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PROJETO DE INTERVENÇÃO EM SAÚDE

1. TEMA: A intervenção do psicólogo em hospital.

1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA: Intervenção do psicólogo com pacientes que sofreram


Acidente Vascular Cerebral – AVC ou familiares (cuidador) no Hospital e Pronto Socorro
João Lúcio localizado na cidade de Manaus.

2. OBJETIVOS

2.1 Geral: Intervenção psicológica para os familiares e pacientes transitórios pós acidente
vascular cerebral – AVC.

2.2 Específicos

• Utilizar intervenções de saúde para orientar familiares de pacientes que sofreram AVC
ou aqueles pacientes que não ficaram com seqüelas graves (transitórios) pós-acidente;
• Elaborar para o paciente ou cuidador informações de saúde para a redução dos fatores
emocionais negativos causados pelo AVC.

3. JUSTIFICATIVA

O acidente vascular cerebral (AVC) ou “derrame”, como é popularmente


conhecido, é a principal causa de morte na população adulta do Brasil, segundo os dados
obtidos pelo Ministério da Saúde.
O atendimento aos pacientes vítimas de AVC é uma situação rotineira nos
serviços dos complexos hospitalares na cidade de Manaus. Em virtude desses números
alarmantes o objetivo deste projeto é enfatizar a orientação aos pacientes vítimas de AVC
através de distribuição de folders e palestras.
A orientação de intervenção apresentará para o paciente, que ao sair do hospital
deve continuar seu tratamento de reabilitação, a nível ambulatorial num centro especializado,
se necessário, ou em casa, seguindo as orientações dadas pela equipe de profissionais da
saúde. E é neste momento que entra o papel fundamental da família e do psicólogo,
fornecendo um ambiente de tranqüilidade e compreensão para que o paciente não se deixe
levar pela depressão ou agressividade, fornecendo também a infra-estrutura necessária para o
amplo restabelecimento do paciente.

4. REFERENCIAL TEÓRICO

4.1 PSICOLOGIA DA SAÚDE

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) o conceito de saúde:


bem-estar físico, mental e social está relacionado com a Psicologia, embora tenha chegado
tardiamente à área da saúde.
A psicologia tem aplicações práticas na área da saúde, e a emergência da
psicologia da saúde, como campo de saber, está relacionado com as transformações que vem
ocorrendo na inserção do psicólogo na saúde na contribuição para aperfeiçoar técnicas de
diagnostico e intervenção, ou seja, o facilitador do processo de tratamento do paciente.
A constituição de equipe de saúde é composta por um psiquiatra, um assistente
social e um psicólogo que visa integrar a prática psicológica aos serviços de saúde nas
práticas assistenciais, área de pesquisa e formação de recursos humanos, serviços estes com
níveis primário, secundário e terciário (SPINK, 2007. p. 30-32).
Com bases existentes para o desenvolvimento à psicologia da saúde SPINK
(2007) aponta três problemas: em primeiro lugar, o predomínio do modelo psicodinâmico no
ensino da psicologia no nível de graduação, com ênfase nas explicações clínicas na área da
saúde mental e ausência das temáticas relacionadas à saúde pública. Em segundo, o enfoque
em que o individuo é tratado como ser abstrato e a-histórico, desvinculado de seu contexto
social. Por fim, a hegemonia do modelo médico na definição do objeto de investigação e a
ausência de paradigmas psicológicos para o estudo do processo saúde/doença.
Quanto à hegemonia do modelo médico no campo da psicologia da saúde,
MARTEAU & JOHNSON (1987) propõem:
“Essa hegemonia reflete, antes de mais nada, a aceitação da autoridade
do profissional na relação com o paciente, fruto da formação clínica
predominante entre os psicólogos. Nesse contexto, nada mais fácil a
aceitação da autoridade da profissão dominante na saúde: o médico”
(Spink, 2007. p. 34).

Reflete ainda que:


“A crença na verdade absoluta das ciências naturais. Estando o saber
médico embasado nesta verdade, a variância e o desvio da norma
deverão ser buscados, ou seja, no paciente” (Spink, 2007. p. 35).

Em suma, a formação recebida nos cursos de graduação e a forma de inserção do


psicólogo no setor de saúde, pouco contribui para a compreensão das formas e da dinâmica da
prática médica e da organização dos serviços de saúde, onde na verdade o psicólogo contribui
na explicação e/ou intervenção no processo saúde/doença.

4.1.1 Do ponto de vista psíquico, quando o corpo adoece

De acordo com VON WEIZSAECKER (apud VALLEJO, 1979) o “enfermo é o


que vai ao médico”. Conceituando que ficam excluídos aqueles que têm problemas de saúde,
mas não buscam o médico, seja por desinformação ou negação.
Já CORRAL (apud VALLEJO, 1979) propõe que “a enfermidade é uma forma de
vida”, isto é, não traz sofrimento e limitações, mas também necessidades de adaptações sejam
positivas ou negativas as novas circunstâncias, criando assim a capacidade de reagir a novas
condições e a elas adaptar-se. Verificando assim o limite entre a doença/saúde, onde esta
última significa a completa e contínua adaptação do organismo ao ambiente em que vive.
O psicólogo clínico que desenvolve seu trabalho em hospitais, identifica quadros
psicopatológicos, verifica que as reações psicoassociadas à presença da doença física não
podem ser diferenciadas dos padrões patológicos familiarmente encontrados em hospitais por
doenças mentais (ROMANO, 1999).
A cura médica, o cuidado com os aspectos psicológicos do adoecer e da doença, a
dinâmica interna da organização de trabalho e a inserção do hospital no contexto sociocultural
mais amplo, formam um sistema que, para seu funcionamento, requer a contribuição direta ou
indireta de médicos, enfermeiros e profissionais da saúde. (SPINK, 2007. p. 148).
4.1.2 A atuação do Psicólogo no Hospital

As instituições públicas de saúde estão destinadas a priorizar a saúde, envolvendo


não só o problema de doença, mas cuidando também dos aspectos de prevenção durante a
hospitalização.
Os médicos e profissionais de saúde somam com a inserção da atuação do
psicólogo nas unidades hospitalares, apesar de vir aumentando gradativamente. Quanto a isto,
MARTINS e FRENK (1980) referem que a presença do psicólogo no hospital se fez
imprescindível a partir do momento que aparece registro de episódios psicóticos. Portanto, a
própria população aprendeu a reconhecer que as emoções alteram seu bem-estar e são
responsáveis por doenças e agravamentos.
A tarefa do psicólogo hospitalar de suma relevância para este trabalho é a sua
assistência direta ao paciente e sua família. No processo do adoecer do paciente em que este
deve apropriar-se de sua doença através de suas atitudes, descobrindo-se e alargando
possibilidades para a sua compreensão. Sobre a especificidade da psicologia clínica
hospitalar, diz Romano (1999): "Além desses níveis de atenção (psicopedagogico,
psicoprofilatico, psicoterapêutico), a tarefa do psicólogo clínico hospitalar, é focalizar
totalmente para a atenção direta ao paciente e seu familiar. As implicações com a equipe serão
sempre visando este único paciente sobre o qual se fala. Faz-se esta distinção da atividade do
psicólogo clínico hospitalar".
Segundo LAMOSA (1982), o psicólogo pode intervir sempre que julgar
necessário, ou seja, colaborando com a equipe de profissionais da saúde, de forma a propiciar
o desenvolvimento de uma linguagem comum e de conhecimentos recíprocos, necessários a
ação conjunta visando à abordagem única do paciente e da família.
As relações que interessam ao psicólogo hospitalar são: a pessoa, o paciente com
grupos, o paciente com o processo do adoecer e com situação da hospitalização e o paciente
consigo mesmo. O psicólogo também intervém na relação equipe/paciente com a finalidade
de orientá-los em saber lidar com estes pacientes em diversas situações e de transpassar as
necessidades, minimizando assim, os desencontros de informações entre a equipe de saúde.
De acordo com LIMA (apud ROMANO 1999) as atuações de psicólogos em
hospitais existem em três níveis: o psicopedagógico, o psicoprofilático e o psicoterapêutico.
Exemplo disso é quando o psicólogo verifica distorções sobre rotinas e procura corrigi-las ou
encaminhá-las e previne reações indesejáveis, estabelece vínculos paciente/psicólogo,
identifica resistências e diferenças socioculturais dos pacientes, interpretando para a equipe,
atuando assim no estado de fragilização e dependência em que se encontra o doente.
(ROMANO, 1999. p.26-32).

4.2 ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL – AVC

4.2.1 O que é o AVC?

O AVC pode ser compreendido como uma dificuldade, em maior ou menor grau, de
fornecimento de sangue e seus constituintes a uma determinada área do cérebro. Existem
basicamente dois tipos de AVC:
a) Isquêmico: quando não há passagem de sangue para determinada área, por uma
obstrução no vaso ou redução no fluxo sangüíneo do corpo.
b) Hemorrágico: quando o vaso sangüíneo se rompe, extravasando sangue.

a) O Acidente Vascular Cerebral lsguêmico pode ocorrer nas seguintes situações:

Trombose arterial: é a formação de um coágulo de sangue (como se o sangue "endurecesse",


parecendo uma gelatina) dentro do vaso, geralmente sobre uma placa de gordura
(aterosclerose), levando a uma obstrução total ou parcial. Os locais mais freqüentes são as
artérias carótidas e cerebrais. Assim, se houver obstrução total da carótida direita, por
exemplo, "a parte da frente da metade direita do cérebro" estará comprometida, determinando
problemas (paralisia, perda de sensibilidade etc.) na metade esquerda do corpo.

Embolia cerebral: surge quando um coágulo (formado num coração doente por arritmia,
problema de válvula, etc.) ou uma placa de gordura (ateroma), que se desprende ou se quebra
geralmente da artéria carótida, correm através de uma artéria até encontrar um ponto mais
estreito, não conseguindo passar e obstruindo a passagem do sangue.

b) No Acidente Vascular Hemorrágico

Pode ocorrer extravasamento de sangue para dentro do cérebro (hemorragia


intracerebral) ou para o lado de fora, entre o cérebro e a aracnóide ocasionando a hemorragia
subacnóidea. Ambos podem ocorrer por crise hipertensiva, ou por uma alteração sangüínea
em que ocorra muita dificuldade de realizar a coagulação normal (hemofilia, diminuição de
plaquetas, algumas doenças reumáticas. etc.). Uma má-formação congênita de um vaso como
um aneurisma cerebral, por exemplo, também pode levar à hemorragia subaracnóidea. Já a
hemorragia intracerebral também pode ser causada por doenças como Angiopatia amilóide
(mais comum em pessoas idosas).
Quando ocorre uma hemorragia, o sangue extravasado vai ocupar um lugar do cérebro,
empurrando-o e comprimindo as suas estruturas. “Lembremos, porém que tudo isto está
ocorrendo dentro do crânio, uma caixa óssea" dura. Como ocorre um aumento do volume
intracraniano, a pressão intracraniana aumenta. Isto leva a uma dificuldade para que chegue
sangue ao restante do cérebro, ainda normal! piorando a lesão. Como conseqüência disto, o
paciente pode ficar sonolento, confuso ou em coma.
Tanto na isquemia quanto na hemorragia intracerebral, vão ocorrer mortes de células,
ocorrendo o infarto, Ao redor deste, como "reação" do organismo, ocorre uma área de edema,
ou seja, como se fosse uma "infiltração" de água e outros constituintes provenientes do sangue
(proteínas, sais, etc.), ocasionando um "inchaço", aumentando ainda mais a pressão
intracraniana. Esta região, chamada zona de penumbra, é muito importante, pois as células aí
existentes estão vivas e não funcionantes de forma adequada. Nela é possível ocorrer
recuperação total através de cuidados médicos urgentes, evitando maiores seqüelas ao
paciente.

Recentemente, têm surgido muitos estudos sobre os chamados Radicais livres. De


maneira simples, seriam "substâncias" tóxicas produzidas pelo próprio organismo, em várias
situações de agressão, dentre elas o AVC. São muito prejudiciais às células, podendo lesioná-
las definitivamente.

Enfim, muita coisa acontece ao mesmo tempo quando este quadro ocorre muitas delas
ainda desconhecidas. Existem alterações do cálcio, de neurotransmissores (substâncias que
transmitem informações dentro do cérebro), etc; todas devendo ser combatidas ao mesmo
tempo.
4.2.2 Fatores de Risco para o AVC

Fator de risco é aquele que pode facilitar a ocorrência do AVC. É imprescindível a sua
caracterização e devida correção, pois quase toda a prevenção do AVC é baseada no combate
aos fatores de risco. Os principais são:

Pressão Arterial: é o principal fator de risco para AVC. Na população, o valor médio é
de "12 por 8"; porém, cada pessoa tem um valor de pressão, que deve ser determinado pelo
seu médico. Para estabelecê-lo, são necessárias algumas medidas para que se determine o
valor médio. Quando este valor estiver acima do normal daquela pessoa, temos a hipertensão
arterial. Tanto a pressão elevada quanto a baixa é prejudicial. A melhor solução é a
prevenção! Devemos entender que qualquer um de nós pode se tornar hipertenso. "Não é
porque mediu uma vez, estava boa e nunca mais tem que se preocupar"! Além disso, existem
muitas pessoas que tomam corretamente a medicação determinada, porém uma só caixa. A
pressão está boa e, então, cessam a medicação. Ora, a pressão está boa justamente porque está
seguindo o tratamento. Geralmente, é preciso cuidar-se sempre, para que ela não suba
inesperadamente. A hipertensão arterial acelera o processo de aterosclerose, além de poder
levar a uma ruptura de um vaso sangüíneo ou a uma isquemia.

Doença Cardíaca: qualquer doença cardíaca, em especial as que produzem arritmias,


pode determinar um AVC. Se o coração não bater direito, vai ocorrer uma dificuldade para o
sangue alcançara o cérebro, além dos outros órgãos, podendo levara uma isquemia. As
principais situações em que isto pode ocorrer são: arritmias, infarto do miocárdio, doença de
Chagas, problemas nas válvulas etc.

Colesterol: é uma substância existente em todo o nosso corpo, presente nas gorduras
animais, ele é produzido principalmente no fígado e adquirido através da dieta rica em
gorduras. Seus níveis alterados, especialmente a elevação da fração LDL (mau colesterol,
presente nas gorduras saturadas, ou seja, aquelas de origem animal, como carnes, gema de
ovo etc.) ou a redução da fração HDL (bom colesterol) estão relacionados à formação das
placas de aterosclerose.

Fumo: sempre devemos evitá-lo. É prejudicial à saúde em todos os aspectos,


principalmente naquelas pessoas que já têm outros fatores de risco aqui citados. Acelera o
processo de aterosclerose, torna o sangue mais grosso (concentrado) ao longo dos anos
(aumentando a quantidade de glóbulos vermelhos) e aumenta o risco de hipertensão arterial.

Uso excessivo de bebidas alcoólicas: quando isso ocorre por muito tempo, os níveis de
colesterol se elevam. Além disso, a pessoa tem maior propensão à hipertensão arterial.

Diabetes Mellitus: é uma doença em que o nível de açúcar (glicose) no sangue está
elevado. A medida da glicose no sangue é o exame de glicemia. Se um portador desta doença
tiver sua glicemia controlada, tem AVC menos grave do que aquele que não o controla.

Idade: quanto mais idosa uma pessoa, maior a sua probabilidade de ter um AVC. Isso
não impede que uma pessoa jovem possa ter.

Sexo: até os 51 anos de idade os homens ter maior propensão do que as mulheres.
Depois desta idade, o risco praticamente se iguala.

Raça: é mais freqüente na raça negra.

História de doença vascular anterior: pessoas que já tiveram AVC, "ameaça de


derrame", infarto do miocárdio (coração) ou doença vascular de membros (Trombose etc.),
tem maior probabilidade de ter um AVC.

Obesidade: aumenta o risco de diabetes, de hipertensão arterial e de aterosclerose;


assim, indiretamente, aumenta o risco de AVC.

Sangue muito concentrado: isso ocorre, por exemplo, quando a pessoa fica desidratada
gravemente ou existe um aumento dos glóbulos vermelhos. Este último ocorre em pessoas que
apresentam doenças pulmonares crônicas (quer dizer, por muitos anos), ou que vivem em
grandes altitudes. Em ambos os casos, o organismo precisa compensar a falta de oxigênio,
aumentando a produção dos glóbulos vermelhos, para não deixar "escapar" qualquer oxigênio
que chega aos pulmões.

Anticoncepcionais hormonais: os mais utilizados são as pílulas, mas o médico deve


avaliar e orientar cada caso. Atualmente se acredita que as pílulas com baixo teor hormonal,
em mulheres que não fumam e não tenham outros fatores de risco, não aumentam a
probabilidade de aparecimento de AVC.
Sedentarismo: a falta de atividades físicas leva à obesidade, predispondo ao diabetes, à
hipertensão e o aumento do colesterol.

4.2.3 Tratamento

O AVC é uma urgência, tanto quanto o infarto do coração. Em outras palavras, diante
de uma suspeita, levar o paciente imediatamente ao Pronto Socorro.

Evitar medicar sem orientação médica, por melhor que seja a intenção. Como
exemplo, muitas vezes a pressão arterial está elevada e, na ansiedade de querer baixá-la,
corre-se o risco de exagerar. Neste caso, a pressão baixa dificultará a chegada do sangue ao
cérebro, complicando o quadro.

No hospital, o médico responsável deverá se preocupar, entre vários parâmetros, com


uma respiração e hidratação adequada, com uma dieta adequada (seja via oral ou através do
sangue), cuidados para evitar feridas (escaras) devido à persistência do paciente numa mesma
posição, controle da pressão e da temperatura (evitando complicações infecciosas,
principalmente pulmonares), prevenção de trombose nas veias das pernas, etc.. Além de tudo,
existe o tratamento específico: correção dos distúrbios da coagulação sangüínea, prevenção do
vaso espasmo, evitar aumento da zona de penumbra (devido ao edema) combater os radicais
livres, etc...

Deve-se entender que "cada caso é um caso". Alguns podem necessitar de tratamento
cirúrgico, como drenagem de um hematoma (coágulo) ou para a correção de uma má
formação, por exemplo, um aneurisma.

Hoje se sabe que outras áreas do cérebro, não afetadas por uma lesão, podem assumir
determinadas funções realizadas por aquelas que "morreram"; e, ainda, podem ocorrer
regenerações de algumas pequenas partes. A este conjunto de fenômenos chamamos de
neuroplasticidade. Existem pesquisas de medicamentos para potencializar este fenômeno.

O tratamento em todos os seus aspectos deve ser precoce, com o que se obtém
melhores resultados.
Após a alta hospitalar, o tratamento continua. O médico responsável dará a receita dos
medicamentos a serem tomados, assim como todas as orientações necessárias.

Uma das medidas a serem tomadas pelos familiares é procurar algum serviço de
assistência social onde o paciente procura o hospital onde foi atendido ou de serviço público
para providenciar o recebimento do seguro saúde, aposentadoria ou equivalente.

Tem início então o tratamento ambulatorial, com o neurologista e toda uma equipe de
especialistas em diferentes áreas, que serão requisitados de acordo com cada caso; fisiatria e
fisioterapia, fonoaudiologia, psicólogo, terapia ocupacional, entre outros. Em geral, o médico
responsável dará estas orientações, além de coordenar a equipe.

A família deve ficar atenta a eventuais complicações que possam surgir sendo os
sintomas mais freqüentes:

a. dor no peito ou respiração mais curta;


b. sangramento, principalmente se estiver tomando remédios para "afinar" o sangue
(anticoagulantes);
c. dor de estômago, indigestão ou soluços freqüentes, especialmente se estiver
tomando ácido acetil salicílico (AAS, Aspirina etc.);
d. convulsões ou perda de consciência;
e. dor para urinar;
f. febre;
g. alteração do comportamento, depressão ou agressividade;
h. piora da força;
i. "prisão de ventre" (obstipação intestinal) prolongada.

4.2.4 Prevenção

Como todas as doenças vasculares, o melhor tratamento para o AVC é a prevenção,


identificar e tratar os fatores de risco, como a hipertensão, aterosclerose, o diabetes mellitus, o
colesterol elevado, cessar o tabagismo e o etilismo, sedentarismo, bem como envidar esforços
à prática de atividades físicas e uma visão otimista dos problemas da vida evitando situações
extressoras, além de reconhecer e tratar problemas cardíacos.
5. METODOLOGIA

5.1 Tipo de Intervenção

O tipo de intervenção a ser utilizada são técnicas de orientação de saúde onde


serão analisados dados in loco da realidade específica. Realizada por meio de abordagem
direta com os pacientes ou cuidadores (familiares) para captar as explicações e interpretações
do que ocorre na realidade do ambiente hospitalar, pois este tipo de abordagem requer uma
reflexão procurando através de técnicas, e observação sistemática. Preocupando-se ainda de
conhecer, interpretar, compreender as ações dos pacientes ou familiares para posteriormente
ajudá-los, conseqüentemente amenizar e reorganizar a situação do mesmo.

5.2 Dos sujeitos

O público alvo será composto por pacientes ou cuidadores de ambos os sexos e


todas as idades, vítimas de AVC que estão em tratamento de reabilitação nos leitos, salas de
enfermaria e salas de espera.

5.3 O campo da intervenção

O campo de abordagem será realizado no Hospital e Pronto Socorro João Lúcio


Pereira Machado, localizado na AL. Cosme Ferreira nº 3937 – São José Operário – Zona
Leste, na cidade de Manaus-AM.

5.4 Instrumentos de Abordagem

Será utilizada como instrumento de trabalho a entrevista aberta com perguntas


relacionadas a aspectos psicológicos e folder para orientação psicoeducativa com os pacientes
e cuidadores (família).

5.5 Tratamento e análise de dados

O objetivo do trabalho de intervenção em saúde hospitalar é trabalhar as questões


conhecidas e comuns aos pacientes que sofreram de AVC e seus familiares, e, além disso,
realizar um trabalho de responsabilidade social e acadêmica. Com isso, é possível, também,
levantar novos dados referentes a essa realidade para o desenvolvimento de estudos e
manipulação de dados futuros.

6. CRONOGRAMA

ATIVIDADES LOCAL DA ATIVIDADE


1º DIA Abordagem junto aos pacientes e cuidadores Enfermaria
2º DIA Abordagem junto aos pacientes e cuidadores Enfermaria
3º DIA Abordagem junto aos pacientes e cuidadores Enfermaria
REFERÊNCIAS

LAMOSA, B. W.; QUADROS, C. S. O.; ZAMBONI, E. Ansiedade em


cardiopatas cirúrgicos: um estudo da variação do pré e pós-operatório.
Revista Brasileira de Medicina, Cardiologia, v. 4, p. 63-68, 1985.

ROMANO, B. W. Princípios para a Prática da Psicologia Clínica em


Hospitais. Rio de Janeiro: Casa do Psicólogo, 1999.

SPINK, Mary Jane P. Psicologia social e saúde: práticas, saberes e


sentidos. Ed. 4. Petrópolis: Vozes, 2007.

GORAYEB, R. e Range, B. (1988). Metodologia clínica: técnicas


comportamentais. Em: H. Lettner e B. Range, Manual de psicoterapia
comportamental. São Paulo: Manole.

GORAYEB, R. P., Longo, A., Tazima, M. E G. S., Petean, E. B. L, Vicenti, Y. A


M. A. e Gorayeb, R. (2000). Orientação e dessensibilização pré-
operatória em pacientes submetidos a cirurgias eletivas.
Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas, Curitiba.

GORAYEB, R. P, Petean, E. B. e Gorayeb, R. (1999). Orientação aos pais


de um paciente com indiferenciação sexual. VIII Encontro Nacional
dos Psicólogos da Área Hospitalar, Curitiba.

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