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SONETO DE SEPARAÇÃO

Vinícius de Morais

De repente do riso fez-se o pran to


Silencioso e branco como a bru ma
E das bocas unidas fez-se a espu ma
E das mãos espalmadas fez-se o espan to.
De repente da calma fez-se o vem to
Que dos olhos desfez a última cha ma
E da paixão fez-se o pressentimen to
E do momento imóvel fez o Dra ma.
De repente, não mais que de repen te
Fez-se de triste o que se fez aman te
E de sozinho o que se fez conten te
Fez-se do amigo próximo o distan te
Fez-se da vida uma aventura erran te
De repente, não mais que de repen te.

De\ re\pen\te\ do\ ri\so\ fez\ se o\ pran\ to


Si\len\ci\o\so e\ bran\co\ co\mo a\ bru\ ma
E\ das\ bo\cas u\ni\das\ fez\-se a\ ES\pu\ ma
E\ das\ mãos\ ES\pal\ma\das\ fez\-se o\ ES\pan\ to.

De\ re\pen\te\ da\ Cal\ma\ fez\-se o\ vem\ to


Que\ dos\ olhos\ dês\fez\ a\ úl\ti\ma\ cha\ ma
E\ da\ Pai\xão\ fez\-se o\ pré\ssen\ti\men\ to
E\ do\ mo\men\to i\mó\vel\ fez\ o\ Dra\ ma.

De\ re\pen\te\, não\ mais\ que\ de\ re\pen\ te


Fez\-se\ de\ tris\te o\ que\ se\ fez\ a\man\ te
E\ de\ so\zi\nho o\ que\ se\ fez\ com\ten\ te

Fez\-se\ do\ ami\go\ pró\xi\mo o\ dis\tan\ te


Fez\-se\ da\ vi\da\ uma\ a\ven\tu\ra\ erran\ te
De\ re\pen\te\, não\ mais\ que\ de\ re\pen\ te.

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