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CÁLCULO E ADMINISTRAÇÃO

DE MEDICAMENTOS

Enf. Soraia Nogueira Felix*


*Profª Assistente da UNIP

AGOSTO / 2008
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
 Administração de medicamentos: muito mais
que “um simples serviço de entrega”
 Habilidade altamente técnica que exige
conhecimento diversificado, habilidade
analítica, experiência profissional e perícia
clínica
 É necessário conhecer: a TERMINOLOGIA dos
medicamentos; as VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
dos agentes; os EFEITOS que os
medicamentos produzem após penetrar no
organismo.
CONHECIMENTO NECESSÁRIO
Para preparar e administrar medicamentos, é preciso considerar “11
saberes” (Figueiredo et al):
 Saber quem é o cliente;
 Saber quais são suas condições clínicas;
 Saber seu diagnóstico;
 Saber qual é o medicamento;
 Saber as vias;
 Saber as doses;
 Saber calcular;
 Saber as incompatibilidades;
 Saber sobre interações medicamentosas, ambientais, pessoais e
alimentares;
 Saber sentir para identificar sinais e sintomas de ordem subjetiva;
 Saber cuidar.
Para administrar medicamentos,
considerar...
 A forma (sólido, líquido, gasoso...)
 A via de administração
 O momento mais apropriado para a
administração
 O armazenamento apropriado
ALGUNS CONCEITOS BÁSICOS

REAÇÕES ADVERSAS – resposta indesejável ou


nociva a um medicamento. Leve a grave, pode levar à
morte. Depende de muitos fatores.
 Podem ser previsíveis (em geral relacionadas à dose)
ou não (sensibilidade do paciente); algumas podem
ser evitadas, outras não...
 Pode haver efeito terapêutico excessivo ou acúmulo
do medicamento (por exemplo, insulina)
 Às vezes, há mais de uma reação
 Cuidado com administração EV rápida
 OS PACIENTES PODEM SER UMA “CAIXA DE
SURPRESAS”...
ALGUNS CONCEITOS BÁSICOS

 ADSORÇÃO – alguns medicamentos IV


aderem aos recipientes plásticos, às
seringas, pode reduzir a ação ou
precipitar
 FOTÓLISE
Forma do medicamento
Principais vias de administração e formas disponíveis dos
medicamentos(1).
Via Apresentação
Oral (sólido) Cápsula, pó, comprimido
Oral (líquido) Elixir, Emulsão, Solução, Suspensão,
Xarope
Parenteral Solução
Retal Solução, supositório
Vaginal Espuma, gel, solução, supositório,
comprimido
Tópica (ouvido, olho, Aerossol, creme, loção, pomada, pasta,
nariz, pele) curativo oclusivo, pó
Medicamentos

FÁRMACO
Alterar sintomas DROGA
Substituir substâncias REMÉDIO
Destruir invasores
Administração de medicamentos

Oral
Sublingual
Inalatória
Tópica
Retal

Organismo
Administração de medicamentos

Subcutânea
Intramuscular
Intravenosa
Epidural

Organismo
Processos básicos dos medicamentos

Ação Inicial

Absorção
Distribuição Farmacocinética
Metabolização
Eliminação
Ação Final
Fatores relacionados a concentração da droga

Administração da
Droga Depósitos
teciduais

Compartimento
Plasmático Local de ação

Metabolismo
Excreção
Variações
Variações individuais que afetam as
respostas dos medicamentos
Medicamentos
Peso corporal Patologias

Idade
Fatores Genéticos
Respostas
CONCEITOS FUNDAMENTAIS

NOMENCLATURA
- Químico – estrutura anatômica e molecular do
medicamento;
- Genérico – versão mais curta e mais simples do
nome químico;
- Comercial (marca registrada ou nome
patenteado) – nome escolhido pela companhia
que vende o medicamento.
PRESCRIÇÃO MÉDICA

 Os 5 axiomas
Medicamento certo
Dose certa
Paciente certo
Hora certa
Via de administração certa
MÉTODOS E VIAS DE
ADMINISTRAÇÃO
 Administração tópica
 Administração oftálmica, otológica e nasal
 Administração respiratória
 Administração oral e gástrica
 Administração retal e vaginal
 Administração intradérmica, subcutânea e
intramuscular
 Administração intravenosa
 Vias especializadas de administração
ADMINISTRAÇÃO INTRADÉRMICA,
SUBCUTÂNEA E INTRAMUSCULAR
 Escolher a seringa e a agulha apropriadas;
considerar a via de administração, tamanho do
paciente e o local mais provável da injeção.

ADMINISTRAÇÃO INTRADÉRMICA
 Habitualmente, até 0,5 ml ou menos
 Pouca absorção sistêmica
 Teste para TB, alérgico, certas vacinas,
anestésico local
 Local mais comum: face ventral do antebraço
 Ângulo de 10 a 15º.
VIA INTRADÉRMICA
Principalmente: finalidade diagnóstica, testes
para alergias ou tuberculose. Camada da pele
imediatamente abaixo do estrato córneo. Efeitos
locais; pouca absorção sistêmica.
VIA SUBCUTÂNEA

-Braço, coxa ou no abdome. Muito usada para insulina.


-Desvantagens: pode lesionar os tecidos cutâneos; não
pode ser utilizada quando o paciente sofrer de doença
vascular oclusiva e perfusão precária, pois a circulação
reduzida retarda a absorção. Não utilizar se a pele estiver
maciçamente adiposa, edemaciada, queimada,
endurecida, tumefeita, alterada por outras medicações ou
enferma.
-Implantes sobre a pele: grânulos ou cápsulas. A partir
da derme, a medicação extravasa lentamente para os
tecidos. Desconforto: pode ser necessária pequena
cirurgia para introdução ou remoção.
ADMINISTRAÇÃO SUBCUTÂNEA
 0,5 a 2ml
 Heparina, insulina, estimulantes da ovulação
 Pode ser utilizada compressa fria no local da aplicação
antes da injeção, p/ minimizar a dor
 Aplicação: braços, abdome, coxa e nádegas
 Cuidado com as bolhas
 Heparina: injetar sempre a 90º
 Injeções repetidas: alternar os locais de aplicação
 Aspirar (puxar o êmbolo) e verificar se há refluxo de sangue
 Atenção: seringas “prontas” como Clexane®: não aspirar!!!
INJEÇÃO SUBCUTÂNEA - LOCAIS

Legenda:
1- Braço direito
2- Braço esquerdo
3- Lado direito do abdômen
4- Lado esquerdo do abdômen

5- Nádega esquerda
6- Nádega direita
7- Região inferior da coxa
direita
8- Região inferior da coxa
esquerda
Disponível em:
http://www.emrede.com.br/ImagesUnbrBrazil/injection_tcm73-
4291.jpg (acessado em 04.05.06)
VIA INTRAMUSCULAR
Suspensões aquosas e soluções oleosas.
Agentes aquosos: até 5 ml em alguns locais.
-Desvantagens: pode precipitar no músculo
(reduzindo sua absorção); pode não haver
absorção adequada em pacientes hipotensos ou
com suprimento sangüíneo precário. Injeção
acidental na corrente sangüínea.
-Pode causar dor e irritação os tecidos locais,
lesionar ossos, puncionar vasos sangüíneos,
lesionar nervos ou fragmentar o tecido
muscular...
ADMINISTRAÇÃO INTRAMUSCULAR

 3 a 5 ml
 Crianças, idosos e pessoas muito
magras: toleram menos de 2ml
 Técnica em Z: deslocar os tecidos antes
de introduzir a agulha
 Não massagear após
ADM. INTRAMUSCULAR - LOCAIS

 Deltóide
 Porção dorsal do glúteo
 Porção ventral do glúteo
 Vasto lateral
LOCAIS PARA INJEÇÃO IM

Disponível em: br.geocities.com/rodolpho1979/aim.bmp (acessado em 04.05.08)


VIA INTRAVENOSA

-Injeção diretamente na corrente sangüínea


através de uma veia.
-Primeira escolha durante uma emergência.
-Altas doses e velocidade constante.
-Rapidez excessiva: possibilidade de reações
adversas.
-Riscos: extravasamento, irritação da veia,
infecção sistêmica e embolia gasosa.
-Início quase imediato da ação, disponibilidade
completa e controle absoluto sobre a dose
ADMINITRAÇÃO INTRAVENOSA
 Não administrar se suspeita de irregularidades
 Para mais de um tipo de medicamento, trocar o
equipo (a não ser que tenha certeza da
compatibilidade).
 Infusão intermitente, contínua, cateter venoso
periférico, central, acesso vascular implantado
 Certos medicamentos, como o cloreto de potássio,
não podem ser administrados rapidamente
ADMINISTRAÇÃO IV

Melhor acesso venoso – VIP:


 Veia – considerar localização, condição
e trajeto físico no membro;
 Infusão – finalidade e duração;
 Paciente – grau de cooperação e
adesão, preferência do paciente.

Atentar para reações adversas


VIAS ESPECIALIZADAS DE
ADMINISTRAÇÃO
Circunstâncias especiais;
Agentes aplicados diretamente no local da atividade
pretendida, como em um órgão ou em seus vasos
sangüíneos, utilizando cateteres e dispositivos
específicos.
Espaço epidural (via epidural)
Espaço pleural (intrapleural)
Cavidade peritoneal (intraperitoneal)
Cápsula de uma articulação (intra-articular)
Interior de um osso longo (intra-óssea)
INFUSÕES ESPECÍFICAS - Epidural
 Medicamento injetado no espaço epidural, fora ou acima
da dura-máter; absorção no líquido cefalorraquidiano,
atua diretamente no SNC. Analgesia epitural: cateter
especial, pode ser ajustada para uma área específica do
corpo. Não pode ter conservantes (reações sérias).
Rotular os cateteres “APENAS PARA USO EPIDURAL”
para evitar acidentes.
Para reduzir o risco de interações
medicamentosas...
 Descobrir se o paciente está tomando outros
medicamentos prescritos, de venda livre ou
fitoterápicos, antes de fornecer um fármaco.
Isto inclui também:
 Remédios caseiros
 Medicamentos obtidos sem prescrição
 Suplementos vitamínicos e minerais
 Remédios “emprestados” de familiares ou de
outras pessoas
 Drogas ilícitas (devem ser abordadas
especificamente)
Relações entre medidas métricas

Líquidos:
 1 mililitro (ml) = 1 centímetro cúbico (cc)
 1 decilitro (dl) = 100 mililitros
 1.000 mililitros = 1 litro (l)
 1 litro (l) = 1/4 volume
 1 mililitro (ml) = 1/1000 litro

Sólidos:
 1.000 microgramas (mcg) = 1 miligrama (mg)
 1.000 miligramas (mg) = 1 grama (g)
 1 mg = 1/1000 grama (g)
 1.000 gramas = 1 kilograma (kg)
Regras gerais no cálculo de dosagens

 Uso da regra de três, relacionando medidas equivalentes. Ex: dosagem


(mg) abaixo de dosagem (mg), e quantidade (ml) abaixo de quantidade
(ml);
 Usar unidades de pesos ou volumes iguais;
 Pesos: transformar grama (g) em miligrama (mg) e vice-versa facilita o
cálculo;
 Diluir o medicamento de acordo com a via de administração, local a ser
administrado e idade do paciente;
 Na diluição de um medicamento liofilizado, o volume geralmente
aumenta, por isso deve-se aspirar todo o conteúdo antes de se fazer o
cálculo. Se não for possível, aspirar na seringa todo o volume calculado
e fazer nova diluição;
Regras gerais no cálculo de dosagens

 No cálculo de dosagem, o resultado não pode ser alterado para mais ou


para menos, como ocorre no cálculo de gotejamento. Deve ser
administrado o valor exato obtido [3];

 Para ajudar a evitar erros de cálculo e diferenças entre a dose teórica e


a real, siga esta regra: Não permita uma variação superior a 10% entre a
dose prescrita e a dose administrada. Ou seja: se você tiver de
administrar 0,97 comprimido, administre seguramente um comprimido
inteiro ao paciente [1].
Noções elementares
 Solução é uma mistura homogênea composta de duas partes.
 Suspensão é também composta por duas partes, mas difere da solução
por ser heterogênea, o que significa que após centrifugação ou repouso,
é possível separar os componentes, o que não ocorre na solução.
 A concentração de uma mistura é determinada pela quantidade de
soluto numa proporção definida de solvente, e poderá ser expressa em
porcentagem (%) ou em g/L. Como exemplo temos que uma solução de
glicose com 5g de glicose (soluto) dissolvida em 100 ml de água
(solvente) é uma solução com concentração de 5%. Isso significa que a
concentração é obtida pela divisão da massa (g) pelo volume, e é
expressa em % ou g/L.
1. Qual dos locais abaixo para injeção IM você escolheria para crianças com menos
de 3 anos de idade?
a. Porção ventral do músculo glúteo
b. Músculo deltóide
c. Porção dorsal do músculo glúteo
d. Músculo vasto lateral.
Resposta: D. Utilizar normalmente o músculo vasto lateral ou reto femoral para
injeção IM. Constituindo a maior massa muscular nesse grupo etário, o vasto
lateral e o reto femoral possuem poucos e significativos vasos sangüíneos e
nervos.
2. Ao puncionar uma veia periférica de um idoso, qual dos cateteres abaixo você
utilizaria para evitar traumatismos?
a. 18G
b. 20G
c. 22G
d. 16G
Resposta: C. Utilizar um cateter 22G ou 24G.
3. Se o paciente com cateter venoso central apresentar dispnéia, dor torácica,
cianose, redução do murmúrio vesicular do mesmo lado do cateter, deve-se
suspeitar de qual complicação:
a. Pneumotórax.
b. Trombose.
c. Infecção sistêmica.
d. Posição incorreta do cater.
Resposta: A. Dispnéia, dor torácica, cianose e redução do murmúrio vesicular do
mesmo lado do cateter VC são manifestações de pneumotórax, hemotórax,
quilotórax e hidrotórax.
4. Qual dos seguintes cateteres venosos é melhor para administrar líquidos
hiperosmolares ou cáusticos?
a. Cateter arterial periférico.
b. Cateter venoso periférico.
c. Cateter de linha média.
d. Cateter VC.
Resposta: D. Um cateter VC pode ser usado para administrar líquidos hiperosmolares
ou cáusticos, pois são diluídos rapidamente na veia cava, reduzindo o risco
de flebite química.
ALGUMAS FÓRMULAS
No.gotas/min = V/T x 3

No. microgotas/min = V/T

V=volume em ml
T= tempo em horas

OU

N° gotas/minuto= V X 20/ n° de minutos

Lembre-se: n° microgotas/min.= n° gotas X 3


TESTES – 2. CÁLCULO DE
MEDICAMENTOS(1)
Exemplo 1) TRANSFORMAÇÃO DE SOLUÇÕES:
Para as transformações será usado como padrão o frasco de 500 ml de soro.
Temos 500 ml de soro glicosado 5 % e a prescrição foi de 500 ml a 10%.
Primeiro passo – Verifica-se quanto de glicose há no frasco a 5 %.
100 ml – 5 g
500 ml – x
x = 500 x 5 / 100 = 25g
500 ml de soro glicosado a 5% contem 25g de glicose
Segundo passo – Verifica-se quanto foi prescrito, isto é, quanto contem um frasco a
10%
100ml – 10g
500 ml – x
X = 500 x 10 / 100 = 50g
500 ml de soro glicosado a 10% contem 50g de glicose.
Temos 25g e a prescrição foi de 50g; portanto, faltam 25g.
Terceiro passo – Encontra-se a diferença procurando supri-la usando ampolas de
glicose hipertônica
Temos ampola de glicose de 20 ml a 50%
100 ml – 50g
20 ml – x
X = 20 x 50 / 100 = 10g

Cada ampola de 20 ml a 50 % contem 10g de glicose


20 ml – 10g
X – 25g
X = 20 x 25 / 10 = 50 ml

Será colocado então, 50 ml de glicose a 50%, ou seja, 2 + ½ ampolas de 20 ml no


frasco de 500ml a 5%. Ficaremos com 550 ml de soro glicosado.
Exemplo 2) CALCULO DE INSULINA
Temos seringa de 1 ml graduada em 40 UI, o frasco de insulina é de 80 UI por mililitro. A
dose prescrita foi de 25 UI.
80 U – 25 U
40 U – x
X = 40 X 25/ 80 = 12,5 U, então aspiraremos 12,5 UI, que correspondem as 25 UI
prescritas.
Quando as unidades não coincidem com o frasco:
Frasco ------------- seringa
Prescrição --------X
Exemplo: insulina simples 20 UI
Disponível: frasco --------- 40 UI
Seringa -------- 80 UI
40 ---------- 80 UI
20 ---------- X
X = 40 UI
Exemplo 3) DILUIÇÃO DE MEDICAMENTO (REGRA DE TRÊS)

Temos gentamicina 80 mg em ampolas de 2 ml. Foi prescrito 60 mg, quanto


administrar?
2 ml - 80 mg
X – 60 mg
X = 1,5 ml

Devo administrar 1,5 ml de gentamicina.


Exemplo 4) ML/hora
Devemos diluir 4 ampolas de dobutamina em 230 ml de SF 0,9%de , para correr em
24 hs (contínuo), em BIC (bomba de infusão contínua). Dobutamina –
frasco/ampola com 5 ml (50 mg/ml).8/8 hs em BIC. Quantos ml/hora infundida a
solução?
220 ml SF + 20 ml dobutamina = 240 ml

240 ml – 24 h
X ml - 1 h

X= 240 /24
X= 10 ml / hora
EXERCÍCIOS
1) Calcule o número de gotas/min das seguintes prescrições médicas:
a) 1.000 ml de SG 5% EV em 24 h.
 Resolução:
No.gotas/min = V/T x 3

1.000/24 x 3 = 13,8

Aproximadamente 14 gotas/min.

b) 500 ml de SG 5% EV de 6/6 h
Resolução:
No.gotas/min = V/T x 3
500/6 x 3 = 27,7
Aproximadamente 28 gotas/min.
c) SG 5%.......300 ml
SF 0,9%.......100 ml
EV de 12/12 h

Resolução:
No.de gotas/min = V/T x 3
300 + 100/12 x 3 = 11,1
Aproximadamente 11 gotas/min.
2) Calcule o numero de microgotas/minuto, das seguintes prescrições médicas:
a) SG 10% 250 ml EV em 24 h:
Resolução:
 Há duas formas. A primeira é pela fórmula:
No. microgotas/min = V/T
250/24 = 10,4
Aproximadamente 10 microgotas/min.

 Determinando o número de gotas, podemos determinar o número de microgotas usando


esta outra fórmula:
No. de microgotas = No. de gotas x 3
no. de gotas/min = V/T x 3
250/24 x 3 = 3,47 gotas/min
Multiplicando por 3, na primeira fórmula = 3,47 x 3 = 10,4
10,4 são aproximadamente 10 microgotas/min.
b) SF 0,9% 500 ml EV de 6/6 h
Resolução:
No. de microgotas/min = V/T
500/6 = 83,3
Aproximadamente 83 microgotas/min.
3) Devemos administrar 100 ml de bicarbonato de sódio a 10% em 30 min. Quantas
gotas deverão correr por minuto [1]?

Resolução:
A fórmula para cálculo do número de gotas/min utilizando tempo em minutos é esta:
no.gotas/min= V x 20/no. de min

Onde V = volume em ml. Substituindo os dados:


no.gotas/min = 100 x 20/30 = 2000/30 = 66,6 aproximadamente 67

Deverão correr 67 gotas/min.


4) Foi prescrito o seguinte soro, para ser administrado EV de 6/6h. Quantas gotas deverão correr
por minuto?

SG 5%.........400 ml
NaCl 30%......20 ml
KCl 19,1%.....10 ml
Vit.C 10%.....5 ml
Complexo B....2 ml

Resolução:
Utilizando uma das fórmulas já conhecidas anteriormente:
no.gotas/min= V/T x 3
Devemos obter o volume total da solução, somando as quantidades em ml. Substituindo na fórmula:
no.gotas/min = 400+20+10+5+2/ 6 x 3 = 437/18= 24,2
Aproximadamente 24 gotas/min
5) Calcule o número de microgotas/min da seguinte prescrição médica: Penicilina
cristalina 5.000.000 UI EV em 100 ml de SF 0,9%, para correr em 45 minutos [1].

Resolução:
Usando a fórmula:
no.gotas/min= V x 20/no.min
100 x 20/45= 2000/45= 44,4

Aproximadamente 44 gotas/min

Vamos determinar a quantidade de microgotas:


no.microgotas/min= no.gotas x 3
44 x 3 = 132 microgotas/min
6) Foram prescritos SG 10% - 1000 ml, que não temos na clínica. Temos somente SG 5% - 1000 ml e
ampolas de glicose 50% - 20 ml. Como devemos proceder [1]?
Resolução:
O que precisamos:
SG 10% - 1000 ml
O que temos:
10 g.......100 ml
SG 5% - 1000ml
X g........1000 ml
5 g.......100 ml
X = 100 g
X g.......1000 ml
Na ampola de glicose:
X = 50 g
50 g......100 ml
X g.......20 ml
X = 10 g
Portanto, se já temos 50 g de glicose, teremos que acrescentar mais 50 g. Então:
10 g.........20 ml (1 ampola de glicose)
50 g.........X ml (50 g é a quantidade que falta)
X = 100 ml (equivale a 5 ampolas)
Como 100 ml de solução de glicose a 50% (5 ampolas) não cabem no frasco de
SG5%, teríamos que desprezar 100 ml do SG5%. Mas se desprezarmos 100 ml do
SG5%, estaremos jogando junto 5 g de açúcar (5 g – 100 ml) e teremos que repor os
5 g (corresponde a meia ampola de glicose a 50%).

Portanto, desprezaríamos 100 ml do SG5% e acrescentaríamos 5 ampolas (o


que eu preciso) e meia (o que foi desprezado) de glicose a 50% (110 ml) e estaria
pronto para uso o SG10% - 1000ml.
7) A prescrição médica pede SGF – 1000 ml. Só temos SG 5% - 1000 ml e ampolas de
NaCl 30% - 20 ml.
Resolução:
O que precisamos:
SGF – 1000 ml
A mesma quantidade de cloreto de sódio do SF 0,9% - 500ml
Temos de saber quanto de NaCl temos em um frasco de SF 0,9%:
0,9 g.......100 ml
X g.........500 ml
X = 4,5 g
O que temos:
SG5% - 1000ml
Já temos a glicose. Temos de acrescentar a quantidade de cloreto de sódio; Temos
ampolas de NaCl 30% - 20 ml:
30 g.......100 ml
X g........20 ml
X=6g

Temos de acrescentar no SG5% 4,5 g de NaCl. Se cada ampola de NaCl 30% - 20


ml tem 6 g de cloreto de sódio e precisamos de 4,5 g, é só montar uma regra de três:

20 ml.......6 g
X ml........4,5 g
X = 15 ml

Para fazermos o SGF – 500 ml, temos de acrescentar 15 ml de NaCl 30% - 20 ml em


um SG 5% - 500 ml e estará pronto.
8) Para fazer 500 ml de água boricada a 2%, quantos gramas de ácido bórico é
preciso?

Resolução:

O que temos:

2 g........100 ml
X g........500 ml
X = 10 g

Precisaremos de 10 g de ácido bórico.


9) Devemos preparar 500 ml de bicarbonato de sódio a 3%. Temos água destilada e bicarbonato em
pó (1 saquinho = 1 g). Como proceder?
Resolução:
O que precisamos:
Bicarbonato de sódio a 3% - 500 ml
3 g.......100 ml
X g.......500 ml
X = 15 g

O que temos:
Bicarbonato em pó (1 saquinho = 1 g)
1 saquinho....1 g
X saquinhos..15 g
X = 15 saquinhos

Devemos dissolver 15 saquinhos (15 g) de bicarbonato de sódio em 500 ml de AD.


10) Transformar 250 ml de SG5% em 250 ml de SG10%. Temos ampolas de glicose
50% - 20 ml.

Resolução:

O que temos:
SG5% - 250 ml
5 g.......100 ml
X g.......250 ml X = 12,5 g

Ampolas de glicose 50% - 20 ml:


50 g......100 ml
X g.......20 ml X = 10 g

O que precisamos:
SG10% - 250 ml
10 g......100 ml
X g.......250 ml
X = 25 g
Tenho 12,5 g, então vou precisar incluir mais 12,5 g para completar 25 g que é o que
eu preciso. Usando ampolas de glicose:

Resolução:

10 g.......20 ml
12,5 g.....X ml

X = 25 ml

Devemos acrescentar 25 ml de G50% em um frasco de 250 ml de SG5%.


11) Calcule quantos ml do medicamento deveremos administrar ao paciente:

a) Tienam (imipenem) 250 mg EV 6/6h. Temos fr/amp 500 mg. Diluir em 20 ml.
Resolução:
Precisaremos diluir o medicamento, pois há somente o soluto (pó liofilizado).
Fazendo uma regra de três obtemos os valores. Temos no frasco/ampola:

500 mg.........20 ml
250 mg.........X
X = 250 mg . 20 ml / 500 mg
X = 10 ml
Devemos administrar 10 ml da solução de Tienam (imipenem).
b) Calciferol ¼ de amp IM. Temos ampolas de 1 ml(15 mg/ml). Rediluir em 1 ml(volume total = 2 ml)

Resolução:
¼ de ampola equivale a 0,25 % da ampola, o que seria:
0,25 x 15 = 3,75 mg. Logo:

15 mg........2 ml(1 ml da ampola + 1 ml da diluição = 2 ml)


3,75 mg......X ml
X = 0,5 ml
Administrar 0,5 ml da rediluição de Calciferol.

c) Arovit (palmitato de retinol) ¼ de amp IM. Temos ampolas de 1 ml (300.000 UI / ml). Rediluir em 1
ml (volume total = 2 ml)
Resolução:
¼ de ampola equivale a 0,25 da ampola. Então:
0,25 x 300.000 = 75.000 UI
Temos:

300.000 UI.......2 ml(1 ml da ampola + 1 ml da rediluição = 2 ml)


75.000 UI........X ml
X = 0,5 ml Devemos administrar 0,5 ml da rediluição de Arovit.
d) Hidantal (hidantoína)11 mg e AD, EV em 30 minutos de 12/12h. Temos ampolas de 50 mg/ml. Rediluir em
4 ml (volume total = 5 ml)

Resolução:
Temos:
50 mg.......5 ml (1 ml da ampola + 4 ml da rediluição = 5 ml)
11 mg.......X ml
X = 1,1 ml Administrar 1,1 ml da rediluição de Hidantal (hidantoína).

e) Digoxina - 30 microgramas (30 µg) EV de 8/8h. Temos ampolas de 0,5 mg/2 ml. Rediluir em 3 ml (volume
total = 5 ml)

Resolução:
Temos de transformar 30 microgramas em miligramas:
1 mg........1000 µg
X mg........30 µg X = 0,030 mg

Então:
0,5 mg.........5 ml(2 ml da ampola + 3 ml da rediluição = 5 ml)
0,030 mg.......X ml
X = 0,3 ml Devemos administrar 0,3 ml da solução de Digoxina.
f) Devemos administrar 250 mg de Novamin (amicacina) IM de 12/12 horas. Temos
na clínica ampolas de 2 ml com 500 mg. Quantos ml devemos administrar [1]?

Resolução:

Observando-se a ampola, verificamos que:


é uma solução, pois a medicação já vem diluída;

a ampola contém 500 mg de amicacina em 2 ml;

Montando a regra de três:


500 mg.......2 ml
250 mg.......X ml
x = 500 / 500
X = 1 ml

Devemos administrar 1 ml de Novamin (amicacina) IM.


12) Foi prescrito 1/4 de ampola de Novalgina (dipirona) EV se necessário. Temos na
clínica somente ampolas de 1 ml a 50% (500 mg/ml). Quantos ml devemos
administrar?

Resolução:

Iremos utilizar apenas uma parte da ampola. Como o volume total da ampola é de
1 ml, dividindo-na por 4, cada parte corresponderá a 0,25 ml. Acrescentaremos 1
ml de AD, resultando em um volume total de 2 ml. Dividindo-o por 4, cada parte
será de 0,5 ml.

Na administração EV, é melhor aspirar 0,5 ml da rediluição da dipirona e


acrescentar 2,5 ml de AD, e aplicar lentamente.
13) Calcular o número de microgotas por minuto:

Novamin (amicacina) 150 mg EV em 50 ml de SF 0,9% correr em 30 minutos.


Resolução:
Tempo em horas:
30/60 = 0,5 h

No. de gotas/min = V/T x 3

50/0,5 x 3 = 33,3 gotas/min

No. de microgotas/min = no. de gotas x 3

33,3 x 3 = 99 microgotas/min

Devemos administrar 99 microgotas/min.


14) Foi prescrito 7 mg de Novamin (amicacina) EV de 12/12 horas. Temos na clínica
ampolas de 100 mg/2 ml. Quantos ml devemos administrar [1]?
Resolução:
Observando-se a ampola:
É uma solução, pois a medicação já vem diluída;

Temos 100 mg/2 ml, ou seja, 100 mg em cada 2 ml.


A quantidade prescrita é muito pequena, portanto precisaremos rediluir, ou seja,
acrescentar mais água destilada a fim de aumentar o volume e facilitar o cálculo. Logo:
100 mg...10 ml (2 ml com 100 mg de Amicacina + 8 ml de AD)
7 mg.....X ml
X . 100 mg = 7 mg . 10 ml
X . 100 = 70
X = 70 / 100 = 0,7 ml
Devemos aspirar 2 ml da ampola de Amicacina com 100 mg, acrescentar 8 ml de AD e
utilizar 0,7 ml desta solução rediluída, utilizando a
bureta.
TESTES EM SALA (POR ESCRITO)
1) Calcular quantos ml de medicamento devemos administrar nas prescrições a seguir:

a) Keflin (cefalotina) 120 mg EV 6/6h. Temos fr/amp- 1 g. Diluir em 10 ml.

Resolução:
O frasco-ampola tem 1 g (ou 1000 mg). Fazendo a regra de três:
1000 mg.........10 ml
120 mg..........X ml
X = 1,2 ml

Devemos administrar 1,2 ml da solução de Keflin (cefalotina).

b) Mefoxin (cefoxitina) 50 mg e SG5%- 3 ml, de 6/6h. Temos fr/amp- 1 g. Diluir em 10 ml.


Resolução:
Como 1 g equivale a 1000 mg, então:
1000 mg.........10 ml
50 mg...........X ml
X = 0,5 ml

Devemos administrar 0,5 ml da solução de Mefoxin (cefoxitina) em uma bureta com 3 ml de SG5%.
c) Novamin (amicacina)- 9 mg e SG5%- 5 ml, EV de 12/12h. Temos ampolas de 100
mg/2 ml. Rediluir em 8 ml AD.

Resolução:

A ampola diz que há 2 ml de amicacina em cada 100 mg. Quantos ml temos em 9


mg?
100 mg........10 ml(2 ml da ampola + 8 ml AD = 10 ml)
9 mg..........X ml
X = 0,9 ml

Administrar 0,9 ml da solução de Novamin (amicacina) em uma bureta com 5 ml


de SG5%.
2) A administração de alguns medicamentos exige o uso da bureta. Na bureta, o
gotejamento é feito em microgotas. Calcule o número de microgotas/min das
seguintes prescrições médicas:
a) Vancomicina 500 mg em 100 ml de SF 0,9% correr em 30 minutos.
Resolução:
Primeiro, precisamos determinar o tempo em horas:
30/60 = 0,5 h

Determinar o numero de gotas/min:


No. de gotas/min = V/T x 3
100 /0,5 x 3= 66,6 --> equivale a aproximadamente 67 gotas/min
No. de microgotas/min = no. de gotas x 3
67 x 3 = 201 microgotas/min

Devemos administrar 201 microgotas/min utilizando uma bureta com 100 ml de SF


0,9%.
3) Foi prescrito 5 mg de Garamicina (gentamicina) EV de 12/12 horas, diluídos em 20 ml de
SG 5%. Na clínica há somente ampolas de 40 mg/ml. Como proceder?
Resolução:
Observa-se que é uma solução, pois a medicação já vem diluída;
Temos na ampola 40 mg/ml, ou seja, 40 mg em cada 1 ml.

 A quantidade prescrita é muito pequena, o que dificulta sua administração. Por isso, para
garantir a administração da quantidade correta, devemos rediluir, ou seja, aspirar a ampola
inteira e acrescentar mais água destilada, para aumentar o volume e facilitar o cálculo.

 Para evitar arredondar e administrar uma dose exata, procure utilizar números que não
resultem em dízimas na regra de três.

 Em uma seringa de 10 ml, aspirar 1 ml da ampola de Garamicina e acrescentar 7 ml de


AD. Desta forma, aumentamos o volume da solução sem alterar a quantidade de
Garamicina, que continua sendo 40 mg, mas agora em 8 ml.

Então:

40 mg.......8 ml (1 ml com 40 mg de Garamicina + 7 ml de AD)


5 mg........X ml
X . 40 mg = 5 mg . 8 ml
X . 40 = 40
X = 40 / 40 = 1 ml

Portanto X = 1 ml

Devemos aspirar 1 ml da ampola de Garamicina com 40 mg, acrescentar 7 ml de


AD e utilizar 1 ml desta solução, colocando-a em uma bureta com 20 ml de SG 5%.

Observação: Se for administrar esta solução via EV, pode-se colocar uma
quantidade maior de diluente, mas há restrições se a via for IM ou SC.
NÃO PARE NO TEMPO...

Não tenha vergonha de perguntar, estudar, se


atualizar, pois ninguém “nasce sabendo”, mas à
partir do momento que nos comprometemos
com a profissão, com os princípios éticos e
legais à ela relacionados, e tomamos ciência da
necessidade de aprimorar nossos
conhecimentos, temos a OBRIGAÇÃO de
buscar o saber necessário para a correta
atuação profissional, ainda mais em um mundo
onde a ciência evolui diariamente (FELIX SN).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 Azevedo MF (rev), Taranto G (trad). Administração de medicamentos.


Série Incrivelmente Fácil. Medication Administration Made Incredibily
Easy, USA. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan SA, 2004.
 Sistema de medidas. Disponível em:
http://telemedicina.unifesp.br/set/projetos/calcmed/calculos/entrada.php
 FIGUEIREDO, N. M. A. de. Administração de medicamentos: revisando
uma prática de Enfermagem. São Caetano do Sul: Difusão Enfermagem,
2003.
 Giovani AMM. Enfermagem – cálculo e administração de medicamentos.
São Paulo: Legnar Informática & Editora, 1999.
 http://telemedicina.unifesp.br/set/projetos/calcmed/calculos/entrada.php

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