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EXERCÍCIO AERÓBICO DIMINUI METABOLISMO

BASAL, DIZ PESQUISADOR

Segundo Paulo Gentil, presidente do Gease (Grupo de


Estudos Avançados em Saúde e Exercícios) e autor do livro
“Emagrecimento: quebrando mitos e mudando
paradigmas”, muitas pesquisas associam o treinamento
aeróbio a uma diminuição do metabolismo basal
(quantidade de calorias que seu corpo consome em
repouso), mesmo sem perda na massa muscular. O
emagrecimento brusco também poderia gerar queda no
metabolismo, pois o corpo se adaptaria para tentar retornar
ao peso anterior. Assim, você teria que comer menos só
para manter a forma.

A conclusão ainda é controversa, mas há um grande


número de evidências que indicam que o exercício mais
intenso tenha maior efeito na manutenção e até no
aumento da taxa metabólica de repouso quando
acompanhado de perda de peso.

"Sabe-se que logo após o exercício aeróbico há um


aumento do gasto calórico que se mantém elevado por
algum tempo, mas os estudos não são conclusivos para
indicar até quando", diz o professor de educação física da
USP (Universidade de São Paulo), Hamilton Roschel. Ele
acrescenta ainda um atleta bem treinado neste tipo de
atividade teria um menor consumo de oxigênio, o que
acarreta menor gasto energético.

Além disso, o professor salienta que há diferenças no gasto


de calorias dentro dos exercícios aeróbicos. "O treino
contínuo normal e por tempo prolongado tem menor efeito
crônico do que o treino intervalado, com exercícios rápidos
e intensos. Assim, do ponto de vista prático, dá para você
gastar mais energia em menos tempo".

O professor Tiago Poggio, da Bio Ritmo, explica que, para


atingir o objetivo de emagrecimento, ele recomenda
inicialmente um treinamento de resistência (número maior
de repetições e carga mais baixa), que gera excitação e
manutenção da composição corporal.

Segundo ele, alguns estudos mostram que o trabalho de


endurance, ou resistência, queima a gordura corporal, mas,
a longo prazo, se mantidas as mesmas cargas, pode levar à
diminuição da taxa metabólica basal e da massa magra.

Porém, para o período inicial de adaptação esse treino é


necessário. Após esse período que se compreende entre
quatro a seis semanas, inicia-se o treinamento com pesos
para hipertrofia (aumento da massa muscular),
estimulando o aumento da massa magra, da taxa
metabólica de repouso e, consequentemente, do gasto
calórico e da perda de peso.

Muitas pesquisas procuram reconhecer os melhores tipos


de treinamento para cada objetivo, um estudo recém
publicado no “Journal of Applied Physiology” conclui que o
treinamento combinado (resistência+força) é ideal para
perda de gordura e manutenção ou aumento da massa
isenta de gordura. Ainda de acordo com o estudo, a taxa
metabólica apresentou aumento nos treinos combinados,
mas sem impactos nos treinos de resistência.

Apesar disto, o treinamento aeróbio como corrida ou


ciclismo também traz muitos benefícios para a saúde,
“diminui a frequência cardíaca de repouso (tornam o
coração mais eficiente ), aumenta volume de ejeção e tem
efeito hipotensivo na pressão arterial, ou seja, manutenção
da pressão arterial”, diz o professor de educação física. Por
isso, ele diz que para quem busca qualidade de vida, bem-
estar, saúde e estética, aliar exercícios aeróbios e
anaeróbios é a melhor estratégia para se alcançar os
resultados esperados

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