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Produção de Textos 1 - Técnicas

para uma boa redação


Língua Portuguesa
Tatiane Santana
Se você acha que não tem o dom para escrever bem, este curso é para você.
Aqui são mostradas as características dos três tipos de redação mais comuns e
as principais técnicas de coesão e coerência necessárias para escrever bons
textos.

Estrutura do Curso:

1-Técnicas para uma boa Redação

1.1-Escrever nem sempre é fácil


Pág. 1 - Muitas pessoas têm ...
Pág. 2 - É claro que muitos ...
Pág. 3 - Assim, se você é uma...
Pág. 4 - "Você irá escrevendo...

1.2-Texto Escrito X Língua Falada


Pág. 5 - Por que falar é mais...

1.3-Tipos de Redação
Pág. 6 - Existem 3 tipos pri...

1.4-Narração
Pág. 7 - A Narração, ou text...

1.5-Descrição
Pág. 8 - A Descrição, ou tex...

1.6-Dissertação
Pág. 9 - A Dissertação, ou t...
1.7-Características de uma boa redação
Pág. 10 - Existem várias técni...

1.8-Coerência
Pág. 11 - A coerência é a lig...

1.9-Coesão Textual
Pág. 12 - As técnicas ou meca...
Pág. 13 - Nas próximas páginas...

1.10-Perífrase ou Antonomásia
Pág. 14 - A Perífrase ou Anto...

1.11-Nominalização
Pág. 15 - A Nominalização é o...

1.12-Expressões sinônimas
Pág. 16 - O uso de expressões...

1.13-Repetição vocabular
Pág. 17 - A repetição vocabul...

1.14-Termo Síntese
Pág. 18 - O Termo Síntese é u...

1.15-Pronomes
Pág. 19 - Os pronomes podem s...

1.16-Numerais
Pág. 20 - Em alguns casos, po...

1.17-Advérbios pronominais
Pág. 21 - Os chamados Advérbi...
1.18-Elipse
Pág. 22 - A Elipse consiste n...

1.19-Repetição de parte de nome próprio


Pág. 23 - Uma técnica muito u...

1.20-Metonímia
Pág. 24 - A Metonímia é uma f...

1.21-Outros aspectos importantes


Pág. 25 - Além de se preocupar...

1.22-Simplifique
Pág. 26 - Não tente escrever d...

1.23-Use Frases Curtas


Pág. 27 - O uso de frases cur...

1.24-Seja Claro
Pág. 28 - Não deixe palavras o...

1.25-Seja Objetivo
Pág. 29 - Nem sempre quem fala...

1.26-Leia e Releia
Pág. 30 - Depois de pronto, é...

1 - Técnicas para uma boa Redação


1.1 - Escrever nem sempre é fácil

Muitas pessoas têm extrema dificuldade para fazer redações.


Elas se dizem sem inspiração, sem idéias. Não sabem nem por onde começar. Dizem que
escrever é um dom, que não é pra qualquer um.
Mas será que todos os bons escritores sempre escreveram bem?
Será que não há uma forma de treinar e melhorar a forma de redigir textos?
É claro que muitos têm mais facilidade para escrever. As pessoas costumam chamar isso
de dom natural.
E esse dom pode se manifestar em várias áreas: música, teatro, esporte, dança,
matemática, informática etc.
Mas nem todas as pessoas que são destaques em suas áreas nasceram com esse dom.
Muitas podem atribuir seu sucesso ao desenvolvimento de habilidades através do
aprendizado de técnicas e o treino constante.
Assim, se você é uma dessas pessoas que acham que não têm o dom, mas que têm a
necessidade de escrever bem, é hora de pagar o preço.

O preço é se dedicar a aprender certas técnicas e, principalmente, treinar, treinar muito.


Como diz o ditado, só a prática faz a perfeição.

Este curso tem por objetivo lhe ajudar a dar o primeiro passo: conhecer as técnicas. Daí
pra frente é com você.
"Você irá escrevendo, irá escrevendo, se aperfeiçoando, progredindo, progredindo aos
poucos: um belo dia (se você agüentar o tranco) os outros percebem que existe um
grande escritor."

Mário de Andrade

1.2 - Texto Escrito X Língua Falada

Por que falar é mais fácil do que escrever?

Ao falar, nós temos uma infinidade de recursos para transmitir as nossas idéias. Podemos
usar gestos com as mãos e com o corpo, expressões faciais e a própria entonação da
voz.

Entretanto, ao escrevermos um texto, as únicas ferramentas que dispomos são as


próprias palavras e os sinais de pontuação, o que traz uma enorme limitação, que pode
se tornar ainda maior se a pessoa não tem o costume de escrever e não usa algumas
técnicas.
Existem 3 tipos principais de redação:
• Narração
• Descrição
• Dissertação

1.4 - Narração

A Narração, ou texto narrativo, é a redação na qual são contados fatos reais ou fictícios.
O texto narrativo possui dimensões espaciais e temporais, ou seja, os fatos narrados
acontecem em um determinado espaço geográfico, ou seja, em algum lugar, e em uma
determinada época, passada, presente ou futura.
Outra característica marcante do texto narrativo é a presença de personagens.

1.5 - Descrição

A Descrição, ou texto descritivo, é a redação que dá informações detalhadas sobre


determinado ser, objeto, lugar ou mesmo um sentimento.
O objetivo desse texto é fazer com que o leitor consiga imaginar e recriar na própria
mente a imagem do ser ou objeto descrito.

1.6 - Dissertação

A Dissertação, ou texto dissertativo, é a redação que tem por objetivo expressar uma
opinião, um ponto de vista em relação a um determinado assunto.
O objetivo desse texto é convencer, persuadir o leitor a concordar com sua tese. Para
isso, são usados argumentos, que podem se apoiar em dados, fatos ou idéias.

1.7 - Características de uma boa redação


Existem várias técnicas para construir cada um dos tipos de redação. Essas técnicas
serão analisadas em cursos específicos.

Entretanto, há recomendações gerais que se aplicam a qualquer tipo de texto. As


principais são a coerência e a coesão textual.

1.8 - Coerência
A coerência é a ligação de cada uma das partes do texto com o seu todo, de forma que
não haja contradições.
Uma redação que falha na sua coerência perde toda a sua credibilidade.
Assim, é preciso ficar atento aos detalhes e sempre reler o texto para evitar a falta de
concatenação das idéias e a inclusão de informações contraditórias, o que pode deixar a
impressão de história mal contada.

1.9 - Coesão Textual


As técnicas ou mecanismos de coesão têm por objetivo dar consistência ao texto,
interligando suas partes para que tenha uma unidade de sentido, evitando a repetição de
palavras.
Existem basicamente dois mecanismos de coesão textual:
• Coesão léxica: é obtida através de relações de sentido entre as palavras, ou seja,
do emprego de sinônimos.
• Coesão gramatical: é obtida a partir do emprego de artigos, pronomes, adjetivos,
advérbios, conjunções e numerais.
Nas próximas páginas veremos alguns exemplos de mecanismos de coesão.
1.10 - Perífrase ou Antonomásia
A Perífrase ou Antonomásia é substituição de uma expressão curta e direta (nome do
lugar, coisa ou pessoa) por outra mais extensa e carregada de maior ou menor
simbolismo:
• O Brasil sediará a copa do mundo de 2014. Há muitos anos o país do futebol
esperava por esse dia.

1.11 – Nominalização
A Nominalização é o uso de um substantivo para retomar um verbo enunciado
anteriormente:
• Armando se casou no final de 2006. O casamento, entretanto, não durou muito.

1.12 - Expressões sinônimas


O uso de expressões sinônimas ou quase sinônimas pode ser de extrema utilidade
quando se quer evitar a repetição de palavras:
• Os carros produzidos no Brasil não têm tantas qualidades se comparados aos
automóveis importados.

1.13 - Repetição vocabular


A repetição vocabular deve ser evitada ao máximo. Entretanto, algumas vezes repetir
uma palavra é inevitável para garantir a coesão textual, principalmente se ela representar
a idéia principal do período:
• A fome vem se agravando nos países pobres. São vários os motivos desse
problema, por isso a fome tem sido uma preocupação constante dos governantes
mundiais.

1.14 - Termo Síntese


O Termo Síntese é uma palavra ou expressão que retoma os termos precedentes,
fazendo uma espécie de resumo.
• Há um vazamento de óleo no motor, os pneus estão carecas e os amortecedores
não estão funcionando. Tudo isso faz com que o preço do carro seja mais baixo.

1.15 - Pronomes
Os pronomes podem ser usados para se referir a termos ou expressões usados
anteriormente.
• Cláudio gritou de dor. Ele nunca havia quebrado o pé. (Pronome pessoal reto)
• Tenho jóias muito valiosas e guardo-as em local seguro. (Pronome pessoal
oblíquo)
• Este é o homem de que lhe falei. (Pronome relativo)
• Tenho aqui uma caneta e um lápis. Dou este ao menino e aquela à garota.
(Pronomes demonstrativos)

1.16 - Numerais
Em alguns casos, podemos usar numerais para retomar dados citados anteriormente:
• Maria e Joana voltaram da praia. As duas estavam muito queimadas.
• O Flamengo conseguiu duas vitórias: a primeira contra o Palmeiras e a segunda
contra o Grêmio.

1.17 - Advérbios pronominais


Os chamados Advérbios Pronominais são expressões adverbiais que indicam uma
localização no espaço e também podem ser usados para substituir nomes de lugares.
• Estou em Belo Horizonte. Aqui faz um calor infernal.
• Vou voltar para sua casa. Aí ainda tem lugar para mim?
• Carlos viajou para Goiânia. Lá vai ficar por mais duas semanas.

1.18 - Elipse
A Elipse consiste na omissão de um termo ou expressão da frase. Para que essa figura
de linguagem possa ser usada sem prejuízo de sentido, é preciso que o termo oculto
possa ser facilmente depreendido pelas referências do contexto. Veja:
• Jussara chegou cedo ao trabalho hoje. (Jussara) Já conseguiu resolver todas as
pendências e ainda teve tempo para conversar com o chefe.

1.19 - Repetição de parte de nome próprio


Uma técnica muito utilizada em jornais consiste na repetição de apenas um dos nomes de
uma pessoa, depois de ter sido citado por completo anteriormente:
• Mário Ribeiro representa o papel de um engenheiro aposentado. Sempre que
pode, Ribeiro procura Marta, sua ex-namorada.

1.20 - Metonímia
A Metonímia é uma figura de linguagem que consiste em substituir uma palavra por outra,
fundamentada em uma relação de sentido, que pode ser de causa e efeito (trabalho, por
obra), de continente e conteúdo (copo, por bebida), lugar e produto (porto, por vinho do
Porto), matéria e objeto (bronze, por estatueta de bronze), abstrato e concreto (bandeira,
por pátria), autor e obra (um Camões, por um livro de Camões), a parte pelo todo (asa,
por avião), etc. Veja um exemplo:
• O governo anulou a licitação para compra de laptops para alunos de escolas
públicas. O Planalto não conseguiu chegar a um acordo de preço com os
fabricantes.

1.21 - Outros aspectos importantes


Além de se preocupar com os aspectos de coerência e coesão textual descritos acima, é
importante também seguir algumas dicas.

1.22 - Simplifique
Não tente escrever difícil.

Mantenha a simplicidade, usando palavras conhecidas e as quais você tenha domínio


sobre o significado.

Fica mais fácil para você escrever e também para o leitor entender, e evita-se o risco de
usar uma palavra mal colocada e alterar todo o sentido imaginado para a frase.

1.23 - Use Frases Curtas


O uso de frases curtas facilita o domínio do texto, evitando que você se perca no meio de
um período longo.
Ao usar períodos mais curtos, amarre as frases e organize bem as idéias. Não mude de
assunto de uma hora pra outra. É importante manter a linha de argumentação.

1.24 - Seja Claro


Não deixe palavras ou idéias subentendidas.

Muitas vezes, por ter todo o contexto do assunto na cabeça, o autor se esquece de
detalhes importantes os quais o leitor não tem condições de saber.

Para evitar que isso aconteça, verifique se o texto dá todas as informações e conceitos
necessários ao perfeito entendimento das idéias expostas.

Faça uma análise crítica e se coloque no lugar do leitor para saber se ele tem condições e
conhecimento suficiente para entender seu texto por completo.

1.25 - Seja Objetivo


Nem sempre quem fala mais é mais bem compreendido.

A quantidade de palavras não é fator determinante no entendimento do conteúdo do texto.


Na verdade, a repetição de idéias e o uso excessivo de explicações pode confundir o
leitor.

Dessa forma, tente se expressar usando o mínimo possível de palavras.

1.26 - Leia e Releia


Depois de pronto, é fundamental reler o texto.
Entretanto, muitas vezes, ao reler a redação logo depois de terminar de escrever, não
achamos erros por estarmos ainda muito ligados ao texto.
Assim, se puder, descanse por um ou dois minutos antes de fazer a releitura. Dê uma
volta e beba um copo de água. Esse tempo de pausa e descanso é importante para que
você se desligue um pouco e adquira uma postura mais imparcial frente ao texto.
Na releitura, lembre-se de verificar a ortografia e conferir se não há trechos confusos, com
períodos muito longos ou obscuros.

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