente, o que poucas vezes se consegue.
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B- Isolando o risco - é a alternativa mais aplicada, mas não é válida como substituta da eliminação de
riscos, quando o perigo pode ser eliminado. A grande maioria dos riscos é apenas isolada embora o
método de isolamento muitas vezes isente as pessoas definitivamente do acidente.
C- Sinalizando o risco - é o recurso que se aplica quando não há possibilidade de se aplicar um dos
dois processos anteriores. Não é usada em substituição a um dos dois, a não ser em caráter precário e
temporário, enquanto se tomam as medidas definitivas.
1- Educação da administração, alta supervisão e técnicos para que o programa adequado possa ser
posto em prática e para que os aspectos técnicos da segurança sejam devidamente levados em
consideração nos processos industriais, nos trabalhos em geral e, principalmente, nos projetos e
inovações.
2- Educação dos empregados em geral incluindo supervisores da linha de mestria, para que se possa
contar com a execução satisfatória do programa estabelecido, por parte da supervisão, e com a
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obediência às suas regras, por parte dos empregados em geral. Os supervisores poderão exercer grande
influência educacional de segurança sobre os subordinados através do diálogo.
Consulte também:
ACOEM -American College of Occupational and Environmental Medicine (EUA)
ABERGO – Associação Brasileira de Ergonomia
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