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COORDENAÇÃO GERAL
Cândido Grzybowski
COORDENAÇÃO EXECUTIVA
Iracema Dantas
Moema Miranda
ASSISTENTE DE COORDENAÇÃO
Manoela Roland
EDIÇÃO
AnaCris Bittencourt
REVISÃO
Flávia Leiroz
PRODUÇÃO
Geni Macedo
FOTOGRAFIA
James Mulholland
Lêda Maia
Patrick Wuillaume
PARCERIAS
ActionAid Brasil
Fundação Rosa Luxemburgo
Fondation Charles Léopold Mayer pour
le Progrès de l´Homme
Observatório Eurolatino-americano de Democracia
e Desenvolvimento Social (Euralat)
PEDIDOS DE EXEMPLARES
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Av. Rio Branco, 124, 8º andar – Centro
20040-916 Rio de Janeiro/RJ
Brasil
Tel: + 55-21 2509-0660 Fax: + 55-21 3852-3517
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4 Apresentação
Moema Miranda
O Brasil é o nosso foco, mas sabemos que muitos dos impasses aqui observados
se repetem em outras nações. Não podemos tratá-los de forma isolada, sem
levarmos em conta a inserção do Brasil no mundo e o papel que o nosso país
ocupa no contexto internacional.
A reflexão que apresentamos necessita ser radical para ser efetiva. Assim,
propomos o seguinte questionamento para nós mesmos(as) e para nosso
público leitor: será que o modelo de desenvolvimento e suas estratégias são
O ponto de partida deste artigo é uma reflexão sobre o Brasil, seu povo, sua
terra, sua cultura, sua economia, sua organização política. Brasil de enormes
potencialidades e contradições, que precisa encontrar seu caminho, mas como
parte de um mundo cada vez mais interdependente. Brasil do grande território e
patrimônio natural, que deve gerir como bem comum da humanidade.
Na tentativa de dar sentido e humanizar tal percepção nasceu o Fórum Social Mundial
(FSM), fazendo convergir muitas organizações e movimentos sociais, redes, coalizões
e campanhas que, de algum modo, se opunham à centralidade dos mercados nos
processos globais em curso. O FSM contribui para um grande movimento de idéias
em busca de alternativas, movimento de intrínseca dimensão mundial, centrado
numa nova consciência e prática de cidadania que abarca todos e todas que vivem
no planeta. Ele se alimenta da tomada de consciência da comum humanidade na
diversidade de culturas e identidades e do patrimônio natural da vida – a natureza e
seus recursos – como bem comum maior, que precisamos compartir hoje e preservar
para gerações futuras. O FSM inspira em grande parte essa iniciativa.
Para pensar e construir outro Brasil, precisamos pensar o mundo. E, para pensar
e edificar outro mundo, também é necessário pensar o Brasil. Isso muda radical-
mente a perspectiva para onde olhar e como olhar se pretendemos ver, entender,
propor e agir. Essa mudança implica rever conceitos, análises e propostas, em
particular para todos e todas que se pautam pelos direitos humanos e pelos
valores fundantes da democracia como base da vida em sociedade.
BRASIL POTÊNCIA OU DEMOCRÁTICO, SOLIDÁRIO E SUSTENTÁVEL?
As turbulências políticas da conjuntura brasileira, por mais graves que
sejam, não conseguem encobrir os enormes desafios que temos pela frente.
Vivemos nos últimos 20 a 25 anos, como os povos vizinhos da América do
Sul, uma aventura fundamental: a redemocratização. Assistimos à emergên-
cia dos mais diversos sujeitos sociais, com novos e vibrantes movimentos
dos muitos antes sem identidade e voz, alargando e fortalecendo o tecido
social e a capacidade de intervenção de uma cidadania ativa na afirmação
e conquista de direitos. Ao mesmo tempo, foi sendo moldada uma institu-
cionalidade política do estado de direito para desmontar o autoritarismo e
criar condições para a participação democrática. Foi, por isso, um extraordi-
nário processo de reconquista de liberdades e instituições democráticas, de
construção de espaços de participação e concertação política, de formulação
de demandas de inclusão econômica e cultural, de maior justiça social e de
mudanças profundas.
Entretanto, começam a ficar claros os sinais de esgotamento desse ciclo
democratizador. Para além da crise política brasileira, a questão de fundo
são os limites da própria onda portadora de democracia, incapaz de ir muito
à frente de um modelo formal representativo e de desafiar e transformar o
poder, a estrutura, as relações, os processos e as políticas em que se baseia a
sociedade e o seu desenvolvimento econômico. Como resultado, continua-
mos a ser uma emergente economia e um poder ascendente na geopolítica
do mundo, mas que se alimenta internamente na manutenção da exclusão e
desigualdade social, no racismo e na violência, e num sistemático extrativismo
do patrimônio natural de que é dotado o nosso país.
A democracia brasileira, até aqui, apesar dos enormes
AS TURBULÊNCIAS ganhos, não consegue incluir todas e todos nos direi-
POLÍTICAS DA CONJUNTURA tos humanos e produzir uma base econômica justa,
BRASILEIRA, POR MAIS solidária e sustentável, nem um poder político mais
GRAVES QUE SEJAM, NÃO participativo, mais cidadão.
CONSEGUEM ENCOBRIR OS Hoje, o Brasil surpreende em sua política externa,
ENORMES DESAFIOS QUE seja nas negociações sobre a Área de Livre Comércio
TEMOS PELA FRENTE das Américas (Alca) e na Organização Mundial do
Comércio (OMC); no acordo entre Índia, Brasil e
África do Sul, na cúpula entre países árabes e a Amé-
rica do Sul; seja em termos de iniciativas de integração
regional, como a Comunidade de Nações da América do Sul, a retomada da
Integração da Infra-estrutura Regional Sul-americana (IIRSA), o anúncio
de um gasoduto da Venezuela até a Argentina e, sobretudo, na desenvoltura
O MOMENTO É PROPÍCIO
PARA ARTICULAR REDES E
GRUPOS BRASILEIROS COM
O DEBATE EM CURSO EM
VÁRIOS LUGARES DO MUNDO
Podemos definir democracia como governo pelo povo ou governo pelo poder do
povo. Mas quando foi, de fato, que o povo governou? Para o feminismo, desde
a sua origem, se impõe a questão sobre as mulheres como parte do povo que
governa. A esfera política foi historicamente construída como um domínio dos
homens, e está relacionada com a dominação sobre as mulheres no espaço da
vida privada. O feminismo, como movimento político, nasce confrontando a rela-
ção entre liberdade pública e dominação privada – o que já traz uma exigência
de radicalidade, de pensar a democracia não só como um sistema político, mas
como uma forma própria de organização da vida social.
1
A revolta dos Zapatistas, no Chiapas mexicano, ocorreu no início de 1994, quando o governo mexicano
aderiu ao Acordo de Livre Comércio com o Canadá e os Estados Unidos. Os movimentos sociais des-
pontaram a partir de meados da década de 1990, notadamente na França (greves de 1995), na Bolívia
(“guerras da água”) e em outros lugares. Então, poderosas coalizões se estruturaram para paralisar
conferências e cúpulas organizadas por Estados em torno de propostas neoliberais promovidas pela
Organização Mundial do Comércio, do projeto de criação de uma Área de Livre Comércio para as
Américas e das reuniões de cúpula do G-8, como ocorreu em Seattle, em Gotenburgo, em Gênova,
em Quebec, em Johanesburgo e em várias outras cidades do mundo.
SEIS ANOS DEPOIS
Reunidos na capital do estado do Rio Grande do Sul, no Sul do Brasil, por
iniciativa dos movimentos brasileiros e com o apoio da municipalidade
petista, os movimentos sociais projetaram-se usando uma complicada inte-
ligibilidade. Eles percebiam que as linguagens que falavam eram, ao mesmo
tempo, semelhantes e diversas. Embora aparentemente desconectados uns
dos outros, estavam em rede, mesmo que apenas através dos tênues fios da
Internet. Os movimentos sociais começavam a adotar, pelo menos intelec-
tualmente, um itinerário de ruptura parcial, ambíguo e aparentemente sem
horizontes bem definidos. Para a maioria dessas organizações, com efeito,
não havia como invocar alguma “megateoria” ou alguma “grande utopia”,
como ocorrera com os movimentos sociais do século XX.
Assim, sob o sol de Porto Alegre, surgiu uma nova experimentação du-
rante os próprios trabalhos, por meio de novas gramáticas, de novos códigos
e de novas expressões. Mas, seis anos depois, o que foi feito do movimento
social? Sabe-se, é claro, que seis anos, numa temporalidade histórica, não
correspondem a mais de seis segundos! Seria preciso, portanto, uma grande
arrogância, (e alguns a tinham, mas não diremos quem) para propor esque-
mas explicativos globais. Nesse processo, é necessário prudência, modéstia,
respeito e paciência.2
2
Pensamos na pequena frase de Groucho Marx: “Pode-se prever tudo, menos o futuro”.
3
Ver especialmente seu comentário sobre o FSM. Disponível em: <http://www.binghamton.edu/
fbc/130en.htm>. Acesso em: 18 dez. 2006.
4
As mobilizações não cessam de cruzar o continente. A direita pró-americana foi vencida eleitoralmente
em quase todos os lugares, com exceção do México. Lá, segundo todas as aparências, ela se manteve
no poder graças a uma monumental fraude.
5
É uma paráfrase da afirmação de Lenine: “Uma revolução sobrevém quando os de cima não podem
mais e os de baixo não querem mais”.
6
A direita “dura” (o BJP) perdeu as eleições na Índia em 2004. O governo Aznar foi vencido, a despeito
das expectativas na Espanha, por uma formidável mobilização antiguerra organizada pelos jovens,
que pôs a nu a grande mentira da direita contra os movimentos bascos, por ela acusados de serem
responsáveis por grandes atentados terroristas. Mais tarde, Berlusconi foi vencido e, finalmente, mais
recentemente (novembro de 2006), os eleitores americanos rejeitaram a administração Bush e sua
política de guerras no escrutínio para a renovação do Congresso.
7
O feito genial de Keynes foi, justamente, salvar o capitalismo. Não o fez pela repressão, mas pela
formulação de um compromisso social no qual os dominantes concederiam uma parte da riqueza social
aos dominados em troca de uma estabilidade a longo prazo e de sua aquiescência ao capitalismo.
Naturalmente, essa grande transação havia sido imposta aos dominantes pelo contexto da época,
quando a hipótese de uma ruptura revolucionária com o capitalismo estava ao alcance da vista.
8
Ver sua última obra: The Economics of Global Turbulence. London: Verso Press, 1998.
9
Dissidentes precoces, como Rosa Luxemburgo ou Walter Benjamin, já tinham enxergado essa
opacidade analítica.
10
“As crises do mercado mundial devem ser vistas como a síntese real e o achatamento violento de
todas as contradições dessa economia”. MARX, Karl. Matériaux pour l’économie (1861-1865). Œuvres.
Paris: Gallimard, 1968.v.2.
11
No início de 2006, a administração Bush contemplou seriamente a possibilidade de lançar mísseis
nucleares de “terceira geração” sobre o Irã. Considerou-se, entretanto, no mais alto escalão, que o
projeto era “prematuro” e comportava riscos em demasia.
12
Durante a grande crise entre as duas guerras, a burguesia européia, que tinha medo de Hitler, re-
ceava ainda mais os movimentos sociais e a influência da União Soviética. Os dominantes franceses,
principalmente, inventaram este slogan: “Melhor Hitler que o Front Populaire”.
13
Isso foi, notadamente, a escolha do movimento social na Índia. Desde a derrota da linha dura (o
BJP), a diretriz majoritária (existem dissidentes) é a de apoiar partidos centristas como o do Congresso,
esperando que isso crie mais espaços para as forças de transformação.
A respeito da insurreição nepalesa, convém ler o analista indiano Siddharth Varadarajan. Disponível
14
A “LIÇÃO” BOLIVIANA
Ao eleger o movimento ao socialismo (MAS), os camponeses e os povos origi-
nários bolivianos agiram com discernimento, paciência e determinação. Com
relação a esse “partido não-partido”, guardam um afastamento necessário. Assim,
previnem os líderes do novo governo, que permanecerão extremamente vigilantes
e mobilizados. Eles os advertem que qualquer comprometimento acarretará,
inevitavelmente, sua queda. Dizem a esses líderes que estão prontos a propor, a
resistir, a participar de avanços sociais modestos, mas significativos, desde que
não sejam utilizados como buchas de canhão. Diante disso, Evo Morales sabe
que está, na verdade, numa crista de onda. Realisticamente, não podem levar o
projeto do movimento social para além de uma “acomodação razoável”, como
o admite Álvaro Garcia Linera, uma das cabeças pensantes do MAS.16 Então, nas
planícies rurais e nas favelas do altiplano, se permanece paciente, mas alerta.
16
Segundo Linera, “o projeto de transformação que o MAS pretende implantar não pode ser qualificado
nem de comunista, nem de socialista, nem mesmo de comunidades indígenas. Ocorre uma implosão das
economias comunitárias no seio das estruturas familiares, que constituíram a estrutura a partir da qual
surgiram as revoltas sociais. É necessário, nesse contexto, uma espécie de capitalismo andino. Trata-se
de construir um estado forte, que possa articular de forma equilibrada as três plataformas ‘econômico-
produtivas’ que coexistem na Bolívia: a comunitária, a familiar e a ‘moderna-industrial’. A Bolívia continuará
sendo capitalista durante pelo menos 50 ou 100 anos.” Bolivie depuis l’election d’Evo Morales. Entrevue
avec Alvaro García Linera. Points de Repère, Alternatives International, Montreal, p. 16, hiver 2006.
RUPTURAS
Uma linha de pensamento ascendente indica a necessidade de lutar contra
hierarquias que impedem os subalternos de se expressarem. Isso se traduz
de diversas formas na articulação das reivindicações e dos programas, mas
também na sua maneira de ser e de agir. O horizontalismo de muitos mo-
vimentos sociais e, em maior escala, do FSM, poderá parecer excessivo, até
mesmo paralisante, mas geralmente é o meio para quebrar o verticalismo,
o “sim-chefismo” e o “eu-sei-tudismo” que caracterizaram várias gerações
de movimentos. Os movimentos sociais devem se transformar, ainda mais
explicitamente, no centro de gravidade de nossas análises.
Este texto se propõe a fazer uma leitura angustiada sobre as condições com as
quais estamos nos confrontando hoje no planeta, tanto do posto de vista das
condições de sobrevivência da vida, como do ponto de vista das possibilidades
de construção de sociedades democráticas, eqüitativas, culturalmente plurais
e diversificadas, sociedades que vivam em paz orientadas para a celebração da
vida e não para a guerra, a destruição e a morte.
1
Versão parcial da conferência apresentada na Seção Plenária No 4: “Panorama e desafios das ciências
sociais na América Latina e no Caribe” da XXII Assembléia Geral da IV Conferência Latinoamericana
y Caribenha de Ciências Sociais (Clacso), “Heranças, crises e alternativas ao neoliberalismo”, Rio de
Janeiro, 25 de agosto de 2006.
TENDÊNCIAS À DESTRUIÇÃO, A CURTO E A MÉDIO PRAZO, DAS CONDIÇÕES QUE
TORNAM POSSÍVEL A VIDA NO PLANETA
A mais grave de todas as ameaças com as quais a humanidade e a vida no
planeta hoje se defrontam é precisamente a destruição das condições que
tornaram possível a existência da vida. Se não forem detidos os processos
destrutivos acelerados que hoje nos ameaçam, se não houver mais vida, tudo
o mais carece de sentido. As principais ameaças à vida são claramente uma
conseqüência da ação do ser humano, das suas dimensões demográficas,
das suas modalidades de ocupação territorial, dos seus modelos e estilos
tecnológicos, dos seus padrões de consumo, dos seus imaginários e das suas
concepções daquilo que constitui a riqueza e a boa vida.
Já faz algumas décadas, ao soarem os primeiros sinais de alarme global2,
que as tendências à destruição da vida – e que a inviolabilidade dos padrões
atuais de relacionamento dos seres humanos com o resto da natureza – são
cada vez mais conhecidos. Basta ler os principais meio de comunicação
para se dar conta disso. Celebram-se inúmeras conferências e pactos inter-
nacionais. Os estudos ambientais e ecológicos ocupam um espaço cada vez
maior no âmbito acadêmico. Generaliza-se, em todos os países, a criação
de organismos públicos, como os ministérios do meio ambiente e de leis e
regulamentos ambientais. Assim mesmo, os processos de destruição da vida
não apenas não foram freados, mas têm se acelerado cada vez mais.
Há muitas maneiras de conceitualizar e de avaliar e/ou medir o impacto
da atividade humana sobre os sistemas de vida da Terra. Existem níveis sig-
nificativos de incerteza sobre as dimensões assumidas por esses problemas,
gerando continuadas discussões a respeito. O que parece claro, entretanto,
é que, além das polêmicas em torno das conceitualizações e medições, há
alguns lustros que os seres humanos, de forma extremamente desigual, estão
utilizando a capacidade de carga do planeta muito além de suas condições
de regeneração.
Um dos métodos mais conhecidos de avaliação desses impactos é a
utilização da chamada impressão ecológica. Trata-se de uma medida que
registra de forma sintética o impacto humano sobre o planeta, tanto por
meio do consumo de recursos e energia, como pela capacidade de pro-
cessamento de rejeitos que os sistemas naturais possuem. Essa medida é
2
Entre os primeiros textos que contribuíram para dar inicio a esses debates globais a partir das décadas
de 60 e de 70 do século passado, destacam-se: Silent Springs de Rachel Carson (Boston: Houghton
Mifflin Co., Boston, 1962); e o famoso relatório comissionado pelo Clube de Roma, The Limits to Growth,
de Donella H. Meadows, Dennis L. Meadows, Jorgen Randers y William W. Behrens III, (Universe Books,
Nueva York, 1972).
3
WWF, The UNEP World Conservation Monitoring Centre, Global Footprint Network, Living Planet Report
2004, Gland, Suíça, 2004, p.10. [http://assets.panda.org/downloads/lpr2004.pdf].
4
Op. cit., p. 2.
5
World Wide Fund International, The UNEP World Conservation Motinoring Centre, Redefining Progress,
The Centre for Sustainable Development e Norwegian School of Management, Living Planet Report
2000. Table 2. Ecological Footprint Data: 1996., p. 24.
6
Op. cit. p. 27.
7
Op. cit. p. 1.
8
Op. cit. p. 1. O consumo de recursos e de capacidade de carga do planeta é, entretanto, profundamente
desigual, tanto no Norte como no Sul. As cifras correspondentes a essas definições territoriais, em
razão de tratar-se de porcentagens, apresentam como homogêneas o que são, na verdade, profundas
desigualdades no interior de cada território. Essas cifras, portanto ocultam as dimensões significativas
da desigualdade que existem no acesso aos recursos da natureza.
9
WMO, UNEP, Intergovernmental Panel on Climate Change, Climate Change 2001: Working Group I:
The Scientific Basis [http://www.grida.no/climate/ipcc_tar/wg1/007.htm]
10
Para um olhar crítico sobre essas atitudes, ver: ClimateScienceWatch, Promoting integrity in the use
of climate science in government. Global Warming Denial Machine, [http://www.climatesciencewatch.
org/index.php/csw/C25/]
11
Kevin Gray, “2004 Among the Hottest Years on Record” Associated Press, Buenos Aires, 16 de
dezembro de 2004.
12
Timothy Gardner, “Undersea gas could speed global warming - study”, Reuters, 20 de julio, 2006.[http://
today.reuters.com/news/newsarticle.aspx?type=scienceNews&storyid=2006-07-20T192854Z_01_
N19270382_RTRUKOC_0_US-ENVIRONMENT-METHANE-SEAS.xml&src=rss]
13
United Nations Environmental Program (Unep) e World Meteorological Organization (WMO), Grupo
Intergovernamental de Especialistas sobre a Mudança Climática (IPCC), Mudança Climática 2001: Re-
latório Síntese. Resumo para os Responsáveis de Políticas, Wembley, Reino Unido, setembro de 2001.
[http://www.grida.no/climate/ipcc_tar/vol4/spanish/009.htm]
14
Kovats, R Sari y otros, “Climate change and human health in Europe”, British Medical Journal, no.
318, pp.1682-1685, 19 de junho 1999.
15
Susan Joy Hassol, Impacts of a Warming Arctic, Arctic Climate Impact Assessment, Cambridge
University Press, Cambridge, 2004. Este é o primeiro estudo compreensivo de avaliação global do
impacto das mudanças climáticas no Ártico, e suas conseqüências planetárias. Centenas de cientistas
de todos os países que circundam o Ártico (Canadá, Finlândia, Rússia, Estados Unidos, Noruega, Reino
Unido, Suécia, Islândia) trabalharam durante quatro anos, contando também com a participação das
comunidades locais.
16
Op. cit., p. 9.
17
Op. cit., p. 22.
18
Op. cit., p. 25.
19
Op. cit., p. 30.
20
Op. cit., p. 12.
22
Op. cit., p. 40.
23
Op. cit., p. 32.
24
Susan Joy Hassol, op. cit., p. 33.
25
Op. cit., p. 36.
26
Op. cit., p. 38; Janet Wilson, “Global Warming Threat Is Seen in Siberian Thaw”, Los Angeles Times,
Los Angeles, 16 de junho de 2006. E também, extraordinários volumes de metano, cujo efeito estufa é
muito superior ao do dióxido de carbono, poderiam ser liberados na atmosfera como conseqüência do
impacto do aquecimento do mar sobre os imensos depósitos de hidratos de metano existente no fundo
dos oceanos.Ver: Timothy Gardner, “Undersea gas could speed global warming - study”, Reuters, 20 de
julho, de 2006.[http://today.reuters.com/news/newsarticle.aspx?type=scienceNews&storyid=2006-07-
20T192854Z_01_N19270382_RTRUKOC_0_US-ENVIRONMENT-METHANE-SEAS.xml&src=rss]
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27
world, are the rainforest’s new worst enemy”, The Independent, Londres, 17 de julio, 2006.
28
UNEP. WMD, Intergovernamental Panel on Climate Change, Mudanças climáticas 2001: Relatório
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ipcc_tar/vol4/spanish/010.htm]
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34
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Ver: Edgardo Lander, “La ciencia neoliberal”, en Ana Esther Ceceña, Los desafíos de las emancipaciones en un contexto militarizado,
35
37
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to Florida”, Vanity Fair, outubro de 2004; e Greg Palast, The Best Democracy Money Can Buy, Plume,
Nueva York, 2003; Sobre as eleições de 2004, ver: U.S. House of Representatives, Status Report of
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40
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41
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43
44
Op, cit., p. 132. Ver: Barton Gellman, “The FBI’s Secret Scrutiny”, The Washington Post, 6 de no-
vembro de 2005.
45
Tom Jackman, “US a Battlefield, Solicitor General Tells Judges” The Washington Post, 20 de julio, 2005.
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detención, denuncia AI”, La Jornada, México, 6 de junho de 2005.
AS DESIGUALDADES SOCIAIS
QUE CARACTERIZAM A
AMÉRICA LATINA PERMITEM
CONSTATAR A PERSISTÊNCIA
E A CONTINUIDADE HISTÓRICA
DESSES MECANISMOS DE
EXCLUSÃO
51
Aníbal Quijano, “Colonialidad del poder, eurocentrismo y América Latina”, em Edgardo Lander, La
colonialidad del saber. Eurocentrismo y ciencias sociales. Perspectivas Latinoamericanas, CLACSO,
UNESCO, Buenos Aires, 2000.
Edgardo Lander, “La utopía del mercado total y poder imperial”, Revista Venezolana de Economía y
52