Foucault Sociologia

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Segundo Michel Foucault, a prisão é algo inventado, isto é, trata-se de uma nova

tecnologia de punição aperfeiçoada pela razão. Tal instrumento de punição, que também é
uma instituição de sequestro, é retratado no filme “Um sonho de liberdade”.
No filme, percebe-se que a prisão, como afirmava Foucault, é contraditória. Essa instituição
de sequestro, que é reflexo da sociedade moderna, apresenta um efeito punitivo maior do que
o reeducativo. Tal fato pode ser comprovado quando um dos personagens é libertado após
permanecer 50 anos na prisão. O indivíduo, no entanto, não conseguiu se adaptar nem se
inserir ao estilo de vida externa e à sociedade, cometendo suicídio. Por isso, pode-se afirmar
com base no filme e na análise de Foucault que a prisão sequestra o indivíduo, que, na prática,
não tem como retornar à sociedade.
Se a prisão não permite a reintegração do indivíduo à sociedade, como essa instituição se
mantém se ela não consegue atingir a sua lógica? Segundo Foucault, e pela análise do filme, a
prisão se mantém porque ela é legitimada pela sociedade moderna, que precisa de uma
instituição para punir os indivíduos infratores da lei.
Outro aspecto importante retratado pelo filme e por Michel Foucault é a respeito das
relações de poder. O poder não é apenas uma questão econômica (como dizia Marx) e
também não é apenas opressor (objeto de dominação). O poder deve ser entendido como uma
relação e não como propriedade. O poder é responsável por manter a disciplina na prisão. As
relações cotidianas de poder empreendidas nas prisões encontraram-se com os saberes
referentes à criminologia. Michel também afirmava que havia um grande entrelaçamento
entre poder e saber. Tal entrelaçamento é percebido no filme, pois o personagem principal
(Andy) utiliza dos seus saberes bancários para conseguir certos privilégios na prisão.
Foucault dizia também que a sociedade moderna é panóptica, isto é, ela se caracteriza pela
vigilância.

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