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NA SALA DE AULA

Softwares matemáticos no Ensino Médio

A informática na educação, no condições para que ele construa matrizes e operar com elas. É pos-
final do século 20 e início do sécu- conhecimento sobre técnicas com- sível trabalhar com números intei-
lo 21, enfatiza que o educador, de putacionais e entenda como inte- ros, reais e complexos. Entre outras
um dado componente curricular, grar o computador em sua prática coisas, determina a matriz inversa,
conheça os potenciais educacio- pedagógica. a transposta, o determinante, o
nais do computador e seja capaz de A comunicabilidade nas rela- traço da matriz, e encontra o po-
alternar, adequadamente, ativida- ções sociais e de aprendizagem é linômio característico de matrizes.
des não-informatizadas de ensino essencial para o desenvolvimento O trabalho com matrizes torna-se
e aprendizagem e atividades que do conhecimento humano nos dias mais prático com esse aplicativo,
usam o computador. atuais, e os recursos tecnológicos, ainda que operá-lo não seja uma
A atividade de Matemática que possibilitam esse amadurecimento tarefa trivial.
envolve o uso do computador pode e essa efetivação. O problema é que Sinta-se desafiado a utilizar
ser feita tanto para continuar trans- muitos educadores ainda recusam a esse software, buscando criar
mitindo a informação para o edu- comunicação, pois têm dificuldade momentos de aprendizagem com
cando e, portanto, para reforçar o em desenvolver uma parceria com seus educandos. Faça o download
processo instrucionista de ensino, o educando, que visa à discussão, do software no endereço : http://
quanto para criar condições para ao pensamento, à reflexão. Perma- www.mat.ufrgs.br/%7Eedumatec/
o educando construir seu conhe- necem no mesmo procedimento software/winmatz.exe.
cimento nos diversos ambientes de mecanicista.
aprendizagem que incorporem o O software WinMat, por exem-
Carlos Henrique Wiens
uso do computador. Por isso, o pre- plo, é um meio pelo qual podemos Coordenador de Matemática
paro do educador não pode se res- desenvolver essas capacidades. da área de Sistemas de Ensino da
Editora Positivo
tringir à passagem de informações Esse software matemático é gratui- cwiens@positivo.com.br
aos educandos, mas deve oferecer to e permite basicamente construir

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Qual Física ensinar nestes
novos tempos?
Não existe uma resposta única e definitiva e nem exis-
tem receitas prontas que garantam o sucesso para esse
questionamento. A questão central que deve ser levada em senvolvimento desse trabalho.
conta é que vivemos num mundo em contínuas e rápidas Por isso, trata-se, sobretudo, de dar ao ensino da Física
transformações, de tal forma que as soluções encontradas novas dimensões mais condizentes com os novos tempos.
para os problemas de hoje podem, rapidamente, perder Assim, é importante investigar e refletir sobre situações-
atualidade, significado ou coerência com seu tempo. problema (um fenômeno natural, o funcionamento de um
Assim, é fundamental que sejam propostas formas brinquedo, tecnologias atuais, situações cotidianas, proble-
de atuação dinâmicas, que possibilitem desenvolver, por mas relacionados ao meio ambiente, saúde, energia, etc.),
meio dos conteúdos conceituais, habilidades e competên- para que o aluno perceba seu significado no momento em
cias ligadas à capacidade de se transformar, de reflexão, que investiga a situação didática proposta e sua relação
de comunicação, de pesquisar, de trabalhar em grupo, de com o conteúdo conceitual trabalhado pelo professor e,
argumentar, de resolver problemas, etc., incorporando-se concomitantemente, para que a mesma situação contribua
aos processos de ensino tecnologias atuais como compu- para o desenvolvimento de habilidades e competências ge-
tadores, Ipods, tocadores de MP3, câmeras digitais, celu- rais presentes na sociedade atual.
lares, Internet, etc.
Observe que a questão principal é proporcionar aos Arilson Sartorelli Ribas
Coordenador de Física e Química
nossos alunos o desenvolvimento de habilidades e compe- da área de Sistemas de Ensino da
tências que lhes garantam cidadania na era da informação. Editora Positivo
aribas@positivo.com.br
Então, o conteúdo conceitual torna-se um meio para o de-

As imagens vêm formando


nossa visão de mundo
Há aproximadamente duas décadas, os textos escri- e o acesso rápido e quase ilimitado às informações po-
tos representavam a maior parte do material disponível dem informar ou desinformar uma sociedade. Para não
para o ensino. Na contemporaneidade, a vivência edu- sermos “afogados” pela quantidade de informações,
cacional é mediada por vários recursos que extrapolam devemos desenvolver aspectos qualitativos de análise.
os limites deste texto escrito. Devemos perguntar: Quem fez? Por que fez? Não existe
O computador, a televisão e as revistas fazem parte neutralidade na construção das informações.
do dia-a-dia da maioria de nossos alunos, atuando, quei- A intencionalidade e a credibilidade são habilidades
ramos ou não, em sua formação. Em nossa sociedade a que nossos alunos devem desenvolver, e nós, profes-
imagem é um recurso poderoso na formação de idéias, sores, temos grande responsabilidade para que isso se
concepções e valores. concretize. Para tanto, propomos que a prática de lei-
Tendo isso em vista, notamos que a formação de tura de imagens seja incorporada na sala de aula. Para
uma postura crítica, analítica e conseqüente é essen- conseguirmos que nossos alunos tenham maior auto-
cial para o nosso aluno em sua formação à cidadã, pois nomia no trato com as elas, devemos utilizá-las como
a possibilidade de compreender, analisar e criticar as forma de incentivar o aluno ao estudo e debate, bem
informações recebidas amplia seus horizontes na nossa como para levá-lo a utilizar as imagens a fim de ampliar
sociedade, conhecida como a “sociedade da informa- o processo de construção do conhecimento.
ção”.
Walfrido S. de Oliveira Jr.
Devemos, dentro desse universo da circulação de Assessor de História/Filosofia de Sistemas
informações, e destacamos a imagética em especial, to- da área de Sistemas de Ensino da
Editora Positivo
mar o cuidado com alguns aspectos. A alta velocidade wjunior@positivo.com.br

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Oralidade: um conhecimento privilegiado no Ensino Médio?

digna de fé pela gua escrita. E os chamados vícios


escola. de linguagem do tipo “né, aí, então,
Isso provém daí? compreende? claro, ahn, viu?
de uma heran- sabe?” foram elevados à catego-
ça dos primei- ria de marcadores conversacionais
ros gramáticos, pela análise da conversação.
que, ao compara- Não se trata, obviamente, de
rem a língua escrita “ensinar a fala” na escola; a pro-
dos grandes escritores posta é a de trabalhar com ativida-
do passado com a língua des de retextualização – processo
falada espontânea, concluíram que de passagem do oral espontâneo
Se afirmarmos que a oralidade a língua falada era caótica, sem para o escrito. Esse é um assunto
está ausente nas escolas, isso pare- regras, ilógica, e que somente a inovador que vem sendo objeto de
cerá muito estranho a você? A sua língua escrita literária mereceria trabalho junto aos professores nos
resposta imediata seria: não é exa- ser estudada, analisada e servir de cursos de língua portuguesa de 5ª.
tamente o contrário o que ocorre, base para o modelo do “bom uso” a 8ª. série do Ensino Fundamental e
pois, quando se entra em uma esco- do idioma. Com isso, o mundo da do Ensino Médio do SPE de 2007.
la, o que se ouve não é o alarido de língua falada – com seus mecanis-
vozes jovens? Não é o silêncio que mos e suas especificidades – ficou
Vera Ferronato
está ausente? desprezado. Afinal, a Língua Portu- Assessora de Língua Portuguesa
As pesquisas já demonstraram guesa são duas! da divisão de Sistemas de Ensino da
Editora Positivo
que o professor fala cerca de 70% A fala e a escrita são duas mo- vferronato@positivo.com.br
do tempo da aula. É ele o agente dalidades de uso da Língua Portu-
principal da classe, decide quem guesa, possuindo cada uma delas
fala, quando, como e sobre o quê. características próprias, mas o
Sabemos que os alunos falam en- mesmo sistema lingüístico.
tre si durante as aulas, par ticipam Observou-se que um fa-
delas de forma espontânea. Con- lante com uma boa perfor-
tudo, a oralidade dos alunos, na mance na fala tinha um
grande maioria da prática peda- texto oral muito dife-
gógica, não se constitui em legíti- rente do registro es-
mo saber escolar. crito: muitas frases
Por que a escola deve se pre- inacabadas, repeti-
ocupar com isso, se os alunos fa- ções, redundâncias,
lam o tempo todo dentro e fora da auto cor reções,
escola? elipses... Assim,
Embora, em nossas vidas, os concluiu-se que
eventos de oralidade sejam muito existem competên-
mais freqüentes do que a leitura e cias, características
a escrita, a língua escrita é ainda próprias da língua falada
considerada mais privilegiada, mais não encontradas na lín-

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