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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

TECNOLOGIA EM ADMINISTRAÇÃO DE PEQUENAS E MÉDIAS


EMPRESAS

TEREZINHA APARECIDA KUNTZ

ROTATIVIDADE DE PESSOAL

Xaxim/SC
2007
2

TEREZINHA APARECIDA KUNTZ

ROTATIVIDADE DE PESSOAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, como
requisito parcial para a obtenção do título de
Tecnólogo em Administração de Pequenas e
Médias Empresas.

Profª. Orientadora: Monica Maria Silva


Tutor Eletrônico: Aldo Borghesi Neto

Xaxim/SC
2007
3

TEREZINHA APARECIDA KUNTZ

ROTATIVIDADE DE PESSOAL

Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, relatório Final do Estágio aprovado, como


requisito parcial para a obtenção do grau de Tecnólogo em Administração de
Pequenas e Médias Empresas da Universidade Norte do Paraná – UNOPAR
VIRTUAL, com nota final igual a _____, conferida pela Banca Examinadora formada
pelos professores:

Xaxim, ____de Novembro de 2007.

Tutor Orientador:_____________________________________________

Professor Orientador:_____________________________________________
4

AGRADECIMENTO

Na conclusão deste trabalho, é importante lembrar das pessoas que


direta ou indiretamente colaboraram para sua realização:
Ao meu esposo Valdir, à minha filha Taíse e ao meu genro Flávio,
pela compreensão e horas de ausência.
À minha mãe Dozolina pela dedicação e exemplo de vida. E ao meu
pai Luiz IN MEMORIAN.
Aos professores e direção do Curso Superior de Tecnologia em
Administração de Pequenas e Médias Empresas, em especial à professora Vaine
Mattiello pelas sugestões e paciência. Aos meus colegas de sala pelo incentivo,
simpatia, receptividade, ajuda mútua, colaboração e moderação ao longo do curso.
Agradeço a colaboração quanto ao estágio e informações por parte
do Sindicato dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias em Geral de
Chapecó/SC, aos colegas Mara, Sérgio, Airton, Antenor e em especialmente ao
Presidente Sr. Oneide pela paciência e acuidade.

À todos, obrigado.
5

“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um


novo começo, qualquer um pode começar
agora e fazer um novo fim”.
Chico Xavier
6

KUNTZ, Terezinha Aparecida. Rotatividade de Pessoal. Xaxim, 2007. 78 folhas.


Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Tecnologia em Administração de
Pequenas e Médias Empresas) – Sistema de Ensino Presencial Conectado,
Universidade Norte do Paraná, Xaxim, 2007.

RESUMO

Este trabalho teve por objetivo principal estudar o uso do trabalho do movimentador
de mercadorias como estratégia na produção nas empresas, em face de novos
modelos de gestão. Num primeiro momento, fez-se um estudo analítico sobre o
tema, através de uma revisão histórica e conceitual e sua inserção dentro de uma
visão estratégica que devido ao mercado cada vez mais globalizado, as empresas
buscam constantemente novos desafios competitivos. Num segundo momento
analisa-se o trabalhador avulso, movimentador de mercadorias, motivo que levam as
empresas a flexibilizar estes serviços, através da redução dos custos e a
transparência da responsabilidade do trabalhador para o sindicato. Através de
questionário, procurou-se mostrar o motivo da rotatividade de pessoal / Turnover,
ocorridos entre os associados do SITRAMMEC. Finalizando foi projetado os
benefícios do trabalhador sindicalizado para os trabalhadores não sindicalizados, e
para concluir citamos as vantagens geradas ao trabalhador através de uma
organização, de uma Entidade Sindical em que ele é filiado.

Palavras-chave: Estratégica. Desafio. Redução de custos. Benefício. Sindicalizado.


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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CTPS – Carteira de Trabalho e Previdência Social


SM – Salário Mínimo
SITRAMMEC – Sindicato dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias em
Geral de Chapecó
INSS – Instituto Nacional de Seguridade Social
ISSQN _ Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza
FTGS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
PIS – Programa de Integração Social
CA _ Certificado de Aprovação
PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário
MPAS – Ministério da Previdência e Assistência Social
PASEP – Programa de Formação do Patrimônio do Servidor
GFIP – Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social
CEF – Caixa Econômica Federal
SEFIP – Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência
Social
EPI – Equipamento de Proteção Individual
CBO – Código Brasileiro de Ocupações
CLT – Consolidação das Leis do Trabalho
RH – Recursos Humanos
MTE – Ministério do Trabalho e Emprego
RSR – Repouso Semanal Remunerado
CAT – Comunicação de Acidente de Trabalho
GRCS – Guia de Recolhimento da Contribuição Sindical
NIT – Número de Identificação do Trabalhador
GRPS – Guia de Recolhimento da Previdência Social
CNIS – Cadastro Nacional de Informações Sociais
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DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Idade dos associados


.........................................................................................................................................
23
Tabela 2 – Grau de instrução dos associados
.........................................................................................................................................
23
Tabela 3 – Estado civil dos associados
.........................................................................................................................................
24
Tabela 4 – Quantidade de filhos dos associados
.........................................................................................................................................
24
Tabela 5 – Quantidade de associados que recebem auxílio do governo federal
.........................................................................................................................................
25
Tabela 6 – Renda familiar em SM (Salário Mínimo)
.........................................................................................................................................
26
Tabela 7 – Profissão
.........................................................................................................................................
27
Tabela 8 – Motivo da saída
.........................................................................................................................................
27
Tabela 9 – Idade
.........................................................................................................................................
27
Tabela 10 – Sexo
.........................................................................................................................................
29
9

Tabela 11 – Escolaridade
.........................................................................................................................................
29
Tabela 12 – Quantidade de filhos
.........................................................................................................................................
30
Tabela 13 – Remuneração mensal
.........................................................................................................................................
31
Tabela 14 – Profissão
.........................................................................................................................................
32
Tabela 15 – Gostaria de ser sindicalizado
.........................................................................................................................................
33
Tabela 16 – Contribuição INSS
.........................................................................................................................................
33
Tabela 17 – Encargos SITRAMMEC
.........................................................................................................................................
49
Tabela 18 – Fundamentação Legal
.........................................................................................................................................
64
10

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO
.........................................................................................................................................
11
1.1 TURNOVER OU INDICE DE ROTATIVIDADE DE PESSOAL
.........................................................................................................................................
12
1.2 TRABALHO FORMAL E INFORMAL
.........................................................................................................................................
12
1.2.1 O Problema da Informalidade
.........................................................................................................................................
13
1.3 MOVIMENTADOR DE MERCADORIAS
.........................................................................................................................................
14
1.3.1 Como Surgiu o Trabalhador Avulso
.........................................................................................................................................
15
1.3.2 Modalidade de Avulsos
.........................................................................................................................................
15
1.3.3 Modificação de Ordem Legal
.........................................................................................................................................
17
1.3.4 Necessidade de Lei Nova
.........................................................................................................................................
18
1.3.5 Por que a Expressão Diversas Empresas
.........................................................................................................................................
19
1.4 JUSTIFICATIVA
.........................................................................................................................................
20
11

1.5 OBJETIVOS GERAL E ESPECÍFICO


.........................................................................................................................................
21
1.5.1 Objetivo Geral
.........................................................................................................................................
21
1.5.2 Objetivos Específicos
.........................................................................................................................................
21
1.6 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
.........................................................................................................................................
21
1.6.1 Análise de Dados
.........................................................................................................................................
22
1.6.1.1 Questionário de saída dos associados no SITRAMMEC
.........................................................................................................................................
22
1.6.1.1.1 Idade dos associados
.........................................................................................................................................
22
1.6.1.1.2 Grau de instrução dos associados
.........................................................................................................................................
23
1.6.1.1.3 Estado civil dos associados
.........................................................................................................................................
24
1.6.1.1.4 Quantidade de filhos dos associados
.........................................................................................................................................
24
1.6.1.1.5 Ajuda do governo
.........................................................................................................................................
25
1.6.1.1.6 Qual o motivo de escolher o SITRAMMEC para trabalhar?
.........................................................................................................................................
25
1.6.1.1.7 Renda familiar
12

.........................................................................................................................................
26
1.6.1.1.8 Profissão
.........................................................................................................................................
26
1.6.1.1.9 Motivo da saída
.........................................................................................................................................
27
1.6.1.1.10 O que não gostou no SITRAMMEC e como gostaria que fosse?
.........................................................................................................................................
28
1.6.1.2 Questionário para trabalhadores não sindicalizados – informais
.........................................................................................................................................
28
1.6.1.2.1 Idade
.........................................................................................................................................
28
1.6.1.2.2 Sexo
.........................................................................................................................................
29
1.6.1.2.3 Escolaridade
.........................................................................................................................................
29
1.6.1.2.4 Quantidade de filhos
.........................................................................................................................................
30
1.6.1.2.5 Que tipo de trabalho informal realiza? E quantas h/dia de trabalho
.........................................................................................................................................
31
1.6.1.2.6 Remuneração
.........................................................................................................................................
31
1.6.1.2.7 Profissão
.........................................................................................................................................
32
1.6.1.2.8 Gostaria de ser sindicalizado
.........................................................................................................................................
32
13

1.6.1.2.9 Contribuição social – INSS


.........................................................................................................................................
33
1.6.1.2.10 Como você vê o mercado de trabalho?
.........................................................................................................................................
34
1.6.1.3 Questionário para as empresas tomadoras de serviços do sindicato
.........................................................................................................................................
34
1.6.1.3.1 Quais as vantagens de trabalhar com trabalhador avulso movimentador de
mercadorias?
.........................................................................................................................................
34
1.6.1.3.2 Quais as desvantagens do trabalhador avulso sindicalizado?
.........................................................................................................................................
35
1.6.1.3.3 Houve redução ou aumento de custos utilizando o trabalhador avulso
sindicalizado? Por que
.........................................................................................................................................
35
1.6.1.3.4 Como você avalia o trabalho do movimentador de mercadoria?
.........................................................................................................................................
35
1.6.1.3.5 Como você vê o trabalho do SITRAMMEC junto à sociedade?
.........................................................................................................................................
36
1.7 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO EM ESTUDO
.........................................................................................................................................
36
1.7.1 Organograma da Empresa
.........................................................................................................................................
38

2 DESENVOLVIMENTO
.........................................................................................................................................
40
2.1 DIAGNÓSTICO DA ROTATIVIDADE DE PESSOAL OU TURNOVER
14

.........................................................................................................................................
40
2.1.1 Trabalho Formal e o Mercado de Trabalho
.........................................................................................................................................
41
2.2 DEFINIÇÃO DE SINDICATO
.........................................................................................................................................
42
2.2.1 Origem da Palavra Sindicato
.........................................................................................................................................
42
2.2.2 Palestra e Curso para os novos associados do Sindicato dos Trabalhadores na
Movimentação de Mercadorias em Geral – SITRAMMEC
.........................................................................................................................................
46
2.2.2.1 Valor fictício para cálculo demonstrativo
.........................................................................................................................................
49
2.2.3 São Direitos dos Trabalhadores Avulsos Movimentadores de Mercadorias Sin –
Calizados
.........................................................................................................................................
49
2.2.3.1 Repouso semanal remunerado
.........................................................................................................................................
49
2.2.3.2 Décimo terceiro salário ou gratificação de natal
.........................................................................................................................................
50
2.2.3.3 Férias
.........................................................................................................................................
52
2.2.3.4 Fundo de garantia por tempo de serviço
.........................................................................................................................................
53
2.2.3.5 Programa de integração social
.........................................................................................................................................
55
15

2.2.3.6 Salário família


.........................................................................................................................................
57
2.2.3.7 Contribuição sindical
.........................................................................................................................................
58
2.2.3.8 Auxílio-doença e acidente de trabalho
.........................................................................................................................................
60
2.2.3.9 Aposentadoria especial do trabalhador avulso
.........................................................................................................................................
61
2.2.3.10 Isenção de imposto sobre serviço de qualquer natureza
.........................................................................................................................................
63
2.2.3.11 Salário de contribuição
.........................................................................................................................................
63
2.2.3.12 Benefício previdenciário
.........................................................................................................................................
64
2.2.3.13 Fundamentação legal para consulta sobre o trabalhador avulso
.........................................................................................................................................
64
2.3 DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL
.........................................................................................................................................
64

3 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
.........................................................................................................................................
69
3.1 PROPOSTA 1
.........................................................................................................................................
69
3.1.1 Qualificação dos Associados Afastados pelo INSS
.........................................................................................................................................
69
16

3.2 PROPOSTA 2
.........................................................................................................................................
69
3.2.1 Aumento do Quadro de Associados do SITRAMMEC
.........................................................................................................................................
69
3.3 PROPOSTA 3
.........................................................................................................................................
70
3.3.1 Permanência do Associado no SITRAMMEC
.........................................................................................................................................
70

4 CONCLUSÃO
.........................................................................................................................................
71

REFERÊNCIAS
.........................................................................................................................................
73

APÊNDICE
.........................................................................................................................................
75

1 INTRODUÇÃO
17

Este Trabalho de Conclusão de Curso tem por objetivo apresentar


um projeto para diminuir a rotatividade de pessoal; mostrar o que é a Rotatividade
de Pessoal ou Turnover dentro da Entidade Sindical; causas, problemas e como
evitá-lo.
O movimentador de mercadoria trabalhador avulso é uma categoria
diferenciada, sindicalizado, faz seu próprio horário, seu próprio salário, sem vínculo
empregatício com a tomadora de serviços, nem com o sindicato que faz a
intermediação da mão-de-obra.
Será apresentada a proposta de intervenção que irá diminuir a
rotatividade de pessoal, incentivando o associado a produzir mais, tudo é claro, com
seus direitos garantidos. Pois em um sentido mais amplo, a perda de pessoas
significa perda de conhecimento, de capital intelectual, de inteligência, de
entendimento e de domínio dos processos, perda de conexões com os clientes, de
mercado e de negócios. Podendo mostrar a adoção de uma postura proativa, mais
do que de reação.
A proposta vem também beneficiar os trabalhadores que hoje atuam
na informalidade, procurando sindicalizá-los para fazer parte do quadro de
associado no sindicato. Pois no Brasil hoje, inúmeras são as pessoas que trabalham
sem a Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS assinada. Nem tão pouco
recolhe a contribuição social como autônomo alguns por desleixo, outros por falta de
dinheiro.
O que é lamentável mesmo é ver o trabalhador desinformado,
desatualizado, abandonado, sem condições de enfrentar cursos de atualização ou
profissionalizantes, e outros sem profissão. Sabemos que o mercado de trabalho é
agressivo e exige conhecimentos.

1.1 TURNOVER OU INDICE DE ROTATIVIDADE DE PESSOAL


18

É a média entre as saídas e entradas dos trabalhadores de uma


determinada empresa ou organização.
Um índice muito elevado de turnover revela alta rotatividade de
pessoal, fato que é negativo para a empresa, pois além de onerá-la, a troca
constante de pessoal demonstra fragilidade na gestão do negócio. Tais informações
servem para o departamento de recursos humanos analisar o funcionamento do
empreendimento, e permite maior visualização da organização, obtendo assim,
subsídio para a tomada de decisões.
Geralmente, a rotatividade é expressa através de uma relação
percentual entre as admissões e os desligamentos com relação ao número médio de
participantes da organização, no decorrer de certo período de tempo. Quase
sempre, a rotatividade é expressa em índices mensais ou anuais para permitir
comparações, seja para desenvolver diagnósticos, seja para promover providências,
seja ainda com caráter preceptivo.
A rotatividade de pessoal pode estar orientada no sentido de
inflacionar o sistema com novos recursos (entradas maiores do que as saídas) para
incentivar as operações e ampliar os resultados ou, no sentido de esvaziar o sistema
(saídas maiores do que as entradas) para diminuir as operações, reduzindo os
resultados.

1.2 TRABALHO FORMAL E INFORMAL

No Brasil, o entendimento popular de “trabalho formal” e “trabalho


informal” deriva da ordem jurídica. São informais os empregados que não possuem
a CTPS assinada. Até as mudanças introduzidas no governo FHC, o contrato por
tempo indeterminado previsto pela CLT era praticamente a única opção disponível
para as empresas do setor privado. O “formal”, no Brasil, tinha apenas uma forma,
ao contrário de outros países, cuja legislação prevê contratos em tempo parcial,
contratos específicos para pequenas empresas, contratos temporários, etc. As
mudanças legais tiveram impactos limitados, ou seja, por serem bastante inspiradas
no padrão da CLT, seja por sua aplicação ainda reduzida. De todo modo, os padrões
19

contratuais da “informalidade” são muito mais diversos, apesar de pouco discutidos.


Ao formal (no sentido legal) contrapõem diversos tipos de contratos informais, sejam
os claramente ilegais (criminosos, como, o trabalho escravo), caso que aconteceu e
acontece com muitos cortadores de cana-de-açúcar, minerador, trabalhadores de
extração de madeiras, etc, localizados geralmente no Norte e Nordeste do país.

1.2.1 O Problema da Informalidade

A partir de 1930, o mercado de trabalho brasileiro e a questão do


subemprego ou informalidade, só podem ser entendidos como resultados da própria
construção da noção de formalidade que, está associada às noções de cidadania e
de direito social.
Nos anos de 1970 o perfil do mercado de trabalho já era dual: os
trabalhadores industriais haviam sido incorporados ao mercado formal, o processo
simultâneo de urbanização diminuiu significativamente. A urbanização e a
industrialização ampliaram também a massa de trabalhadores subempregados, mal
incorporados ao mercado de trabalho.
A CTPS teve diversos significados simbólicos e práticos, funciona
como uma verdadeira carteira de identidade ou comprovante para a garantia de
crédito ao consumidor, prova que o trabalhador esteve empregado em boas
empresas e que é confiável ou capaz de permanecer por muitos anos no mesmo
emprego. Hoje é o compromisso moral do empregador se seguir a legislação do
trabalho, embora não haja garantia, pois os empregadores podem, desrespeitar
parte da legislação e os que não assinam a CTPS podem ser processados. De tal
modo que com a CTPS assinada o trabalhador pode comprovar com maior
facilidade a existência do vínculo de emprego. Popularmente no Brasil, ter “trabalho
formal” é ter a carteira assinada.

1.3 MOVIMENTADOR DE MERCADORIAS


20

O trabalhador avulso não é assunto recente nem tão pouco um


modismo. É sem dúvida uma necessidade e principalmente um desafio aos novos
métodos de gestão empresarial, que surgem em virtude da competitividade que a
globalização impõe nos processos produtivos. Suas raízes estão voltadas em
síntese, nas relações econômicas dos processos artesanais do século XVII cujas
atividades produtivas eram direcionadas para a manufatura de componentes de
produtos finais, principalmente na indústria naval.
Com a globalização e as constantes crises econômicas as empresas
buscaram a estabilização dentro de um cenário cada vez mais competitivo,
utilizando novas tecnologias de produção e principalmente tendo um novo enfoque
estratégico, mudando o conceito do processo de gestão atualizando, também, o
conceito do trabalhador avulso. Partindo dessas reestruturações, o movimentador de
mercadorias é conseqüência da utilização de novas tecnologias e das tentativas de
flexibilizar a administração estratégica deslocando para o sindicato, todas as
atividades que não condizem com a missão e a vocação da empresa. O que
comumente no Brasil adotam-se tardiamente certas mudanças, o que torna um fato
positivo, pois evita cometer os mesmos erros obtidos anteriormente. Via de regra, os
serviços do sindicato também foram adotados tardiamente, isso porque as
constantes crises econômicas forçaram as empresas buscarem por inovações /
competitividade, muitas sem embasamento técnico.
O estágio nesta Entidade Sindical tem por objetivo o maior
conhecimento de como é o trabalho do avulso, onde os associados que nela
trabalham são movimentadores de mercadorias, sem vínculo empregatício.
Trabalham com Carteira de Trabalho e Previdência Social assinada, com direitos
trabalhistas e previdenciários.
Atualmente o trabalhador avulso é visto como inovação e
modernidade dentro das empresas prestando serviços de mão-de-obra, pois reduz
custos; além de serem trabalhadores profissionais, os trabalhos são realizados com
segurança, agilidade e rapidez.
Mediante o exposto o presente trabalho focará seu tema no estudo
do trabalhador avulso, o surgimento, a organização e a geração de renda de classes
sindicalizadas em atendimento às atividades produtivas, ou seja, o Sindicato dos
21

Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias em geral de Chapecó –


SITRAMMEC.

1.3.1 Como Surgiu o Trabalhador Avulso

Considera-se atividade de movimentação de mercadorias em geral,


carga, descarga, deslocamento, arrumação e acomodação de mercadorias sólidas,
líquidas, embaladas ou a granel.
Não se considera, a mercadoria para os efeitos, os bens e produtos
deslocados, arrumados, acomodados, desde que destinados para exposição ou
venda ao consumidor final.
A expressão “trabalhador avulso” sempre gerou divergência de
interpretação, e não obstante os artigos 254 e 292 da CLT, atualmente revogados
pela Lei 8.630/93, terem tratado dos serviços de estiva e capatazia nos portos com a
utilização de mão-de-obra avulsa, tais dispositivos legais não delimitaram o
significado da referida expressão.
Tal atribuição restou aos órgãos do Ministério do Trabalho e
Previdência Social, que através de Portarias e Pré-julgados, fixou o conceito de
“trabalhadores avulsos”, atualmente incluso no artigo 6º, inciso VI do Decreto Lei
2.107/97, que ampara a categoria. Assim é que o emaranhado de Leis, Decretos,
Portarias, etc, convergem no sentido de centrar sindicato como órgão mediador para
onde penetram e se escoam os direitos e obrigações trabalhistas e previdenciárias.

1.3.2 Modalidades de Avulsos

Situações semelhantes de prestação de serviços também ocorriam


fora da área de porto, como por exemplo: empilhar sacos de café nos armazéns do
Instituto Brasileiro do Café, empilhar sacos de algodão em armazéns enquanto era
aguardado o momento da exportação, ensacar sal, ensacar cereais, etc.
22

Surgiram, assim, os denominados carregadores e ensacadores de


café, algodão e sal, etc. Ficaram definidas duas modalidades de trabalhadores
avulsos, a dos que operavam nos portos organizados e a dos que operavam fora da
área portuária.
Diversas eram as modalidades de carregadores e ensacadores.
Para simplificar, a Comissão do Enquadramento Sindical deliberou agrupá-los sob a
denominação genérica de Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias em
Geral(denominação dada aos trabalhadores com vínculo empregatício), e também
aos trabalhadores avulsos, conforme portaria ministerial específica.
Num sentido geral, avulso seria aquilo que pertence a uma coleção
incompleta, que está desirmanado, solto, isolado.
Inicialmente, confundia-se o avulso com o trabalhador eventual. No
entanto, a Previdência Social começou a se preocupar com o referido trabalhador,
passando a aceitá-lo. O inciso VI do art. 12 da Lei nº 8.212/91 considera avulso
“quem presta, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, serviços de natureza
urbana ou rural definidos no regulamento”. Pois o trabalhador avulso é aquele que
sindicalizado ou não, porém com a intermediação obrigatória do sindicato de sua
categoria.
O avulso presta serviços sem vínculo de emprego, pois não há
subordinação nem com o sindicato, muito menos com as empresas para as quais
presta serviços, dada inclusive a curta duração. O sindicato apenas arregimenta a
mão-de-obra e paga os prestadores de serviço, de acordo com o valor recebido das
empresas que é rateado entre os que prestam serviço. Não há poder de direção do
sindicato sobre o avulso, nem subordinação deste com aquele. O que importa é que
haja a intermediação obrigatória do sindicato na colocação do trabalhador na
prestação de serviços às empresas, que procuram a agremiação buscando
trabalhadores.
São características do avulso: a) a liberdade na prestação de
serviços, pois não tem vínculo nem com o sindicato, muito menos com as empresas
tomadoras de serviço; b) a possibilidade da prestação de serviços a mais de uma
empresa, como na prática ocorre; c) o órgão sindical que faz a intermediação da
mão-de-obra, colocando os trabalhadores onde é necessário o serviço, cobrando
posteriormente um valor pelos serviços prestados, já incluindo os direitos
trabalhistas e os encargos previdenciários e fiscais, e fazendo o rateio entre as
23

pessoas que participaram da prestação de serviços; d) o curto período de tempo em


que o serviço é prestado ao beneficiário(empresa).

1.3.3 Modificação de Ordem Legal

Os avulsos da área de porto tinham normas legais próprias que


definiam desde o que se entende por porto organizado, o horário de funcionamento
dos portos, até sobre o trabalho suplementar e em dias de feriados.
Foram leis, decretos-leis e decretos conquistados através dos
tempos e que muito beneficiavam as categorias profissionais envolvidas
economicamente importando no chamado “Custo Brasil” que, situava as tarifas
portuárias entre as mais onerosas do mundo.
Para evitar esse inconveniente e tornar nossos portos mais
competitivos surgiu uma solução drástica: revogar todas as normas legais relativas
ao trabalho nos portos, emitindo-se lei nova estabelecendo novos procedimentos.
Surgiu, assim, a Lei nº 8.630, de fevereiro de 1993, que,
efetivamente, revogou todas as leis até então existentes e estabeleceu novas regras
para o trabalho no porto, inclusive abrindo caminho para a operacionalidade por via
de empregados da administração do porto, mais conhecidos como portuários.
Ocorre que os movimentadores de mercadorias, que operavam
amparados pelas mesmas normas legais, ficaram, de repente, sem qualquer norma
que pudessem invocar em seu benefício.
Em suas divergências com os tomadores dos serviços invocaram as
leis expressamente revogadas, ao argumento de que a revogação tinha-se operado
em relação aos avulsos da área de porto organizado, não o sendo relativamente a
eles que, operavam fora do porto. O argumento era frágil, embora juridicamente
sustentável.

1.3.4 Necessidade de Lei Nova


24

Por motivo de seguridade social os movimentadores de mercadorias


em geral, especialmente os trabalhadores avulsos, ficaram carentes de lei nova à
disciplinar a atividade profissional. Após a publicação da lei nº 8.630/93, que vêm
lutando para obtê-la, pois a falta desta lei tem-lhes custado muito sacrifício e perdas
de direitos.
Aproveitando-se da situação, muitas pessoas iniciaram a prestação
dos serviços de movimentação de mercadorias, a princípio, como se fossem
modalidades de trabalho temporário. Provado, perante a justiça que não se tratava
dessa modalidade, tentaram organizar cooperativas de trabalho que, funcionavam
paralelamente aos sindicatos, contando ainda com o beneplácito da lei, atualmente
revogada, que faria os princípios basilares da ordem jurídica, determinando,
expressamente que, não havia vinculação de emprego entre o operário
cooperativado e o tomador dos serviços nem com a cooperativa.
Destaca-se que inúmeros juízes têm reconhecido relação de
emprego entre o sindicato e o operário, determinando pagamento de aviso prévio e
outros direitos, ao fundamento que a norma constitucional estabelece igualdade de
direito entre o avulso e o trabalhador com vínculo empregatício permanente. Não
compreendendo que a Lei Maior fala de direitos, importando dizer que os direitos
que são assegurados aos avulsos são “iguais” aos dos empregados, mas não
significando que todos os direitos assegurados aos avulsos são os “mesmos” que
dos empregados. Isso objetivando beneficiar os avulsos das lavouras canavieiras,
evitando que fossem prejudicados.
Essas ações judiciais, embora julgadas improcedentes, em sua
maior parte, têm causado dois inconvenientes graves: a) o rompimento dos
contratos de prestação dos serviços com as tomadoras; b) a redução do número de
trabalhadores, contribuindo para o desemprego.
Facilmente inferimos que todos esses inconvenientes e dificuldades
na prestação dos serviços pelos trabalhadores avulsos fora da área portuária podem
ser superadas com a edição de lei nova, que consagre os elementos basilares de
sua existência e de seus direitos.
Não pretendem a exclusividade, tanto assim que as empresas
poderão contratá-los para seus quadros próprios. Pretendem apenas que no caso da
não utilização de movimentadores de mercadorias devidamente registrados, seja
25

utilizada a mão-de-obra dos movimentadores de mercadorias em geral – trabalhador


avulso, sindicalizados.

1.3.5 Por que a Expressão Diversas Empresas

O vocábulo diversas empresas, tem o seguinte indicativo: a) o


trabalhador avulso participa do processo produtivo de várias empresas de atividades
diferentes, cada qual em sua própria época. Assim, na safra de soja, milho, café,
algodão, cacau, trigo, mamona, batata, borracha, etc; b) escolhe a empresa e o dia
que deseja trabalhar, harmonizando-se com o princípio da livre filiação sindical; c) a
expressão diversas empresas deixa claro que o avulso pode trabalhar para diversas
empresas todos os dias.
O avulso integra no processo produtivo das empresas, que os
prepara para conhecer os setores, os produtos e os roteiros. É treinado segundo as
normas de segurança e medicina do trabalho. E a intermediação deve ser feita pelo
sindicato, o qual associa o trabalhador e faz intermediação da mão-de-obra do
trabalhador com a tomadora que é a empresa.
A movimentação de mercadorias é constituída em categoria
diferenciada pela Portaria 3.204 de agosto de 1988. Por conseguinte, agrupa
sindicato por profissão de atividade exercida por trabalhador que fora do porto
movimentam mercadorias não importando de que tipo que ela seja. Diferentemente
da atividade portuária que é considerada movimentação primária. Já fora da área
portuária é considerada movimentação secundária, tendo um campo de atuação por
um lado maior do que o portuário, e em outros aspectos com a mesma, à qual se
vincula em razão de uma origem histórica comum, se identifica tal como ocorre com
os serviços comuns, existentes tanto no porto como fora, dentre os quais capatazia,
conferência de carga, conserto de carga, e outros conexos o que lhe dá um sentido
amplo, não ficando restrito a atividade preponderante de qualquer grupo econômico,
transita em todos os pólos intransponível.
1.4. JUSTIFICATIVA
26

Por ser serviço rotineiro e difícil manuseio, há bastante “rotatividade”


de pessoal dentro da entidade onde trabalham como movimentadores de
mercadorias. Migram para a cidade à procura de trabalho e muitas vezes não
conseguem na sua profissão ou muitos nem possuem profissão.
É lamentável a situação dos trabalhadores que não são
sindicalizados, trabalham para empreiteiras, cooperativas, ou serviços de rua, sem
Carteira de Trabalho e Previdência Social assinada, recebem no final do expediente,
sem benefícios trabalhistas e previdenciários (trabalham na informalidade).
Justifica-se, portanto, a elaboração deste projeto para evitar a
rotatividade e pelo esforço em focalizar a mudança da visão empresarial, como algo
estratégico, não apenas redução de custos, mas como um novo conceito de
“parceria”, onde se exige além de preço, qualidade, inovação e pontualidade,
colaborando para a organização da classe trabalhadora.
Para se obter sucesso, é necessário desenvolver Diagnóstico
Organizacional que consiste de maneira estruturada coletar, avaliar e organizar as
informações que condiz com as possíveis estratégias e diferenciais fornecendo
vantagens competitivas para as empresas.
Em face de uma nova realidade mundial as empresas estão
repensando sua missão e vocação, onde a globalização impõe novos padrões
produtivos absorvendo antigos conceitos, transferindo às empresas um ritmo
crescente de competitividade, buscando novas tecnologias e modernos métodos de
gestão.
Diante desta nova realidade econômica, a concorrência obriga as
empresas a voltar-se para os ganhos de produtividade, qualidade e competitividade
sem deixar de focar o cliente, cada vez mais consciente dos seus direitos. Neste
contexto, existe também um outro lado: o trabalhador avulso movimentador de
mercadorias que supre esta necessidade das empresas tomadoras de serviços de
carga e descarga, quebrando este paradigma.

1.5 OBJETIVOS GERAL E ESPECÍFICO


27

1.5.1 Objetivo Geral:

Elaborar um projeto para diminuir a rotatividade do pessoal na


categoria dos movimentadores de mercadorias e associar os trabalhadores avulsos
informais.

1.5.2 Objetivos Específicos:

- Analisar o processo do trabalhador avulso movimentador de


mercadorias.
- Revisar a literatura do trabalhador avulso.
- Verificar quais são as desvantagens dos trabalhadores informais
não sindicalizados.
- Demonstrar quais os procedimentos que levaram a criação da
categoria do movimentador de mercadorias e quais os benefícios socioeconômicos
para seus associados através da sindicalização.

1.6 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:

O Estágio foi realizado na Entidade Sindical SITRAMMEC -


Sindicato dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias em geral de
Chapecó SC, com associados, empresas e trabalhadores não sindicalizados
(informais) em diversos locais de trabalho.
O trabalho foi fundamentado no método observacional, através de
análise dos diversos documentos, por meio de entrevistas e questionários.
A elaboração do projeto, com investigação exploratória e alguns
participantes (associados, trabalhadores informais e empresas), usado questionários
28

com 50(cinqüenta) trabalhadores que responderam 10(dez) questões relacionadas a


entidade que servirá de parâmetro para o problema de rotatividade.
Foi utilizados questionários em amostra com 5(cinco) empresas que responderam
um questionário 5(cinco) questões sobre os trabalhos do avulso dentro da empresa.
Coletado dados com 15 trabalhadores informais, que responderam um questionário
de 10(dez) questões sobre informalidade e o mercado de trabalho.

1.6.1 Análise de Dados

Com efeitos de avaliar o trabalho do avulso e avaliar também o nível


de rotatividade de pessoal, foram levantados dados com a participação dos
trabalhadores que pediram baixas na Entidade, e realizado questionário com os
mesmos no SITRAMMEC em agosto e setembro de 2007.

1.6.1.1 Questionário de saída dos associados do SITRAMMEC:

1.6.1.1.1 Idade dos associados:

A primeira questão refere-se à idade dos associados do


SITRAMMEC. Na tabela 01 são apresentados os dados relativos a resposta desta
questão.

Tabela 1 – Idade dos associados


Idade Nº de pessoas Percentual
29

18 a 20 anos 09 18%
21 a 30 anos 21 42%
31 a 40 anos 08 16%
41 a 50 anos 10 20%
Acima de 50 anos 02 04%
Total 50 100%
Fonte: Elaboração própria a partir de dados obtidos de questionário aplicado junto ao SITRAMMEC

É assustador o número de jovens até 30 anos que saíram da


Entidade em busca de novos horizontes. Foram 18% dos trabalhadores com idade
entre 18 a 20 anos; 42% com idade entre 21 a 30 anos; 16% com idade entre 31 a
40 anos; 20% entre 41 a 50 anos e 04% acima de 50 anos.

1.6.1.1.2 Grau de instrução do associado

A segunda questão refere-se ao grau de instrução dos associados


do SITRAMMEC. Na tabela 02 são apresentados os dados relativos à resposta
desta questão.

Tabela 2 – Grau de instrução dos associados


Grau de instrução Nº de pessoas Percentual
Analfabeto 01 02%
Até 4ª série 14 28%
Até 8ª série 05 10%
2º grau incompleto 29 58%
2º grau completo 01 02%
Total 50 100%
Fonte: Elaboração própria a partir de dados obtidos de questionário aplicado junto ao SITRAMMEC

Lamentavelmente é a realidade do Brasil; educação não é prioridade


dos governantes; pessoas de pouca cultura entram e saem do mercado de trabalho
sem acabar a formação educacional. Sendo 02% analfabetos; 28% com primário;
10% com ginasial; 58% com segundo grau incompleto e 02% com segundo grau
completo.

1.6.1.1.3 Estado civil dos associados


30

A terceira questão refere-se ao estado civil dos associados do


SITRAMMEC. Na tabela 03 são apresentados os dados relativos à resposta desta
questão.

Tabela 3 – Estado civil dos associados


Estado Civil Nº de pessoas Percentual
Casado/amasiado 30 60%
Separado/divorciado 01 02%
Solteiro 19 38%
Total 50 100%
Fonte: Elaboração própria a partir de dados obtidos de questionário aplicado junto ao SITRAMMEC

Lembrando que a maioria são casados ou amasiados tendo ainda a


maior responsabilidade familiar, pois possuem esposa e filhos. Foram 60% casado
ou amasiado; 02% separado ou divorciado e 38% solteiro. É claro, não
menosprezando a responsabilidade de quem não é responsável em possuir esposa
e filhos.

1.6.1.1.4 Quantidade de filhos dos associados

A quarta questão refere-se a quantidade de filhos que do


associados entrevistas no SITRAMMEC. Na tabela 4 são apresentados os dados
relativos à resposta desta questão.

Tabela 4 – Quantidade de filhos dos associados


Quantidade Nº pessoas Os filhos estudam Os filhos não Percentual
estudam
1a2 18 11 07 72%
2a3 05 05 00 20%
+ de 3 02 02 00 08%
Total 25 18 07 100%
Fonte: Elaboração própria a partir de dados obtidos de questionário aplicado junto ao SITRAMMEC

Observou-se que a metade dos trabalhadores possuem filhos, desta


quantidade 72% possui entre 1 e 2 filhos; 20% possui entre 2 e 3 filhos e 08% possui
mais de 3 filhos.
31

1.6.1.1.5 Ajuda do governo

A quinta questão refere-se ao auxílio recebido pelo governo federal


dos associados do SITRAMMEC. Na tabela 5 são apresentados os dados relativos à
resposta desta questão.

Tabela 5 – Quantidade de associados que recebem auxílio do governo federal


Quantos recebem Nº de pessoas Percentual
sim 06 12%
não 44 88%
Total 50 100%
Fonte: Elaboração própria a partir de dados obtidos de questionário aplicado junto ao SITRAMMEC

Nesta questão o mínimo de trabalhadores associados recebe auxílio


do governo federal, 12% com valores variados de R$ 35,00 à R$ 150,00 por família
como Bolsa Escola, dependendo da quantidade de crianças que estão na escola, e
a maioria 88% não recebem nenhum tipo de ajuda.

1.6.1.1.6 Qual o motivo de escolher o SITRAMMEC para trabalhar?

Por indicação de amigos, por não conhecer a cidade, não encontrar


vaga na sua profissão ou não ter profissão. Através dos meios de comunicação
(rádio, carro de som). Para aumentar a renda familiar, pois já tem outro emprego. Na
agricultura não conseguia manter a família e precisava ganhar dinheiro rápido e
honestamente.

1.6.1.1.7 Renda familiar


32

A sétima questão refere-se à renda familiar dos associados do


SITRAMMEC. Na tabela 6 são apresentados os dados relativos à resposta desta
questão.

Tabela 6 – Renda familiar em SM (Salário Mínimo)


Quantidade Nº de pessoas Percentual
Até 1 salário mínimo 24 48%
Até 2 salários mínimos 21 42%
+ de 2 salários mínimos 05 10%
Total 50 100%
Fonte: Elaboração própria a partir de dados obtidos de questionário aplicado junto ao SITRAMMEC

A maioria por falta de qualificação, ficando pouco tempo na atividade


ou mesmo não gostando de trabalhar como movimentador de mercadorias, pois
ganha conforme trabalha, atingiram aproximadamente um salário mínimo de
produção, de remuneração. Já os mais esforçados e que permaneceram mais dias
no mês em atividade, atingiram em média aproximadamente dois salários mínimos.
Os que não faltaram e vinham trabalhar todos os dias úteis ganharam mais de dois
salários mínimos. Lembrando que o sindicato só admite maiores de 18 anos, todos
do sexo masculino e com Carteira de Trabalho e Previdência Social assinada.
Ficando assim o percentual: até 1 SM 48%; até 2 SM 42%% e + de 2 SM 10%%.

1.6.1.1.8 Profissões

A oitava questão refere-se à profissão dos associados do


SITRAMMEC. Na tabela 7 são apresentados os dados relativos a resposta desta
questão.

Tabela 7 – Profissão
Tipo de profissão Nº de pessoas Percentual
01-Não possui profissão 16 32%
02-Agricultura 07 14%
33

03-Motorista 07 14%
04-Garçom 04 08%
05-Pedreiro 04 08%
06-Pintor 02 04%
07-Vigilante 01 02%
08-Servente de serviços gerais 01 02%
09-Movimentador mercadorias 01 02%
10-Eletricista/encanador 01 02%
11-Moto-boy 01 02%
12-Calçadista 01 02%
13-Vendedor 01 02%
14-Soldador 01 02%
15-Borracheiro 01 02%
16-Marceneiro 01 02%
Total 50 100%
Fonte: Elaboração própria a partir de dados obtidos de questionário aplicado junto ao SITRAMMEC

Várias são as profissões que os trabalhadores possuíam, mas o


mais alarmante e preocupante é a quantidade de pessoas que não possui profissão.
Muitos desses jovens com baixa cultura, iniciando a vida e sem profissão certa. Com
percentual de: 32% não possui profissão; 14% agricultura; 14% motorista; 08%
garçom e pedreiro; 04% pintor; 02% vigilante e demais profissões da lista.

1.6.1.1.9 Motivo da saída

A oitava questão refere-se ao motivo de saída dos associados do


SITRAMMEC. Na tabela 8 são apresentados dos dados relativos as respostas desta
questão.

Tabela 8 – Motivo da saída


Motivo da saída Nº de pessoas Percentual
Mudança de endereço 13 26%
Vai exercer sua profissão 13 26%
Arrumar outro emprego 20 40%
Não gostou do trabalho 02 04%
Baixa remuneração 01 02%
Outros motivos 01 02%
Total 50 100%
Fonte: Elaboração própria a partir de dados obtidos de questionário aplicado junto ao SITRAMMEC
Pelo motivo da saída, percebe-se que quem possui profissão saiu
para exercê-la, outros pela saída da cidade buscando novos horizontes, mas a
maioria, inclusive os que possuem interesse em mudança, mesmo sem profissão,
34

buscam emprego em outras empresas, onde eles trabalhavam como sindicalizados


movimentador de mercadorias – as empresas estavam observando seu trabalho e
os convidaram para fazer parte do seu quadro de funcionários, dando-lhes
oportunidade. Um índice muito baixo não gostou do serviço, ganhavam pouco
porque não vinham trabalhar, e outros motivos familiares o afastaram do trabalho.
Assim ficaram os índices de percentagem: 26% mudança de endereço; 26% vai
exercer sua profissão; 40% arrumou outro emprego; 4% não gostou do
trabalho;2%baixa remuneração e 2% outros motivos.

1.6.1.1.10 O que não gostou no SITRAMMEC e como gostaria que fosse?

A maioria dos trabalhadores não tem nada a reclamar, inclusive


indicariam o sindicato para seus amigos trabalharem, pois enquanto permanecem no
sindicato ganham honestamente seu dinheiro e com todas as garantias que o
trabalhador merece. Deve permanecer como está, pois dá oportunidade para quem
não tem profissão, quem quer se reintegrar à sociedade como no caso dos
envolvidos com prisão e processos judiciais; possui ótima administração; excelente
atendimento e com recursos financeiros para ajudar o associado. As saídas se
deram em busca de novos horizontes, em mudança de endereço(cidade), em ter
conseguido vaga na sua profissão.

1.6.1.2 Questionário para trabalhadores não sindicalizados-informais

1.6.1.2.1 Idade

A primeira questão refere-se à idade dos trabalhadores informais. Na


tabela 9 são apresentados os dados relativos à resposta desta questão.
Tabela 9 – Idade
Idade Nº de pessoas Percentual
18 a 20 anos 05 33,34%
21 a 30 anos 04 26,66%
35

31 a 40 anos 02 13,34%
41 a 50 anos 04 26,66%
Total 15 100%
Fonte: Elaboração própria a partir de dados obtidos de questionário aplicado junto ao trabalhador

Lamentavelmente preocupante o número de trabalhadores


trabalhando na informalidade, sem direitos trabalhistas e previdenciários, no
anonimato. 33,34% com idade entre 18 a 20 anos; 26,66% com idade entre 21 a 30
anos; 13,34% com idade entre 31 a 40 anos e 26,66% com idade entre 41 a 50
anos.

1.6.1.2.2 Sexo

A segunda questão refere-se ao sexo dos trabalhadores informais.


Na tabela 10 são apresentados os dados relativos à resposta desta questão.

Tabela 10 – Sexo
Sexo Nº de pessoas Percentual
Masculino 10 66,67%
Feminino 05 33,33%
Total 15 100%
Fonte: Elaboração própria a partir de dados obtidos de questionário aplicado junto ao trabalhador

A maioria dos trabalhadores é do sexo masculino 66,67%, e


somente 33,33% do sexo feminino, isto mostra que as mulheres estão ingressando
no mercado de trabalho com CTPS assinada.

1.6.1.2.3 Escolaridade

A terceira questão refere-se a escolaridade dos trabalhadores


informais. Na tabela 11 são apresentados os dados relativos à resposta desta
questão.
Tabela 11 – Escolaridade
Escolaridade Nº de pessoas Percentual
Não alfabetizado 01 6,67%
36

1ª a 4ª série 06 40,00%
5ª a 8ª série 05 33,33%
2º grau incompleto 02 13,33%
2º grau completo 01 6,67%
Total 15 100%
Fonte: Elaboração própria a partir de dados obtidos de questionário aplicado junto ao trabalhador

Inúmeras pessoas não conseguiram terminar nem o primeiro grau.


Uns por falta de tempo, outros por falta de interesse ou porque precisavam trabalhar.
Mas a maioria por falta de dinheiro, e devido terem parado há muito tempo não tem
ânimo de reiniciar. Ficando: 6,67% não alfabetizado; 40% de 1ª a 4ª série; 33,33%
de 5ª a 8ª série; 13,33% com 2º grau incompleto e 6,67% com 2º grau completo.

1.6.1.2.4 Quantidade de filhos

A quarta questão refere-se ao número de filhos dos trabalhadores


informais. Na tabela 12 são apresentados os dados relativos à resposta desta
questão.

Tabela 12 – Quantidade de filhos


Quantidade Nº pessoas Filhos que Filhos que não Percentual
estudam estudam
1 a 2 filhos 05 04 01 71,42%
2 a 3 filhos 01 02 00 14,29%
+ de 3 filhos 01 05 00 14,29%
Total 07 11 01 100%
Fonte: Elaboração própria a partir de dados obtidos de questionários aplicados junto ao trabalhador

Levando em consideração não termos controle de natalidade no


Brasil, poucos são os trabalhadores com mais de dois filhos, o que é explicável a
preocupação do ser humano no futuro destas crianças, pois se hoje é difícil para os
pais permanecerem no mercado de trabalho, imagine daqui alguns anos. Ficou
assim o percentual dos sete trabalhadores na quantidade de filhos: 71,42%% com 1
ou 2 filhos; 14,29% com 2 ou 3 filhos; 14,29% com mais de três filhos. Salientamos
que oito trabalhadores não possuem filho.
1.6.1.2.5 Que tipo de trabalho informal realiza? E quantas h/dia de trabalho.
37

- Doméstica – 03 trabalhadoras – trabalham em média 6 h/dia;


- Ajudante de pedreiro – 04 trabalhadores – trabalham em média 9 h/dia;
- Pedreiro/construtor – 02 trabalhadores – trabalham em média 8 h/dia;
- Vendas – 01 trabalhadora – trabalha sem carga horária determinada;
- Carpinteiro – 02 trabalhadores – trabalha sem carga horária determinada;
- Manicura – 01 trabalhadora – trabalha sem carga horária determinada.
As pessoas trabalham na informalidade pela sobrevivência.

1.6.1.2.6 Remuneração

A sexta questão refere-se a quantidade de remuneração/mês que o


trabalhador informal. Na tabela 13 são apresentados os dados relativos à resposta
desta questão.

Tabela 13 – Remuneração mensal


Valor mensal Nº de pessoas Profissão Percentual
Menos de 1 SM 02 doméstica 13,34%
1 a 2 SM 07 aj pedreiro/doméstica 46,66%
2 a 4 SM 04 Constr civil/carpinteiro 26,66%
+ de 4 SM 02 Manicura/vendas 13,34%
Total 15 --------------------- 100%
Fonte: Elaboração própria a partir de dados obtidos de questionário aplicado junto ao trabalhador

Em se tratando de remuneração, ganho real, o brasileiro na maioria


dos entrevistados não passa dos dois salários mínimos (SM), é até aceitável em se
tratando do mercado de trabalho informatizado e atualizado, pois as empresas (a
maioria) necessitam de trabalhadores atualizados na profissão e com boa cultura.
Com: 13,34% menos de 1 salário mínimo; de 1 a 2 salários mínimos 46,66%; de 2 a
4 salários mínimos 26,66% e mais de 4 salários mínimos 13,34%.

1.6.1.2.7 Profissão
38

A sétima questão refere-se a profissão destes trabalhadores


informais. Na tabela 14 são apresentados os dados relativos à resposta desta
questão.

Tabela 14 – Profissão
Profissão Nº. de pessoas Percentual
Não possui profissão 03 19,985%
Carpinteiro 01 6,670%
Marceneiro 01 6,670%
Motorista 03 19,985%
Padeiro 01 6,670%
Cozinheiro 01 6,670%
Manicura 01 6,670%
Mecânico 01 6,670%
Garçom 01 6,670%
Secretária 01 6,670%
Gerente vendas 01 6,670%
Total 15 100%
Fonte: Elaboração própria a partir de dados obtidos de questionário aplicado junto ao trabalhador

Inúmeras as profissões que estes trabalhadores que estão na


informalidade possui, embora desatualizados alimentem esperanças de ingressar
novamente no mercado. Sendo, portanto: 19,985% que não possui profissão(estão
hoje trabalhando como doméstica); 19,985% motorista e 6,670% nas demais
profissões.

1.6.1.2.8 Gostaria de ser sindicalizado

A oitava questão refere-se a ser sindicalização dos trabalhadores


informais. Na tabela 15 são apresentados os dados relativos à resposta desta
questão.

Tabela 15 – Gostaria de ser sindicalizado


Ser sindicalizado Nº de pessoas Percentual
39

Sim 10 66,67%
Não 05 33,33%
Total 15 100,00%
Fonte: Elaboração própria a partir de dados obtidos de questionário aplicado junto ao trabalhador

Percebe-se que 66,67% gostariam de ser sindicalizados e 33,33%


não gostariam de ser sindicalizados. Quem gostaria de ser sindicalizado sabe que
teria seus direitos de trabalhador garantido. Enquanto quem não concorda tem medo
de pedir para o empregador assinar a CTPS e perder o trabalho devido os valores
altos dos encargos trabalhistas e previdenciários.

1.6.1.2.9 Contribuição Social

A nona questão refere-se a recolhimento da contribuição do INSS


dos trabalhadores informais. Na tabela 16 são apresentados os dados relativos à
resposta desta questão.

Tabela 16 – Contribuição INSS


Recolhe INSS Nº de pessoas Percentual
Sim 02 13,33%
Não 13 86,67%
Total 15 100%
Fonte: Elaboração própria a partir de dados obtidos de questionário aplicado junto ao trabalhador

A maioria não recolhe a contribuição para a previdência, porque


ganha pouco. Estão preocupados sim com o futuro, com a aposentadoria e com os
benefícios que o INSS oferece – em caso de acidente ou doença, mas precisam
sustentar a família, não sobrando para a contribuição. São 13,33% que recolhem o
INSS e 86,67% não fazem recolhimento, portanto estão desamparados totalmente.

1.6.1.2.10 Como você vê o mercado de trabalho?


40

Muito longe da nossa realidade; agressivo, pois precisamos de


conhecimento através de curso de aperfeiçoamento (com o que ganhamos torna-se
inviável prosseguir os estudos e os cursos de aperfeiçoamento); com a globalização,
tecnologia avançada não conseguimos vaga nas nossas profissões; nos sentimos
acuados e necessitamos nos sindicalizar para ter mais chances. Poucas são as
oportunidades que temos, até porque do nosso trabalho na informalidade.
As pessoas pararam no tempo, o dinheiro está difícil e o custo de
vida é alto demais, não conseguimos estudar e manter a família com a baixa renda
que recebemos mensalmente, daí abdicamos de nossos sonhos. Não existem
poucas vagas, existem poucas pessoas habilitadas para concorrer a estas vagas -
se analisarmos sobra mão-de-obra, desqualificada.

1.6.1.3 Questionário para as empresas tomadoras de serviços do sindicato

1.6.1.3.1 Quais as vantagens de trabalhar com o trabalhador avulso movimentador


de mercadorias?

Estes trabalhadores estão amparados legalmente pelo sindicato -


ficamos livres de ações trabalhistas e previdenciárias - o que facilita para as
empresas. Com o fluxo maior de trabalho em determinados períodos à necessidade
de ter pessoas sindicalizadas disponíveis, as empresas não possuem tempo hábil
para contratação e suprir tais necessidades. Pagamos somente nos dias
trabalhados, utilizamos estes trabalhos onde não possuímos funcionários para fazê-
los.

1.6.1.3.2 Quais as desvantagens do trabalhador avulso sindicalizado?


41

Algumas vezes esses trabalhadores não tem conhecimento das


atividades que irão desenvolver (novos associados), dificulta um pouco o trabalho.
Como os associados recebem por produção, quer dizer, pelas tarefas que realizam
existe pouco comprometimento de alguns, aí se dá à falta de trabalhadores. Além da
alta rotatividade de pessoal, os novos demoram em associar-se ao trabalho,
sabendo que no dia seguinte pode não ser esta equipe que irá desenvolver os
trabalhos nesta mesma empresa.

1.6.1.3.3 Houve redução ou aumento de custos utilizando o trabalhador avulso


sindicalizado? Por que.

Em todas as empresas houve redução, porque quando não tem


serviço, não tem custo como os funcionários mensalistas. Chamamos somente
quando necessário e pagamos pelo que realizam, além de não precisarmos
contratar novos funcionários por curto espaço de tempo.

1.6.1.3.4 Como você avalia o trabalho do movimentador de mercadorias?

Para as empresas que utilizam o trabalho do movimentador existe


grande vantagem financeira – vale transporte, plano assistencial médico e
odontológico, multa do FGTS, entre outras, e, além disso, é a soluções para o
departamento pessoal / RH das empresas, pois se evita a burocracia da admissão e
demissão. Salientamos, porém que é um trabalho difícil por envolver várias pessoas
de nível diferente de conhecimento, mas um trabalho importante e necessário.

1.6.1.3.5 Como você vê o trabalho do SITRAMMEC junto à sociedade?


42

Preocupados em ajudar e qualificar as pessoas para o mercado de


trabalho, desenvolvendo diversos cursos, atividades sociais como o Programa “Bem
Vinda” em parceria com Cruz Vermelha e Limger para a preparação da mulher no
mercado de trabalho.
Defende os interesses dos trabalhadores, tanto os avulsos
movimentador de mercadorias, quanto os trabalhadores pertencentes à categoria.
O SITRAMMEC dá oportunidades às pessoas marginalizadas,
excluídas pela sociedade, sem profissão, com problemas na justiça, por exemplo,
para trabalhar e se reintegrar na sociedade, além de ser uma porta de entrada
destes trabalhadores nas empresas que prestou serviços como movimentador de
mercadorias para contratação como funcionário da mesma.

1.7 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO EM ESTUDO:

O Sindicato dos Trabalhadores da Movimentação de Mercadorias


em Geral de Chapecó, Entidade Sindical, fundado em 10/10/1989, idealizado e
conduzido até o momento pelo Sr. Oneide de Paula, situado na Rua Martinho
Lutero, 1111E – Bairro São Cristóvão – Chapeco/SC 89803-300 - Telefone/fax (049)
33231100) Website; e-mail www.sitrammec.com.br, sitrammec@desbrava.com.br
hoje é uma realidade no posicionamento de classe nos mais diversos setores
produtivos, saindo do anonimato em que se encontravam, uma vez que o
trabalhador era conhecido como “chapa” e um subgrupo da sociedade, para uma
entidade organizada, indispensável dentro do processo produtivo. O presidente
sempre buscou organização, enfatizando que o trabalhador atual deve estar
consciente da importância do aprimoramento profissional, sendo que esta busca
deve ter iniciativa do próprio trabalhador, viabilizando sua permanência no mercado
de trabalho. Os associados trabalham sem vínculo empregatício, tem vida própria,
trabalho livre e honesto, dono do seu próprio serviço e sua mão-de-obra é
sindicalizada. Atuam no âmbito (interno e externo) dos armazéns em diversos
43

setores da economia. Estes profissionais são inseridos no Código Brasileiro de


Ocupação 7832, como Categoria Profissional Diferenciada, conforme Portaria 3.204,
chamada de Movimentador de Mercadorias conforme Portaria 3.176 onde foi criada
a Categoria, e amparados pelo Decreto nº 3.048 da Previdência Social.
A diretoria é composta por 18 membros associados movimentadores
de mercadorias, tendo: Presidente, Vice-presidente, Primeiro-tesoureiro, Segundo-
tesoureiro, Primeiro-Secretário, Segundo-secretário, Suplentes da diretoria,
Conselho fiscal, Suplentes do conselho fiscal. Atua na intermediação de mão-de-
obra com trabalhadores avulsos associados à Entidade, realizando tarefas como
movimentação de mercadorias em geral.
Por ser uma entidade sindical, o recurso humano / departamento
pessoal é responsável pela admissão e desligamento dos
associados/movimentadores de mercadorias; elaboração de planilha de
produção/pagamento e encargos; afastamento de acidente de trabalho e auxílio
doença dos associados; homologação do termo de rescisão de contrato de trabalho
e assistência às empresas pertencentes à categoria da movimentação de
mercadorias e auxiliares de motoristas. Conta com um número de empregados com
vínculo de 07 funcionários, sendo: 01 secretária, 01 recursos
humanos/departamento pessoal, 03 administrativos, 01 zeladora e 01 Conferente
(ligado ao departamento pessoal) e a Entidade conta com um quadro de
aproximadamente 250 (duzentos e cinqüenta) associados que prestam serviços
através de intermediação do Sindicato para a prestação de mão-de-obra às
empresas como movimentadores de mercadorias – carga e descarga de produtos.
O Presidente do Sindicato negocia a intermediação da mão-de-obra
em valores das tarefas, uma vez por ano com as empresas que necessitam de mão-
de-obra de carga e descarga, através do Acordo Coletivo de Trabalho. A empresa
solicita os associados para realizarem as tarefas, e emite uma nota das quantidades
de horas, tonelagem ou diárias. O recurso humano - conferente recebe estas notas
dos serviços e faz a divisão – férias, décimo terceiro salário, FGTS, INSS, estes
valores são recolhidos em guias no banco e boletos depositados em contas
separadas, para posteriormente ser repassado aos associados; e o restante repassa
na planilha de produção do associado, que recebe quinzenalmente via banco. O
Sindicato fica com uma taxa de administração de 15% - direito adquirido em
Assembléia Geral Extraordinária conforme Estatuto Social da Entidade.
44

1.7.1 Organograma da Empresa:

Conforme o organograma o Presidente negocia as Convenções


Coletivas de Trabalho e os Acordos Coletivos de Trabalho. É responsável por todos
os processos que envolvem a Entidade. Estão subordinadas ao Presidente todas as
pessoas da diretoria: 1º e 2º tesoureiros, 1º e 2º secretários, vice-presidente,
conselho fiscal, suplente da diretoria, associados, empresa, recursos humanos;
tendo sido eleito pelo voto direto e empossado pelos associados. Possui poderes
que lhe são conferidos por Assembléia Geral Extraordinária pelo quadro de
associados, seguindo sempre o Estatuto Social da Entidade. Assina todos os
documentos emitidos pela Entidade, como: bancos, Ministério Público, Ministério do
Trabalho, Previdência Social/INSS, Concilia do Trabalho, Empresas, etc. Representa
a Entidade nos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, sociedade e outras
Entidades de Classe. Vice-presidente auxilia o presidente quando necessário,
quando é convocado. Primeiro tesoureiro, assina cheques em conjunto com o
Presidente, cuida dos documentos das contas bancárias, contas à pagar e contas à
receber da Entidade, representa o Presidente quando convocado. Segundo
tesoureiro substitui o primeiro tesoureiro quando necessário, em todas as funções.
Primeiro Secretário administra toda parte de documentação da Entidade – atas,
editais, etc, toda a parte burocrática da diretoria. E o segundo secretário o auxilia.
Os membros suplentes da diretoria auxiliam a diretoria ou substitui algum membro
quando pode para se desligar do quadro de associados e automaticamente da
diretoria, pois só poderá fazer parte da diretoria quando o trabalhador for associado.
O conselho fiscal fiscaliza todas as contas e documentos da Entidade.
Já os Recursos humanos / departamento pessoal, subordinado ao Presidente,
atuam no atendimento às empresas, burocrático do administrativo, atende aos
associados, dá assistência e homologa os Contratos de Trabalho dos funcionários
das empresas na categoria do movimentador de mercadorias e auxiliar de
motoristas com Portaria no Ministério do Trabalho, admissão e desligamento de
associados com cálculos dos direitos trabalhistas e previdenciários, cuida da
emissão de todas as guias do INSS, FGTS, elaboração da Planilha de Produção dos
45

associados, controla os vales emitidos aos associados e pagamento aos


fornecedores com auxílio de dois funcionários, é responsável pelo administrativo da
Entidade, sempre trabalhando em conjunto com o Presidente e demais membros da
diretoria. Estão ligados diretamente no recurso humano / departamento pessoal, a
secretária, o conferente, a zeladora, as empresas para homologação e assistência,
os associados. Intermediação de mão-de-obra – carga e descarga de mercadorias
em geral. Inúmeras empresas que a entidade sindical faz a intermediação dos
serviços de mão-de-obra dos trabalhadores avulsos movimentadores de
mercadorias. Possui política de racionamento e desperdício de água, pois há pouca
água no planeta; reciclagem de lixo, inclusive papéis e jornais enviado para o
Programa Verde Vida e racionamento de energia elétrica até mesmo pela contenção
de despesas.
46

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 DIAGNÓSTICO DA ROTATIVIDADE DE PESSOAL OU TURNOVER

A rotatividade de pessoal não é uma causa, mas o efeito, a


conseqüência de certos fenômenos localizados interna ou externamente à
organização que condicionam a atitude e o comportamento do pessoal. É, portanto,
uma variável dependente (em maior ou menor grau) daqueles fenômenos internos
e / ou externos à organização.
Dentre os fenômenos externos, podemos citar, dentre outros:
- A situação de oferta e procura de recursos humanos no mercado;
- A conjuntura econômica;
- As oportunidades de empregos no mercado de trabalho.
Dentre os fenômenos internos que ocorrem na organização,
podemos citar:
- A política salarial da organização;
- A política de benefícios da organização;
- O tipo de supervisão exercido sobre o pessoal; as oportunidades
de crescimento profissional oferecidas pela organização;
- O tipo de relacionamento humano dentro da organização;
- As condições físicas ambientais de trabalho da organização;
- O moral do pessoal da organização;
- A cultura organizacional da organização;
- A política de recrutamento e seleção de recursos humanos;
- Os critérios e programas de treinamento de recursos humanos;
- A política disciplinar da organização;
- Os critérios de avaliação do desempenho;
- O grau de flexibilidade das políticas da organização
As informações a respeito desses fenômenos internos e externos
são obtidas por meio das entrevistas de desligamentos feitas com as pessoas que
47

se retiram para diagnosticar as falhas e corrigir as causas que estão provocando o


êxodo do pessoal. Esta entrevista constitui um dos meios principais de controlar e
medir os resultados da política de recursos humanos desenvolvida pela organização.
Costuma ser o principal meio de diagnosticar e determinar as causas da rotatividade
de pessoal.
Para Mobley (1992, p.20) “O reconhecimento de que o Turnover é,
com suas múltiplas causas e conseqüências, um processo contínuo, e não um fato
estático”.

2.1.1 Trabalho Formal e o Mercado de Trabalho

A legislação do trabalho é uma referência nacional. O trabalho


informal é um problema econômico e social no Brasil, já em contrapartida, o trabalho
formal está fortemente enraizado no país. Aqui o contrato de trabalho é matéria de
lei, mais que o contrato coletivo.
Em janeiro de 1991, os empregados com CTPS assinada
representavam 55% da força de trabalho, destes quase 20% eram autônomos
registrados e 4,5% empregadores, e os trabalhadores informais eram 20%. Já em
2005-2006, houve acréscimo de 2,4%, ou seja, conseguiram trabalho
aproximadamente 2,1 milhões de trabalhadores, totalizando 89,3 milhões pessoas.
Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e
Estudos Socioeconômicos - DIEESE (em nota técnica, 09/2007) “Aumento de
assalariado entre os ocupados de 62,7% para 63,6% e da formalização do
emprego”. Houve crescimento do total de trabalhadores com a CTPS assinada e dos
estatutários em relação ao total de empregados.
Estima-se que em 2006, 30,1 milhões de trabalhadores estão
trabalhando com CTPS assinada no setor privado, incluindo os trabalhadores
domésticos, o que representou acréscimo de 1,33 milhão de trabalhadores no ano.
Passando a representar 33,8% da população ocupada, o que em 2005 era 33,1%.
Quanto ao percentual de trabalhadores ocupados que contribuíram
para a Previdência Social: em 2005 – 47,4% e 2006 – 48,8%.
48

Outros dados caracterizam o mercado de trabalho brasileiro,


conforme DIESSE (Nota Técnica, 09/2007).

a) Cerca de 34% dos ocupados trabalharam entre 40 e 44 horas e a


proporção daqueles que trabalham mais de 44 horas foi de 36,4% em 2006,
parcela semelhante à verificada em 2005.
b) Em 2006, o percentual de ocupados que contribuiu para a Previdência
Social foi de 48.8%, maior do que os 47,4%, verificado em 2005. Destaca-se
que apenas 13,5% dos ocupados do setor agrícola, 29,7% dos ocupados
dos serviços domésticos e 31,2% da construção civil contribuem para a
Previdência.
c) A taxa de sindicalização foi de 18,6% em 2006, registrando um aumento
de 3,7% entre os trabalhadores sindicalizados em relação ao ano anterior.
d) Em 2006, 5,1 milhões de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos de
idade estavam trabalhando no Brasil o que representa 5,7% da população
ocupada com 5 anos ou mais de idade. Entre 2005 e 2006, o nível de
ocupação das crianças e adolescentes de 5 a 17 anos de idade, diminuiu de
12,2% em 2005, para 11,5% em 2006. Por sexo, o nível de ocupação dos
meninos foi de 14,5% e os das meninas 8,3%.

Segundo destaca a Síntese dos Indicadores – 2006 do DIEESE “O


ganho real do salário mínimo de 13,3% em 2006, frente a 2005 foi um dos fatores
determinantes para o resultado observado em termos do crescimento dos
rendimentos médios de trabalho no período”.

2.2 DEFINIÇÃO DE SINDICATO

2.2.1 Origem da palavra Sindicato:

A palavra sindicato tem origem francesa, embora a expressão


“síndico” tenha sido encontrada anteriormente, no direito romano, para designar os
mandatários encarregados de representar uma coletividade, e no direito grego
(sundike). A Lei Chapellier empregou o vocábulo “síndico” como sinônimo de sujeito
diretivo de grupos profissionais. Segundo Juan Garcia Abellan, daí derivou-se a
palavra “sindicato”, para se referir aos trabalhadores e associações clandestinas por
eles organizadas no período subseqüente à Revolução Francesa de 1789 e no
49

período abolicionista das coalizões de trabalhadores que se seguiu. Em 1810, a


Chambre Syndicale du Bâtiment de La Saint-Chapelle, entidade parisiense
constituída por diversas corporações patronais, emprega essa mesma expressão
formalmente (CHIAVENATO; CARVALHO NETO, 2003).
Segundo Araújo o art.1º da Lei nº 4.886/65 estabelece que:

Exerce a representação comercial autônomo a pessoa jurídica ou a pessoa


física, sem relação de emprego que desempenha, em caráter não eventual
por conta de uma ou mais pessoas, a mediação para a realização de
negócios mercantis, agenciando propostas ou pedidos, para transmiti-los
aos representados, praticando ou não atos relacionados com a execução
dos negócios.

Para Araújo (2001, p.65). “As atividades do trabalhador avulso são


prestadas através de seu sindicato de classe, fazendo intermediação da mão-de-
obra, consistente na colocação da prestação de serviços a terceiros”.
Já para Batalha e Batalha (1994, p. 56) sindicato é:

A pessoa jurídica de direito privado a que se confere legitimidade de


substituição processual dos interesses coletivos das categorias econômicas
(empresa) ou profissional (empregados) e, nos termos da lei, substituição
processual dos interesses individuais dos integrantes das mesmas
categorias.

Segundo Batalha e Batalha (1994, p.56) “É evidente que a definição


abrange apenas os sindicatos representativos das categorias profissionais, não se
aplica às categorias econômicas”.
É importante ressaltar que:

O art. 511 da CLT fornece os elementos para a seguinte definição –


sindicato é a associação destinada a estudo, defesa e coordenação dos
interesses econômicos ou profissionais de todos os que, como
50

empregadores, empregados, agentes ou trabalhadores autônomos, ou


profissionais liberais, exerçam, respectivamente, a mesma atividade ou
profissão ou atividades ou profissões similares ou conexas. (BATALHA E
BATALHA, 1994, p.57).

Batalha e Batalha (1994, p.61) afirmam “que [...] face à liberdade


organizacional dos sindicatos postulada pela Constituição, cabe-lhes definir o âmbito
da categoria por eles abrangida, desde que não invada esfera de outra categoria
livremente constituída na mesma base territorial [..]”.
Batalha e Batalha (1994, p.60) vão mais além “[..] o sindicato é
constituído por categorias definidas em seus estatutos [..]”.
Já na CLT não se define sindicato, mas dispõe que:

É lícita a associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus


interesses econômicos ou profissionais, de todos os que, como
empregadores, empregados, agentes ou trabalhadores autônomos ou
profissionais liberais, exerçam, respectivamente, a mesma atividade ou
profissão ou ainda atividade ou profissões similares ou conexas.

Entendemos que sindicato é uma forma de organização de pessoas


físicas ou jurídicas que figuram como sujeitos nas relações coletivas de trabalho.
Sua principal característica é a organização de um grupo existente na sociedade,
reunindo pessoas físicas, os trabalhadores – os sindicatos dos empregados, mas
também pode reunir pessoas jurídicas, as empresas, sendo que estas se
associando em sindicatos – os sindicatos dos empregadores.

Sua principal função é a negocial, pois dela resultam normas de trabalho


para toda categoria, além de desempenhar um papel criativo na ordem
jurídica como fonte do direito produtivo. A proibição do exercício de
atividade econômica deve ser interpretada como a restrição para que o
sindicato desenvolva atividades comerciais, lucrativas, no mundo dos
negócios.(CARVALHO; RICARDO, 1990).

O sindicato, como substituto processual, pode mover reclamações


trabalhistas para defesas de interesses individuais dos trabalhadores, afim de que os
empregadores cumpram sentenças normativas proferidas pelos cumprimentos.
51

Visam dar cumprimento à sentença normativa. O procedimento seguido é o dos


dissídios individuais. Mas o principal processo judicial que é movido pelo sindicato é
o dissídio coletivo, para garantir o direito do trabalhador, visando uma decisão para
um conflito coletivo.
Perante o Ministério do Trabalho, os Trabalhadores da
Movimentação de Cargas e Descargas de Mercadorias em Geral eram classificados
pelo CBO:

Os trabalhadores nesta categoria até pouco tempo usavam o CBO 9-71.10.


Tendo como função efetuar a carga, descarga e arrumação das
mercadorias conduzidas por veículos de transporte aérea, marítimo ou
terrestre, ou depositadas em armazéns, trapiches, silos, depósitos,
mercados ou estabelecimentos similares, deslocando do depósito para o
veículo, balcão de venda ou local de uso e vice-versa, e dispondo-as da
melhor forma, para permitir sua exportação, armazenagem, comercialização
ou utilização: transporta as mercadorias, deslocando-as com auxílio de
carrinhos, pranchas, alavancas ou meios análogos, para conduzi-las ao
veículo, depósito ou local de comercialização ou uso; arruma as
mercadorias, dispondo-as no veículo ou nos locais de utilização,
armazenagem, embarque ou desembarque, segundo seus tamanhos,
pesos, naturezas e destinos, para evitar que se deteriorem ou deformem e
facilitar seu deslocamento ou manipulação.Podem marcar mercadorias para
facilitar sua identificação. Pode contar, pesar e medir mercadorias. Pode
prender a carga com cordas ou cubos e envolver os objetos em panos ou
mantas, para protegê-los. Pode especializar-se em uma tarefa específica de
carga, descarga e arrumação de mercadorias, ou na manipulação de
determinada espécie de material, e ser designado de acordo com a
especialização (CBO – Grande Grupo 7/8/9, 1994, p. 561).

Devido a mudanças na Legislação, hoje os Trabalhadores na


categoria de Movimentação de Mercadorias, passaram a pertencer ao CBO 7832,
que compreende cinco códigos assim discriminados:

CBO 7832-05 - Carregador (aeronaves), auxiliar de serviços no aeroporto,


despachante de bagagens em aeroportos; 7832-10 - Carregador
(armazéns); 7832-15 - Carregador (veículos de transportes terrestres),
carregador de caminhão, carregador de vagões, descarregador de
52

caminhão, movimentador de mercadorias, arrumador de caminhão; 7832-20


– Estivador, ajudante de embarque de cargas, ajudante de operação
portuária, movimentador de mercadorias no porto, capataz de estiva,
encarregado de serviço portuário, encarregado de serviços no cais,
operador de carga e descarga, portuário; 7832-25 – Ajudante de motorista,
ajudante de carga e descarga de mercadorias, entregador de
bebidas(ajudante de caminhão), entregador de gás (ajudante de caminhão).
(MINISTERIO DE TRABALHO E EMPREGO - CLT, 2001).

A descrição sumária compreende em: preparar cargas e descargas,


movimentar mercadorias em navios, caminhões e vagões; entregar e coletar
encomendas; manusear cargas especiais; reparar embalagem danificada e controlar
a qualidade dos serviços prestados; operar equipamentos de carga e descarga;
conectar tubulações às instalações de embarque de cargas; estabelecer
comunicação, emitindo, recebendo e verificando mensagens, notificando e
solicitando informações, autorizações e orientações de transporte, embarque e
desembarque de mercadorias.

2.2.2 Palestra e curso para os novos associados do Sindicato dos Trabalhadores na


Movimentação de Mercadorias em geral de Chapecó/SC – SITRAMMEC

Antes de ingressar ao quadro de associados do sindicato, os


trabalhadores passam pela integração, participando de palestra e curso de
movimentadores de mercadorias, onde é feito uma triagem de EPIs (equipamentos
de proteção individual) e à seguir as Normas da Entidade estabelecida pelo Estatuto
Social e as Normas de Segurança no Trabalho, Medicina do Trabalho, de como
fazer carga e descarga com segurança, etc., com duração de aproximadamente
duas horas.
Um funcionário, conhecedor das normas do Estatuto Social da
Entidade, desenvolve a integração baseada nos seguintes itens:
- Todo associado do sindicato trabalhará por produção, que é pago
quinzenalmente. Baseado nos serviços realizados terá acréscimo de 18,18% como
RSR (repouso semanal remunerado), formando a base de cálculos para INSS,
férias, 13º salário e FGTS, PIS, Salário Família, que é direito do trabalhador. Estes
53

trabalhadores não são chamados de funcionários que recebem através de folha de


pagamento, eles são trabalhadores sindicalizados/associados, sem vínculo
empregatício e recebem através de “planilha de produção”, através de agência
bancária.
- O associado receberá um número de matrícula na admissão, onde
servirá para marcar todos os serviços realizados através da entidade nas empresas
tomadoras; para marcação da alimentação fornecida, uniformes, vales
(adiantamentos), etc.
- Deverá possuir bicicletas, pois será seu veículo de transporte.
- Ter comprometimento e responsabilidade com o serviço, é
trabalhador avulso, sindicalizado, faz seu próprio salário, sem horário fixo, mas a
entidade acordou com as empresas um documento responsabilizando em fornecer
trabalhadores na realização das tarefas, documento este que chamamos de Acordo
Coletivos de Trabalho, firmado entre o sindicato e a empresa e homologado no
Ministério do Trabalho.
- Com a tecnologia avançada que nos encontramos hoje, tanto as
empresas tomadoras de serviços quanto o sindicato que intermédia a mão-de-obra,
dispõe de câmeras de segurança, para garantir segurança dos funcionários,
associados, clientes, fornecedores, diretoria, entre outros.
- Quanto ao horário é flexível, sabendo-se que é necessário a
realização das tarefas dentro do cronograma da tomadora de serviços.
- Em cada empresa tomadora, o sindicato dispõe de um associado
fiscal que representa a entidade, distribuindo e orientando os associados na
realização das tarefas, marcando e preenchendo as notas de serviços que serão
entregues na RH/departamento pessoal para que seja feitos a individualização na
matrícula de cada associado e a separação e recolhimento dos encargos previstos
por lei. Este fiscal também faz a previsão da quantidade de trabalhadores que irá
necessitar para realizar tal tarefa solicitada pela empresa.
- Respeito entre os colegas, pois não há privilégio para ninguém,
nem tão pouco se admite armas (fogo e branca) no local de trabalho.
- Aos sábados os trabalhos são normais, além de haver o sorteio
entre os associados que queiram participar e iniciar os serviços nas empresas
tomadoras de maior movimento. Lembrando que quando um associado for sorteado
54

para uma determinada empresa, permanecerá trabalhando nela até que o fiscal lhe
designe ao novo sorteio(em média 10 e 15 dias).
- Em dias chuvosos, os trabalhos transcorrem normalmente.
- Fazer higiene pessoal diariamente, evitando o uso de tabaco e
bebidas alcoólicas em horário de expediente, zelando pela imagem da entidade, pois
os trabalhadores serão vistos como um conjunto.
- O sindicato oferece a todos os associados e familiares vários
benefícios como: convênios profissionais na área da medicina, odontologia,
laboratórios, clínica. Além de fornecer em forma de adiantamento convênio com
supermercados, farmácias, bicicletarias, gás, etc.
- Várias empresas que acordaram em documentos em fornecer
alimentação ao associado, aquelas que não possuem, o sindicato solicita a marmita
do restaurante e desconta dos serviços do trabalhador.
- É fornecido uniforme do sindicato para uso em local de trabalho
(dentro da empresa tomadora dos serviços), identificando-os.
Dentro do Curso do Movimentador de Mercadorias, fornecido pelo
SITRAMMEC o associado tem conhecimento de:
- Tipos de equipamentos para a movimentação de cargas:
transportes contínuos, equipamentos suspensos e veículos industriais;
- Mapa de periculosidade da empresa;
- Ergonomia;
- Arrumação de cargas com enlonamentos;
- Uso correto de EPIs (Equipamento de Proteção Individual);
- Uso adequado de ferramentas de trabalho: carrinhos, palete,
cordas, correntes, ganchos, nória, lonas, lastro, etc;
- Cuidados dentro dos armazéns.

2.2.2.1 Valor fictício para cálculo demonstrativo:


55

Tabela 17 – Encargos SITRAMMEC


Itens Valor R$
Total dos Serviços 1.000,00
RSR 181,80
Total com repouso 1.181,80
INSS 8,65% 102,23
Décimo terceiro salário 9% 106,36
Férias 12,12% 143,23
FGTS 9,5568% 112,94
INSS produção 36,80% 434,90
INSS férias(11,12%) 28,80% 37,85
INSS 13º salário(8,34%) 28,80% 28,39
Taxa de administração 15% 177,27
Total para a empresa pagar 2.120,51
Fonte: Tabela fornecida pelo SITRAMMEC.

O percentual do INSS segue a tabela de contribuição, conforme os


valores percebidos no mês referente ao recolhimento, e 15% é uma média da taxa
de administração do sindicato, isto é, conforme foi acordado no Acordo Coletivo de
Trabalho com as empresas tomadoras de serviços.

2.2.3 São direito dos Trabalhadores Avulsos Movimentadores de Mercadorias


Sindicalizados

2.2.3.1 Repouso semanal remunerado

A Lei nº. 605, de 05.01.1949 que dispõe sobre o repouso semanal


remunerado e o pagamento de salário nos dias feriado civis e religiosos, foi
regulamentada pelo Decreto nº 27.048, de 12.08.1949.
O art. 3º desta lei contida na CLT reconheceu ao trabalhador avulso
o direito ao repouso semanal remunerado (RSR) ao estabelecer que:

O regime desta lei será extensivo àqueles que, sob forma autônoma,
trabalharem agrupados, por intermédio de sindicato, caixa portuária ou
56

entidade congênere. A remuneração do repouso obrigatório, neste caso,


consistirá no acréscimo de 1/6 (um sexto) calculado sobre os salários
efetivamente percebidos pelo trabalhador e pago juntamente com os
mesmos (CARRION. 1999, p. 824).

O percentual de 1/6 ou mais precisamente 16,66% (dezesseis


inteiros e sessenta e seis centésimos) por cento é derivado do seguinte cálculo,
tendo-se por base, à época, jornada de 48 horas semanais:
100% = 48 horas semanais trabalhadas no decurso de 6 dias, então:
100% / 6 dias = 16,66%
Com a promulgação da Constituição Federal de 1988 que em seu
artigo 7º, inciso XVIII reduziu a jornada de trabalho para 44 horas semanais, o RSR
do avulso passou, automaticamente, para o percentual de 18,18%, sendo:
100% = 44 horas trabalhadas apuradas nos 5,5 dias da semana
(segunda à sábado ao meio dia). Então:
100% / 5,5 = 18,18%
É importante ressaltar que o RSR integra, para todos os efeitos, a
remuneração do trabalhador avulso, seja para recolhimento de INSS, FGTS e outros
encargos, como também para fins de informação da produção para requerimento de
benefícios sociais, trabalhistas e previdenciários. Todavia, é importante que a
planilha de produção do trabalhador avulso elaborada pelo sindicato conste, com
clareza os valores relativos à remuneração e ao repouso.

2.2.3.2 Décimo terceiro salário ou gratificação de natal:

A Lei nº. 5.480, de 10.08.1968 garantiu ao trabalhador avulso o


direito ao 13º salário ou gratificação de natal, regulamentada pelo Decreto n° 63.912,
de 26.12.1968.

Estabeleceu o referido Decreto, que para cobertura dos encargos


decorrentes da gratificação de natal, o requisitante ou tomador de serviços
57

do trabalhador avulso recolherá 9% (nove) por cento sobre o total da


remuneração a ele paga. O sindicato de cada categoria de trabalhador
avulso efetuará o pagamento referente à gratificação de natal, na terceira
semana dos meses de julho e/ou dezembro no valor total creditado em
nome do trabalhador até o mês anterior. (art.5º). É vedado ao sindicato
efetuar qualquer adiantamento com recursos destinados ao pagamento da
gratificação de natal. (art.6º).

Sendo:
8,34% - parcela bruta do trabalhador
0,66% - taxa de administração: 75% - sindicato
25% - federação
Para chegar à parcela líquida do trabalhador, basta calcular a
produção do período x 8,34% e, o resultado obtido, descontar a alíquota
previdenciária, conforme a faixa que se enquadrar na tabela de contribuição.
A alíquota de 8,34% equivale a 1/12 (um, doze avos) dos meses do
ano, ou seja: 100% / 12 = 8,34%. Portanto, se o trabalhador avulso somar mês a
mês durante um ano, o seu 13º salário, este terá o 13º integral, a mesma forma que
qualquer outro trabalhador com salário variável. Porém, com uma vantagem, recebe
pelo que produziu independentemente do tempo trabalhado, ao passo que o
empregado, recebe somente ao final de um ano ou proporcionalmente pelo número
de meses trabalhado.
Outro esclarecimento, que a partir da vigência da Constituição
Federal atual, como os órgãos públicos não mais podem interferir na administração
sindical (art.5º, inciso XVIII), tornou-se desnecessário o recebimento do 13º salário
por meio apenas de bancos da rede federal. Com a modernização do sistema
bancário, as entidades optaram pelo recebimento por meio de boletos bancários
com código de barras. Outras, para reduzir custos, recebem diretamente na fatura
de prestação de serviços, este encargo. Ambas as situações são válidas, afinal uma
vez pago pelo tomador, cabe ao sindicato a responsabilidade perante seus
respectivos beneficiários.

2.2.3.3 Férias remuneradas:


58

As férias remuneradas foram estendidas ao trabalhador avulso


através da Lei nº 5.085, de 27.08.1966 e regulamentada pelo Decreto nº 80.271, de
01.09.1977.
O art. 2º do referido Decreto estabelece que, para atender ao
pagamento das férias, os requisitantes ou tomadores de serviço do trabalhador
avulso contribuirão com um adicional de 10% calculado sobre a remuneração
(acrescida do repouso) que assim era distribuído:
8,34% - parcela bruta do trabalhador
0,66% - INSS – parcela da empresa
0,75% - taxa de administração pró-sindicato
0,25% - taxa de administração pró-federação
10,00%
“Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a
mais que o salário” (Art. 7º, inciso XVII da Constituição Federal de 1988).
E, por ser auto-aplicável, a partir de então (05.10.1988) as férias do
trabalhador avulso passou para a alíquota de 12,78% proveniente da seguinte
sistemática:
8,34% / 3 = 2,78% (= 1/3)
8,34% + 2,78% = 11,12%
Que somadas às demais parcelas, ficou assim distribuído:
11,12% - parcela bruta do trabalhador
0,66% - INSS – parcela da empresa
0,75% - taxa de administração pró-sindicato
0,25% - taxa de administração pró-federação
12,78%
Para se chegar à parcela líquida do trabalhador, basta calcular a
produção do período x 11,12%, descontar a alíquota previdenciária conforme a faixa
que se enquadrar na tabela de contribuição, e obtém-se o valor exato.
A exemplo do 13º salário, as férias são recebidas por meios
bancários, pagos pela tomadora de serviços.
Salientamos, porém, que as férias remuneradas integra o salário de
contribuição, recomendando seu lançamento mensalmente, da mesma forma que é
59

computada à produção para lançamento na SEFIP – Sistema Empresa de


Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social. Assim prevê o § 4º, art.
214, do Decreto 3.048, de 06.05.1999 – Regulamento da Previdência Social: “A
remuneração adicional de férias de que trata o inciso XVII do art. 7º da Constituição
Federal integra o salário de contribuição”.

2.2.3.4 Fundo de garantia por tempo de serviço:

O fundo de garantia por tempo de serviço criado pela Lei nº 5.107,


de 13.09.1966 só foi estendido ao Trabalhador avulso por meio do art.3º da Lei
5.480, de 10.08.1968.
Seqüencialmente, o Decreto nº 66.819, de 01.07.1970 que “Dispõe
sobre os depósitos ao fundo de garantia pos tempo de serviço, em decorrência do
estabelecido no art.3º da Lei nº 5.480, de 10 de agosto de 1968, estabeleceu em seu
artigo 1º :

As empresas requisitantes ou os tomadores de serviço de trabalhador


avulso, no prazo de 20 dias, depositarão, sem multa, juros e correção
monetária, no Banco do Brasil Sociedade Anônima, em conta vinculada,
aberta em nome do Sindicato representativo da categoria profissional e que
integrará o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço de que trata o capítulo
VI, Seção I, do respectivo Regulamento, para posterior individualização pelo
próprio Sindicato em nome dos trabalhadores, os valores correspondentes
aos depósitos devidos ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, a contar
de 13 de dezembro de 1968, decorrentes do disposto no artigo 3º da lei n°
5.480, de 10 de agosto de 1968, e até o último mês já vencido”.

Mas, foi através da Ordem de Serviço FGTS – POS 02, de


21.12.1978 que “Dá nova redação às instruções sobre o FGTS” que o trabalhador
avulso recebeu capítulo disciplinado, com clareza, a forma de recolhimento deste
encargo, consoante disposto no seu item 44 e subitem 44.1, seguinte:

44 – As empresas requisitantes de serviço de trabalhadores avulsos,


sindicalizados ou não, devem recolher, até o último dia do mês, em agência
do Banco do Brasil(no caso, o único Banco Depositário) da localidade em
que os trabalhadores tiverem executado as tarefas, para crédito das contas
60

de que trata o subitem 44.5, observadas as respectivas categorias


profissionais, os depósitos devidos ao FGTS, correspondentes a 8% (oito
por cento) das remunerações brutas a que os aludidos trabalhadores
tenham feito jus no mês anterior, inclusive percentuais referentes a férias e
gratificação de natal (13º salário).
44.1 – Para os fins deste item, os percentuais relativos a férias e
gratificação de natal são, em cada um destes casos, de 8,34% (oito inteiros
e trinta e quatro centésimos por cento) da remuneração paga, de acordo
com o estabelecido, respectivamente, nos Decretos nºs 80.271, de 1º de
setembro de 1977, e 63.912, de 26 de dezembro de 1968.

Com isso, resultou o percentual (a partir da Constituição Federal de


1988) de 9,5568%, do FGTS do trabalhador avulso.
Um trabalhador avulso que percebe durante o mês R$ 1.000,00,
calculamos:
FGTS sem remuneração:
1.000,00 x 8% = 80,00
FGTS sobre férias remunerada:
1.000,00 x 11,12% = 111,20
111,20 x 8% = 8,896
FGTS sobre 13º salário:
1.000,00 x 8,34% = 83,40
83,40 x 8% = 6,672
95,568
Logo, 1.000 x 9,5568% = 95,568, ou 80,00+8,896+6,672 = 95,568
Com a instituição da GFIP (Lei nº 9.528, de 10.12.1997,
regulamentada pelo Decreto 2.803, de 20.10.1998) exigida a partir da competência
01/99 por meio de formulário, e, atualmente a SEFIP – Sistema Empresa de
Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social, emitida somente por
meio de disquete ou outro meio eletrônico, conforme Portaria Interministerial nº 326,
de 19.01.2000, a sistemática de recolhimento do FGTS do trabalhador avulso
continua a mesma. Basta observar que no quadro SEFIP – movimentado
trabalhador – informação do movimento, onde se pede a remuneração, as instruções
prevêem que se deve lançar a produção com repouso + 11,12% relativo à parcela de
férias, e, da mesma forma, deve-se lançar a parcela de 13º salário no quadro
correspondente, o que somado a 8% equivale ao mesmo percentual de 9,5568%.
61

A legislação atual que disciplina o FGTS é a Lei nº 8.036, de


11.05.1990, e o Decreto nº 99.684, de 08.11.1990 que “Consolida as normas
regulamentares do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS”. Este Decreto
prevê no seu art.72 que: “É facultado à entidade sindical representar os
trabalhadores junto ao empregador, ao banco depositário ou à CEF, para obtenção
de informações relativas ao FGTS”.
Esta atribuição concedida aos sindicatos foi ampliada pela
Resolução nº 48, de 18.09.1991, baixada pelo Conselho Curador do FGTS,
estabelecendo que:

I – Estimular as entidades sindicais de trabalhadores a colaborarem no


controle dos depósitos nas contas vinculadas de seus representados,
exercitando a faculdade que o art. 72 do Decreto nº 99.684/90, lhes
assegura de, independentemente de procuração, obter informações
relativas ao FGTS junto ao empregador, ao banco depositário ou à Caixa
Econômica Federal.
II – Esclarecer que, não obtidas as informações referidas no item anterior
ou, se obtidas, for constatadas débito do empregador, a entidade sindical
poderá escolher qualquer das seguintes providências, de forma sucessiva
ou concomitante: a) formular denúncia à fiscalização do Trabalho, para os
fins do art.23 da Lei nº 8.036/90; b) ingressar com reclamação trabalhista
contra o empregador inadimplente, perante a Justiça do Trabalho, na
condição de substituto processual, assegurada no art. 25 da Lei n°
8.036/90.

2.2.3.5 Programa de integração social

A Lei Complementar n° 07, de 07.09.1970 instituiu o Programa de


Integração Social e dá outras providências.
Quanto aos trabalhadores avulsos, o § 2º do art. 1º desta Lei
estabeleceu que:

A participação dos trabalhadores avulsos, assim definidos os que prestam


serviços a diversas empresas, sem relação empregatícia, no Programa de
62

Integração Social far-se-á nos termos do Regulamento a ser baixado, de


acordo com o art. 11 desta Lei.

Em seu art. 11 prevê que:

Dentro do prazo de 120 (cento e vinte) dias, a contar da vigência desta Lei,
a Caixa Econômica Federal submeterá à aprovação do Conselho Monetário
Nacional o regulamento do Fundo, fixando as normas para o recolhimento e
a distribuição dos recursos, assim como as diretrizes e os critérios para sua
aplicação.

Em resumo, o trabalhador avulso faz jus ao abono / rendimento do


PIS, sendo que cabe à empresa tomadora contribuir para esse fundo, em uma
modalidade que se enquadrar, sempre tomando por base a receita oriunda da venda
do produto e/ou serviço executado pelo avulso, jamais sobre a fatura de prestação
de serviços, visto que a tributação de impostos só incide sobre a receita. Não sendo
devida qualquer contribuição do avulso ou do sindicato para que este profissional
goze deste benefício.
A Lei Complementar nº 26, de 11.09.1975 regulamentada pelo
Decreto n° 78.276, de 01.08.1976, fixava no seu § único do art. 2º que:

Aos participantes cadastrados há pelo menos 5(cinco) anos e que percebem


salário mensal igual ou inferior a 5(cinco) vezes o respectivo salário mínimo
regional, será assegurado, no final de cada exercício financeiro, depósito
mínimo equivalente ao salário mínimo regional mensal, vigente, respeitada a
disponibilidade de recursos.

Porém, o art. 239 §§ da vigente Constituição Federal promulgada em


05.10.1988 alterou substancialmente a referida Lei, passando uma percentagem da
arrecadação decorrente das contribuições para o PIS e o PASEP a custear também
o Programa do Seguro Desemprego e determinando que o abono ou rendimento
passaria a ser devido apenas para quem àquela data já eram inscritos no PIS ou
PASEP, ficando a partir de então, suspenso o pagamento do rendimento ou abono
aos novos cadastrados, que passaram a ter saldo disponível para saque somente
63

nos casos de aposentadoria ou morte. Também limitou o direito ao abono para


aqueles que ganham, na média, até 2(dois) salários mínimos mensal.
Ultrapassando, só lhe resta o rendimento.
Veja a redação do § 3º, art. 239 da Constituição Federal:

Aos empregados que percebem de empregadores que contribuem para o


Programa de Integração Social ou para o Programa de Formação do
Patrimônio do Servidor Público, até dois salários mínimos de remuneração
mensal, é assegurado o pagamento de um salário mínimo anual, computado
neste valor o rendimento das contas individuais, no caso daqueles que já
participavam dos referidos programas, até a data da promulgação desta
Constituição.

É importante frisar que o sindicato deve contribuir para o PIS em


relação aos seus funcionários, associados e diretores remunerados.

2.2.3.6 Salário família:

O Salário-Família instituído pela Lei nº 4.266, de 03.01.1963,


regulamentada pelo Decreto nº 53.153, de 10.12.1963, em seu art. 43 contemplou o
trabalhador avulso, conforme redação:

O sistema de salário-família estabelecido neste Regulamento poderá ser


aplicado aos trabalhadores avulsos, filiados ao sistema geral da Previdência
Social, que ainda não dispuserem de sistema próprio, a requerimento dos
órgãos sindicais interessados, por ato do Ministério do Trabalho, cabendo
aos mesmos órgãos sindicais, no que couber, a obrigação correspondente
às empresas em condições idênticas às já vigentes para as referidas
categorias com relação à aplicação das Leis do Repouso Remunerado, da
Gratificação de Natal e de Férias.

Outras informações:
O trabalhador avulso faz jus ao salário-família independentemente
do número de dias trabalhados no mês. Até 03.06.1998 o salário-família era devido
64

a todos os trabalhadores, qualquer que fosse a remuneração percebida. A partir de


04.06.1998 a Portaria MPAS nº 4.479, estabeleceu novo valor à quota do salário-
família e condicionou o direito a este benefício (inclusive para o trabalhador avulso),
somente àqueles que durante o mês tiveram remuneração igual ou inferior ao
previsto na primeira faixa da Tabela de Contribuição Previdenciária, nesta data,
fixada em até R$ 429,00. Tanto o empregado quanto o avulso fazem jus ao salário-
família, quando se encontrarem afastados por auxílio-doença ou em aposentadoria
por invalidez ou por idade, recebendo nestes casos, diretamente na previdência
social juntamente com o seu benefício. O salário-família é devido por filho ou
equiparado, menor de 14 (quatorze) anos ou inválido de qualquer idade. A invalidez
do filho ou equiparado maior de 14 (quatorze) anos de idade, deve ser verificada em
exame médico-pericial a cargo da previdência social. Havendo divórcio, separação
judicial ou de fato dos pais, ou em caso de abandono ou pátrio poder, o salário-
família passará a ser pago à pessoa que ficar o sustento do menor.
Além da certidão de nascimento dos filhos ou equiparados, o
beneficiário do salário-família deverá apresentar, anualmente, à empresa ou ao
sindicato, conforme o caso: Atestado de vacinação ou documento equivalente, no
mês de maio, a partir do ano de 2000, dos filhos menores de 7 (sete) anos de idade;
comprovante de freqüência à escola nos meses de maio e novembro, a contar do
ano 2000, dos filhos com idade a partir de 7 anos; caso o trabalhador não atenda
alguns destes requisitos, o sindicato ou a empresa poderá suspender o pagamento
da quota; quando o segurado comprovar a vacinação, ainda que fora do prazo, lhe é
devido o pagamento das quotas relativas ao período suspenso. (Portaria nº 6.211,
de 25.05.2000).

2.2.3.7 Contribuição sindical:

A CLT – Consolidação das Leis do Trabalho, reservou todo seu


capítulo III, dos art. 578 e 610, para tratar da contribuição sindical.
Quanto ao trabalhador avulso convém esclarecer que:
65

- É responsabilidade do sindicato descontar a contribuição sindical


dos trabalhadores avulsos, sobre a produção percebida no mês de março, e recolher
até o último dia útil do mês de abril. (artigos 583, 586 § 3º).
- Se o trabalhador foi admitido no quadro de associados após o mês
de março e não tendo comprovado esta contribuição, o sindicato deve processar
este desconto e recolhimento. (art. 602, § único).
- As entidades sindicais são obrigadas a promover publicação de
editais concernentes ao recolhimento da contribuição sindical, durante 03 (três) dias
em jornal de circulação na base territorial. (art. 605).
- O valor da contribuição sindical é de 1/30 (um, trinta avos), ou seja,
o equivalente a um dia de trabalho. (art.582, “b”).
- Convém lembrar que se o trabalhador avulso no mês do desconto,
sua produção não atingir o salário mínimo, sua contribuição deve ser calculada com
base neste último.
- Além da obrigação legal, o sindicato ao realizar o recolhimento da
contribuição sindical estará também fortalecendo suas finanças, devido ao rateio
deste compulsório que é redistribuído da seguinte maneira:
5% - para a confederação correspondente;
15% - para a federação;
60% - para o sindicato;
20% - para a Conta Especial Emprego e Salário.
A partir do exercício de 2001, a Caixa Econômica Federal, exigiu
que as Guias de Recolhimento da Contribuição Sindical – GRCS fossem
reestilizadas com a inserção do Código de Barras personalizado pelo sindicato. Esta
providência dinamizou o processamento, agilizou o repasse em prol das partes
beneficiárias em tempo muito menor, além de poder ser quitada em casas lotéricas e
nas agências bancárias integrantes do sistema de compensação nacional.
Ressalte-se que consoante a Lei 6.986/82, em seu art. 7º eleva em
10 (dez) vezes os valores das multas estabelecidas no art. 600 da CLT. Assim, o
recolhimento em atraso sujeita o infrator à multa de 100% (cem) por cento do valor.
66

2.2.3.8 Auxílio-doença e acidente de trabalho

Com relação ao Auxílio-doença e Acidente de Trabalho do


Movimentador de mercadorias, é beneficiado conforme o DECRETO 3.048 pela
INSTRUÇÃO NORMATIVA INSS/PRES nº 11, (de 20 de setembro de 2006 – DOU
de 21/09/2006) no art. 199, p. 80, relata que:

§ 2º Será devido auxílio-doença, independentemente de carência, ao


segurado obrigatório e facultativo, quando sofrerem acidente de qualquer
natureza. §3º O direito ao benefício de auxílio-doença, inclusive o
decorrente de acidente do trabalho, deverá ser analisado com base na Data
do Afastamento do Trabalho-DAT ou na Data do Início da Incapacidade –
DII, conforme o caso observado: i) será considerada como DAT aquela em
que for fixado o início da incapacidade para os segurados, empregado
doméstico, trabalhador avulso, contribuinte individual, facultativo, segurado
especial e o desempregado. II) nas situações em que o benefício for
requerido após trinta dias contados da DTA ou da DII, conforme o caso, a
Data do Início do Pagamento DIP, será fixada na DER – Data de Entrada do
Requerimento.

Em caso de acidente de Trabalho, o trabalhador avulso procura a


Entidade sindical em 24 horas para o preenchimento da Comunicação de Acidente
de Trabalho – CAT. O mesmo é encaminhado ao hospital para o primeiro
atendimento e assinatura da mesma. Após a coleta de assinatura, o trabalhador é
encaminhado para a previdência social para o devido afastamento com os seguintes
documentos:
Em caso de Acidente de Trabalho ou Acidente de Percurso:
- CAT – assinada;
- cópia da Identidade;
- cópia do CPF;
- cópia da certidão de nascimento ou casamento do trabalhador;
- cópia da certidão de nascimento dos filhos menores de 14 anos;
- cópia da carteira de vacinação dos filhos menores de 07 anos;
- comprovante de residência(contrato de locação, luz ou água);
- Carteira de Trabalho e Previdência Social;
67

- relação de produção e cópia de ficha cadastral (fornecidos pelo


Sindicato).
Em caso de Auxílio-doença:
- Atestado médico de no mínimo 05 dias;
- Cópia da identidade;
- cópia do CPF;
- cópia da certidão de nascimento ou casamento do trabalhador;
- cópia da certidão de nascimento dos filhos menores de 14 anos;
- cópia da carteira de vacinação dos filhos menores de 07 anos;
- comprovante de residência(contrato de locação, luz ou água);
- Carteira de Trabalho e Previdência Social;
- relação de produção e cópia de ficha cadastral (fornecidos pelo
Sindicato);
- Requerimento por incapacidade (formulário do INSS que o
Sindicato perfaz);
- Ter no mínimo 12 contribuições no INSS.
Sabe-se, porém, que o associado movimentador de mercadorias
terá direito ao afastamento se o pedido for deferido pelo perito do INSS. Ele traz o
resultado da perícia e o sindicato arquiva na pasta dele. Só voltará às atividades
após receber alta do médico perito do INSS naquele afastamento.

2.2.3.9 Aposentadoria especial do trabalhador avulso

O benefício pode ser solicitado nas Agências da Previdência Social


mediante o cumprimento das exigências legais e a apresentação dos seguintes
documentos:
- Número de Identificação do Trabalhador – NIT (PIS / PASEP);
- Documento de Identificação (Carteira de Identidade e / ou Carteira
de Trabalho e Previdência Social);
- Cadastro de Pessoa Física – CPF;
68

- Carteira de Trabalho e Previdência Social ou outro documento que


promove o exercício de atividade e / ou tempo de contribuição para períodos
anteriores a julho de 1994;
- Certificado do Sindicato de Trabalhadores Avulsos ou do órgão
Gestor de Mão-de-obra;
- Laudo Técnico Pericial para todos os períodos de atividade
exercida em condições especiais a contar de 28/04/1995, exceto para ruído, que
deverá ser apresentado, inclusive, para períodos anteriores a 28/04/1995.
Formulários - Informações sobre Atividades Exercidas em Condições
Especiais:
- Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP;
- Procuração (se for o caso), acompanhada de documento de
identificação e CPF do procurador.
Exigências cumulativas para o recebimento deste tipo Benefício:
1 – Comprovação do tempo mínimo de trabalho, sujeito a condições
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, de 15, 20 ou 25 anos
conforme dispõe a Lei (art. 57 da Lei nº 8.213/91);
2 – Comprovação da carência, isto é, período mínimo de
contribuições mensais que corresponde: Para os segurados que começaram a
contribuir para Previdência Social a partir de 25/07/1991, 180 meses contribuições
mensais (inciso II, art.25 da Lei nº 8.213/91. Para os segurados que começaram a
contribuir para a Previdência Social antes de 25/07/1991, o número de meses
indicados na tabela progressiva de carência (art.142 da Lei nº 8.213/91 com redação
dada pela Lei nº 9.032/95).
Informações complementares:
O tempo de trabalho será considerado o de efetiva exposição aos
agentes nocivos conforme Laudo Pericial, descontados os períodos de exercício em
outras atividades dentro da(s) empresa(s). Os períodos de recebimento de auxílio-
doença ou de aposentadoria por invalidez não contam para carência nem são
consideradas como tempo de trabalho sob condições especiais, exceto os
acidentários.
Nota: Para sua maior comodidade apresentar contracheque / recibo
de pagamento apenas dos últimos 4(quatro) meses anteriores ao recebimento do
benefício.
69

Importante: Se exercer atividade em mais de uma categoria,


consulte a relação de documentos de cada categoria exercida, prepare a
documentação, verifique as exigências cumulativas e solicite o benefício nas
agências da Previdência Social. De acordo com o Decreto nº 4.079/2002, a partir de
01/07/1994 os dados constantes no Cadastro Nacional de Informações Sociais –
CNIS valem para todos os efeitos como prova de filiação à Previdência Social,
relação de emprego, tempo de serviço ou de contribuição e salários-de-contribuição,
podendo, em caso de dúvida, ser exigida pelo INSS a apresentação dos
documentos que serviram de base à anotação, sendo que poderá ser solicitado, a
qualquer momento, a inclusão, exclusão ou retificação das informações constantes
do CNIS com a apresentação de documentos comprobatórios dos dados
divergentes, conforme critérios definidos pelo INSS.

2.2.3.10 Isenção de imposto sobre serviço de qualquer natureza

O serviço prestado por trabalhador avulso é isento de ISSQN


conforme dispõe o art. 2º do inciso II da Lei Complementar nº 116 de 31 de julho de
2003.

2.2.3.11 Salário de contribuição

Rendimentos pagos, devidos ou creditados, a qualquer título durante


o mês, em uma ou mais empresas, inclusive os ganhos habituais sob a forma de
utilidades, as gorjetas e os decorrentes de regime salarial (Lei 8.212/91, art. 28,
inciso I).
70

2.2.3.12 Benefícios previdenciários

Todos os benefícios aos beneficiários do RGPS inclusive, salário-


família, salário-maternidade e benefícios acidentários.

2.2.3.13 Fundamentação legal para consulta sobre o trabalhador avulso

Tabela 18 – Fundamentação Legal


ATO OFICIAL Nº DATA ARTIGO
LEI 8.212 24/07/91 12,VI:20
LEI 8.213 24/07/91
LEI 8.630 25/02/93
LEI 2.196 01/04/54
LEI 5.385 16/02/68
LEI 5.480 10/08/68 4º
OS/INSS/DSS 590 18/12/97 ITEM 6
LEI 608 05/01/49 3º
OS/INSS/DAF 139 31/05/96 1,1.”b”;31,”a”
OS/INSS/DAF 151 30/12/96
DECRETO 1.886 29/04/96
DECRETO 2.172 05/03/97 6º,VI
DECRETO 2.173 05/03/97 10,IV
ON/SPS 08 21/03/97 5,”f”
PORTARIA 3.107 07/04/71
PORTARIA 3.176 17/06/87
PORTARIA 3.204 18/08/88
Fonte: site: http://www.trabalhadoravulso.com.br/avulsos.htm

2.3 DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL

No início, o Sindicato funcionava em locais junto a outras entidades.


Com o passar dos anos e com a participação decisiva dos trabalhadores, adquiriram
a sede na Rua Osvaldo Cruz, 126 com aproximadamente 96 metros quadrados de
área construída. O espaço tornou-se pequeno devido ao aumento do quadro de
associados e o número de empresas que intermediava mão-de-obra, foi adquirida
então, a atual sede administrativa, localizado na Rua Martinho Lutero, 1111E –
Bairro São Cristóvão-Chapecó/SC, a sede possui 400 metros quadrados de área
71

construída, onde é realizado todo trabalho administrativo. Dispõe de sala da


presidência, salas para as atividades dos setores burocrático – equipadas com
computadores, telefone, câmeras de segurança, impressora e móveis, tudo para
desenvolver um bom trabalho; sala de reunião/curso/integração no pavimento
superior. O térreo é utilizado para promoção de rodízio diário dos trabalhadores
associados; ali existe toda infra estrutura para atender adequadamente os
movimentadores. Seu administrativo conta com 07 (sete) funcionários, sendo: uma
secretária, uma zeladora, três administrativo, um recursos humanos e um
conferente. Tem uma diretoria composta por 18 membros associados, sendo:
Presidente, Vice-presidente, Secretário, Segundo-secretário, Tesoureiro, Segundo-
Tesoureiro, Suplentes da Diretoria, Conselho Fiscal Efetivo, Conselho Fiscal
Suplentes. O quadro de funcionários no administrativo é bastante enxuto, mesmo
assim possui eficiência e eficácia pois conta também com auxílio da diretoria e os
fiscais das empresas que são associados, para a execução dos trabalhos.
Sua economia é controlada, e mantem-se no mercado com boas
aplicações em veículos(para fazer serviços bancário, cobrança, entrega de
documentação e transportar associados ao local de serviços), moto, equipamento de
informática, saldo bancário, telefone/fax, voip. Com programador terceirizado,
possuindo tecnologia nos trabalhos realizados 100% informatizados, com fácil
acesso e profissionais treinados, com progama próprio de admissão e desligamento
do associado, encargos trabalhistas e previdenciários, planilha de
produção/pagamento, contribuição sindical dos associados, no Sistema MS DOS,
totalmente seguro e livre de vírus. Possui um soft de contribuição sindical, negocial e
assistencial aos funcionários das empresas na categoria; destaca-se no ranking dos
negócios, assistência aos trabalhadores sempre foi o objetivo da Entidade. Possui
um circuito interno de vigilância 24 horas para maior segurança dos diretores,
funcionários e associados. Para atender adequadamente os trabalhadores, a
Entidade tem dezenas de convênios firmados com médicos profissionais de todas
as áreas, laboratórios, clínicas, farmácias e empresas de consertos de
bicicletas(pois é o meio de transporte muito usado pelos trabalhadores avulsos).
Além do curso de informática completo para 120 associados e seus familiares,
sendo 2 horas/aula/semana cada, gratuitamente. Tem nome no mercado por liderar
sua área e não possui concorrentes à nível. Existe somente este Sindicato nesta
categoria na base. Conta com apoio e auxílio do Ministério Público e Ministério do
72

Trabalho na execução das leis e normas a serem aplicadas com auxílio de


advogados. As empresas nas quais fazem intermediação de mão-de-obra com
associados movimentadores de mercadorias seguem as normas dos Ministérios e os
trabalhos são realizados. Possui em cada empresa um representante que a entidade
o chama de fiscal; este profissional associado à categoria, responsabiliza-se pela
solicitação do pessoal e controla os serviços realizados diariamente com os valores
a serem repassados aos trabalhadores, que recebem quinzenalmente. O Sindicato
dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadoias em Geral de Chapecó/SC tem
sua clientela formada com empresas idôneas, formando uma grande parceria. A
administração é excelente, bem informatizado, equipe de trabalho treinada e
qualificada; o campo de trabalho é imenso e legalizado dentro da categoria e tem
muito espaço para conquistar. Possui a responsabilidade e a competência de
associar o trabalhador, sendo que ele trabalha por produtividade, com direitos
trabalhistas e previdenciários, fazendo seu próprio salário. Elabora Convenção
Coletiva de Trabalho com Sindicatos Patronais do Comércio e Transporte, e
Indústria da Carne para garantir os direitos trabalhistas dos funcionários da
categoria, onde presta assistência e homologa os Termos de Resciões de Contrato
de Trabalho desses trabalhadores, além de elaborar Acordo Coletivo de Trabalho
com as empresas tomadoras dos serviços para garantir os direitos dos
trabalhadores avulsos movimentadores de mercadorias que são associados à esta
Entidade. Tem capacidade de administrar não somente 57 empresas no ramo, mas
100 empresas com bons serviços.
A Entidade negocia com as empresas tomadoras de serviços valores
a serem praticados no decorrer do período de doze meses e os proventos dos
trabalhadores/associados são por produção, Pratica os melhores preços dentro das
empresas acordadas com bom trabalho e satisfação das empresas tomadoras dos
serviços, pois elas não se preocupam com problemas rotineiros, nem com vínculo
empregatício com o trabalhador; ele é associado e não funcionário da Entidade e faz
com eficiência e eficácia suas tarefas, além de garantir seus direitos trabalhistas e
previdenciários. Praticam preços justos nos serviços realizados, com pagamento por
hora, tonelagem ou diária, além da realização das tarefas com rapidez,
responsabilidade e confiança, tendo o poder de negociação e habilidade de
comunicação, além do plano de política interna e externa da categoria atingindo o
máximo de empresas no ramo de mão-de-obra do trabalhador avulso movimentador
73

de mercadorias, em diferentes formas de lidar com as pessoas, desde os não


alfabetizados até aos altos executivos.
O Presidente da Entidade negocia com as empresas tomadoras de
serviços os valores a serem praticados pelos serviços no decorrer do período de
doze meses que chamado de Acordo Coletivo de Trabalho e os proventos pagos
aos associados é pela produção que o mesmo fez, e negocia Convenções Coletivas
e Acordos Coletivos de Trabalho, para assegurar direitos aos movimentadores de
mercadorias com vínculo empregatício para mais de dois mil trabalhadores e
trabalhadores avulso. Destaca-se a sensibilidade dos empregadores nas
negociações, sem a qual não existiria o entendimento. O Sindicato está ligado à
Federação dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias em Geral e
Auxiliares de Administração de Armazéns Gerais Similares, Conexos e
Assemelhados do Estado de Santa Catarina, onde é também administrada pelo
presidente desta Entidade, dando suporte para o cumprimento das Normas e Leis.
Trabalha hoje com aproximadamente com 250 associados, pode
ampliar seu quadro para 300 associados e negociar a intermediação de mão-de-
obra com mais 50 empresas e prestar um bom trabalho. Possui uma unidade sub-
sede da Entidade que está bem localizada dentro da base, no município, com boa
estrutura, pessoa qualificada que presta atendimento às pessoas que pedem
informações.
Suas Etnias e costumes – a Entidade não exige nível de cultura,
nem experiência no ramo de movimentador de mercadorias para associar
trabalhadores. Dá oportunidade para quem queira trabalhar e ganhar seu dinheiro
honestamente com os direitos trabalhistas e previdenciários. Inclusive dá
oportunidade para quem está cumprindo pena com processo judiciário, para se
reabilitar profissionalmente; trabalha durante o dia na Entidade e pernoita na
penitenciária. Não discrimina ninguém, pelo contrário, devolve ao ser humano a
dignidade e a oportunidade de viver na sociedade e se reintegrar. Seu quadro de
associados variam de raça, costumes e credo. Estes trabalhadores passam pela
integração e treinamento no Sindicato e seguem as normas estabelecidas pelo
Estatuto da Entidade. Muitos destes trabalhadores procuram a Entidade por não
possuir profissão, por não ter vaga na sua profissão, ou porque migram de outras
cidades e Estados - não conhecem a cidade e precisam sustentar suas famílias.
Sua imagem é excelente perante as empresas e a sociedade por dar oportunidade
74

de trabalho aos menos favorecidos e sem formação profissional, ou mesmo pessoas


que não conseguem exercer suas profissões. A Entidade dá curso, treinamento,
integração e associa o trabalhador para ganhar honestamente seu dinheiro. A
Entidade possui uma boa posição na sociedade e nome respeitado junto às
autoridades do município, do Estado e do país. Os resultados são significativos com
bom diferencial, o ser humano é valorizado. A empresa satisfeita com bons serviços
prestados e a Entidade tem liderança participativa e forte, onde todos tem voz e vez
procurando buscar sempre os trabalhadores sindicalizados.
Lamentavelmente falta responsabilidade por parte de alguns
trabalhadores associados em não comparecer para trabalhar por não possuirem
vínculo empregatício, por fazer seu próprio horário e salário, deixando a Entidade
sem recursos humanos disponíveis para suprir as necessidades das empresas. As
empresas optam pelo serviço do movimentador pela redução dos custos, garantia
de trabalho bem feito e sem vínculo empregatício, mas o maior problema do
Sindicato é a grande rotatividade de associados, afetando sua imagem. Devido a
rotatividade de associados, deixa de prestar serviços às empresas que não estão
acordadas, que não possui Acordo Coletivo de Trabalho e os trabalhadores
informais infiltram-se na atividade. Pois as empresas que pegam trabalhadores nas
ruas, na informalidade; pessoas que montam cooperativas de trabalho e não
recolhem encargos, previdenciários e trabalhistas, também não pagam corretamente
os trabalhadores. Até é entendível que algumas empresas que procuram os serviços
dos movimentadores de mercadorias, muitas vezes não conseguem por faltar
associados na categoria e usam trabalhadores informais não associados (chapas de
rua) por não encontrar saída, pois a Entidade não dispõe de trabalhadores
sindicalizados suficiente para suprir tais necessidades na realização das tarefas; a
entrada e a saída de trabalhadores na Entidade é incessante. Com isso, a Entidade
deixa de ganhar a taxa de administração e de garantir os direitos do trabalhador, já
que luta por esta classe.
75

3 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

3.1 PROPOSTA 1:

3.1.1 Qualificação dos Associados Afastados pelo INSS

A Entidade fornecerá aos associados cursos através do Programa


de Amparo do Trabalhador, quando os mesmos se afastarem da entidade por
acidente de trabalho ou auxilio-doença, para tratamento de saúde no INSS. Por
exemplo, ele faça cursos e assim que for liberado pelo perito do INSS e retornar ao
trabalho seu corpo não lhe dê mais condições de trabalhar como movimentador de
mercadorias por ser um serviço braçal, ele tenha outros meios de sustentar sua
família ingressando no mercado em outro ramo de atividade com qualificação. Além
de manter uma integração maior entre associado e Entidade.

3.2 PROPOSTA 2:

3.2.1 Aumento do Quadro de Associados do SITRAMMEC

Para aumentar o quadro de novos associados será oferecido aos


associados que hoje estão trabalhando, o valor de uma cesta básica de R$ 25,00
(vinte e cinco reais) em forma de vale mercado como gratificação por cada
associado novo que trouxer para a entidade e os mesmos permanecerem
76

trabalhando por 60 (sessenta) dias.

3.3 PROPOSTA 3:

3.3.1 Permanência do Associado no SITRAMMEC

Para diminuir a rotatividade de pessoal associado, incentivando a


permanência dos que estão trabalhando, será oferecido uma bonificação ou prêmio
de gratificação, sobre a produção atingida no mês trabalhado. Quem a partir de 1º
de janeiro de 2008, atingir 1,6 SM (um ponto seis salários mínimos) por mês,
durante 08 (oito) meses consecutivos, receberá uma bicicleta: aro 26, 18 marchas,
freio cantilever, quadro aço carbono, pintura metálica, nova.
Lembrando, porém, que será computado a partir do dia 26 de cada
mês, porque o mês na Entidade encerra dia 25. Exemplo: se um trabalhador entrar
dia 20/01/2008, a produção dele começa a ser computada dia 26/01/2008, e assim
sucessivamente.
E a partir do momento que for interrompida a média de produção,
será reiniciada a contagem dos meses, não usando o sistema cumulativo.
No caso do desligamento do quadro de associado antes do término
prescrito neste projeto perderá o direito a bonificação ou prêmio de gratificação.
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4 CONCLUSÃO

Concluí que a alta rotatividade de pessoal ou turnover (em qualquer


área) é extremamente prejudicial à entidade, porque implica em custos “invisíveis”
no curto, médio e longo prazo, deixando de intermediar mão-de-obra para mais
empresas.
A redução da rotatividade de pessoal, depende da cultura
organizacional de cada organização. Leva-se em conta o desinteresse de alguns
trabalhadores em trabalhar na formalidade com os direitos garantidos ao invés do
imediatismo, trabalha hoje e recebe no final do dia. Pode assim a entidade sofrer
perdas irreparáveis e denegrir a imagem perante a sociedade.
É inacreditável que alguns trabalhadores pensem que CTPS não
tem validade, não é importante. Pessoas ignorantes pensam pequeno, já pessoas
grandes e importantes pensam em progredir, em garantir seus direitos e seu futuro.
O trabalhador avulso, movimentador de mercadoria trabalha com
todos os direitos trabalhistas e previdenciários garantidos – férias, décimo terceiro
salário, INSS, FGTS, PIS, salário família, auxílio-doença e auxílio acidentário
(quando ocorre acidente de trabalho ou acidente de percurso). É associado à uma
Entidade Sindical, ganha conforme trabalha, é valorizado como trabalhador.
Lamentavelmente no Brasil os encargos sobre o trabalhador são
muito altos. Vejam por exemplo, os encargos sobre o trabalho do avulso, incidem
aproximadamente em 107% (cento e sete por cento), isso depende da taxa de
administração negociada com a empresa. Pode-se perceber o porquê de algumas
empresas não possuem funcionários para realizar as tarefas de carga e descarga,
não negocia a intermediação da mão-de-obra com o sindicato e para realizar tais
tarefas pega trabalhadores informais, sem documento algum.
78

Outro dado importante que concluí é que o trabalhador avulso


movimentador de mercadoria vai à empresa prestar serviço, através da
intermediação de mão-de-obra do sindicato, é observado pelo encarregado da
empresa, e na primeira oportunidade de aumentar o quadro de funcionários daquela
empresa, ele é convidado a trabalhar como funcionário dentro da empresa. Se
aceitar, ele pede baixa na CTPS no sindicato e entra como funcionário na função de
movimentador de mercadoria. Quer dizer, é uma porta que está se abrindo para o
trabalhador, onde a maioria não possui profissão.
79

REFERÊNCIAS

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Horizonte: Del Rey, 2001.

BATALHA, Wilson de Souza Campos; BATALHA, Sílvia Marina Campos. Sindicato


Sindicalismo. 2.ed. São Paulo: LTR, 1994.

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Acesso em: 15 set. 2007.

CARRION, Valentin. Comentários à Consolidação das leis do Trabalho:


Legislação complementar e jurisprudência. 28.Ed. São Paulo: Saraiva, 1999.

CHIAVENATO, Adalberto. Planejamento, recrutamento e seleção de pessoal:


Como agregar talentos à empresa.São Paulo: Atlas, 1999. Disponível em:
http://pt..wikipedia.org/wiki/provis%c3%a3o_de_recursos_humanos. Acesso em: 26
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______. Recursos humanos. 7.ed. São Paulo: Atlas, 2002.

COSTA, Armando Casimiro. FERRARI, Irany. MARTINS, Melchíades


Rodrigues.Consolidação das Leis do Trabalho. 33.ed. São Paulo:CLT-LTR, 2006.

INSTRUÇÃO NORMATIVA INSS/PRES nº 11/2006. Disponível em:


http://www81.dataprev.gov.br/sislex/paginas/inss-pres/2006/11.htm. Acesso em 02
set.2007.
80

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______. Quem são os movimentadores de mercadorias. 2003.

______. Vantagens ao trabalhador associado. 2003.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. CBO: Classificação Brasileira de


Ocupações. Disponível em: www.mte.gov.br. Acesso em 26 set.2007.

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MOBLEY, William H. Turnover: Causas, conseqüências e controle. Traduzido por


Vânia Conde. 1.ed. Porto Alegre: Ortiz, 1992.

NOTA TÉCNICA. Mercado de Trabalho e Rendimento no Brasil em 2006.


DIEESE. Set, 2007.

OLIVEIRA, Thais Fátima R. Rotatividade de Pessoal – Turnover. Disponível em:


http://www.administradores.com.br/membros.jrp?pagina=membros_espaco_aberto_c
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SEST / SENAT. Apostila Carregador de veículos terrestres.

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sindicalismo no Brasil. Disponível em:
http://www.zemoleza.com.br/trabalho_ver.asp?codTrabalho=12897&carreira=12.
Acesso em: 13 ago.2007.

TRABALHADOR AVULSO. Disponível em:


http://www.trabalhoavulso.com.br/avulsos.htm. Acesso em: 28 ago. 2007.
81

APÊNDICE
82

APÊNDICE A – QUESTIOÁRIO

6.1 QUESTIONÁRIO SAÍDA ASSOCIADOS DO SITRAMMEC:

6.1.1 Idade do associado

6.1.2 Grau de instrução do associado

6.1.3 Estado Civil do associado

6.1.4 Quantidade de filhos dos associados


Tem filhos? ( ) Sim ( ) Não
Quantos ( ) 1,2 ( ) 2,3 ( ) + de 3
Estudam ( ) Sim ( ) Não

6.1.5 Recebe algum tipo de auxílio do governo? ( ) Sim ( ) Não


Qual: _______ Valor: ____________

6.1.6 Qual o motivo de escolher o SITRAMMEC para trabalhar?

6.1.7 Renda familiar


Como movimentador de mercadorias:
( ) Aproximadamente 1 SM
( ) Aproximadamente 2 SM
( ) Mais de 2 SM

6.1.8 Tem algum tipo de profissão?


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6.1.9 Motivo da saída:


( ) Mudança de endereço
( ) Vai exercer sua profissão
( ) Arrumou emprego em empresa
( ) Não gostou do trabalho
( ) Baixa remuneração
( ) Outros

6.1.10 O que não gostou no SITRAMMEC e como gostaria que fosse.

6.2 QUESTIONÁRIO PARA TRABALHADOR AVULSO:

6.2.1 Idade

6.2.2 Sexo

6.2.3 Grau de instrução

6.2.4 Tem filhos? ( ) Sim ( ) Não


Quantos ( ) 1,2 ( ) 2,3 ( ) + de 3
Idade_________ Estudam ( ) Sim ( ) Não

6.2.5 Que tipo de trabalho informal realiza? E quantas h/dia de trabalho.

6.2.6 Como é remunerado / mês?


( ) menos de 1 SM
( ) 1 a 2 SM
( ) 2 a 4 SM
( ) + de 4 SM

6.2.7 Qual sua profissão?


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6.2.8 Gostaria de ser sindicalizado?

6.2.9 Recolhe INSS – contribuição social como autônomo?

6.2.10 Como você vê o mercado de trabalho?

6.3 QUESTIONÁRIO PARA EMPRESA:

6.3.1 Quais as vantagens de trabalhar com o trabalhador avulso movimentador de


mercadorias?

6.3.2 Quais as desvantagens do trabalhador avulso sindicalizado?

6.3.3 Houve redução ou aumento de custos utilizando o trabalho avulso


sindicalizado? Por que.

6.3.4 Como você avalia o trabalho do movimentador de mercadorias?

6.3.5 Como você vê o trabalho do SITRAMMEC junto à sociedade?

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