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Letras para Cantar

Teatro Nacional D. Maria II 2008 // ”Fungagá MP3” - Letras para Cantar 02

Letras para cantar

Quem não se lembra da Joana que não comia a papa ou da bola do Manel? Quem nunca cantou o "Fungagá da
Bicharada"? Com estas canções aprendemos que "Fazer Uma Canção é Fácil" e muito mais: decorámos "As Cores",
"As Letras" e "Os Números", deliciámo-nos com histórias tão rocambolescas quanto as da "Vaca Arnestina Maçaroca"
ou as do "Galo Badalo, Galinha Balbina, Pinto Jacinto e Peru Glu-Glu", e seguimos as aventuras e desventuras da
"Ovelha Papuça" ou da "Gazela Franjolas", sempre cantando e sorrindo, ganhando novos amigos e imaginando
mundos sem fim. Joana Joana Maria cresceu e quer ser independente, mas sempre sem abandonar a sua vocação
para a música. O som, agora, sai de um MP3 e os temas são influenciados pelo rock ou hip-hop. E agora é a altura
de recordarmos, e de voltarmos a ensinar o que nos soube tão bem aprender.
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Palhafonço

REFRÃO

Sou Palhafonço,
O palhaço mais amigalhaço
Que há desde o Terreiro do Paço
Até Vila Franca de Troca o Passo!

Tenho um chapéu engraçado


Sem fundo e com uma flor,
E quando chove um bocado
Nem é preciso regador!

REFRÃO

Tenho uma barba que pica


E um nariz abatatado
Que, como sou do Benfica,
Até já está encarnado!

REFRÃO

Tenho um casaco grandinho,


Um casaco casacão
Que é para caber, com jeitinho,
Eu e mais o meu irmão!

REFRÃO

Tenho umas calças pantalonas


Que me dão um trabalho
Como são muito grandalhonas
Às vezes caem no chão!

REFRÃO

Tenho um sapatinho fino


Que vai daqui até ali;
Parece mesmo um submarino
Ou que ando sempre de esqui!

REFRÃO
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Fungagá

REFRÃO
É o Fungagá
Fungagá da Bicharada
Lá lá lá lá-lá
Lá lá lá lá lá lá-lá

Vamos falar de animais


E de como eles são,
Do periquito,
Do gato e do cão…
E outros mais
Também virão…
Talvez uma girafa,
Um macaco ou um leão.

REFRÃO

Vamos todos aprender


Como vive a bicharada:
O que é um cardume
E uma manada.
E vamos ver,
Não tarda nada,
Quem é que afinal
Tem a voz bem afinada.

REFRÃO

Vamos também descobrir


Uns amigos bestiais,
Bem diferentes dos habituais.
E vamos rir
Até não poder mais
Com as palhaçadas
Dos amigos animais.

É o Fungagá,
Fungagá da Bicharada.
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Os Recordes do Chico
Macarronete
O Chico Macarronete, Armou-se em paraquedista
De ceroulas e colete, Mas foi só fogo de vista:
Teve uma ideia original: Caiu da cadeira abaixo.
Bater recordes do mundo, Mas então, para compensar,
Mas sem saber lá no fundo Foi o primeiro a dançar
Bem para quê afinal. C'o pé enfiado num tacho.

Para embasbacar o pagode Também quis ser o primeiro a ter frascos com
Deixou crescer um bigode nevoeiro
Que chega co'as pontas ao chão. E lá encheu uma panelinha;
E como se não fosse bastante Só que agora anda a treinar
'inda arranjou um turbante Para conseguir guardar
que parece um caramanchão. Sol dentro de uma caixinha.

Um gelado de serradura Faz três anos por palavra


Com quatro metros de altura E todos da sua lavra,
Não o empatou nem empata. Com o maior à-vontade.
E pr'ó record ser recordão Quando chega ao disparate
'inda aviou um camião Também já ninguém o bate:
com pastelinhos de nata. É a sua especialidade.

Fabricou num instante Que bata recordes vá lá,


Uma caneta gigante Mal nisso não haverá
Com um candeeiro da rua. Assim à primeira vista.
E p'ra bater o record Mas tem que ter mais cuidado
Arranjou outra maior Para não ficar registado
Dependurada numa grua. Como o Burro recordista!

Com luvas de boxe a valer


Anda a tentar aprender
A passajar um lençol.
E apanha bolas de sabão
Armado de um boião,
Cana de pesca e anzol.

Para ter um record que preste


Foi escalar o Everest
Usando uma trotineta.
E p'ra melhor visitar
As profundezas do mar:
Mergulhou de bicibleta.
É a sua especialidade.
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A Charanga do Zé

REFRÃO
Vamos cantar, olaré!
Com a nossa Charanga,
A Charanga do Zé!

Temos o André Fininho,


Espinafre ou esparguete,
Que canta um bocadinho
Com uma voz de falsete.

REFRÃO

Temos a Rita Fofinha


Sempre pronta na risota,
Que para andar bem na linha
Faz pino e dá cambalhota.

REFRÃO

Temos a mãe muito quica


Que se farta de aturar
Esta gentinha que fica
Doida de tanto brincar.

REFRÃO

Temos o pai Caçarola


Que, dia sim, dia não,
Ora anda meio pachola,
Ora anda meio resmungão.

REFRÃO

E temos, além disso,


Muito mais que está para vir:
Batatinhas com chouriço,
Coisas para cantar e rir.

REFRÃO
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O Baile dos Hipopótamos


Grã-Finos
Meia de seda, Salta o verniz
Sapatinho fino Mais o pó de arroz,
De plimento, Cai a cabeleira,
Abas de grilo, Rebenta o sapato
Punho de renda, E fica o pezinho
Tudo a estrear Que ao dançar
Para neste baile dançar. Faz toda a festa abanar.

Meia de vidro, Estremece a parede,


Vestido chique Racha o sobrado,
Até aos pés, Treme o salão,
Cabelo enrolado, Abana o lustre,
Cara pintada, Cai o candeeiro
Brinco a brilhar Como é de esperar
Para neste baile dançar. Com esta gentinha a dançar.

REFRÃO REFRÃO
Baile tão selecto
Como este eu nunca vi:
Hipopótamos grã-finos
Do melhor que há por aí
… tão jeitosos!

Bigode aparado,
Careca escondida
Ou disfarçada,
Sorriso malandro,
E patorra pronta
Logo a esmagar
Quem for com ele dançar.

Unha pintada,
Pés apertados,
Calo a doer,
Dentinho branco,
Sorriso rasgado
De par em par
Para neste baile brilhar.

REFRÃO
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Olha a Bola Manel

O Manel tinha uma bola


Que rolava pelo chão.
Na calçada ela rebola,
Deu-lhe uma dentada um cão.

REFRÃO
Olha a bola, Manel,
Olha a bola, Manel;
Foi-se embora, fugiu.
Olha a bola, Manel,
Olha a bola, Manel;
Nunca mais ninguém a viu.

O Manel tinha uma bola,


Mas, por falta de atenção,
Lá deixou ele ir a bola
Presa nos dentes de um cão.

REFRÃO

O Manel tinha uma bola,


Mas agora não tem não,
E a gente, a ver se o consola,
Vai cantar-lhe esta canção.

REFRÃO
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Super Mioleira
(O Computador Maravilha)
Anacleto Parafuso
É mesmo um grande inventor.
Foi para a Aldeia de Juzo
E montou um computador.

Chamam-lhe o Super Mioleira,


Super tudo, o melhor.
Só que quando sai asneira
Nunca vi coisa pior.

REFRÃO
É o Super Mioleira,
Computador maravilha.
Tem esperteza de mangueira,
Tem miolos, mas de ervilha.

Perguntaram-lhe uma vez


Quantos dias tem o ano;
E ele respondeu:
Tem três e eu cá nunca me engano.

E quantos são cinco mais cinco,


Respondeu num momento:
Volto sempre as calças sem vinco
E um burro é um jumento

REFRÃO

A conta mais complicada


Nunca lhe causava espanto.
Respondia de rajada:
É metade mais outro tanto.

E se alguém lhe perguntasse


O tempo que vai fazer,
Não tardava que explicasse:
Fará sol se não chover.

REFRÃO

O Anacleto, coitado,
Com todo este disparate,
Ainda fica avariado
Se não houver quem o trate.

Para descalçar com rigor


Este grande par de botas,
Devia pôr o computador
Mas é a fazer compotas.
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João Pestana

REFRÃO
Já lá vem o João Pestana,
Pé ante pé,
Voz que não engana.
Vem de longe, já muito cansado,
Pobre João, coitado.

Faz óó, menino também,


Faz óó, que o sonho já vem.

Cai a noite e o vento lá fora


Assobia forte,
Não se vai embora,
Conta histórias
- um nunca acabar
de coisas de encantar.

E o vento não sopra só,


Também traz ao menino o óó.

Devagar, muito de mansinho,


Levando o bebé
A pegar no soninho.
Já lá vem o João Pestana
Voz que não engana.

E o João sabendo o que faz,


Vê o menino adormecer em paz.
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A Cidade do Penteado

REFRÃO
Vamos lá imaginar
A Cidade do Penteado,
Onde as casas, para variar,
Têm cabelo e não telhado.

Na Rua da Charamusca,
Mesmo junto do passeio,
Fica uma casa patusca:
A Casa do Risco ao Meio.

No Largo Pinto Calçudo,


Mesmo em frente do mercado,
Há um prédio barrigudo:
O Prédio do Risco do Lado.

REFRÃO

No Beco Sarapintado
Há uma casa escondidinha
Com o telhado cortado
Mesmo rente, à escovinha.

Logo a seguir na travessa


Do Jardim dos Girassóis
Há um prédio com a cabeça
Cheiinha de caracóis.

REFRÃO

Na Praça do Nabo Cozido


A Casa das Três Chaminés
Usa o cabelo tão comprido
Que quase lhe chega aos pés.

E na Avenida Maria
- coisa levada da breca -
a casa da minha tia
tem o telhado careca.

REFRÃO
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Angel Trombas,
El Paquidermito,
O Elefante Toureiro
Quando ele pisa
A arena de qualquer praça
Treme tudo, treme tudo
Sim senhor:
Pois qualquer
Que seja a coisa que faça,
Tem um peso
Que abana tudo em redor.

Angel Trombas,
El Paquidermito,
É o elefante
Mais toureiro que já vi;
Quando dá
Três passos para diante,
O touro dá
Sete passos para trás de si!
Y olé!

Quando ele pega


No capote com salero,
Fica a gente, fica a gente
Entusiasmada.
E, a seguir,
Manda vir o pimentero
Para a sorte
Ficar mesmo bem temperada.

Angel Trombas,
El Paquidermito,
É um toureiro
Como nunca vi nenhum;
Também se
Serve do pimenteiro
E consegue
Nunca dar um "atchum".
E atchum!
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Sandro Caracolinho,
O Cantor da Moda
REFRÃO
É o Sandro Caracolinho
De permanente e lacinho
O grande cantor da moda!

Todo ele é um folhareco


Com o rabinho a dar a dar;
Parece um pato marreco
Ou um espanador do pó a dançar, a dançar, a dançar.

REFRÃO

Usa perfume do bom


Numa pose piramidal,
Talvez por ser de bom tom,
Talvez porque os pés lhe cheirem mal, cheirem mal, cheirem mal.

REFRÃO

Usa pulseira e anel,


Que lhe ficam a matar,
E brilhantina a granel
Para as festas abrilhantar.

REFRÃO

Para mostrar a toda a gente


Que também sabe estrangeiro,
Diz "Oh! Yé!" frequentemente
E fala muito em brasileiro, brasileiro, brasileiro.

REFRÃO

É um espanto, uma brasa,


O Caracolinho cantor;
Deixa sempre a voz em casa
Quem canta é o gravador, gravador, gravador.

REFRÃO
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Capitoli Banholata
Di Salsifré
REFRÃO
Sou o Capitoli Banholata di Salsifré!
Ah! Ah! Ah! Ah!
Eh! Eh! Eh! Eh!

Sou capaz de vender tudo


O que tiver e não tiver:
Um microfone a um mudo,
E um cachimbo a uma mulher.
Sou capaz de vender tudo
O que tiver e não tiver.

REFRÃO

Vender é coisa que faço


Sem olhar a quaisquer meios:
Já vendi o Terreiro do Paço
E dois autocarros cheios.
Vender é coisa que faço
Sem olhar a quaisquer meios.

REFRÃO

É grande a negociata
E muita gente aldrabada:
Só que há muita patarata
Que ainda não deu por nada.
É grande a negociata
E muita a gente aldrabada.

REFRÃO
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A Gazela Franjolas

A gazela Franjolas
Dançava,
Leve
Como a folha no ar.

E os amigos com ela


Dançavam
Como os barcos
Baloiçando no mar.

La, la, la, la, la, la, la, la


La, la, ra, la…

A gazela Franjolas
Saltava,
Na erva
Bem verde do prado.

E os amigos
Com ela saltavam
Brincando na erva
Ao seu lado.

La, la, la, la, la, la, la, la


La, la, ra, la…

A gazela Franjolas
Dançava,
Alegre
Como o sol a amanhecer.

E os amigos
Com ela dançavam,
Rindo
Como o dia
A nascer.

La, la, la, la, la, la, la, la


La, la, ra, la…
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D. Fulgêncio De Alcatrava,
O Espad'atchim
REFRÃO
D. Fulgêncio de Alcatrava
Era mais que um espadachim:
Sempre que se constipava
Tornava-se um espad'atchim!

Tinha um chapéu emplumado


E uma capa largueirona,
Botas apertando um bocado
E uma espada matulona.
Também usava um cachecol
Por causa da constipação,
Um lenço que era quase um lençol
E pingos num garrafão.

REFRÃO

Tinha aventuras de pasmar


E um rol de façanhas sem fim.
Mas antes de atacar
Gritava sempre: atchim!
Os adversários coitados
Ficavam numa aflição:
Ou tremiam assustados
Ou se enfiavam pelo chão.

REFRÃO

Espirrava com grande estrondo


E espadeirava no ar;
Mas, vendo bem, lá no fundo,
Nem moscas chegava a matar.
Não era nada um bom rapaz
- daqueles com quem embirro -,
queria ser um ferrabrás,
mas era só um ferra-espirro!

REFRÃO
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A Vaca Arnestina Maçaroca

Estava um belo dia REFRÃO


P'ra se passear,
E a vaca Arnestina Com umas unhas tão grandes,
No campo a pastar, De cada vez que as pinta
Chegou-se um senhor São logo precisas
Que lhe disse assim:; Três latas de tinta.
Ó vaca Arnestina, E p'ra lavar os dentes,
Queres filmar p'ra mim? Que são dum tamanhão,
É preciso uma escova
REFRÃO De esfregar o chão.

Arnestina Maçaroca, REFRÃO


Estrela de cinema,
Tornou-se vaidosa Mas que grande estrela,
- é mesmo uma pena. A vaca Arnestina,
Que a Terra ao pé dela
Filmes pr'ó cinema É mesmo pequenina.
E pr'á televisão, Anda tão inchada
A vaca Arnestina E tão importante,
Fez um figurão. Que quase já nem cabe
E já se dá ares Num ecrã gigante.
De Senhora Dona,
A vaca Arnestina REFRÃO
Está uma toleirona.

REFRÃO

Cheia de pó d'arroz,
A cara tão pintada,
É mesmo uma bolacha
Toda enfarinhada.
Usa umas pestanas
Grandes que eu sei lá,
Que parecem os pelos de um piaçá.
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Joana Come a Papa

REFRÃO
Come a papa, Joana come a papa,
Come a papa, Joana come a papa,
Joana come a papa.

Um, dois, três, uma colher de cada vez.


Quatro, cinco, seis era uma história de reis
E uma colher de papa.

REFRÃO

Sete, oito, nove, ainda nada se resolve.


Dez, onze, doze, à espera que a mosca pouse
E uma colher de papa.

REFRÃO

Treze, quatorze e meia, a coisa não está feia.


Dezasseis, dezassete, mais um pingo no babete
E uma colher de papa.

REFRÃO
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A Dieta do Porco Toneladas

REFRÃO
O Porco Toneladas
Só comia saladas
Bem temperadas…
Bem regadas…
Era um encanto ver
O bom do Toneladas,
A encher, a encher.

Saladinha de batata
Com arroz e feijão-frade,
Dez pastelinhos de nata,
Pão e vinho à vontade,
Mais a bolacha Maria
E um ensopado de enguia.

Coitado do Toneladas,
Tão fraquinho, tão doente,
Só com as suas saladas.

REFRÃO

Salada de couve-flor,
Massa e feijão encarnado,
Uns enchidos sem bolor,
Manteiga e um frango assado,
E mais umas omeletas,
Um bife e umas costeletas.
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Cantiga ao Desafio

O pato, cuá, cuá, cuá,


O grilo, gri, gri, gri,
O pássaro, piu, piu,
E o cão, ão, ão,
Resolveram fazer esta canção.

Cuá, cuá, cuá, cuá,


Gri, gri,
Piu, piu,
Ão, ão, ão.

O gato, miau, miau, miau,


O galo, có, có, ró, có, có,
A ovelha, mé, mé,
E o Zé constipado, atchim,
Resolveram responder-lhes assim:

Miau, miau, miau,


Có, có, ró-có,
Mé, mé,
Atchim, atchim!

Cuá, cuá, cuá, cuá


Gri, gri,
Piu, piu,
Ão, ão, ão.

Miau, miau, miau,


Có, có, ró-có,
Mé, mé,
Atchim, atchim!
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As Desventuras De Patolas
Patatchim O Pato
Equilibrista
REFRÃO
Patolas Patatchim,
O pato equilibrista,
Zás, catrapuz, pim!
- deu um trambolhão na pista.

Patolas é nome próprio,


Patachim é apelido;
E vão ver nesta cantiga,
O que eu tenho sofrido.
O que eu tenho sofrido,
O que eu tenho passado:
Quero ser um pato equilibrista
E sou um pato desastrado.

REFRÃO

Deram-me uma caixa e um prato


Para equilibrar no bico.
Dei duas voltas e zás:
Ficou tudo num fanico.
Ficou tudo num fanico
E nada se aproveitou.
Só faço coisas destas:
Mas qu'equilibrista que eu sou!
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Dona Maçã Reineta-


Com-Bicho,
Grande Cozinheira
Um dia foi ensinar
A fazer ovos estrelados,
Distraiu-se a conversar,
Ficaram os ovos queimados.
Confunde papas de linhaça
Com papas de sarrabulho
E com tijolos e argamassa
Faz uma sopa de entulho.

REFRÃO
É uma grande cozinheira,
Dona Maça Reineta-com-Bicho,
Esvazia-nos a algibeira
E engorda o caixote do lixo.

Um dia, para nosso azar,


O esparguete não chegou,
E ela vá de acrescentar
Uns fios de lã do tricot.
E fez tamanhas tropelias
À pobre alface, coitada,
Que até ficou com manias
E acabou mesmo em chalada.
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O Galo Badalo, A Galinha


Balbina, O Pinto Jacinto
E Perú Glu-Glu
(Introdução)

REFRÃO
O Galo Badalo,
A Galinha Balbina,
O Pinto Jacinto
E o Peru Glu-Glu.

O Galo Badalo
É bom cantador:
Enche o peito de ar,
Fica mesmo um senhor,
Com a crista vermelha
E vivo o olhar.
A gente a querer dormir,
E o galo a cantar.

REFRÃO

A Galinha Balbina
Gosta de grão.
Vai enchendo um balão.
E lá vai pondo os ovos,
Com muito jeitinho,
Pr'a de cada um deles
Sair um pintainho.

REFRÃO

O Pinto Jacinto
É um bom rapaz:
Ora faz asneiras
Ora não faz.
Dá umas cambalhotas,
Rebola no chão,
Escorrega-lhe um pé
E dá um trambolhão.

REFRÃO
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Tonino di Lamiré

REFRÃO REFRÃO
Oh! Oh! Oh! Oh! Oh!
Eh! Eh! Eh! Eh! Eh! Era tanta a ventania
Tonino di Lamiré! Que vejam só:
Uma velha careca
O burro Tonino Ficou sem o chinó,
Tem um vozeirão, E a madame Idalina,
Quando abre a goela Que vendia horatliça,
Parece um furacão; Viu sair-lhe pela janela
E um dia num concerto A cabeleira postiça.
Até tudo pasmou
Com o que aconteceu REFRÃO
Quando ele cantou.
O concerto do Tonino
REFRÃO Não durou muito tempo,
Escaqueiraram-se os vidros
Quando o Tonino Com tamanho pé de vento;
Entrou a cantar Até que por fim,
Duas velhas espirraram O lustre do salão
Com a corrente de ar, Depois de muito tremer
E foi um espanto geral Caiu no meio do chão.
Com tão boa garganta,
Mas o piano constipou-se REFRÃO
E pediu uma manta.

REFRÃO

Um senhor da plateia
Entretido a escutar,
Ficou com a gravata
Levantada no ar,
E o maestro, atrapalhado
Com todas estas loucuras,
Corria pelo palco
A apanhar partituras.
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A Equipa dos Minhaus

(Introdução)

REFRÃO
A equipa dos Minhaus
É a melhor
E ninguém a bate,
Mas como são distraídos
Às vezes fazem disparate.

O Gato Bitolas é o lançador


Do peso, do disco, e de seja o que for,
Mas, como é distraído,
Às vezes não chega a ver
Que a corrida acabou
E continua a correr.

REFRÃO

O Tareco Piteco é o saltador,


- em altura ou co'a vara ele é um senhor -
mas como é distraído
e nunca pára quieto,
deu um pulo muito alto,
bateu com a cabeça no tecto.

REFRÃO

O Nhocas Bichano salta em comprimento,


Quando toma balanço arma um pé de vento,
Mas como é distraído
E não vê o que faz,
Deu um salto comprido
Enfiou os pés num cabaz.

REFRÃO
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Os Trapalhonços

REFRÃO
Vêm aí,
estão mesmo a chegar:
Os Trapalhonços!
E nós com eles
vamos cantar:
os Trapalhanços!

Os Trapalhonços atrapalham tudo o que houver,


Esfrangalham tudo dê lá por onde der.
Os Trapalhonços no fundo não são gente má
São meio chalados porque bebem muito chá.

REFRÃO

Os Trapalhonços, às vezes, são complicados,


Misturam tudo, são mesmo embrulhados.
Os Trapalhonços metem todos as mãos pelos pés,
Se calhar é porque tomam muitos cafés.

REFRÃO

Os Trapalhonços disparatam mas sem malandrice,


Aquilo é mais caso de grande azelhice.
Os Trapalhonços, às vezes, dão cada barracada,
Por abusarem nos copos de laranjada.

REFRÃO

Os Trapalhonços têm histórias que nos fazem rir.


Muita atenção, vamos todos ver e ouvir.
Os Trapalhonços vivem na nossa imaginação,
Mas cuidado não te armes tu em trapalhão.

REFRÃO
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Olha o Chapéu

REFRÃO
Olha o chapéu
Põe o chapéu
- não andes com a cabeça ao léu.

Deram-me um barrete
Com uma borla engraçada
Só que quando o ponho
Fico sem ver nada.
Só que quando o ponho
Fico sem ver nada.

REFRÃO

Também tenho uma boina,


Não sei quem m'a deu.
Quando m'a enfiam
Que pareço eu?
Quando m'a enfiam
Que pareço eu?

REFRÃO

Tive um panamá
Do tamanho de uma pulga,
Que nunca me passou
Do alto da peúga.
Que nunca me passou
Do alto da peúga.

REFRÃO

Com tantos chapéus


Chapelinhos, chapelão,
Só me falto o boné
Do Napoleão.
Só me falto o boné
Do Napoleão.

REFRÃO
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A História do Papagaio Caio,


da D. Vicência Sampaio e da
Amiga a Dona Carlota Bexiga
(Introdução)

REFRÃO
O Papagaio Caio
Da Dona Vicência Sampaio.

Dona Vicência Sampaio


Comprou um papagaio,
A quem pôs o nome de Caio,
E que lhe faz companhia;
Vai palrando todo o dia,
Mas não bem como ela queria.

REFRÃO

Encheu-se de paciência,
A Senhora Dona Vicência,
E com a maior decência
Ensinou ao animal
Palavras que não fiquem mal
Na boca de qualquer mortal.

REFRÃO

O papagaio aprendeu,
Engasgou-se e estremeceu,
Mas vão ver o que aconteceu
com a visita d'uma amiga,
D. Carlota Bexiga:
Por pouco não houve briga.

REFRÃO

Até à hora do jantar


Às cartas vão jogar,
E o Caio longe a mirar
Toda aquela batota…
Chama "catatual" à Carlota
E à outra: "velha marmota".

REFRÃO
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Av. Fontes Pereira de Melo, 30-A
1050 - 122 Lisboa

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