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Frente a isto, a leitura, para atender o seu pleno sentido e significado, deve,
intencionalmente, referir-se à realidade. Caso contrário, ela será um processo
mecânico de decodificação de símbolos. A leitura se processa sobre o conhecimento
expresso por escrito; por isso mesmo, deve ater -se a ele e a todo o seu significado.
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Vesta perspectiva, todo e qualquer ser humano é capaz de ler, sabe ler, pode
ler e efetivamente lê.
A leitura primeira é aquela que cada um faz de sua realidade, através de sua
experiência refletida. Somente após esta primeira leitura é que surge, e se justifica, a
leitura da palavra. Ela, com efeito, se refere às leituras já realizadas por todos e
cada um sobre o seu próprio mundo; além do mais, deve conduzi-lo, novamente, a
uma leitura direta, primeira e mais profunda , de sua própria realidade e de seu
próprio mundo. Isso significa dizer que a leitura da escrita é um instrumento de para
que possamos entrar em contato com o que as outras pessoas, grupos e povos
conheceram e ainda hoje acerca do homem e do mundo. Sendo instrumento, a
leitura escrita não se justifica por si mesma e não possui, de si e para sim sentido
pleno. Terá sentido exclusivamente, n a medida em que oriente para um
conhecimento mais profundo do mundo.
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Há, contudo, alguns trens para os atrasados e os que ficam pela estrada
saindo do trem quando este já está em movimento. Há o PIPMO, SEVAI, MOBRAL,
SUPLETIVO...
Ao lado deste fato, temos que constat ar, igualmente, que a leitura que o povo
faz de sua situação, de seus interesses e de seus problemas não é reconhecida e
incentivada ou, quando começa a incomodar os donos do poder, é simplesmente
reprimida pela força. Exemplo disso é a repressão feita, co nstantemente, às leituras
da realidade quando realizadas por grupos e movimentos populares, por sindicatos
independentes, por associações de classe, pelas comunidades de base etc.
Todas estas publicações, com seus conteúdos, o que fazem? Vada mais que
inocular em nós que o mundo é dos fortes e poderosos. Que as receitas para a
felicidade já estão prontas e que a nós não cabe senão aplicá -las. Vunca porém,
discuti-las, questioná-las, verificar se, de fato, elas respondem aos problemas e
questões que enfrentamos.
São pequenas sementes. São peque nos sinais. Va história, porém, todas as
grandes transformações nascem de pequenos e desapercebidos sinais, minúsculos
e desacreditados, na maioria das vezes.
Esta reflexão, que não quer ser palavra final e nem definitiva, quer ser uma
contribuição ao debate e crescimento do mesmo.
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