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Oriana é uma fada. Uma fada boa. Uma fada boa com asas e varinha de condão.

Também há
fadas más. E uma fada boa também pode tornar-se má. Nem que seja só por algum tempo. Foi
o que aconteceu a Oriana. A vida de Oriana era como deve ser: livre e feliz. Ela era obediente e
prometeu à rainha das fadas que seria a guardiã da floresta e de todos os seus habitantes. E
com o seu poder de fada boa despertava tudo que a rodeava. A vida na floresta era um
despertar luminoso de cores, sons e movimento. E de magia. A magia da sua varinha de
condão e do seu voo alado. O sopro do encantamento. Nem todos na floresta viam Oriana,
mas a sua presença era-lhes vital. Que seria desses seres sem esse sopro?! A sua vida dependia
dela. Mas, um dia, Oriana viu-se reflectida no rio. E descobriu como era bela! Começou então a
apaixonar-se pela sua própria beleza. Cada vez se apaixonava mais e mais por si própria
passando agora o tempo a admirar-se na água do rio, enfeitando-se de mil maneiras. E foi
assim que a floresta e os outros seres de quem era guardiã foram deixados no esquecimento.
A sua promessa de nunca os abandonar tinha sido quebrada. A floresta ficou perdida no vazio
do desencantamento. Os sons jubilosos e os matizes que pintavam os dias desvaneciam-se
numa tela negra. A vaidade de Oriana trouxe-lhe grandes castigos. A rainha das fadas tirou-lhe
as suas asas e a varinha de condão. E foi assim que Oriana perdeu todo o seu poder e magia.
Embora bela, já não podia ajudar ninguém. Estava desolada e arrependida; frágil e à mercê de
todas as tentações. Mesmo assim conseguiu resistir à tentação da rainha das fadas más e não
aceitou as asas que esta lhe queria dar. Oriana não queria ser má. Oriana queria ser boa. E foi
o seu arrependimento e bondade que lhe devolveram a magia e o encantamento de voltar a
ter asas e uma varinha de condão.

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