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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E CULTURA

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA


PIBEX

ANEXO I

Título:
“Comunicação Popular: do diálogo com as famílias à produção audiovisual - fase 3”

Número de Registro no RAEX/SIEX (se houver):

Área Temática da Extensão (Principal):


( X ) Comunicação ( ) Cultura ( ) Direitos Humanos ( ) Educação ( ) Meio Ambiente ( ) Saúde
( ) Tecnologia e Produção ( ) Trabalho

Área Temática da Extensão (Secundária):


( ) Comunicação ( ) Cultura ( ) Direitos Humanos ( X ) Educação ( ) Meio Ambiente ( ) Saúde
( ) Tecnologia e Produção ( ) Trabalho

Departamento/Setor a que o projeto está vinculado: Departamento de Comunicação

Coordenador(a): Soraya Maria Ferreira Vieira


Nome, e-mail, telefone:sorayaferreira@ufv.br
031-3899-2878

Equipe de Trabalho
Indicar o nome de todos os participantes do projeto. É importante que os(as) estudantes – bolsistas ou não –
apareçam como parte da equipe de modo a receberem os créditos acadêmicos de seu trabalho. É também
importante que os parceiros/comunidade sejam também indicados de modo a traduzir a construção coletiva,
assim como oferecer os créditos acadêmicos legitimamente conquistados.
Assim, sendo: indicar nome completo, tipo de vínculo (docente, técnico, estudantes ou comunidade), função no
projeto e carga horária.
Será solicitado o CPF de todos os participantes quando for feito o registro on-line. No caso de participantes da UFV,
o CPF é preenchido pelo próprio sistema; entretanto, o CPF de parceiros/comunidades deverá ser fornecido pelo(a)
coordenador(a) do projeto.

Carga
Departamento/ Docente/Estudante/ Função no
Nome Horária no
Setor Técnico/Outros Projeto
Projeto
Apresentação:
Apresentar de forma sintética e concisa os pontos mais importantes da proposta do projeto: o histórico da
construção da proposta, o objetivo geral, as metodologias a serem utilizadas, as atividades previstas e os
resultados esperados, etc. Explicitar a integração da atividade com os planos de trabalho do
Departamento/Setor, destacando a sua relevância tanto da perspectiva acadêmica (interação ensino-pesquisa-
extensão) quanto social e o público a que se destina.

A sociedade atual é denominada sociedade da informação devido à importância que a


comunicação ganhou frente aos processos econômicos, políticos e sociais. O século XXI assiste ao
desenvolvimento e popularização da internet, até mesmo nas camadas mais pobres da população.
Ainda que não seja um meio acessível a todos, a internet é mais democrática que os outros meios de
comunicação de massa e facilita a interlocução entre os atores sociais. Permite que indivíduos comuns,
que não possuem um canal de rádio, televisão ou jornal impresso, partilhem conteúdos de diferentes
lugares do planeta, numa perspectiva de fortalecimento da coletividade.
O canal de compartilhamento grátis de vídeos digitais Youtube, por exemplo, foi criado em
2005. Em 2006 o canal já dominava mais de 50% do mercado, e hoje estima-se que o Youtube receba
20 horas de vídeo por minuto. Essa nova lógica comunicacional desafia os movimentos sociais
assumirem uma postura mais ativa no processo de emissão e recepção de mensagens, evidenciando
mais rapidamente as problemáticas enfrentadas.
Buscando desenvolver a comunicação comunitária e estimular a produção de vídeos
populares na Zona da Mata Mineira, o projeto “Comunicação Popular: do diálogo com as famílias à
produção audiovisual - fase I”, aprovado pelo PIBEX em 2009, começou a atuar no assentamento Olga
Benário , município de Visconde do Rio Branco – MG.As experiências desenvolvidas consistiram em
documentar coletivamente as atividades da experiência inédita do projeto “Terra Crua: uma alternativa
para a produção de habitação social em assentamentos rurais”, que propôs uma dinâmica participativa
de projetação arquitetônica junto às famílias, que geralmente não ocorre quando o INCRA conduz o
processo.
Em 2010, o projeto continuou atuando na comunidade, mesmo sem o apoio do Programa
Institucional de Bolsas de Extensão (PIBEX). Neste ano, buscou-se envolver mais os assentados na
produção audiovisual e viu a necessidade de discutir os problemas da habitação em âmbito mais geral.
Optou-se por gerar um documentário que abordasse os problemas de moradia partindo da experiência
do Assentamento Olga Benário, e que também fizesse um paralelo com outros assentamentos,
loteamentos urbanos e políticas públicas habitacionais. Nesta etapa, o vídeo foi utilizado tanto para
subsidiar as atividades do projeto “Terra Crua”, mostrando-se um instrumento informativo e didático,
quanto para possibilitar que a equipe e os assentados compreendessem a habitação a partir de outras
realidades. O que reverteu em maior incentivo, participação e conscientização da comunidade em
relação às potencialidades da linguagem audiovisual.
O contato com a proposta participativa de projetação arquitetônica do “Terra Crua”, somado
às dificuldades habitacionais de outras comunidades documentadas que tiveram uma pequena
participação na projetação arquitetônica, problemas com saneamento, dificuldades de organização para
a construção coletiva e a carência de profissionais familiarizados com obras, indica a necessidade da
produção de um material educativo que oriente cada uma destas etapas. Portanto, este material deve
apresentar um enfoque nas técnicas construtivas e na maneira de se organizar racionalmente a
construção, de modo a economizar recursos, onerar menos a força de trabalho, respeitar o meio
ambiente e obter habitações mais adequadas às necessidades locais.
Assim, nesta terceira fase, o projeto “Comunicação Popular: do diálogo com as famílias à
produção audiovisual”, que ora apresentamos, visa promover a produção de uma série de vídeos
didáticos que abordem técnicas alternativas de baixo custo para a construção de habitações e
saneamento em comunidades rurais. Dar-se-á enfoque as experiências já aplicadas no assentamento
Olga Benário, e, que, são importantes de serem levadas ao conhecimento de outras localidades com
problemas similares.
Os vídeos contarão com a participação ativa dos assentados, uma vez que a avaliação das
técnicas implantadas depende deles. Nesta nova etapa, a articulação com a comunidade do
assentamento Olga Benário e entorno será fortalecida por meio do Telecentro, espaço contendo dez
computadores com acesso a internet, que será implantado no assentamento pelo Ministério do
Desenvolvimento Agrário (MDA). A produção dos vídeos será utilizada como um incentivo para o uso
dirigido dos computadores, capacitando os assentados acerca do audiovisual e tornando-o um possível
formato para a emissão de mensagens na internet por parte da comunidade.
Com a distribuição dos vídeos pretende-se contribuir para o fortalecimento de grupos que
enfrentam dificuldades com as políticas habitacionais brasileiras, disseminando técnicas alternativas
sustentáveis e de baixo custo desconhecidas pela população das comunidades rurais e periurbanas do
país.
Essa iniciativa reforça a importância da comunicação na difusão e ensino de informações de
difícil acesso para essa parcela da população, demonstrando o caráter mais global dessa área de ensino,
o que vem ao encontro de outros projetos de extensão desenvolvidos atualmente pelo Departamento de
Comunicação da UFV, que enxerga a comunicação como um instrumento de participação,
potencializador do desenvolvimento das comunidades.
Assim, com a perspectiva de dar seqüência à atuação do projeto, é que se apresenta a
solicitação de um bolsista neste edital de extensão universitária.

Justificativa:
O projeto deve responder as questões: por que e pra quê executar o mesmo. Deve-se descrever a situação atual,
apresentar dados que a caracterizam e contextualizá-la em âmbito nacional, regional e/ou local indicando assim a
necessidade de intervenção e a importância da realização do projeto. Apresentar os aportes teóricos da justificativa
ou relevância e, se for o caso, reflexões sobre os principais resultados já alcançados.

As transformações ocorridas na comunicação social desde a popularização da internet, a partir de


1980, ainda estão em curso na sociedade contemporânea. Para o sociólogo Manuel Castells (2000), a
internet se constitui o “meio de comunicação e de relação essencial sobre o qual se baseia uma nova forma
de sociedade que nós já vivemos”, denominada pelo autor de “sociedade em rede” (CASTELLS, 2003, p.
256).O modelo de comunicação em rede existe antes mesmo da internet, porém esse ganhou outras
características com a popularização das novas tecnologias da informação (TIC’s), que agilizaram e
horizontalizaram a comunicação. A partir da década de 1990, as organizações e os movimentos sociais se
inserem neste novo cenário. A comunicação assume importância definitiva na intervenção política dos
movimentos sociais internacionais, mediante à necessidade de mundialização dos protestos frente ao
neoliberalismo e à globalização (LAGO, 2006). Além disso, a internet possibilita a circulação de
informações não veiculadas na mídia de massa por motivos ideológicos ou de filtragem de conteúdos:

“Internet facilita la generación de lo proyectos de comunicación


alternativa, por dos motivos principales: se accede a un costo
relativamente bajo y borra la diferencia emisor-receptor, brindando la
posibilidad de transmitir mensajes multidireccionales y de crear redes de
comunicación. Las herramientas propias de Internet: chats, foros, correo
eletrónico, documentos colaborativos, generan una comunicación
dialógica.” (LAGO, MAROTIAS, 2007, p.10)

A criação de sites de compartilhamento de vídeos, textos, áudios e fotos de forma gratuita,


permite a troca de experiência à distância e grandes custos diretos. Os vídeos disponibilizados no canal do
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Youtube, por exemplo, facilitam que
integrantes dos assentamentos de todo o Brasil conheçam as experiências ambientais e educacionais em
curso em outros assentamentos.
Porém, junto com estas possibilidades, surge um desafio para os movimentos sociais: conseguir
compreender os atuais processos comunicacionais e se apropriar deles. Estas organizações ainda enfrentam
muitas dificuldades. A primeira delas é que, embora alguns movimentos reconheçam a importância da
comunicação em rede, ainda têm dificuldade para se inserir neste meio e incorporá-lo ao seu dia-a-dia. O
acesso a equipamentos e a disponibilidade de pessoas para gerirem esta comunicação são outros fatores
limitantes (LEÓN, et al, 2005).
A formação de pessoas que possam conduzir estes processos comunicativos técnica e
politicamente deve ser trabalhado de acordo com as necessidades específicas de cada comunidade,
caracterizando o que PERUZZO (1998) chama de comunicação popular:

[...] resultado de um processo, realizando-se na própria dinâmica


dos movimentos populares, de acordo com suas necessidades.
Nessa perspectiva, uma de suas características essenciais é a
questão participativa voltada para a mudança social. (PERUZZO,
1998, p.115)

Em geral, no âmbito da habitação, os assentamentos de Reforma Agrária enfrentam grandes


problemas. A política de habitação do INCRA para os assentamentos é ineficiente, pois impõe um modelo
de casa urbano, que não atende às especificidades da vida no campo e muito menos às necessidades
individuais de cada família, fato que se repete em inúmeros assentamentos.
Em visitas a assentamentos e loteamentos urbanos no ano de 2010, viu-se, de forma geral, que
existe um desconhecimento de técnicas construtivas sustentáveis e de baixo custo e uma dificuldade de
organização das famílias para a construção. No assentamento Olga Benário, está em andamento a aplicação
de várias destas técnicas e metodologias organizativas e participativas, conduzidas pelo projeto “Terra
Crua: uma alternativa para habitação em assentamentos rurais”.
Somado a este momento de construção das habitações por que passa o assentamento, o Olga
Benário receberá um Telecentro em janeiro de 2011. Identifica-se tanto uma carência de assentados
preparados para trabalhar com os instrumentos da comunicação, na perspectiva do compartilhamento de
suas experiências na rede, quanto a necessidade de documentar e divulgar suas experiências. Portanto,
unindo necessidade e oportunidade, propõe-se o incentivo da comunicação comunitária a partir da
documentação audiovisual. O vídeo possui um enorme potencial de comunicação por seu caráter
ilustrativo, podendo constituir-se em um material de formação e conscientização. Como aponta SANTORO
(1986):
É isso que dá ao vídeo sua razão de existir, quando se pensa na sua
relação com os movimentos populares, e tal tecnologia tem, no
momento, oferecido um espaço de atuação, sem que o acreditemos
revolucionário e transformador por si só, mas como mais um
instrumento de comunicação, bastante apto à memória, divulgação e
discurso dos movimentos populares. (SANTORO, 1986, p.170)

Em síntese, a proposta do projeto “Comunicação Popular: do diálogo com as famílias à produção


audiovisual - fase 3” consiste em unir educação e comunicação. Segundo GOMES, (2005) um dos
objetivos da educomunicação é facilitar o processo de ensino-aprendizagem através do uso criativo dos
meios de comunicação. É relevante estudar o vídeo como agente desse processo educacional através da
comunicação, já que esse formato atinge a parcela da população analfabeta, ou que não tem familiaridade
com a linguagem escrita dos manuais técnicos.

Objetivos:
Objetivo Geral - Responder as perguntas: O que vai ser feito? Onde? Com quem? Constitui o objetivo maior, para o
qual a execução do projeto contribuirá. Deve-se ser compatível com as finalidades de todas as entidades envolvidas.
Exemplo: Objetivo Geral: Formação de mulheres trabalhadoras rurais e sistematização de experiências de
mulheres, de modo a fortalecer sua capacidade em atuar sobre processos de transição agroecológica e nos espaços
públicos de debate sobre agroecologia e saneamento.
Objetivos Específicos - Responder a pergunta: O que o projeto pretende alcançar? Indicar os alvos concretos
esperados com o trabalho. Cada objetivo especifico deve ter uma correspondência com os resultados esperados.
Devem ser expressos sucintamente e não em forma de relatos.
Exemplo: Objetivos Específicos: - Implementar um programa de formação em gênero, agroecologia e saneamento
para mulheres trabalhadoras rurais da Zona da Mata mineira; - favorecer uma maior articulação entre as mulheres
das organizações filiadas à Comissão Regional de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Zona da Mata em torno dos
temas gênero, mulheres, agroecologia e saneamento; - valorizar e dar visibilidade ao papel das mulheres na
agroecologia; - fortalecer a capacid.ade do movimento agroecológico para sistematizar e discutir suas próprias
experiências, de forma a construir propostas de políticas públicas.

Geral: Produzir uma série contendo quatro vídeos sobre os processos organizativos participativos e
técnicas construtivas de baixo custo em assentamentos rurais, juntamente com os moradores do
assentamento Olga Benário.

Específicos:
- Desenvolver a comunicação comunitária no assentamento Olga Benário;
- Potencializar o uso do Telecentro no assentamento Olga Benário;
- Capacitar os assentados para gerar produtos audiovisuais;
- Capacitar os assentados em comunicação na internet;
- Gerar vídeos educativos sobre os processos e técnicas construtivas sustentáveis e de baixo custo;
- Gerar vídeos educativos sobre a organização participativa na construção de moradias;
- Promover um diálogo entre os saberes populares e científicos quanto à técnicas construtivas;
- Facilitar o conhecimento de técnicas alternativas para comunidades carentes rurais;
- Contribuir para as discussões acerca da política habitacional.

Metas:
Refere-se a um dimensionamento concreto e operativo dos resultados esperados relacionados aos objetivos
específicos propostos no projeto. Deve responder a pergunta: Como serão realizados os objetivos? Através de
ações eles serão efetivados?
Exemplo: 1- articular a realização do programa de formação em gênero, agroecologia e saneamento com as
Comissões de Mulheres e realizar o planejamento e monitoramento do programa de formação; 2- realizar um
programa de formação em gênero, agroecologia e saneamento para mulheres da Zona da Mata - MG; 3-
sistematizar as experiências realizadas neste projeto em uma publicação sobre Gênero e Agroecologia; 4 -
realizar Seminários Regionais sobre Gênero e Agroecologia

- Articulação de um grupo de audiovisual para conduzir o processo de produção, gravação e edição


dos vídeos educativos;
- Realização de dois cursos sobre comunicação, internet e audiovisual;
- Realização de quatro oficinas sobre audiovisual na web;;
- Levantamento das avaliações dos moradores do assento Olga Benário quanto aos processos e
técnicas alternativas de construção implantadas no assentamento;
- Confecção de um roteiro para cada um vídeos educativos;
- Produção e gravação dos vídeos;
- Edição dos vídeos no Telecentro;
- Criação de um portal para disponibilização dos vídeos do Terra Crua, via integrantes do telecentro;
- Distribuição dos vídeos finais em comunidades rurais.

Indicadores:
Devem ser identificados os indicadores que serão utilizados para a medição da realização das metas e
conformação dos resultados esperados. Os indicadores devem permitir, de modo mensurável, a estimativa das
metas e análise dos resultados. Os indicadores vão representar o “quanto” será feito.
Ex: 1 – realização de 15(quinze) reuniões de planejamento e produção de um Plano de trabalho sistematizado
junto aos 8 (oito) municípios; 2 – realização de 15(quinze) oficinas de formação em gênero, agroecologia e
saneamento; 3 – 1 (uma) publicação sobre Gênero e Agroecologia; 4 – realização de 2(dois) Seminários
Regionais sobre Gênero e Agroecologia.
- Uma reunião para articulação de uma equipe de moradores interessados em acompanhar o processo
de confecção do vídeo;
- Dois cursos sobre comunicação, internet e audiovisual (módulo I e II);
- Quatro oficinas de capacitação em audiovisual, sendo elas: introdução à linguagem audiovisual,
manejo de filmadora, edição de imagens e compartilhamento de vídeos na web;
- Realização três assembléias com moradores do assentamento Olga Benário e técnicos do Terra Crua
para coleta de informações a serem utilizadas nos vídeos;
- Seis visitas ao assentamento Olga Benário, com a finalidade de produzir e realizar as imagens
referentes aos vídeos educativos;
- Quatro vídeos educativos de cinco minutos, cada um, sobre processos e técnicas alternativas de
construção;
- Uma reunião com a equipe de comunicação dos moradores para avaliação dos vídeos educativos;
- Criação de um portal para divulgação dos vídeos na internet;
- Uma apresentação dos resultados obtidos em um seminário de extensão da UFV.

Metodologia:
Deve ser explicado como vai ser executado o projeto, apontando os materiais e os métodos que serão utilizados
para alcançar os objetivos propostos. Evite colocações genéricas, bem como a mera citação de atividades e/ou
técnicas. Deve ser detalhado o modo de execução do que foi proposto, a correlação entre as atividades e/ou
técnicas e porque será realizada dessa forma. Toda metodologia tem uma concepção teórica, que deve ser
apresentada, com grau maior ou menor de detalhamento, de acordo com o nível de complexidade exigido pelo
tipo de projeto apresentado. Deve-se apresentar exatamente como se dará a participação de segmentos sociais
na execução do projeto, assim como o papel e a função a ser assumida pelas parceiras. Da mesma forma, é
necessário descrever a metodologia/ferramentas utilizadas em cada meta.

1. Organização do grupo audiovisual de assentados

O assentamento Olga Benário está em fase de implantação de um Telecentro, e necessita de pessoas


que auxiliem na condução de sua utilização visando atender as necessidades do assentamento e dos
assentados.
A articulação para produção e divulgação dos vídeos será feita através dos dois jovens que estão
responsáveis pela gestão do Telecentro. Pretende-se unir as possibilidades técnicas que o Telecentro
oferece, o trabalho dos comunicadores e as necessidades do assentamento e do MST em conhecer
experiências construtivas sustentáveis e de baixo custo.

2. Treinamento para os assentados interessados em produzir os vídeos.

. Curso Comunicação, internet e audiovisual


O curso será oferecido em dois módulos, abordando o contexto atual da comunicação e do audiovisual
frente à web. Serão ministrados aspectos teóricos a partir de exemplos já existentes. O objetivo deste
curso introdutório é aguçar nos participantes, curiosidade para os assuntos tratados e demonstrar as
possibilidades da internet e do vídeo.

. Oficinas
Serão oferecidas quatro oficinas de capacitação audiovisual e comunicação virtual. Estas atividades
tem o objetivo de possibilitar que os assentados produza, gravem e divulguem ducumentos
audiovisuais do assentamento Olga Benário. Para este propósito, as oficinas serão: introdução à
linguagem audiovisual, manejo de filmadora, edição de imagens e compartilhamento de vídeos na
web;

3. Produção audiovisual

As técnicas e processos serão mostrados em uma sequência de quatro vídeos curtos, que são:
projetação arquitetônica participativa; fossa evapotranspiradora, que é uma técnica de saneamento
sustentável que transforma as fezes em adubo para plantas que consomem muita água; organização de
mutirão, que se trata construção de moradias por meio de colaboração e sem gastos com mão-de-obra
e tinta à base de terra, que possibilita baratear os custos do acabamento.

Cada um destes vídeos terá os moradores do Olga Benário como protagonistas e os profissionais do
Terra Crua como orientadores técnicos. Os primeiros são os sujeitos que estão utilizando as técnicas e
vivenciando o processo de construção, portanto, tem condição de avaliá-los e relatar a experiência. Os
técnicos do Terra Crua irão apontar os dados técnicos de quantificação de materiais, e as etapas
construtivas.

Para se chegar à versão final desses vídeos educativos pretende-se seguir algumas etapas básicas para
a confecção de um vídeo. O primeiro período é de produção e roteirização. Neste período se
organizará reuniões com técnicos do projeto e moradores do assentamento Olga Benário, afim de
coletar informações sobre essas técnicas alternativas e buscar a melhor forma de tratá-las nos vídeos.
Esta primeira pesquisa será feita em âmbito de núcleos de famílias, organização já existente no
assentamento. Posteriormente, será feita a gravação das imagens para o vídeo e a edição do mesmo,
gerando um vídeo final. Todas as três etapas serão conduzidas pelo grupo de assentados que se
integrarem à equipe.

4. Edição

A edição dos vídeos será realizada no telecentro pelos integrantes do grupo de audiovisual. A
atividade contará com o acompanhamento dos integrantes do projeto e com subsídio teórico abordado
nas fases descritas acima.
5. Avaliação das produções audiovisuais

Ao fim de cada gravação e edição, os vídeos serão avaliados técnica e didaticamente com o grupo de
assentados responsáveis por este trabalho. Esta etapa se faz importante para que os erros e acertos
sejam apropriados por toda a equipe e facilitem a execução dos próximos vídeos. Após a produção dos
quatro vídeos, estes serão avaliados com todos os moradores do assentamento.

6. Parceria com o Projeto Terra Crua

A equipe do projeto “Comunicação popular: do diálogo com as famílias à produção audiovisual” terá
como princípio metodológico agir de acordo com o cronograma do projeto Terra Crua, visto que a
produção dos vídeos estarão vinculadas ao processo de construção das habitações rurais no
assentamento, e às orientações técnicas do mesmo.

Para que ocorra este diálogo entre os dois projetos, a equipe de documentação participará de reuniões
semanais do projeto Terra Crua, e das atividades a serem realizadas pelo projeto no Assentamento
Olga Benário. Estes encontros servirão para avaliar o desempenho e os resultados das técnicas para a
construção do roteiro dos vídeos.

7. Divulgação e distribuição

Posteriormente, a distribuição contará com o poder de abrangência do MST, que atua em diferentes
localidades do país. A disseminação desses vídeos será efetuada também através do site
http://www.youtube.com, o que contribui na troca de experiências com outras localidades que
desenvolvem atividades similares. Grande parte dos dirigentes do MST possuem e-mail e acessam a
internet frequentemente, o que torna ainda mais viável esta divulgação.

Público-Alvo: Público atingido:


Descrever o público beneficiado pelo projeto Número de pessoas atendidas
As 30 famílias moradoras do assentamento Olga Benário, Superior às 120 pessoas do Olga Benário
localizado no município de Visconde do Rio Branco – MG,
os assentamentos rurais em geral e comunidades carentes
em vias de construção ou reforma de moradias.

Resultados Esperados:
Os resultados remetem à forma ‘concreta’ que se espera alcançar com os objetivos específicos propostos no
projeto. A indicação dos resultados esperados deve abranger todas as metas previstas. Envolve também a
estimativa da repercussão e, ou, impactos sócio-econômicos, técnico-científicos e ambientais após a conclusão
do Projeto.

- Registrar em vídeo soluções de baixo custo para a construção de moradias a partir da união do
conhecimento científico e do saber popular;
- Divulgar a inserção de técnicas alternativas sustentáveis nas comunidades rurais do Brasil;
- Gerar um material audiovisual que seja um ponto de partida para os assentamentos que estão
iniciando a construção de moradias;
- Gerar uma aproximação entre os assentados e os instrumentos de comunicação;
- Fomentar a utilização educativa do Telecentro;
-Fomentar a inclusão digital.

Acompanhamento e Avaliação:
Do projeto: Apresentar os indicadores que serão utilizados na análise e avaliação do projeto, que permitirão
acompanhar e comparar a execução das metas e dos objetivos específicos propostos. Os indicadores podem ser
de duas categorias (quantitativos e qualitativos), podem se referir aos agentes do projeto (corpo docente, corpo
discente, corpo técnico, comunidade), bem como aos instrumentos e metodologias (entrevistas, análise
documental, questionários, observação etc.).
Indicar quais serão as fontes de informação e quais os instrumento. Detalhar de que forma (metodologicamente)
serão utilizados os instrumentos, o que buscarão avaliar, em que período será aplicado, quais agentes
participarão dessa avaliação, etc. Deve-se definir como será a análise dos resultados e impactos alcançados
frente aos objetivos e metas propostos no projeto. Dado que a avaliação feita pela comunidade envolvida sobre
os impactos do projeto é um item importante a ser considerado, é necessário informar como se dará a
participação dos(as) beneficiários(as) no processo de avaliação.
O acompanhamento também permite uma intervenção na execução das atividades em andamento, com a
introdução de ajustes necessários para o bom andamento do projeto.
Dos(as) estudantes: Descrever o processo de avaliação do(a) estudante – instrumentos, periodicidade,
metodologia, outros.

Do Projeto:
Relatório quinzenal das atividades do projeto compiladas pelo bolsista em meio eletrônico,
enviada para o coordenador e estudantes colaboradores para ajuste e correções, facilitando o
registro dos dados para quantificar os resultados citados no item anterior. Além disso, os
moradores participarão ativamente do processo de avaliação dos vídeos a serem realizados.
Outra forma de avaliação será a apresentação dos resultados em eventos da SIA (Simpósio de
Integração Acadêmica) e correlatos, durante a vigência da bolsa.

Dos estudantes:

1. Professor coordenador, Professores colaboradores, Estudantes e Comunidade:


Bimestralmente, esses atores farão uma auto-avaliação e outras sobre os outros membros da
equipe de forma escrita contendo os seguintes itens: QUE BOM! QUE PENA! e QUE TAL?
Com objetivo de avaliar pontos positivos, negativos e possíveis sugestões; Através de uma
sessão conjunta, os membros trocarão as avaliações em duplas e conversarão sobre o que o
outro escreveu; Em uma conversa final os membros colocarão o que julgarem pertinente ser
discutido coletivamente para avaliar o projeto como um todo; O mesmo método vai ser
aplicado ao final das atividades do projeto.
2. Comunidade:
Ao final de cada atividade coletiva será dedicado um momento aberto em que a comunidade
será estimulada a abordar os itens: QUE BOM! QUE PENA! E QUE TAL? Os colaboradores
farão o relato das manifestações para ser sintetizado e apresentado na primeira reunião da
equipe que ocorrer logo após aquela atividade; Nas comunidades envolvidas será aplicada
uma entrevista semi-estruturada aos membros que participaram diretamente das atividades e a
membros que não participaram para avaliar o impacto do projeto na comunidade; O roteiro
das entrevistas conterá itens que avaliarão desde o primeiro contato realizado. Constarão
também itens sobre a qualidade da interação do aluno responsável e do coordenador com a
comunidade.

Cronograma:

Atividades 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 01 02
• Articulação de um grupo de audiovisual
para conduzir o processo de produção,
gravação e edição dos vídeos educativos
– via Telecentro.
• Reunião da equipe de audiovisual para
planejamento das atividades e
organização do grupo de trabalho;
• Definição do cronograma de atividades;

• Elaboração do relatório parcial;


• Treinamento do grupo audiovisual:
minicurso e oficinas;

• Pesquisa com o projeto Terra Crua e os


moradores do assentamento Olga
Benário para coleta de informações das
técnicas construtivas a serem
documentadas.
• Elaboração do relatório parcial;
• Produção e roteirização, filmagem do
vídeo 1.

• Produção e roteirização e filmagem do


vídeo 2.
• Elaboração do relatório parcial;
• Produção e roteirização e filmagem do
vídeo 3.
• Produção e roteirização e filmagem do
vídeo 4.
• Elaboração do relatório parcial;
• Participação no Simpósio de Extensão
Universitária (SEU);
• Edição dos materiais filmados.
• Avaliação dos produtos obtidos.
• Criação de um portal para divulgação
dos materiais produzidos.
• Elaboração do relatório final;
• Divulgação da produção: distribuição
dos vídeos finais em comunidades rurais
e via internet.

* Adequar caso o projeto dure mais tempo.


Financiamento/Infra-estrutura:
Informar a contrapartida em financiamento e, ou infra-estrutura de órgãos da UFV (Departamento, Setor, etc.).
Informar se Projeto conta com outras fontes de financiamento, inclusive como contrapartida de parceiros, em
recursos humanos e, ou, materiais.

O projeto contará com apoio em âmbito de infra-estrutura dos Departamentos de Comunicação Social,
Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, Economia Doméstica e Solos para o desenvolvimento das
atividades, via empréstimo de salas para reuniões, empréstimos de equipamentos para subsidio a realização
das atividades (computadores, data-show, etc.) e assistência especializada. O programa Teia, do qual o
projeto faz parte, arcará com apoio para transporte ao assentamento nas datas de realização das atividades.
O Departamento de Solos também fornecerá apoio financeiro em forma de pagamento de diárias para
técnicos externos convidados, via projeto de pesquisa “A participação das famílias nos projetos de
habitação, saneamento e produção em assentamento de Reforma Agrária”, coordenado pelo prof. Ivo
Jucksch. A Associação Regional de Cooperação Agrícola da Zona da Mata (ARCA-ZM/MST), sediada no
assentamento Olga Benário, fornecerá apoio via disponibilização de um técnico para a interlocução
famílias/projeto em âmbito local.

Referências Bibliográficas:
Segundo as orientações da ABNT

CASTELLS. Manuel. Internet e sociedade em rede. In: MORAES, Denis de (Org.). Por outra
comunicação: mídia, mundialização cultural e poder Rio de Janeiro :Record, 2003.

GOMES,A.L.Z.. A Lei de Diretrizes e Bases e o Campo da Educomunicação. In: Congresso


Brasileiro de Ciências da Comunicação 2005. Rio de Janeiro. São Paulo: Intercom, 2005.

LAGO, Silvia. La intervención política de los movimientos sociales en la sociedad de la


Información. Atizapán de Zaragoza, ano 11, n. 52, ago. 2006. Disponível em:
<http://www.cem.itesm.mx/dacs/publicaciones/logos/anteriores/n52/39Lago.pdf>. Acesso em: 25 mar.
2010.

LAGO, Silvia, MAROTIAS, Ana. Los movimentos sociales en la era de la internet. Atizapán de Zaragoza,
ano 11, n. 54, dec. 2006. Disponível em:
<http://www.razonypalabra.org.mx/anteriores/n54/lagomarotias.html> Acesso em: 25 mar. 2010.

LEÓN, Osvaldo (Org), BURCH, Sally, TAMAYO G., Eduardo. Movimentos Sociales y Comunicación.
Quito, 2005. p. 183.

PERUZZO, Cicilia Krohling. Comunicação nos movimentos populares: a participação na construção da


cidadania. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.

SANTORO, Luiz Fernando. A imagem nas mãos: o vídeo popular no Brasil. São Paulo: Summus, 1989.

______________________________________
Local e data

______________________________________
Assinatura do Coordenador
Estou ciente e de acordo com o desenvolvimento do presente projeto:

Assinatura e carimbo do Presidente da Comissão de Extensão (* ) Data: ______/_______/_______

Assinatura e carimbo da Chefia do Departamento/Setor (* ) Data: ______/_______/_______

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