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O mundo do trabalho é complexo e cada vez mais pressionado por uma dinâmica global
que exige a criação de novas técnicas, novos sistemas e novas tecnologias de produção.
Técnicas estas necessárias para que as empresas se mantenham competitivas e se tornem
mais produtivas em um mercado globalizado. Com tudo isto também é necessário a
criação de novas técnicas para controle e prevenção de acidentes. O trabalho pode gerar
vida e saúde, mas também pode gerar mortes, doenças e a incapacidade parcial ou
permanente do indivíduo ao exercer suas funções.
Os acidentes e as violências no Brasil são agravos que, pelo seu expressivo impacto na
morbilidade/ mortalidade da população, constituem-se em importante problema de
saúde pública, sendo, portanto, objeto prioritário das ações do Sistema Único de Saúde,
que, em conjunto com outros segmentos dos serviços públicos e da sociedade civil, deve
continuar a buscar formas efetivas para o seu enfrentamento.
Os prejuízos econômicos e sociais desses acidentes – como, por exemplo, seus impactos
na vida familiar das vítimas – têm sido menos estudados, mas já estão parcialmente
revelados para a sociedade. Também são pouco estudadas as seqüelas crônicas e de
instalação tardia de acidentes adequadamente reconhecidos como do trabalho e aquelas
que só tardiamente são identificadas como relacionadas aos acidentes inicialmente não
registrados como do trabalho.
Um dos aspectos já amplamente denunciados na maioria desses estudos é a inexistência
de sistemas de informação (SI) que nos permitam estimar e acompanhar o real impacto
do trabalho sobre a saúde da população brasileira. Diversos estudos destacam a
inexistência de SI destinados à captação dos acidentes do trabalho ocorridos fora da
população previdenciária coberta pelo Seguro de Acidente do Trabalho (SAT). Outros
estudos destacam a existência de sub-registro dessas ocorrências na População coberta
pelo SAT. Aspecto também denunciado diz respeito à existência de evidências de
grande quantidade de casos de não-diagnóstico e/ou não-registro de acidentes que
resultam em conseqüências consideradas menos graves para a saúde das vítimas. O
mesmo se dá, provavelmente em proporções ainda maiores, com os casos de doenças
relacionadas ao trabalho.
A legislação brasileira considera acidente do trabalho os eventos ocorridos pelo
exercício do trabalho, que causem lesão corporal ou perturbação funcional, morte e
perda ou redução da capacidade para o trabalho. Também são identificados como
acidentes do trabalho as doenças profissionais, os acidentes vinculados ao trabalho,
embora este não seja a única causa, os acidentes ocorridos no local do trabalho
decorrentes de atos intencionais ou não de terceiros ou de companheiros do trabalho, os
casos fortuitos ou decorrentes de força maior, as doenças provenientes de contaminação
acidental no exercício da atividade, os acidentes ocorridos no percurso residência/ local
de trabalho/residência e nos horários das refeições (Lei Acidentária no 8.213, de 1991).
A legislação acidentária adota a seguinte classificação para os acidentes do trabalho:
acidente-tipo – é aquele que ocorre a serviço da empresa; acidente de trajeto – é aquele
que ocorre no momento em que o trabalhador desloca-se para o local de trabalho e nos
horários das refeições doença do trabalho – é aquela em que a atividade exercida atua
na produção da incapacidade, da doença ou da morte.
II- ACIDENTES DE TRABALHO NO BRASIL
414886
363796
252374
93043
4479444794 52567
30813
17512 8615 10322 17212
30781193 3616 6684 985
norte nordeste sudeste sul centro-oeste
100000 96027
80000
60000 57119
40000
27949
20000 13512
7788
1422 1206 2017 2513 1613
0
NORTE NORDESTE SUDESTE SUL CENTRO-OESTE
IV – CONCLUSÃO
É importante que o sistema de gestão identifique, no mínimo, quais os tipos de lesões
que acontecem com maior freqüência na sua população, que aspectos do processo
causal aparecem associados com essas lesões e onde elas estão ocorrendo. Número
elevado de lesões traumáticas de membros superiores em acidentes envolvendo
máquinas pode exigir a organização de programa de prevenção com ênfase na proteção
de partes móveis de máquinas; freqüências elevadas de lesões provocadas por quedas
em obras de construção civil podem exigir programa de prevenção específica para
trabalhadores dessa categoria.
Número elevado de acidentes de trajeto envolvendo bicicletas em vias mal iluminadas,
mal conservadas, sem ciclovias pode exigir programa conjunto com autoridades
responsáveis pela segurança no trânsito e na conservação de vias públicas. As
informações colhidas também podem subsidiar recomendações específicas de
aperfeiçoamento da formação profissional das equipes de saúde do território e de
aquisição de recursos para os serviços que atendem urgências e emergências.
V – BIBLIOGRAFIA
http://www.protecao.com.br/site/content/materias/materia_detalhe.php?
pagina=1&id=JyyJJa
GOLDMAN, CLAUDIO FERNANDO, ANÁLISE DE ACIDENTES DE TRABALHO OCORRIDOS NA
ATIVIDADE DA INDÚSTRIA METALÚRGICA E METAL-MECÂNICA NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL EM
1996 E 1997 BREVE INTERLIGAÇÃO SOBRE O TRABALHO DO SOLDADOR, Dissertação de Mestrado
Porto Alegre-2002