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O Auto da Compadecida

Ficha Técnica
título original:O Auto da Compadecida
gênero:Comédia
duração:1 hr 44 min
ano de lançamento: 2000
site oficial:
estúdio: Globo Filmes
distribuidora: Columbia Pictures do Brasil
direção: Guel Arraes
roteiro: Guel Arraes, Adriana Falcão e João Falcão, baseado em peça de Ariano Suassuna
produção: Daniel Filho e Guel Arraes
música:
fotografia: Felix Monti
direção de arte: Lia Renha
figurino: Cao Albuquerque
edição: Paulo Henrique
efeitos especiais:
Premiações
GRANDE PRÊMIO DO CINEMA BRASILEIRO
Ganhou
Melhor Diretor - Guel Arraes
Melhor Ator - Matheus Nachtergaele
Melhor Roteiro
Melhor Lançamento

Indicação
Melhor Filme

Curiosidades
- O Auto da Compadecida foi inicialmente produzida como uma minissérie de 4 capítulos, exibida na Rede Globo de Televisão
em janeiro de 1998. Devido ao grande sucesso obtido, o diretor Guel Arraes e a Globo Filmes resolveram preparar uma versão
para o cinema, que contém 100 minutos a menos que o tempo total da minissérie;

- Trata-se do primeiro filme feito inteiramente pela Globo Filmes, desde a idéia até seu desenvolvimento;

- O Auto da Compadecida foi filmado em Cabaceiras, no sertão da Paraíba, uma cidade próxima a Taperoá, cidade em que as
aventuras de João Grilo e Chicó são retratadas na peça teatral de Ariano Suassuna;

- Apesar de já ter sido exibida gratuitamente na televisão, a versão para o cinema de O Auto da Compadecida foi um grande
sucesso, tendo levado aos cinemas mais de 2 milhões de espectadores.

Criticas
22/05/2009 11h05

O AUTO DA COMPADECIDA
Nota Cineclick
Celso Sabadin

Irresistível. Isto é o mínimo que se pode dizer da comédia O Auto da Compadecida, dirigida
pelo global Guel Arraes. Antes que a confusão se estabeleça, vamos aos
esclarecimentos. O Auto da Compadecida é uma peça de teatro escrita por Ariano Suassuna, em 1955. Nestes 45 anos, o
premiado texto já passou pelas mais diversas adaptações e interpretações. Uma delas foi empreendida pela Rede Globo, no ano
passado, que transformou a peça em minissérie de TV. Visando futuras exportações, o produtor Daniel Filho propôs ao diretor
Guel Arraes que esta nova versão de O Auto... deveria ser realizada em película 35 milímetros, já que o mercado externo tem
forte rejeição a produtos televisivos captados em vídeo. Assim se fez. E a minissérie foi um grande sucesso de público e de
crítica.
Daí para a telona foi um passo. Após algumas horas na sala de montagem, Guel cortou 60 dos 160 minutos originais da
minissérie, eliminando para isso algumas tramas paralelas. E o resultado - voltando ao início desta matéria - é simplesmente
irresistível.

A história gira em torno de dois amigos que se viram como podem, no nordeste brasileiro da época do Cangaço. João Grilo
(Matheus Nachtergale) é astuto, conversador, ágil em seus pensamentos, trambiqueiro. Chicó (Selton Mello, irretocável) é bom de
coração, mas lento das idéias e com uma enorme propensão à covardia. Juntos, os dois fazem uma parceria inesquecível na
corrida pela difícil sobrevivência nordestina. Qualquer um que se descuide, por um minuto que seja, é presa fácil para a astúcia de
João Grilo. Até o demônio, se for o caso. Literalmente.

Os mais puristas podem repudiar o estilo assumidamente televisivo de O Auto da Compadecida. Sua montagem é frenética e o
seu ritmo, alucinante. Nos primeiros minutos, o espectador mais desavisado pode até perder algumas linhas de diálogo, tamanha
é a rapidez da metralhadora giratória falante de João Grilo. Falta um "respiro", um plano aberto, uma seqüência mais
contemplativa.
Porém, na medida em que se mergulha na trama, o humor, a criatividade do texto e a excelente interpretação do elenco deixam
em segundo plano qualquer falta de pretensão artística e cinematográfica que se possa atribuir ao Auto.

Brasileiríssimo na forma e no conteúdo, mundial no tema do humilde esperto sobrepujando o rico presunçoso, O Auto da
Compadecida se une a Eu Tu Eles na eterna busca do cinema nacional pelo seu público perdido.

Tomara que, além do Demônio e dos cangaceiros, João Grilo também consiga sobrepujar a Motion Pictures Association of
America.

11 de setembro de 2000
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Celso Sabadin é jornalista especializado em cinema desde 1980. Atualmente é crítico da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão
e do Canal 21 e colunista do Cineclick às sextas-feiras.

SEXTA-FEIRA, 4 DE JULHO DE 2008

Crítica | O Auto da Compadecida


“O texto mais popular do moderno teatro brasileiro”, assim já definia Sábato Magaldiem 1962 referindo-se à já
famosa obra de Ariano Suassuna. Em uma nova montagem da Cia. Corpo de Prova a peça ganha forma, vigor e
precisa ainda de um pouco mais de agilidade.

Estreado no último sábado (28/06), no teatro do Centro Cultural Usiminas, o espetáculo tem uma boa sintonia no
elenco que dialoga num consenso cênico onde os atores estão nivelados e poucos conseguem se destacar
individualmente. Isso consequentemente faz com que ele seja gostoso de se ver, sem “presepadas” desnecessárias
e individualistas, ali se vê uma conjunção cênica. Pena que a Compadecida não acompanhe este ritmo interpretativo,
está muito aquém dos demais, o mesmo pode se aplicar ao Sacristão, com menos intensidade que a primeira.

A atriz é infeliz cenicamente, está fora da sintonia do grupo, até é notável seu esforço, mas é em vão.

Os atores que conduzem toda narrativa, responsáveis pelos desdobramentos e desfechos arquitetados cenicamente
precisam entender o seu papel cômico. João Grilo e Chico não podem ser, em momento algum da peça, “escadas”
ou “escoras” dos demais.

Boas sacadas na marcação dão a cara de Marcos Correa, o mesmo diretor de “Para que não me ames depois”, o
fato de manter todos os atores em cena quase que o tempo todo nos remete à tradicionalidade da literatura de cordel
e do barroco religioso brasileiro. Novamente nos remete à imagem da Pietá, de Michelangelo, na cena em que a
Compadecida recebe Jesus nos braços, falo novamente porque fez isso no outro espetáculo que dirigiu, citado
acima.

O ator que interpreta Antonio Moraes, volta depois como o Diabo da história, consegue um trabalho engajado no
primeiro personagem, é um major autoritário e ignorante, ele nos mostra isso em pequenos gestos cênicos que estão
bem estruturados. Já como Diabo ainda precisa encontrar isso, é bom, mas pode ser muito melhor.

Por falar em Diabo a entrada em cena deste é triunfal: efeitos de luz, movimentação cênica, poucos gestos bem
casados com a luz dão o tom tenebroso do que há de vir. O mesmo não acontece com a entrada de Jesus. É
murcha, sem vida, deve ela ter o mesmo merecimento do Diabo, a mesma importância.
O ator que nos traz o personagem de Jesus e do palhaço, evoluiu nitidamente do último trabalho que o vi
interpretando: “Morte e vida Severina”, é um bom ator, tem disciplina, é aplicado e se destaca interpretando o
Palhaço da história e conseguindo sair-se bem até dos desarranjos do incomodo figurino. Merece os parabéns!

Cenário bonito, grandioso como todos da Cia. Corpo de Prova, mas sem nenhum uso cênico. É usado apenas na
entrada dos personagens do início da peça e depois na entrada da compadecida, são os momentos mais marcantes.

O texto de Ariano mistura cultura popular e tradição religiosa, a montagem faz duras críticas à segmentos religiosos,
bem disfarçadas nas entrelinhas, como o momento em que o Diabo fala em línguas estranhas, ou quando Jesus se
refere a ele como “esse rapaz é meio espírita”. Tem de se ter o mesmo cuidado com as tradições religiosas que teve
o autor.

As músicas, orquestradas ao vivo (mas em parte) pela banda em cena e cantadas pelos próprios atores, é peculiar,
tornar o texto uma música faz soar em nossos ouvidos as diversas possibilidades que um texto traz numa montagem.
Mas deve-se decidir entre som mecânico ou banda em cena, ficou provada que os dois não dialogam, não funciona,
e piora ainda mais quando o CD está arranhado.

Se você receber o folder da peça (no formato de um oratório) dispense a última página do livreto, o produtor
virá no final e lerá todos os patrocinadores, agradecerá a todos. Só não rasgue a página final porque o
material ficou lindo.

Tentei aqui enumerar os elementos que acredito precisem ser observados em outras apresentações que virão,
e ainda bem que virão, porque é um espetáculo gostoso de se ver, exemplo de que é possível juntar atores
distindos, de formações diferentes e fazer disso uma soma favorável ao público.
Valha-me Nossa Senhora.

Atualizado às 23h22 de 04/07/2008.

Guel Arraes
Guel Arraes (nome artístico de Miguel Arraes de Alencar Filho; Recife, 12 de dezembro de 1953) é um cineasta e
diretor de televisão brasileiro.

Filho do ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes, viveu exilado na Argélia com sua família no período
da ditadura militar.

Guel Arraes

Nome completo Miguel Arraes de Alencar Filho

Nascimento 12 de dezembro de1953 (57 anos)


Recife, Pernambuco, Brasil

Ocupação cineasta, diretor

Índice
[esconder]

• 1 Filmografia

o 1.1 Como diretor

o 1.2 Como produtor

• 2 Premiações
Filmografia

Como diretor

 1986 - 1988 Armação Ilimitada


 1988 - TV Pirata
 1991 - Doris para Maiores
 1997 - A Comédia da Vida Privada
 2000 - O Auto da Compadecida
 2001 - Caramuru - A Invenção do Brasil
 2003 - Lisbela e o Prisioneiro
 2008 - Romance
 2010 - O Bem Amado - O Filme
 2010 - Papai Noel Existe - Escritor
 2011 - Esquenta!

Como produtor

 2000 - O Auto da Compadecida


 2001 - Caramuru - A Invenção do Brasil
 2003 - Lisbela e o Prisioneiro
 2003 - Os Normais - O Filme
 2004 - Meu Tio Matou um Cara
 2005 - O Coronel e o Lobisomem

Premiações

 Prêmios de Melhor Diretor e Melhor Roteiro, no Grande Prêmio Cinema Brasil, por O Auto da
Compadecida (2000).
 Prêmio do Público, no Festival de Cinema Brasileiro de Miami, por O Auto da Compadecida (2000).

O Wikiquote possui citações de ou sobre: Guel Arraes

 Prêmio EPFTV: melhor direção por O Auto da Compadecida, em 1999; melhor humorístico por Os
Normais em 2001 e novamente em 2002; melhor humorístico por A Grande Família no ano de 2003 e indicado
ao prêmio de melhor roteiro adaptado por Ó Paí Ó em 2008.

Significado da palavra Auto

Auto é uma representação teatral, geralmente de alguma passagem bíblica. Portanto, quando se diz Auto de Natal,
refere-se à encenação do nascimento de Cristo. No cas de Auto da Compadecida, trata-se de representação
envolvendo Nossa Senhora, que se compadece ( solidariza )dos sofrimentos dos humanos. Daí o nome
"Compadecida".

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