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Egito Atual

Sociedade

A sociedade egípcia atravessa, nos últimos anos, uma das suas piores fases e o povo
deste país desconhece – e, por isso, desvaloriza – a sua própria cultura, mal trata-a e
nutre por si mesmo uma auto-estima faminta.

É impressionante ver como um dos países mais ricos do mundo – em cultura, em


História, em recursos naturais, em metais, em produções agrícolas, em estruturas
turísticas, etc – pode ser tão pobre e tenha de recorrer a “ajudas” de países estrangeiros.

A geração MTV avança em força por todo o país, a Internet e os filmes americanos
passam uma imagem de libertinagem e ilusória liberdade que aqui não se vive
claramente, muito por pressão da religião muçulmana que esculpe carácteres e mentes.

A Revolução no Egito em 2011, também conhecida como Dias de Fúria, Revolução


de Lótus e Revolução do Nilo,[1][2] foi uma série de manifestações de rua, protestos e
atos de desobediência civil que ocorreram no Egito de 25 de janeiro até 11 de fevereiro
de 2011. Os organizadores das manifestações contaram com a recente revolta da Tunísia
para inspirar as multidões egípcias a se mobilizar, assim como ocorreu em grande parte
do mundo árabe. Os principais motivos para o início das manifestações e tumultos
foram a violência policial, leis de estado de exceção, o desemprego, o desejo de
aumentar o salário mínimo, falta de moradia, inflação, corrupção, falta de liberdade de
expressão e más condições de vida.[3] O principal objetivo dos protestos era derrubar o
regime do presidente Hosni Mubarak, que está no poder há quase 30 anos.[4]

Enquanto protestos localizados já eram comuns em anos anteriores, grandes protestos e


revoltas eclodiram por todo o país a partir do dia 25 de janeiro, que ficou conhecido
como o "Dia da Ira", a data estabelecida por grupos de oposição do Egito e outros para
uma grande manifestação popular.[3] Os protestos de 2011 foram chamados de "sem
precedentes" para o Egito[5] e "a maior exposição de insatisfação popular na memória
recente" no país,[6] sendo que o Cairo está sendo descrito como "uma zona de guerra"[7]
por um correspondente local do jornal The Guardian. Pela primeira vez, os egípcios de
todas as esferas sociais, com diferentes condições socioeconômicas se juntaram aos
protestos.[6][8] Estas foram as maiores manifestações já vistas no Egito desde 1977.[6]

Mubarak dissolveu seu governo e nomeou o militar e ex-chefe da Direção Geral de


Inteligência Egípcia, Omar Suleiman, como vice-presidente, na tentativa de sufocar a
dissidência. Mubarak pediu ao ministro da aviação e ex-chefe da Força Aérea do Egito,
Ahmed Shafik, para formar um novo governo. A oposição ao regime de Mubarak tem se
aglutinaram em torno de Mohamed ElBaradei, com todos os principais grupos de
oposição apoiando o seu papel de negociador de alguma forma de governo transitório.[9]
Muitos estrangeiros procuraram sair do país, enquanto os egípcios realizaram
manifestos ainda maiores.[10] Em resposta à crescente pressão Mubarak anunciou que
não vai tentar a reeleição em setembro.[11]
O objetivo principal dos protestos, enfim, foi atingido no dia 11 de fevereiro de 2011,
quando o vice-presidente egípcio Omar Suleiman anunciou, pela emissora estatal de
televisão, a renúncia do presidente Hosni Mubarak, o que causou a comemoração da
população na Praça Tahrir, no centro do Cairo, e em várias outras cidades do Egito.[12]

Cultura

Embora haja muita influência do Ocidente, seja através das parabólicas que se
multiplicam nos telhados das residências, seja através das músicas de rock ou dos filmes
americanos na televisão, o Egito procura preservar a cultura árabe e a religião
muçulmana com bastante rigor. Mesmo nos jornais mais liberais, pode-se observar as
duras críticas feitas ao modus vivendi do Ocidente - principalmente dos EUA -, onde
existe a degradação dos costumes, o incentivo à violência, drogas e apelo sexual. Pode-
se dizer que é uma guerra de cultura que está apenas começando: Ocidente versus
Oriente.

A Cultura do Egito envolve muitas nuances, de acordo com cada período histórico do
país.

É impossível falar da cultura do Egito sem antes pagar um justo tributo a um factor
natural que foi preponderante para o desenvolvimento da civilização egípcia em uma
estreita faixa de terras cercadas por desertos: a água.

O Rio nilo é a base de tudo. O rio nasce no coração da África, atravessa o deserto e
deságua no Mar Mediterrâneo. Era o Nilo que fornecia a água necessária à
sobrevivência e ao plantio no Egipto. No período das cheias, as águas do rio Nilo
transbordavam o leito normal e inundavam as margens, depositando ali uma camada
riquíssima de húmus, aproveitada com sabedoria pelos egípcios para o cultivo tão logo o
período de enchentes passava.

A arte egípcia refere-se à arte desenvolvida e aplicada pela civilização do antigo Egipto
na beira do vale do rio Nilo no Norte de África. Esta manifestação artística teve a sua
supremacia na região durante um longo período de tempo, estendendo-se
aproximadamente pelos últimos 3.000 anos antes de Cristo e demarcando diferentes
épocas que auxiliam na clarificação das diferentes variedades estilísticas adoptadas:
Período Arcaico, Império Antigo, Império Médio, Império Novo, Época Baixa, Período
ptolemaico e vários períodos intermédios, mais ou menos curtos, que separam as
grandes épocas, e que se denotam pela turbulência e obscuridade, tanto social e política
como artística. Suas crenças eram tão grandes que eram capazes de mumificar seus
deuses. O processo de mumificação era tão complexo, que hoje em dia, por serem tão
difíceis, poucos egípcios sabem como mumificar alguém

Na República Árabe do Egito Egito destaca-se, principalmente a questão de serem


politeístas, ou seja, acreditavam em vários deuses.

identidade e fusão nem sempre bem conseguida entre aquilo que é egípcio e aquilo que
os ouvidos das novas gerações querem escutar, influenciados pelos video-clips
americanos representantes de atitudes provocatórias e censuradas neste país.
A chamada modernidade luta com todas as suas forças com a típica sonoridade egípcia e
ganha terreno numa batalha que já não é apenas cultural mas comercial.

Caminho por uma rua do Cairo. Caras e atitudes. Aromas e sons. Alguns agradáveis ,
outros estridentes. Passo por um café onde homens de todas as idades fumam “shisha” e
bebem chá com muito, muito açucar que é para animar os espíritos!

O café está forrado de “posters” e quadros de cantores antigos e actrizes com ares tão
diáfanos que parecem ter morrido no instante seguinte à tiragem da fotografia.

Mesas, cadeiras e balcão não primam pela higiéne mas ninguém parece importar-se
muito com isso. Detalhes sem importância numa vida tão cheia de coisas simples para
usufruír. O amor e o romantismo cantados pelos egípcios pairam pela televisão onde se
encontram dezenas de cabecinhas coladas.Entre um trago de chá e um fuminho de
“shisha”, um ou outro olho passam pela televisão e comentam entre si “antigamente é
que era bom”!

Arte

A arte egípcia refere-se à arte desenvolvida e aplicada pela civilização do antigo Egipto
localizada no vale do rio Nilo no Norte da África. Esta manifestação artística teve a sua
supremacia na região durante um longo período de tempo, estendendo-se
aproximadamente pelos últimos 3000 anos antes de Cristo e demarcando diferentes
épocas que auxiliam na clarificação das diferentes variedades estilísticas adoptadas:
Período Arcaico, Império Antigo, Império Médio, Império Novo, Época Baixa, Período
ptolemaico e vários períodos intermédios, mais ou menos curtos, que separam as
grandes épocas, e que se denotam pela turbulência e obscuridade, tanto social e política
como artística. Mas embora sejam reais estes diferentes momentos da história, a verdade
é que incutem somente pequenas nuances na manifestação artística que, de um modo
geral, segue sempre uma vincada continuidade e homogeneidade.

O tempo e os acontecimentos históricos encarregaram-se de ir eliminando os vestígios


desta arte ancestral, mas, mesmo assim, foi possível redescobrir algo do seu legado no
século XIX, em que escavações sistemáticas trouxeram à luz obras capazes de fascinar
investigadores, coleccionadores e mesmo o olhar amador. A partir do momento em que
se decifram os hieróglifos na Pedra de Roseta é possível dar passos seguros a caminho
da compreensão da cultura, história, mentalidade, modo de vida e naturalmente da
motivação artística dos antigos egípcios.

Religiao

Uma das numerosas mesquitas egípcias.

Segundo dados oficiais, 90% dos egípcios são muçulmanos sunitas, 8% são cristãos, e
menos de 1% muçulmanos xiitas.[carece  de fontes?]
A população cristã egípcia habita sobretudo no sul do país e nas cidades do Cairo e de
Alexandria. A maioria destes cristãos pertencem à Igreja Ortodoxa Copta. Outras
comunidades cristãs presentes no país são a arménia apostólica, a católica, a grega
ortodoxa e a síria ortodoxa. Os protestantes incluem dezesseis denominações. As
Testemunhas de Jeová e a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, embora
presentes no território, não são reconhecidas pelo estado.

Politica

O governo do Egito consiste de uma república semi-presidencial, segundo o qual o


presidente do Egito é de fato tanto chefe de estado quanto chefe de governo, e de um
sistema dominado pelo Partido Democrático Nacional. O Poder executivo é exercido
pelo governo e o Poder legislativo é investido tanto no governo e na Assembleia do
Povo.

O Egipto é uma república. Hosni Mubarak é o presidente egípcio desde 14 de Outubro


de 1981. O Egipto foi o primeiro país árabe a estabelecer a paz com Israel depois da
assinatura dos acordos de Camp David.

Economia

A economia do Egito tem um PIB de aproximadamente 200 bilhões de dólares,


segundo o método PPC. O Egito tem quatro principais fontes econômicas, em primeiro
lugar vem o turismo, que tem como atrações as pirâmides, e o litoral do Mar
Mediterrâneo. Em segundo lugar vem a extração e a exportação de petróleo, que gera
emprego e lucros para o governo. Em seguida vem os impostos e as taxas alfandegárias
que são cobradas sobre os navios que passam pelo canal de Suez, e em último vem as
ajudas que são arremetidas por egípcios que vão para outros países e mandam dinheiro
para suas famílias. No tempo antigo, a economia do Egito era à base de trocas

História da economia

Economia é toda baseada na agricultura, com o método de produção asiático. O faraó


era o dono de todas as terras do país, organizando todo trabalho agrícola. Também
administrava as construções, e minas

No Egito predominava o regime de servidão coletiva, onde todos eram obrigados a


trabalhar para sustentar o faraó, ou pagavam tributos na forma de bens para o estado.

As principais atividades econômicas exercidas no Egito eram a agricultura, criação de


animais, comércio externo e forjamento de metais.

Setor primário

Agricultura

Na agricultura destacaram-se no cultivo cevada, faziam cerveja, bebida, e, finalmente o


papiro natural do delta do Nilo, servia para fabricar cordas, sandálias, barcos e
principalmente papel (papiro), muito usado até a Idade Média.
Pecuária

No Egito se criavam: bois, carneiros, cabras, porcos, aves e asnos. A criação de cavalos
só começou no Egito quando os hicsos invadiram o país em 1750 a.C., que usaram os
cavalos contra o exército egípcio, que copiou a estratégia depois da invasão. A carne era
um alimento de luxo, só os ricos podiam desfrutar dos prazeres das carnes. A população
pobre só comia carne em ocasiões festivas e especiais.

Setor secundário

Metalurgia

Os egípcios primitivos aprenderam a usar o cobre e o ouro. Forjavam ferramentas,


armas e jóias. Depois começaram a fabricar bronze mais duro de cobre e estanho em
fornalha. Já no novo Império, inventaram foles que eram operados com o pé. O metal
derretido era despejado em formas.

Setor terciário

Comércio

O comércio no Egito funcionava a base de trocas, pois não conheciam o dinheiro


naquela época. Essa prática se tornou mais intensa no novo Império, quando as
importações e exportações se intensificaram com os contatos comercias com a ilha de
Creta, a Palestina, Fenícia e a Síria.

Além disso, desenvolveram uma indústria bastante artesanal, com produção de armas,
barcos, cerâmica, tijolos, tecidos, objetos de vidro, couro e metais. Todos esses produtos
que eram produzidos pelos artesãos eram exportados. Os produtos mais importados
pelos egípcios eram o marfim, peles de animais, perfumes e outros utensílios usados
pelos ricos.

Transportes

Com as construções das pirâmides era necessário transportar as pedras de navio.


Durante as cheias do Nilo, os egípcios faziam as pedras flutuar até a orla do deserto.
Esses navios eram construídos de madeira do Líbano.

Esses navios eram dirigidos com a ajuda de grandes remos, presos à popa. Os egípcios
foram os primeiros a usar velas. Mas, para atravessar o Nilo, os homens comuns do
Egito utilizavam barcos de junco para pescar e caçar.

Ciencia

Os 30 anos de repressão do regime autoritário no Egito tiveram seu impacto sobre vida
de todos os cidadãos, inclusive dos cientistas. Aos cientistas e às instituições foi
imposto um conceito de produção de conhecimento superficial e falso, e muitas vezes
prejudicial. Este variou desde a insuficiência de recurso para o financiamento da
pesquisa, à produção científica em si, moldada para servir ao ditador e ao seu regime. A
liberdade de pensamento foi contida e se chocou com as políticas científicas do regime.
As limitações foram impostas à expressão de opinião, à imprensa e à comunicação.
 
O modelo de ciência e de sociedade criado serviu apenas aos propósitos do ditador, de
sua família e de seus conselheiros. Na ausência de um país democrático, os recursos
foram mal utilizados, destribuídos ao próprio quadro que serviu ao regime. Os jovens
manifestantes desempregados foram um simples produto da política científica errônea e
corrupta, e dos políticos, que apenas visavam em se beneficiar do ditador, de sua família
e de seus conselheiros.
 
Neste regime repressivo, os cientistas deixaram o país à procura de um lugar pacífico e
digno, onde pudessem decidir sobre o seu futuro. Aqueles que escolheram viver no
Egito foram proibidos de criar organizações liberais, que lhes permitissem atuar como
cidadãos livres, de mentes livres.
 
Os três Egípcios ganhadores do prêmio Nobel na última década, são testemunhas de
tudo isso. Todos viveram fora do Egito ou geraram os seus trabalhos no período pré-
Mubarak. Nagib Mahfouz produziu sua trilogia, e suas principais e notáveis obras,
durante o período democrático anteriormente vivido pelo Egito. El Baradei e Zoel foram
premiados pelos seus feitos realizados fora do Egito.
 
A qualidade da produção científica no Egito nos últimos 30 anos atingiu um índice não
compatível com a sua história científica na era democrática dos anos anteriores. Isso
pode ser confirmado pela citação e em análises a bancos de dados. A evolução da
produção científica em si, durante o regime de repressão, é quase nula.
 
As instituições científicas no Egito nos últimos trinta anos foram conduzidas por
pessoas sem qualquer mérito científico. A única qualificação e critério para suas
seleções eram a obediência, lealdade e fidelidade para  o ditador, sem qualquer
habilidade em planejamento ou que tivessem uma visão científica para o
desenvolvimento em longo prazo. Elas eram qualificadas somente para atender aos
requisitos do ditador, produzindo estatísticas falsas que ninguém podia contestar, como,
por exemplo, sobre o aumento de áreas de cultivo, onde na realidade elas estavam
diminuindo, mas elas aparecem nos relatórios como se tivessem aumentado!
 
Ainda nos relatórios anuais sobre  a produtividade de culturas tradicionais como o
algodão e o arroz, que caem drasticamente, elas aparecem como tendo aumentado! Isso
foi aplicado a cada campo e a cada atividade científica pelo Ministério da Ciência, da
Agricultura e particularmente no Departamento Nacional de pesquisa agropecuária. A
mesma política se estende a todos os demais ramos, até a Biblioteca de Alexandria!
 
A lealdade ao ditador foi o único mérito. O que é dito sobre a dicotomia entre a
democracia e a ciência é claramente vista na crise do Egito e em todo o mundo árabe.
Assim, muitos cientistas qualificados imigraram do Egito, porque não agüentaram o
regime autocrático, levando consigo habilidades que o Egito necessita para construir
seus quadros e instituições. Eles não suportaram viver sob um regime que os proíbe de
liberdade de pensamento, deixando-os incapazes de decidir sobre o seu destino ou até
mesmo de viver em paz.
Egito Antigo

Economia

A economia do Antigo Egito era baseada na agricultura,[106] no entanto, outras atividades


como pecuária, caça, pesca, artesanato, comércio e extração mineral também foram
importantes.

Agricultura

Uma combinação de características geográficas favoráveis contribuiu para o sucesso da


cultura egípcia, a mais importante das quais era o solo rio e fértil resultante de enchentes
anuais do Rio Nilo. Os antigos egípcios foram, assim, capazes de produzir uma
abundância de alimentos, permitindo que a população dedicasse mais tempo e recursos
para as atividades culturais, tecnológicas e artísticas. A gestão da terra foi crucial no
Antigo Egito, porque os impostos foram avaliados com base na quantidade de terras em
posse de uma pessoa.[107] Em teoria todas as terras pertenciam ao rei, mas a propriedade
privada foi uma realidade.

Assim era praticada a horticultura, sendo produzidos alho, cebola, pepino, alface e
outras verduras e legumes; também eram plantadas árvores frutíferas e videiras. (...) O
Egito era um dos "formigueiros humanos" do mundo antigo, em virtude da sua
extraordinária fertilidade renovada anualmente pelos aluviões [cheias] do Nilo. Sendo
a vida agrícola inteiramente dependente da inundação, quando esta faltava ou era
insuficiente ocorria a fome - apesar das reservas acumuladas pelo Estado - e morriam
milhares de pessoas.

Caça e pesca

Os egípcios caçavam lebres, antílopes, hipopótamos e crocodilos.[110] O Nilo


proporcionou uma fonte abundante de peixes, onde eles pescavam carpa, pescada e
tilápia.[110]

A agricultura e a criação eram complementadas pela pesca (...), praticada no Nilo, nos
pântanos e nos canais com rede, anzol, nassa e arpão. Boa parte dos peixes era secado
ao sol. Também a caça era praticada no deserto e nos pântanos, usando-se para tal o
cão, o arco e o laço, e capturando-se aves selvagens com redes.

Artesanato

Joias, tecidos, móveis, armas, perfumes, objetos decorativos, estátuas votivas e reais,
objetos de uso doméstico etc. são alguns dos exemplos de produtos fabricados.[123][124] As
matérias-primas empregadas foram argila, pedras, marfim, madeira e metais.[110]

A atividade artesanal desenvolvia-se, em primeiro lugar, em função das matérias-


primas fornecidas pelo rio e pelas atividades agrícolas e de coleta: fabricação de
tijolos e de vasilhame com argila úmida do Nilo, recolhida logo depois da inundação;
fabricação de pão e da cerveja de cereais; produção de vinho de uma e de tâmara;
fiação e tecelagem do linho; indústrias de couro; utilização do papiro e da madeira
para produções diversas (material para escrever, cordas, redes, embarcações, móveis,
portas etc).

Mineração
Ver artigo principal: Indústria de mineração do Egito

O Egito é rico em pedras de decoração e construção, cobre e minérios de chumbo, ouro


e pedras semipreciosas. Estes recursos naturais permitiram aos egípcios construir
monumentos, esculpir estátuas, fazer ferramentas e jóias fashions.[126] Os
embalsamadores utilizavam sais de Wadi El Natrun (natrão) para mumificação, que
também proporcionou a gipsita necessária para fazer gesso.[127] Formações rochosas de
minérios foram encontradas a distância, em barrancos inóspitos do Deserto Oriental e
no Sinai, exigindo grandes expedições controladas pelo Estado para obter os recursos
naturais ali encontrados. Havia extensas minas de ouro na Núbia, e um dos primeiros
mapas conhecidos é de uma mina de ouro na região. Wadi Hammamat foi uma notável
fonte de granito, grauvaque e ouro. Sílex foi o primeiro mineral coletado e usado para
fazer ferramentas e machadinhas de pedra e as primeiras evidências de habitação no
Vale do Nilo. Nódulos do mineral foram cuidadosamente lascados para fazer lâminas e
pontas de flechas, mesmo depois do cobre ser usado para essa finalidade.[128]

Comércio

Grande parte da economia estava organizada a nível central estritamente controlada.


Embora os antigos egípcios não utilizassem moedas até a Época Baixa, eles fizeram uso
de um sistema de troca de dinheiro,[132] com sacas de grãos com padrão e o deben, um
peso de cerca de 91 gramas (3 oz) de cobre ou prata, formando um denominador
comum.[133] Os trabalhadores foram pagos com grãos; um simples operário podia ganhar
5½ sacas (250 kg ou 400 lb) de grãos por mês, enquanto um capataz podia ganhar 7½
sacas (250 kg ou 550 lb). Os preços foram fixados em todo o país e registrados e listas
para facilitar a negociação, como por exemplo uma camisa custa cinco deben de cobre,
enquanto uma vaca custa 140 deben.[133] Grãos podiam ser trocados por outras
mercadorias, de acordo com a lista de preço fixo.[133] Durante o século V a.C. o dinheiro
foi introduzido no Egito por estrangeiros. As primeiras moedas eram usadas como peças
padronizadas de metais preciosos e não como dinheiro verdadeiro, mas nos séculos
seguintes trocas internacionais passaram a depender das moedas.[134]

Os antigos egípcios estiveram envolvidos no comércio com seus vizinhos estrangeiros


para obter mercadorias raras e exóticas não encontradas no Egito. No período pré-
dinástico, estabeleceram o comércio com a Núbia para a obtenção de ouro, plumas de
avestruz, as peles de leopardo, incenso e marfim.[135] Eles também estabeleceram o
comércio com a Palestina, como evidenciado por jarros de óleos de estilo palestino
encontrados nos sepultamentos dos faraós da primeira dinastia.[136] Uma colônia egípcia
estacionada no sul de Canaã data para pouco antes da primeira dinastia.[137] Narmer
havia produzido cerâmica egípcia em Canaã e exportou de volta para o Egito.[138]

O mais tardar pela segunda dinastia, o comércio do Antigo Egito com Biblos rendeu
uma fonte crítica de madeira de boa qualidade não encontrada no Egito. Pela quinta
dinastia, o comércio com Punt abasteceu o Egito com ouro, resinas aromáticas, ébano,
marfim, animais silvestres, como macacos e babuínos.[139] O Egito realizou comércio
com a Anatólia para adquirir quantidades essenciais de estanho bem como para o
fornecimento suplementar de cobre, dois metais que são necessários para a fabricação
de bronze. Os antigos egípcios valorizaram a pedra azul lápis-lazúli, que tinha de ser
importada do distante Afeganistão. Os parceiros do Egito no comércio Mediterrâneo
também incluem Creta e a Grécia, que fornecia, entre outras mercadorias, suprimentos
de azeite.[140] Em troca de suas importações de luxo e de matérias-primas, o Egito
exportava principalmente grãos, ouro, linho e papiro, além de outros produtos acabados,
incluindo objetos de vidro e pedra.[141]

Ciencia

Não se pode falar em ciência no Antigo Egipto (e em geral na Antiguidade) tendo como
referência o conceito actual. O conhecimento entre os antigos Egípcios estava associado
aos escribas, às classes sacerdotais e aos templos. Numa parte destes encontravam-se as
"Casas de Vida" (Per Ankh), nome dado a uma área do templo que funcionava como
biblioteca e arquivo, onde também se ministravam conhecimentos e se copiavam os
textos de carácter médico, astronómico e matemático. Tendo em vista que a religião era
um dos pontos no qual assentava a civilização do Antigo Egipto, a sua influência
estende-se e mistura-se com a esfera do saber, que não surgia como autónoma.

A medicina foi a disciplina que mais se desenvolveu entre os egípcios, sendo famosa na
Antiguidade, em particular entre os Gregos. A classe médica dividia-se entre médicos
do povo e médicos reais; alguns médicos trabalhavam como clínicos gerais, enquanto
que outros eram especialistas em determinada área. As escolas médicas mais famosas
eram as das cidades de Heliópolis e a de Sais. Os remédios eram compostos por vários
elementos, na maioria oriundos do reino vegetal, mas recorria-se também a elementos
que do ponto de vista contemporâneo parecem estranhos, como os excrementos dos
animais, o sangue de lagarto, dente de porco ou pó de natrão. Eram aplicados sob a
forma de poção, pílula ou em cataplasma.

No campo das matemáticas, os egípcios utilizavam um sistema de cálculo baseado na


mão (cinco dedos). A partir daqui vinham as dezenas, dando origem à numeração
decimal que se tornaria a base da aritmética egípcia. Calcularam a superfície dos
rectângulos e o volume da esfera, dando a pi o valor de 3,14. Conhece-se hoje em dia
esta matemática graças ao Papiro Rhind e ao Papiro de Moscovo.

Politica

Administração

O faraó era o monarca absoluto do país e, pelo menos em teoria, exercia o controle total
da terra e seus recursos.[98] O rei era o comandante militar supremo e chefe do governo,
que contou com uma burocracia de funcionários para gerenciar seus negócios. O
encarregado da administração foi o segundo no comando, o vizir, que atuou como
conselheiro, representante e coordenou levantamentos fundiários, a tesouraria, projetos
de construção, o sistema legal, e os depósitos de documentos.[99] Ao nível regional, o
país foi dividido em 42 regiões administrativas chamadas nomos, cada uma governada
por um nomarca,[100] que era responsável pela jurisdição do vizir. Os templos formavam
a espinha dorsal da economia. Eles não só eram edifícios de culto, mas também foram
responsáveis por coletar e armazenar a riqueza da nação em um sistema de celeiros e
tesourarias administradas por superintendentes, que redistribuíram os grãos e os bens.
[101]
Como não era possivel para o faraó estar em todos os templos para realizar as
cerimônias, ele delegava o seu poder religioso aos sacerdotes que conduziam as
cerimônias em seu nome.[102]

Sistema jurídico

A cabeça do sistema jurídico foi oficialmente o faraó, que foi responsável pela
promulgação de leis, entregando justiça, e mantendo a lei e a ordem, um conceito que os
egípcios antigos denominavam Ma'at.[99] Apesar de não haver códigos legais
sobreviventes do Antigo Egito, documentos da corte mostram que as leis egípcias foram
baseadas em uma visão de censo comum de certo e errado, que enfatizou a celebração
de acordos e resoluções de conflitos ao invés de cumprir rigorosamente um conjunto
complicado de estatutos.[103] Conselhos locais de anciãos, conhecidos como Kenbet no
Império Novo, foram responsáveis pela decisão em casos judiciais de pequenas causas e
disputas menores.[99] Os casos mais graves envolvendo assassinato, transações de
terrenos grandes, e o roubo de túmulos foram encaminhados para o Grande Kenbet,
sobre o qual o vizir ou o faraó presidiu. Demandantes e demandados eram esperados
para representar a si próprios e eram obrigados a jurar que eles tinham dito a verdade.
Em alguns casos, o Estado assumiu tanto o papel de acusador como o de juiz, e ele
poderia torturar os acusados com espancamento para obter uma confissão e os nomes
dos co-conspiradores. Se as acusações foram triviais ou sérias, escribas da corte
documentavam a denúncia, testemunhavam, e o veredicto do caso era guardado para
referência futura.[104]

Punição para crimes menores envolviam imposição de multas, espancamentos,


mutilações faciais ou exílio, dependendo da gravidade do delito. Crimes sérios como
homicídio e roubo de túmulos foram punidos com execução, decapitação, afogamento
ou impalamento do criminoso em uma estaca. A punição também podia ser estendida à
família do criminoso.[99] A partir do Império Novo, os oráculos desempenharam um
papel importante no sistema jurídico, dispensando a justiça nos processos civis e
criminais. O processo foi pedir a Deus um "sim" ou "não" sobre o que é certo ou errado
de um problema. O deus, transportando por um número de sacerdotes, proferia a
sentença, escolhendo um ou outro, movendo para frente ou para trás, ou apontando para
uma das respostas escritas em um pedaço de papiro ou de óstraco.[105]

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