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Juliana
Departamento de Ciências Naturais, Universidade Federal de São João Del Rei,
Praça Dom Helvécio 74, Fábricas, São João Del Rei - Minas Gerais - Brasil.
As resinas poliméricas podem ser facilmente A fim de verificar o efeito do pH na separação este
recuperadas e reutilizadas, sem perda de capacidade de procedimento foi repetido utilizando-se o tampão
adsorção. As resinas de troca iônica são aplicadas em citrato de pH 3,5.
várias áreas de atuação como, no tratamento de águas,
3.5- Análise da amostra
resíduos nucleares, na indústria alimentícia,
farmacêutica, agricultura e metalúrgica [5]. As alíquotas recolhidas foram analisadas em
espectrofotômetro 600 Plus FEMTO com uma cubeta
de caminho óptico de 1cm. Primeiramente, fez-se a
2 OBJETIVOS leitura de absorbância do tampão citrato de pH 5,5 no
intervalo de comprimentos de onda igual a 400 a 900
O objetivo deste experimento foi separar os íons Cu 2+ e nm. Essas leituras serviram como branco. Cada alíquota
Co 2+ por cromatografia de troca iônica e construir o foi analisada em comprimentos de onda de 510 e 757
cromatograma da separação usando espectrofotometria nm a fim de detectar as absorções referentes aos íons
na região visível, verificando o efeito do pH na Co2+ e Cu2+, respectivamente. A cada leitura em um
separação. comprimento de onda, o branco foi novamente utilizado
para zerar o equipamento. As absorções foram anotadas
para posterior construção de um cromatograma. Esse
procedimento foi repetido para as amostras recolhidas
3 EXPERIMENTAL quando se utilizou o tampão citrato 3,5 como fase
móvel. Nesse caso, o referido tampão foi tomado como
3.1- Preparação da Resina branco.
Foi pesada uma massa de aproximadamente 10 g de
resina de troca iônica Ion ExchangerI Merck. Em um
béquer, lavou-se a resina com 100,0 mL de água 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
destilada e agitou-se vigorosamente. A resina foi
deixada em repouso para que, pela ação da gravidade, a As resinas trocadoras de cátions contém cátions livres
mesma decantasse. O sobrenadante foi posteriormente que podem ser permutados por cátions em solução
descartado. Esse procedimento de lavagem da resina foi (soln) confome a equação (1) [3]:
repetido por três vezes. Depois, adicionu-se 50,0 mL
de solução-tampão citrato de sódio/ácido cítrico 0,20 (Res.A-)B++C+(soln)↔(Res.A-)C++B+(soln)
mol.L-1 de pH 5,5, medidos com o auxílio de uma
proveta, ao béquer que continha a resina. A resina foi Res = polímero fundamental da resina
mantida nessa solução-tampão até o seu uso. A- = ânion ligado ao esqueleto polimérico
3.2- Preparação da coluna cromatográfica B+ = cátion ativo ou móvel
Utilizou-se uma coluna cromatográfica de troca iônica, C+= cátion em solução
que apresentava placa sinterizada. Adicionou-se 10,0
mL do tampão citrato 0,20 mol.L-1 de pH 5,5 medidos Ou seja, os cátions presentes na estrutura da resina são
com o auxílio de uma pipeta volumétrica de 10,0 mL. trocados pelos íons presentes na solução. O grau em
Transferiu-se a resina em suspensão para a coluna de que um íon é absorvido preferencialmente em relação a
troca iônica, mantendo-se uma vazão de 1 mL.min-1. um outro íon tem importância fundamental; este grau
Deixou-se eluir a coluna com cerca de 20,0 mL do determinará a facilidade com que duas ou mais
tampão citrato de pH 5,5. Durante as adições da substâncias, que formam íons com a mesma carga,
solução-tampão tomou-se o cuidado de não permitir a poderão ser separadas pela troca iônica e determinará
formação de bolhas na coluna. também a facilidade com que os íons podem ser
removidos, subsequentemente, da resina.Os fatores que
3.3- Aplicação e eluição da amostra determinam a distribuição dos íons inorgânicos entre
uma resina de troca iônica e uma solução incluem[3]:
2
• Natureza dos íons permutantes; considerável, evidenciado pelos valores de absorbância
registrados no cromatograma.
• Natureza da resina trocadora de íons.
0,08
0,07
2+
Co
2+ 0,06
Cu
0,05 0,05
Absorbância
0,04
0,04
0,03
0,03
0,02
Absorbância
0,01
0,02
0,00
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0,01
Volume do eluente (mL)
0,00
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Volume do eluente (mL)
Figura 2. Cromatograma da separação de Co2+ (510
nm) e Cu2+ (757 nm), utilizando o tampão citrato de pH
3,5 como fase móvel.
Figura 1. Cromatograma da separação de Co2+ (510 Outra diferença observada entre os dois
nm) e Cu2+ (757 nm), utilizando o tampão citrato de pH cromatogramas, além da maior retenção de íons Co2+,
5,5 como fase móvel. foi um maior tempo de retenção de íons Cu2+ pela fase
estacionária quando o pH da fase móvel foi 3,5. A
De acordo com a figura 1 foi possível observar que o
diminuição do pH do tampão eluente causou o aumento
primeiro cátion a ser separado foi o Cu 2+. O Co2+,
da carga líquida, devido à maior concentração de íons
entretanto, apesar de ter atingido uma concentração
H+ no tampão de pH 3,5, o que dificultou a eluição da
máxima quando o volume de eluente foi
amostra.
aproximadamente 4,0 mL, em momento algum superou
a eluição do Cu2+. Na oitava fração recolhida pôde ser observada a maior
absorbância para o Cu2+. A coloração dessa fração era a
Pôde-se notar que os íons Co2+ interagem mais
de um azul celeste, característico do íon cobre (II). Vale
intensamente com a resina, ficando retidos por mais
à pena ressaltar que a diferença entre a coloração dessa
tempo. Isto ocorreu porque os trocadores de íons,
fração e aquela da quarta fração recolhida na eluição
geralmente, favorecem a ligação com íons com carga
com o tampão 5,5 pode ser atribuída ao fato de que no
maior, raio hidratado menor e polarizabilidade maior [6].
primeiro caso (utilizando-se tampão 5,5 como fase
Os fatores que definiram a interação com a fase
móvel), os íons cobalto (II) também eluíram de forma
estacionária foram o raio iônico e a polarizabilidade,
expressiva, o que justifica a coloração arroxeada da
pois os cátions em questão apresentam a mesma carga.
fração obtida. Já no caso de se utilizar a solução tampão
A maior interação do Co+2 com a resina de troca iônica
de pH 3,5 como fase móvel, a separação entre os dois
se devem ao fato de seu raio iônico ser menor do que o
íons foi mais nítida, o que se evidenciou na coloração
do Cu2+, favorecendo sua maior interação com a resina
azul celeste (típica de íons Cu2+) da oitava fração
(fase estacionária).
recolhida. Assim, pôde-se notar que o tampão citrato
Evidenciada pela maior absorbância e pela coloração 3,5 é uma fase móvel mais eficiente para a separação
das frações recolhidas, que apresentaram uma cor azul desses dois íons.
arroxeado foi obtida na quarta fração coletada a maior
Um possível erro apreciável nessa prática foi o controle
concentração do íon Cu2+. A fim de verificar o efeito do
da vazão da fase móvel. A dificuldade em se manter
pH da fase móvel na separação cromatográfica dos
uma vazão constante contribuiu para uma separação
cátions, utilizou-se um tampão citrato de pH 3,5. Após
menos nítida dos analitos, especialmente no caso em
o recolhimento das alíquotas de eluente e a leitura
que se utilizou o tampão 5,5. As vantagens dessa
espectrofotométrica, construiu-se o cromatograma,
técnica são a sua alta sensibilidade a baixas
representado pela Figura 2.
concentrações (μg L-1 ou menos), baixo tempo de
Analisando a Figura 2, percebeu-se que, utilizando-se o análise e o fato de poder ser empregada para pequenos
tampão 3,5 como fase móvel houve uma separação volumes de amostra (1 mL ou menos) .
mais nítida entre os cátions. Isso foi verificado porque a
concentração de íons Co2+ não apresentou máximo
3
5 CONCLUSÕES
6 REFERÊNCIAS
[1]-http://www.ebah.com.br/cromatografia-pdf-
a5180.html. Acessado em 12 de junho de 2010.
[3]-http://www.lce.esalq.usp.br/aulas/lce5702/cromato
grafia.pdf . Acessado em 12 de junho de 2010.
[4]http://quimicanova.sbq.org.br/qn/qnol/2005/vol28n4/
27-NT04286.pdf. Acessado em 12 de junho de 2010.
[5]http://www.kurita.com.br/adm/download/Resinas_de
_Troca_Ionica.pdf. Acessado em 12 de junho de 2010.