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PLATÉIA, SILÊNCIO E COMUNHÃO

Alessandra foi convidada a ler um texto-objeto de Vera Chaves Barcelos.


A leitura criou para mim uma parada no tempo.
Uma mesa com vários livros, papéis, pastas e o fichário em cima dela,
Alessandra, com sua interessante figura, sempre composta de algum elemento
roxo ou azul, a sala, organizada naquele dia com as cadeiras dos alunos em
círculo, incluindo também a Elida, e a própria platéia, que ouvia em silêncio e
atenção.
As palavras, os sons, que também faziam uma crucial parte da cena, eram
emitidos numa acumulação progressiva, mântrica, e o texto narrava a cena em
si, de estar ali lendo o texto, e a identidade de leitora se ampliava a todos que
viviam aqueles momentos.
Até que eles, os sons, as palavras, eram parte do próprio silêncio e do efeito
que tudo isso causava em nós.

Clarissa Bocklage

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