Os negócios jurídicos extinguem-se da mesma maneira que se celebram, ou seja, de
acordo com a autonomia da vontade e da liberdade contratual. As formas de extinção do negócio jurídico são:
Revogação – forma de extinção não vinculada (não necessita de estar legalmente
estabelecida) por manifestação da vontade, em regra discricionária (está no seu livre arbítrio) do seu autor ou por acordo entre as partes se se tratar de um contrato. Produz, normalmente, efeitos extintivos apenas para o futuro (ex nunc) e não pode, em regra, lesar interesses de terceiros (artigo 448º C.C.). Só as partes têm legitimidade para revogar um contrato. A forma de extinção é a mesma pela qual o negócio jurídico foi constituído. Os casos excepcionais estão previstos nos artigos 1858º, 1989º, 2312º, 2313º, 2314º, 2311º, todos do Código Civil.
Resolução – significa anular, rescindir e está presente no artigo 432º C.C. e
seguintes. Só é possível se estiver legalmente prevista ou convencionada, operando retroactivamente. A forma está prevista no artigo 436º C.C. e uma excepção é por exemplo o artigo 1047º C.C.
Denúncia - forma de extinção de contratos de execução duradoura (sem prazo).
Opera pela comunicação de uma das partes à outra de que não quer continuar o contrato. Distingue-se da revogação por ser unilateral. Um exemplo é dizer à mulher da limpeza que se prescinde dos seus serviços. Opera ex nunc, ou seja, só tem efeitos para o futuro. Artigos 227º, 239º, 437º nº1, 762º nº2.
Caducidade – forma de extinção dos contratos que opera em consequência da
verificação de um facto jurídico em sentido estrito a que a lei ou a vontade das partes atribui esse efeito instintivo. Não opera por um acto jurídico voluntário mas sim por força do decurso do tempo ou em função do que as partes estipularam ou de acordo com a lei. Por exemplo: “o contrato caduca quando chover”. Constituem excepções o contrato de trabalho a termo certo (artigo 139º do Código do Trabalho) e os artigos 1054º e 1056º do C.C. Os contratos também caducam quando ocorrem circunstâncias que a lei define, como por exemplo, os artigos 1141º, 1716º, 1621º, 2317º do C.C. Os casos de excepção à regra da caducidade também se traduzem em excepção à regra da denúncia pois também se aplica aos contratos que embora não tenham estas características fogem à regra da caducidade.