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Apostila
ECONOMIA E FINANÇAS EMPRESARIAIS (EFE)
MACROECONOMIA (PARTE 2)
Prof. MSc. Adilson Rocha
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INTRODUÇÃO
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1 CONTABILIDADE NACIONAL
A renda nacional ou produto nacional é o valor total de todos os bens e serviços finais
produzidos em um ano por uma economia, descontando-se todos os bens e serviços
intermediários utilizados para produzi-los.
O fluxo circular da renda é o conjunto dos pagamentos das empresas feitos às famílias
em troca de trabalho e outros serviços produtivos e o fluxo de pagamentos das famílias
às empresas em troca de bens e serviços.
Compras de consumo
bens e serviços
(alimentos, viagens etc.)
Economias Empresas
domésticas
Serviços produtivos
(terra, trabalho, capital)
Fluxo real
Fluxo monetário
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Por exemplo, suponhamos que uma fábrica de bicicletas compre raios metálicos para
fazer rodas e também compre protetores de uma fábrica de pneus. Ao calcularmos o
produto nacional, se usarmos o procedimento mostrado anteriormente, contaremos os
raios e os protetores incorporados nas bicicletas duas vezes; primeiro dentro do
produto total da fábrica de raios metálicos e de pneus, respectivamente, e na segunda
vez, ao contabilizar as bicicletas vendidas aos consumidores.
Os bens intermediários são aqueles que sofreram alguma transformação, contudo eles
ainda não alcançaram a etapa em que se transformaram em bens finais.
Os bens finais são os produzidos para uso final, e não para serem novamente vendidos
ou para serem usados na produção de outros bens.
O valor adicionado é o valor do produto de uma empresa menos o custo dos produtos
intermediários comprados de seus provedores externos.
Exemplo:
O primeiro passo na produção de um pão é quando o agricultor cultiva o trigo e obtém
um preço de R$ 0,05 pela quantidade necessária para produzir um pão. A segunda
etapa consiste em moer o trigo para transformá-lo em farinha. O valor da farinha passa
a ser de R$ 0,15, o que supõe que o valor adicionado nessa fase é de R$ 0,10. Na
terceira fase a farinha transforma-se em pão no forno e o valor passa a ser de R$ 0,25,
o que faz supor que o valor adicionado nesta é de R$ 0,10.
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Bens Intermediários
Trigo 0,05 0,00 0,05
Farinha 0,15 0,05 0,10
Pão (atacado) 0,25 0,15 0,10
Bem Final
Pão (varejo) 0,36 0,25 0,11
TOTAL 0,36
Consumo público (G) – o setor público oferece uma série de serviços à sociedade,
tais como defesa, saúde, justiça, educação; e ainda constrói estradas, parques etc. Tudo
isso implica uma série de gastos que estão incluídos no produto nacional sob a conta
de consumo ou gasto público. Deve-se dizer que os pagamentos de transferências
(entendendo por transferência do Estado os pagamentos que este realiza a um
indivíduo em troca dos quais não é prestado nenhum serviço corrente) não formam
parte do gasto público. Assim, por exemplo, quando o setor público realiza
pagamentos de transferência aos aposentados, ou a outros recebedores que nada
produzem, estes também não se incluem no produto nacional.
Investimento (I) – em toda a economia não somente se produzem bens e serviços para
o consumo, mas também bens de capital que contribuem para a produção futura. O
investimento privado inclui três categorias:
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a) Investimento na planta e equipamento das empresas; isto é, a construção de
fábricas, armazéns; a aquisição de maquinaria etc.
O Produto Nacional inclui somente os bens e serviços produzidos durante o ano, por
isso ele não inclui a compra de bens duráveis usados, tais como automóveis de
segunda mão, pois estes já foram contabilizados no ano de fabricação. Todavia, são
contados os consertos de automóveis, pois eles representam uma produção corrente.
Também não fazem parte do produto nacional as ações adquiridas pelos indivíduos ou
pelas instituições no mercado de valores, pois não representam produção, mas somente
transferência. Se uma sociedade emite ações para financiar a construção de uma
fábrica, esta é parte do produto nacional, pois foi produzida durante o ano corrente.
Se, ao se calcular o produto nacional, se contabilizar o valor total das fábricas e dos
equipamentos produzidos durante o ano corrente, o produto nacional fica
superestimado, pois as instalações e os equipamentos existentes deterioraram-se ou se
depreciaram durante o ano, devido ao uso e à Antigüidade. Por isso, uma vez
calculado o valor total de todas as fábricas e do equipamento produzido durante o ano,
é necessário reduzir da depreciação a quantia estimada. Em conseqüência, ao analisar
o investimento, deve-se distinguir entre:
O Produto Interno Bruto ao custo de fatores (PIB c.f.) é definido como valor dos
bens e serviços produzidos em uma economia durante um período de tempo
determinado. A expressão custo de fatores indica que a valoração efetuada do produto
nacional é realizada sem a inclusão dos impostos indiretos (os que não são suportados
pelo produtor, mas transferidos* à pessoa que compra o produto) e adicionando-se as
subvenções concedidas pelo Estado às empresas. Isso quer dizer que os produtos são
avaliados ao custo de produção. O termo interno faz referência à atividade produtiva
desenvolvida dentro das fronteiras do país, independentemente da nacionalidade dos
proprietários dos recursos empregados.
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1.1 Conceitos para fixação:
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2 O EMPREGO E A DISTRIBUIÇÃO DA RENDA NACIONAL
Consumo Nacional
Propensão média a consumir = x 100
Renda Nacional Bruta Disponível (p.m.)
Poupança
Propensão média a poupar = x 100
Renda Nacional Bruta Disponível (p.m.)
VARIÁVEIS DO INVESTIMENTO
Taxa de juros
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Curva de Lorenz (estatístico norte-americano – 1905)
Serve para mostrar a relação que existe entre os grupos da população e suas
respectivas participações na renda nacional.
100 O
90
80
Distribuição Igualitária
70
60
50
40
30
20 Curva de Lorenz
10
Porcentagem da População
Sistema tributário
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2.1 Conceitos para fixação:
Serviços de consumo: são as despesas feitas pelas pessoas com serviços prestados por
outras pessoas ou equipamentos, com vistas à satisfação de suas necessidades.
Bens de consumo duráveis: são os bens de consumo com vida útil bastante longa,
superior à vida útil dos bens não-duráveis de consumo.
Poupança: é a parte da renda das pessoas que não é gasta com a aquisição de bens e
serviços.
Investimento (I)
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3 TEORIA MONETÁRIA
Nas mais primitivas das culturas, portanto, a economia funcionava à base de escambo
– a troca pura e simples de mercadorias.
Para se ter uma idéia, para que se possa atender os desejos de um indivíduo nos dias de
hoje, as operações de trocas de mercadorias se tornariam por demais trabalhosas, pois
seriam necessárias inúmeras transações para que o indivíduo pudesse ter todas as suas
necessidades satisfeitas. A quantificação dessas transações, partindo-se do pressuposto
de que hajam desejos duplamente coincidentes, pode ser obtida pela fórmula:
TM = n(n – 1)
2
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Assim, em uma economia hipotética que tivesse apenas um único produto, seria nula a
necessidade de relações de troca (isso é óbvio, pois com um único item na economia
não haveria necessidade de troca de mercadorias). Se essas mesma economia
dispusesse de dois produtos, bastaria apenas uma troca de mercadoria, e assim por
diante.
2 0
3 1
4 3
5 6
6 10
10 45
20 190
30 435
40 780
50 1.225
100 4.950
Era da Mercadoria-Moeda
Com o passar do tempo, a evolução da sociedade impõe a necessidade de se facilitar
as trocas. Os indivíduos, então, passam a eleger um único produto como referencial de
trocas: uma mercadoria que tivesse algum valor e que fosse aceita por todos. Para que
isso ocorresse, a mercadoria eleita como moeda deveria atender a uma necessidade
comum a ser rara o bastante para quem tivesse valor.
Com a passagem das trocas diretas, de um produto por outro, para as indiretas,
intermediadas por algum outro bem aceito por todos, com um certo valor intrínseco,
passou-se para a chamada Era da Mercadoria-Moeda.
Nesse período, vários tipos de produtos foram utilizados como o referencial das
relações de trocas de mercadorias, tais como o gado, fumo, azeite de oliva, escravos,
sal etc. No Quadro 2 podemos verificar as mais diversas mercadorias utilizadas como
moeda, nas diversas épocas da história da humanidade.
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Quadro 2 – Principais mercadorias utilizadas como moeda
Regiões Mercadorias-Moeda
Egito Cobre
Babilônia, Assíria Cobre, prata, cevada
Pérsia Gado
Bretanha Barras de ferro, escravos
Índia Animais domésticos, arroz, metais
China Conchas, sedas, sal, cereais
Fonte: LOPES, J.C., ROSSETTI, J.P. Economia Monetária, 6ª ed., São Paulo: Atlas, 1992.
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Quadro 3 – O gado na formação de termos que representam riqueza
Mas, que vantagens tinha o gado em relação a outras mercadorias que fizeram com
que ele se tornasse uma mercadoria-moeda?
A grande vantagem que ele apresentava era que, enquanto os indivíduos o guardavam
como uma poupança, essa “moeda” aumentava por meio da reprodução, ou seja,
“rendia juros”. Mas, por outro lado, essas mesmas “moedas” apresentavam uma
grande desvantagem: como dividir um boi para comprar arroz, feijão, cebola, sal etc.?
Em suma, o gado não podia ser dividido em trocados.
A história nos apresenta um fato que ocorreu no Brasil e que mostra um exemplo
típico de mercadoria-moeda.
Por sua vez, W.Stanley Jevons (1835-1882), economista e pensador inglês, escreveu
em seu livro Money and the mechanism of Exchange (A moeda e o mecanismo de
câmbio), primeiro livro-texto sobre a moeda, que “Mademoiselle Zélie, cntora do do
Théâtre Lyrique de Paris(...) deu um recital nas Ilhas Society. Em troca de uma ária
de Norma e algumas canções, ela deveria receber um terço da receita. Quando foi
feita a conta, a sua cota consistia de três porcos, 23 perus, 44 galinhas, 5.000 côcos,
além de uma quantidade considerável de bananas, limões e laranjas (...)Em Paris
essa quantidade de animais e frutas poderia ser vendida por 4.000 francos, o que
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teria sido uma boa remuneração em troca de cinco canções. Nas Ilhas Society, porém,
as moedas eram escassas; e como Mademoisellenão podia consumir nenhuma porção
considerável da receita, tornou-se necessário, com o tempo, alimentar os porcos e as
aves domésticas com as frutas”.
De modo geral, para que uma mercadoria possa ser utilizada como moeda ela deve ter
várias qualidades, dentre as quais destacamos:
Por essas razões é que os metais chamados não nobres foram pouco a pouco
substituídos pelos metais nobres, como o ouro e a prata. Esses dois metais são
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definidos como metais monetários por excelência, uma vez que suas características se
ajustam adequadamente às características que a moeda deve ter.
Para contornar esse problema, especialmente após o século XIV, com o crescimento
dos fluxos comerciais na Europa, iniciou-se a difusão de um instrumento monetário
mais flexível: a moeda-papel.
Era da Moeda-Papel
A moeda representativa ou moeda-papel veio eliminar, portanto as dificuldades que os
comerciantes enfrentavam em seus deslocamentos pelas regiões européias, facilitando
a efetivação de suas operações comerciais e de crédito, especialmente entre as cidades
italianas e a região de Flandres. A sua origem está na solução encontrada para que os
comerciantes pudessem realizar os seus empreendimentos comerciais.
Estava assim criada a nova moeda, 100% lastreada e com a garantia de plena
conversibilidade, a qualquer momento, pelo seu detentor, e que se tornou, ao longo do
tempo, o meio preferencial de troca e reserva de valor.
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Assim é que, gradativamente, as “Casas de Custódia” passaram a emitir certificados
sem lastro em metal, dando origem à moeda fiduciária (baseada na fidúcia, na
confiança) ou papel-moeda. Passou-se, então, da moeda-papel (ou moeda
representativa) para o papel-moeda (moeda fiduciária).
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3.2 As Funções da Moeda
2. Reserva de Valor (certeza de quando for adquirir algo, seu dinheiro terá poder de
compra atual);
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3.4 Formas da Moeda
Define-se por Sistema Monetário o conjunto de moedas utilizadas em um país, por
imposição de curso legal, e que compreende, nos dias de hoje, três formas de moeda:
1. Moeda Metálica
Emitidas pelo Banco Central, visam facilitar as operações de pequeno valor; servem
também como unidade monetária fracionada, facilitando o troco. Constituem pequena
parcela da oferta monetária.
2. Papel-Moeda
3. Moeda Escritural
3.5 Quase-Moedas
Depósitos de poupança;
A razão principal para não chamarmos esses ativos de moedas se deve ao fato de não
utilizarmos essas quase-moedas para pagamento de nossas despesas de consumo nem
para pagamentos de contas. Antes, temos de vender esses ativos, transformando-os em
moeda para, assim, podermos pagar nossos compromissos.
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3.6 A Oferta Monetária
Depósito à vista são obrigações dos bancos com seus depositantes e podem ser
resgatados a qualquer instante. Assim, se o banco emprestar todo o dinheiro que
recebeu como depósito, corre o risco de o depositante requerer seu depósito de volta e
o banco não o possuir (risco de iliquidez).
As Reservas (R) que os bancos constituem sobre os depósitos são de dois tipos:
o Reservas Compulsórias = são a parcela dos depósitos que os bancos são
obrigados legalmente a depositar em suas contas junto ao Banco Central para
poderem fazer frente a suas obrigações;
A Base Monetária (BM) (High Powered Money) corresponde à soma entre o papel-
moeda em poder do público mais as reservas dos bancos. Deve-se observar que
assumindo que os bancos ou emprestam ou constituem reservas: o total de
empréstimos bancários (EB) é o total de depósitos à vista (DV) menos as reservas (R),
ou seja:
EB = DV – R
Como:
M1 = DV + PMPP
BM = R + PMPP
significando que uma variação da base monetária levará a uma variação mais que
proporcional nos meios de pagamentos.
Agregados Monetários:
Meios de Pagamentos Restritos
M1 (ativos com liquidez absoluta) = Papel-Moeda em Poder do Público (PMPP) +
Depósitos à Vista (DV).
Poupança Financeira
M4 = M3 + Títulos Públicos de Alta Liquidez (TPAL).
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3.7 Conceitos para Fixação
Moeda: é todo objeto que serve para facilitar as trocas de bens e serviços numa
economia.
Moeda metálica: moeda cunhada em metal precioso que trazia impresso o seu peso.
Atualmente, são cunhadas em metal não precioso, trazendo impresso o seu valor.
Encaixe: porcentagem dos depósitos feitos num banco que não pode ser emprestada.
Essa porcentagem é determinada pelo Banco Central.
Moeda fiduciária: emitida pelos bancos centrais de cada país, tendo curdo obrigatório
por lei.
Demanda de moeda por precaução: refere-se àquela parte da renda das pessoas
retidas para imprevistos.
Demanda de moeda para especulação: ocorre quando aquela parcela da renda das
pessoas que poderia ser aplicada em títulos fica retida, pelo fato de a taxa de juros
estar baixa e as pessoas aguardarem sua elevação para comprar títulos.
Depósito à vista são obrigações dos bancos com seus depositantes e podem ser
resgatados a qualquer instante. Assim, se o banco emprestar todo o dinheiro que
recebeu como depósito, corre o risco de o depositante requerer seu depósito de volta e
o banco não o possuir (risco de iliquidez).
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As Reservas (R) que os bancos constituem sobre os depósitos são de dois tipos:
o Reservas Compulsórias = são a parcela dos depósitos que os bancos são
obrigados legalmente a depositar em suas contas junto ao Banco Central para
poderem fazer frente a suas obrigações;
Base Monetária (BM) (High Powered Money) corresponde à soma entre o papel-
moeda em poder do público mais as reservas dos bancos.
Política monetária: medidas adotadas pelo governo que visam reduzir a quantidade
de moeda em circulação na economia.
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Crédito de produção: é concedido às empresas para que elas possam arcar com as
despesas decorrentes da produção, como as despesas de investimento ou giro.
Crédito de consumo: é concedido às pessoas para que elas possam adquirir bens de
consumo.
Crédito a curto prazo: é o crédito cujo prazo para pagamento é igual ou inferior a
cinco meses.
Crédito a médio prazo: é o crédito cujo prazo para pagamento é superior a cinco
meses e inferior a cinco anos.
Crédito a longo prazo: é o crédito cujo prazo para pagamento é superior a cinco
anos.
Spread: é a diferença entre a taxa de juros cobrada pelo sistema financeiro dos agentes
deficitários e a taxa de juros paga aos agentes superavitários. Constitui a remuneração
do sistema financeiro.
TR (Taxa Referencial de juros): calculada pela média das taxas de juros dos CDBs
(Certificados de Depósitos Bancários) dos 30 maiores bancos. As taxas são coletadas
diariamente e a TR de um dia corresponde a média do dia, do dia anterior e do dia
seguinte. Sobre essa média é aplicado um redutor para excluir expectativas
inflacionárias. É utilizada como indexador de contratos e para o reajuste da caderneta
de poupança.
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4 INFLAÇÃO
4.1 Conceitos
A Inflação é definida como um aumento generalizado e contínuo dos preços dos bens
e serviços produzidos em uma economia.
Na Deflação ocorre o contrário, ou seja, uma baixa generalizada e contínua dos preços
dos bens e serviços produzidos em uma economia.
Quando ocorre um aumento dos preços temos a Inflação. Quando se diz que a inflação
foi de 10% em determinado mês (ou ano) está-se dizendo que naquele período os preços
em média aumentaram em 10%. Se essa taxa se mantém constante nos meses (ou anos)
seguintes, isso significa que os preços continuam a subir em média 10% por mês (ou
ano). A inflação está estabilizada em 10%, mas não os preços. Se a inflação passa para
15% no mês seguinte, 20% no subseqüente, existe uma aceleração inflacionária, em
que os preços estão em média subindo e subindo cada vez mais – a inflação é cada vez
mais alta.
Dependendo do tamanho da inflação, pode-se dizer que é moderada (ou rastejante),
quando os aumentos dos preços são pequenos; ou que ocorre uma hiperinflação,
quando os aumentos dos preços são grandes.
Indexação: é o reajuste do valor das parcelas dos diversos tipos de contrato (trabalho,
aluguel, financiamento) pela inflação do período passado.
Conflito distributivo: é a disputa entre trabalhadores e empresários por uma
participação maior na renda. Os trabalhadores lutam por aumentos de salários. Quando
o obtém, os empresários repassam esse aumento para os preços de seus bens / serviços.
Como resultado, a inflação não diminui mesmo se eliminada suas causas primárias.
Índices de preços: fórmulas matemáticas que medem a evolução dos preços de um
conjunto de bens e serviços num determinado período de tempo.
Índices Gerais de Preços: números-índice que medem a evolução dos preços de todos
os bens e serviços representativos de uma economia.
Índices de Preços ao Consumidor: números-índice que pesquisam os aumentos de
preços dos bens e serviços consumidos pelas famílias.
Inflação de custos: tem origem na oferta de bens e serviços. É causada pela elevação
dos custos de produção, repassados para o consumidor pelo aumento do preço do
produto. Um fator agravante é o controle do mercado (monopólio ou oligopólio), que
permite aos empresários obterem lucros extraordinários pelo aumento dos preços dos
seus produtos, pois não há perigo de concorrência.
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4.3 Indicadores de Inflação no Brasil
Existem vários indicadores da inflação no Brasil. Enquanto alguns deles medem a
evolução dos preços no nível do consumidor, outros medem o comportamento dos preços
no atacado. O período de coleta também varia, bem como a região de cobertura do
indicador e a abrangência, em termos de orçamento familiar.
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Índice de Custo de Vida (ICV-Dieese)
a) Instituição responsável: Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos (Dieese);
b) Universo da pesquisa: renda familiar de 1 a 30 salários mínimos;
c) Período de coleta: primeiro ao último dia do mês de referência;
d) Área de cobertura: Município de São Paulo;
e) Utilização: acordos salariais e deflacionamento de séries salariais.
1982 99,7%;
1983 211,0%;
1984 223,8%;
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Plano Cruzado
Foi um programa de combate à inflação baseado única e exclusivamente na tentativa de
eliminação da inércia inflacionária (por meio de congelamento de preços e salários).
As principais medidas foram:
a) Congelamento do câmbio;
b) Congelamento de preços;
c) Congelamento do salário pela média dos últimos seis meses mais um aumento real
de 8%;
d) “Gatilho salarial” de 20%.
A evolução da inflação (IGP-DI) foi favorável num primeiro momento, mas subiu muito
depois do descongelamento:
fevereiro/1986 (último mês antes do Cruzado): 22,6%;
março/1986 : - 1,0%;
junho/1987 (último mês do Cruzado) : 25,9%.
Plano Bresser
Tentou conciliar a busca de equilíbrio externo e o combate à inflação, adotando as
seguintes medidas:
a) Duas minidesvalorizações cambiais e variação cambial igual à inflação a partir de
então;
b) Congelamento de preços e salários (criação da URP, indexador para corrigir
salários);
c) Aumento de impostos;
d) Elevação das taxas de juros.
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Entre os fatores que explicam a aceleração da inflação, cabe destacar:
A renda disponível dos assalariados, que se elevou em função da redução do
Imposto de Renda na fonte em janeiro;
O pagamento de 1/3 do salário relativo às férias, estabelecido pela Constituição;
A expectativa criada quanto à possibilidade de que os preços poderiam disparar após
o congelamento, que levou os consumidores a antecipar as compras e as empresas a
aumentar os estoques;
O aumento da riqueza, propiciado pelas elevadas taxas reais de juros, num segundo
momento (quando as taxas se reduziram) estimulou o consumo (efeito-riqueza);
O governo não promoveu o ajuste fiscal prometido;
A base monetária expandiu-se excessivamente devido às pressões do setor externo;
Mesmo os salários, que, num primeiro momento, sofreram um processo de queda
real, voltaram a se recuperar a partir de março, principalmente devido à atuação
sindical.
Plano Collor I
Por ocasião da posse do presidente Fernando Collor de Melo, o país vivia a beira da
hiperinflação (84% em março). As causas eram conhecidas:
Déficit público (6,9% do PIB);
Expansão monetária excessiva;
Indexação generalizada (preços , câmbio, salários, ativos financeiros etc.);
Ineficiência do Estado;
Excesso de proteção à produção doméstica.
Apesar disso, o setor produtivo não se desestruturou (ao contrário da Argentina), com o
PIB crescendo 3,3% em 1989 e o setor externo registrando saldo comercial de US$ 16
bilhões (em 1989).
O Plano Collor I propunha mudanças radicais na economia brasileira, visando a uma
maior inserção do país no comércio internacional. O programa procurava, a curto prazo,
derrubar a inflação a qualquer preço, a partir das seguintes medidas:
a) Ajuste fiscal profundo, saindo de um resultado operacional de – 6,9% do PIB
(1989) para +1,3% (1990), com aumento substancial de impostos, redução de
salários do funcionalismo, confisco da dívida interna e atraso de pagamentos ao
setor privado;
b) Contração monetária, com bloqueio de ativos financeiros (US$ 110 bilhões
bloqueados de um total de US$ 150 bilhões);
c) Desindexação, com a adoção do câmbio flutuante, livre negociação de salários,
congelamento de preços e posterior liberalização.
A médio e longo prazos, o objetivo era internacionalizar a economia brasileira, com
redução da proteção à produção doméstica, privatização e aumento da eficiência do
Estado, integração internacional e política de atração de capital externo de risco.
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Como resultado, verificou-se que a inflação caiu de 84% para cerca de 10% em maio de
1990 e depois voltou a subir até atingir 20% em janeiro de 1991. Pode-se dizer que os
resultados esperados não foram alcançados, em função de:
Pressão para liberação de cruzados;
Falta de ajuste fiscal nos Estados e Municípios;
Conflito distributivo por causa da recessão.
Plano Collor II
O fracasso do Plano Collor I levou o governo a adotar novo congelamento de preços e
salários em fevereiro de 1991. Dessa vez, porém, o congelamento veio acompanhado de
forte elevação de tarifas públicas e uma nova tentativa de desindexação, com a criação
da TR (Taxa Referencial). Imaginava-se que a TR funcionaria como uma libor,
flutuando de acordo com a inflação futura.
Com isso, a inflação, que havia atingido 21,1% em fevereiro de 1991, caiu para 7,2% no
mês seguinte, mas, a exemplo dos outros planos, voltou a acelerar, atingindo 22,1% em
dezembro de 1991.
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Plano Fernando Henrique Cardoso (FHC)
O Plano baseado em duas questões essenciais, ajuste fiscal e desindexação, foi
estruturado em três etapas:
1ª Etapa
Foi baseada na busca de um ajuste fiscal provisório com aumento da carga tributária
(antecipação do prazo de recolhimento de impostos, do IPMF, Cofins, aumento de IOF
etc.) e criação do Fundo Social de Emergência (FSE), para dar maior flexibilidade à
política fiscal.
2ª Etapa
A segunda etapa foi a fase preparatória para a “quebra” dos mecanismos de indexação.
Para isso, o governo procurou conduzir a economia para uma fase inicial de
superindexação, em que os preços foram definidos em URV (que acompanhava a
cotação do dólar), o mesmo acontecendo com os salários, as aplicações financeiras etc.
Com isso, procurava-se “alinhar” os preços e, no momento em que todos estivessem
definidos em URV e a inflação estável (embora em patamar elevado), seria a ocasião
de desindexar a economia, com a substituição da moeda e extinção do indexador.
Embora nem todos os preços estivessem convertidos em URV, e nem mesmo a inflação
estabilizada, em 01/07/1994, o governo instala a terceira fase de seu plano, que é a
criação do Real.
Criação do Real
A criação do Real vem acompanhada de um amplo programa de desindexação e reforma
monetária. Na área monetária, o Cruzeiro Real é substituído pelo Real, na seguinte
condição:
R$ 1 = US$ 1 = 1 URV
Por outro lado, com a extinção da URV, não há mais indexador e os preços, até então
definidos em URV, passam a ser cotados, no mesmo montante, em Reais. Com isso,
quebra-se o mecanismo de indexação, sem traumas do congelamento. Além disso, para
dar suporte legal à desindexação, ficava proibido qualquer reajuste de contrato com
intervalo inferior a um ano.
Os preços passam a ser livres e apenas a política salarial seria mantida por um prazo de
um ano, para reposição da inflação residual do período anterior ao Real.
Em termos de resultados, na segunda fase do Plano, a inflação em Cruzeiros Reais
acelerou (de 36,2% a.m. em dezembro de 1993 para 46,6 em junho de 1994), em virtude
ao aumento do grau de indexação. Já na terceira etapa, “despencou” para 3,3% em
agosto de 1994 e 1,5% em setembro de 1994. Tal queda, obviamente, é explicada pela
“quebra” do sistema de indexação.
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4.5 Consequências da Inflação
a) Plano Cruzado:
Data: fevereiro de 1986.
Principais medidas: congelamento de preços e salários e reforma monetária
que transformou Cr$ 1.000,00 em Cz$ 1,00.
Plano Bresser
Data: junho de 1987.
Principais medidas: congelamento de preços e salários por um período de
aproximadamente três meses.
b) Plano Verão:
Data: janeiro de 1989.
Principais medidas: congelamento de preços e salários e reforma monetária
que transformou Cz$ 1.000,00 em NCz$ 1,00.
c) Plano Collor I:
Data: março de 1990.
Principais medidas: retenção dos saldos superiores a NCz$ 50.000,00 das
contas correntes, poupanças e outras aplicações financeiras, e reforma
monetária que transformou NCz$ 1,00 em Cr$ 1,00.
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e) Plano Real:
Data: 1º de julho de 1994.
Principais medidas: equilíbrio das contas públicas e reforma monetária, que
criou o real com a seguinte paridade: R$ 1,00 = CR$ 2.750,00.
4.6 Considerações Finais
A experiência brasileira de combate ao processo inflacionário permite extrair uma série
de conclusões importantes:
a) A consciência de que não existe artificialismo no processo de superação dos problemas
inflacionários; o congelamento de preços e salários foi corretamente “excluído” da
literatura econômica brasileira;
b) Nenhuma teoria isolada esgota a explicação do processo inflacionário do país; na
realidade, há um razoável grau de complementação entre elas;
c) A indexação, se utilizada adequadamente, pode contribuir para gerar mais segurança e
ampliar o prazo das operações financeiras; mas, na presença de desequilíbrios fiscais e
monetários profundos, “esconde” as distorções e acaba adiando a tomada de decisões
mais profundas para enfrentar o problema;
d) A maior abertura da economia ao exterior pode ser um fator importante para reduzir a
inflação, principalmente num país que protegia excessivamente a produção doméstica;
e) A irresponsabilidade na condução da política fiscal impõe um alto preço, pago pelo
processo de aceleração da inflação;
f) A inflação é um dos elementos mais perversos no processo de distribuição de renda.
Depois da experiência bem-sucedida de combate à inflação do governo Castelo Branco
(1964-1965), até a implantação do Plano Real, a história brasileira é marcada por uma
profunda seqüência de descontroles, como se pode observar na Tabela 1.
Tabela 1 Taxas de Inflação – Brasil. IGP-DI em % (dezembro a dezembro)
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O descontrole do processo inflacionário brasileiro pode ser notado na inflação
acumulada em cada década: 1.582,7% nos anos 70; 50.406.148,0% na década de 80 e
63.514.573,1% nos anos 90, apesar dos bons resultados do Real. Na realidade, na
história recente do Brasil, somente depois do Plano Real o país conseguiu conviver com
um período grande de inflação controlada, mesmo após a desvalorização cambial, em
janeiro de 1999.
Inflação: é definida como um aumento generalizado e contínuo dos preços dos bens
e serviços produzidos em uma economia.
Deflação: quando ocorre uma baixa generalizada e contínua dos preços dos bens e
serviços produzidos em uma economia.
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5 DESEMPREGO
O desemprego é, sem dúvida, o problema econômico mais grave deste início de
milênio. A origem direta desse problema é a concentração de renda, responsável pela retração
da demanda, e a elevação da capacidade de produção atingida em todos os setores da
indústria, de serviços e da agricultura. A globalização, que difunde tecnologias cada vez mais
eficientes, é um fator de disseminação de desemprego nos sistemas capitalistas, porque obriga
as empresas no mundo todo a adotarem técnicas de produção cada vez mais poupadoras de
mão-de-obra. Os sistemas automatizados de produção atuam no desemprego pelo lado da
oferta, que se expande mesmo com redução no uso do fator trabalho e a concentração de
renda age pelo lado do mercado consumidor, à medida que concentra a renda nas mãos da
minoria e deixa as grandes massas quase sem poder de compra.
No Brasil, o desemprego total passa de 18%, segundos dados do Dieese, embora o
IBGE apresente taxa de desemprego aberto bem mais modesto. Hoje, os economistas têm
consciência de que a industrialização não vai resolver o grave problema mundial de
desemprego, deixando para os governos a responsabilidade de encontrar formas para
distribuir renda da economia, porque o sistema capitalista que se baseia na acumulação de
lucros não o fará por si mesmo, apesar de ter consciência de que sua sobrevivência depende
da formação do mercado, através da distribuição da renda e da geração de emprego.
Embora o nível de ocupação tenha crescido em algumas regiões do país, este aumento
não tem se dado de forma generalizada, tendo como resultado a eliminação de 733.177 postos
formais de trabalho no período entre agosto de 1994 e março de 1997. Segundo dados do
Dieese, só a Grande São Paulo fecharam o ano de 1997 com mais de 1,4 milhões de
desempregados. Mesmo que os índices oficiais do desemprego, publicado pelo IBGE, não
reconheçam a gravidade do problema que o país atravessa por falta de melhores
oportunidades, sua expressão está na presença constante de vendedores ambulantes, que lotam
as calçadas das ruas dos grandes centros e dividem espaço nos engarrafamentos e sinais de
trânsito, e nos inúmeros bolsões de trabalhadores sem terra e sem trabalho, que se espalham
pelo interior do Brasil.
“Há três objetivos principais que devem ser perseguidos simultaneamente: conseguir
uma inserção dinâmica internacional; combater a tragédia moderna da pós-industrialização,
que é a falta de emprego; e acatar outro problema universal, que é a má distribuição de renda”
(Celso Furtado).
5.1 A Taxa de Desemprego
A porcentagem de pessoas desocupadas em relação ao total da população ativa (os
ocupados mais os desempregados) é conhecida como taxa de desemprego.
A taxa de desemprego é o quociente entre o número de pessoas desempregadas e o de
ativos, expresso em porcentagem.
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5.2 Tipos de Desemprego
5.2.1 Desemprego Sazonal
É causado por variações na demanda de trabalho em diferentes momentos no ano.
Assim, na agricultura, o desemprego pode apresentar fortes variações sazonais em
função das épocas do plantio e da colheita. O mesmo acontece com o Turismo e
comércio no final de ano.
5.2.2 Desemprego Cíclico
Acontece quando os trabalhadores e, em geral, os fatores produtivos, ficam ociosos
devido ao fato de o gasto da economia, durante certos períodos de tempo, ser
insuficiente para dar emprego a todos os recursos.
Assim, quando se diz que a economia passou por uma “recessão” ou que está
“estancada”, o desemprego resultante é um desemprego cíclico.
Durante as fases em que a atividade econômica é muito fraca, a taxa de desemprego
aumenta, e, nas fases de recuperação e expansão, ela diminui.
5.2.3 Desemprego Friccional
É originado pela saída de seus empregos de alguns trabalhadores que procuram outros
melhores, porque algumas empresas estão atravessando uma crise ou porque os novos
membros da força de trabalho levam certo tempo procurando emprego.
A existência de um certo nível de desemprego friccional é normal, porque a
mobilidade de trabalhadores de um emprego para outro ou de uma cidade para a outra
requer um certo tempo e o mesmo ocorre com as pessoas que se incorporam pela
primeira vez ao mercado de trabalho. O normal é que a maior parte dos
desempregados friccionais não tarde muito em encontrar um emprego.
5.2.4 Desemprego Estrutural
Deve-se a desajustes entre a qualificação ou localização da força de trabalho e à
qualificação ou localização requerida pelo empregador.
A renovação tecnológica e a automação fazem com que, dadas as novas condições de
produção, a capacitação e a experiência de certos trabalhadores não sejam as
desejadas. O desemprego estrutural também pode originar-se pelo deslocamento de
uma indústria de uma zona geográfica para outra.
O trabalhador que está desempregado por motivos estruturais – diferentemente do que
ocorre com o desemprego friccional –, não pode ser considerado como se estivesse
numa situação transitória entre dois empregos, de fato, só há duas opções: enfrentar
um prolongado período de desemprego ou trocar drasticamente de ocupação.
O desemprego friccional e o desemprego estrutural formam o chamado desemprego
involuntário. Representam o montante de trabalhadores que desejam empregar-se ao
salário real vigente e que não encontram emprego.
5.3 As Causas do Desemprego
Para justificar a aparição do desemprego, pode-se recorrer basicamente a dois tipos de
explicações:
O funcionamento do mercado de trabalho; e
O nível da demanda agregada.
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5.3.1 O Funcionamento do Mercado de Trabalho
Conforme os economistas monetaristas (clássicos) a explicação do desemprego baseia-
se no funcionamento do mercado de trabalho e, em particular, no desejo dos
trabalhadores de receberem salários excessivamente elevados. Essa atitude dos
trabalhadores, segundo os economistas, é motivada pela própria legislação – que
introduz normas, tais como salários mínimos – e pela pressão dos sindicatos por
salários mais altos.
Em uma perspectiva clássica ou monetarista, o desemprego acima do friccional deve-
se a uma política de salários inadequada. Esse desemprego é qualificado como
voluntário.
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5.4 Os Efeitos Econômicos do Desemprego
O desemprego de uma parte importante da população ativa é provavelmente o maior
problema que um grande número de países enfrenta. Os efeitos do desemprego podem ser
analisados estudando as três categorias:
Efeitos sobre os desempregados;
Efeitos sobre os que trabalham; e
Efeitos sobre a economia.
5.4.1 Efeitos sobre os Desempregados
É importante salientar que, quando existem recursos ociosos, sua produção potencial
perde-se para sempre. Portanto, um primeiro custo para a sociedade são os recursos
não produzidos quando existe certo volume de mão-de-obra desocupada.
Quem mais sofre com esse efeito é, evidentemente, o desempregado. Felizmente o
seguro-desemprego está em grande parte generalizado e a grande maioria daqueles que
não encontram emprego podem recorrer a ele; o subsídio do desemprego, contudo, não
evita todos os males. O montante deste seguro pode ser inferior ao salário nominal, e
deve-se lembrar que nem toda a população tem acesso ao seguro-desemprego. Por
isso, pode-se afirmar que o desemprego é o primeiro elemento determinante da
pobreza.
O subsídio do desemprego cobre partes mínimas e as suas receitas são menores do que
aqueles que estão ocupados.
Com isso, o desempregado sofre psiquicamente e se sente envergonhado e a margem
da sociedade, podendo levá-lo a problemas sociais, tais como o alcoolismo, a drogas
ou o suicídio. Este problema apresenta-se, normalmente, no desemprego de longa
duração, ou seja, num período de igual ou superior a seis meses.
5.4.2 Efeitos sobre os que Trabalham
Aqueles que estão ocupados também pagam pelos desempregados, pois são obrigados
a pagar parte do custo do desemprego, por meio de quotas ou impostos mais elevados.
O seguro-desemprego é financiado pelas quotas do seguro social dos trabalhadores e
das empresas e, em parte, pelas contribuições do setor público. Assim, quando o nível
de desemprego aumenta, os trabalhadores empregados contribuem para financiar os
maiores custos derivados do pagamento do seguro-desemprego, por meio de quotas ou
impostos mais elevados.
5.4.3 Efeitos sobre a Economia
No nível de macroeconômico, o desemprego também implica um alto custo, por causa
da produção que poderia ter sido efetivada.
Quando o desemprego perdura, pode haver consequências degradantes para quem se
vê obrigado a ficar parado. Porém, inclusive para a sociedade, é prejudicial que uma
parte da população ativa encontre-se durante certo período desempregada. Os bons
hábitos de trabalho e a própria produtividade potencial dos trabalhadores serão
negativamente afetados.
Dessa forma, o desemprego de longa duração (período de igual ou superior a seis
meses) é mais grave em suas consequências sobre um indivíduo e sua família que o
desemprego de curta duração.
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Em relação ao custo social do desemprego, destaca-se a desigual distribuição entre a
população ativa. Conforme estudos, os mais afetados pelo desemprego são os jovens sem
experiência, as mulheres, os maiores de 50 anos e as pessoas com reduzida qualificação.
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6 DISTRIBUIÇÃO DE RENDA
Introdução
Uma das características mais marcantes da economia brasileira é seu elevado grau de
concentração de renda. Tal constatação, inclusive, reforça as restrições ao uso do PIB
isoladamente como indicador do nível de bem-estar da sociedade brasileira.
A discussão sobre a questão distributiva ocupou muito espaço, no Brasil, a partir de
trabalho realizado por Langoni em meados dos anos 70, quando foi constatado um aumento
no grau de concentração de renda entre 1960 e 1970. A partir daí, o debate foi ampliado, sob o
enfoque de diferentes correntes, e manteve-se até os dias atuais.
Para analisar os vários ângulos da questão distributiva (enfoques estruturais, evolução
da concentração, as várias correntes, as propostas etc.) é preciso inicialmente caracterizar de
maneira adequada o significativo do termo “distribuição de renda”, e os conceitos
normalmente utilizados para mensurar o grau de concentração.
6.1 Diferentes Enfoques da Distribuição de Renda
A questão da distribuição de renda pode ser analisada sob vários aspectos. O primeiro
deles refere-se à distribuição internacional, a qual está relacionada às diferentes condições de
renda observadas entre os países. Essa discussão exacerbou-se na década de 80 em função do
pesado ônus imposto aos devedores externos, com a escalada dos juros nos Estados Unidos.
Mais recentemente, verificou-se, por parte dos países industrializados, perdão para as dívidas
dos países de renda extremamente baixa (como foi, por exemplo, o caso da Bolívia).
A segunda ótica refere-se à distribuição setorial da renda, entre agricultura (primário),
indústria (secundário) e serviços (terciário). A evolução setorial dos países mostra numa
primeira fase do desenvolvimento uma grande participação do setor agrícola, a qual vai se
reduzindo, ao mesmo tempo em que a indústria ganha participação (segunda fase).
Posteriormente, a terceira fase é caracterizada por uma participação crescente dos serviços,
“roubando” participação, principalmente, do setor industrial.
A terceira forma de olhar a questão é por meio da distribuição funcional da renda, isto
é, como a renda é distribuída entre os fatores que participam do processo produtivo (salários,
juros, lucros e aluguéis). As discussões, nesse caso, têm se concentrado muito na relação
“salários versus lucros”, esquecendo, muitas vezes, a participação de outros fatores (juros e
aluguéis) e, principalmente, a escala tributária do governo, que conduz, inevitavelmente, a
uma redução do “bolo” a ser distribuído.
O quarto enfoque concentra a análise na distribuição pessoal da renda, e esta é, sem
dúvida, a questão mais relevante, embora algumas teorias procurem explicá-la por meio de
outra abordagem (distribuição funcional, por exemplo).
Existe ainda a questão da distribuição de salários, que, como o próprio nome diz,
refere-se à análise dentro de um segmento do mercado de fatores, qual seja, a remuneração do
trabalho.
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7 O CRESCIMENTO ECONÔMICO; MEIO AMBIENTE; DESENVOLVIMENTO E
SUBDESENVOLVIMENTO (EMERGENTES)
O crescimento econômico é um aspecto de outro processo mais geral: o
desenvolvimento de uma sociedade. Por crescimento entende-se um processo sustentado em
longo prazo, nos quais os níveis de atividade econômica aumentam. O crescimento
econômico pode ser medido em termos de PIB real ou PIB por habitante. A chave do
crescimento econômico baseia-se no aumento da produtividade, que está condicionada por
uma série de fatores, entre os quais, a taxa de investimento, o progresso tecnológico, as
economias de escala a qualidade de mão-de-obra e a modalidade dos fatores produtivos.
O crescimento econômico pode ser a chave para alcançar um nível de vida mais
elevado e, além disso, ele oferece uma margem para se realizarem políticas redistributivas. O
aumento da produção também incide favoravelmente sobre o nível de emprego. O
crescimento econômico tem certos inconvenientes. Um deles seria o sacrifício do consumo
presente, exigido para se aumentar o investimento. Outro tipo de sacrifício são as
externalidades negativas que o aumento da produtividade gera ao meio ambiente. A
contaminação aparece como um cisto que a sociedade deve pagar pelo crescimento
econômico.
A luta contra a contaminação nos afeta a todos, de um modo ou de outro: como
consumidores, como contribuintes ou como ofertantes de trabalho. A sociedade deve
encontrar a forma mais apropriada para combater a poluição. A reciclagem apresenta-se
como uma iniciativa potencial, dado que ela reduz a necessidade de se empregarem recursos
naturais e limita a quantidade de resíduos jogados no meio ambiente.
Os países em via de desenvolvimento caracterizam-se por uma série de
insuficiências, se comparados com os países desenvolvidos. Estas podem ser resumidas em:
baixa renda per capita, altos índices de analfabetismo, débil estrutura sanitária, baixa taxa de
poupança, estrutura produtiva desequilibrada definida por um peso excessivo da agricultura,
elevadas taxas de desemprego estrutural, fortes diferenças na distribuição da renda elevadas
taxas de crescimento da população. As causas do subdesenvolvimento podem ser resumidas
nos seguintes pontos: escassez de capital físico, insuficiência de capital humano, relações de
dependência entre os países desenvolvidos e os subdesenvolvidos.
As estratégias para sair do subdesenvolvimento são escassas, uma vez que o setor
público desses países tem uma estrutura muito limitada. A efetivação de receitas baseadas no
livre jogo de mercado cria, em certas ocasiões, dificuldades derivadas da própria debilidade
do mercado nacional. O desenvolvimento do capital endógeno, junto à potenciação das
vantagens comparativas, impõe-se como uma estratégia a ser seguida.
O Banco Mundial desempenha um papel importante no financiamento de programas
de desenvolvimento.
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8 O COMÉRCIO INTERNACIONAL
O Comércio Internacional consiste no intercâmbio de bens e serviços entre países.
As diferenças entre os diversos países quanto às condições climáticas, riqueza mineral,
tecnologia e dotação de fatores propiciam a especialização e o intercâmbio. Na vida real,
raramente ocorre uma especialização absoluta de um país na produção de uns poucos bens.
Ainda que do livre comércio houvesse vantagens para todos os países, são frequentes
os obstáculos ao mesmo. Esses se resumem em tarifas, contingenciamento e subsídios à
exportação. Outros obstáculos são de caráter administrativo. Entre estes cabe destacar
procedimentos aduaneiros complexos e normas sanitárias e de qualidade muito estritas.
Teoria das Vantagens Comparativas (David Ricardo): teoria segundo a qual os países
devem especializar-se na produção dos bens em que possuem vantagens comparativas para
trocá-los por bens produzidos nas mesmas condições em outros países. Dessa maneira,
aumenta-se o nível de bem-estar dos países envolvidos no comércio internacional.
O Balanço de Pagamentos é um documento contábil que registra sistematicamente o
conjunto de transações econômicas de um país com o resto do mundo, durante um período de
tempo determinado. As transações registradas agrupam-se em duas grandes categorias: as que
integram o balanço de transações correntes e as que fazem parte do balanço de conta do
capital. As transações contidas no balanço de transações correntes incluem, por um lado, as
importações e exportações de mercadorias (balança comercial) e os serviços (balanço de
serviços) e, por outro, as transações unilaterais correntes. O balanço de conta de capital inclui
os investimentos diretos, os investimentos em carteira, os créditos a longo prazo, os créditos a
curto, as transações de capital e as variações de reservas em ouro e divisas.
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8.1 Os Mercados de Câmbio
A heterogeneidade das moedas pelos diferentes países dificulta as relações econômicas
internacionais. Um sistema desenvolvido de comércio internacional exige um mercado onde
uma moeda possa ser trocada por outra; esta tarefa é desenvolvida no mercado de câmbios. A
taxa de câmbio é a razão pela qual uma moeda é trocada por outras.
Supondo-se que a única moeda estrangeira seja o dólar, a taxa de câmbio é o número
de reais que se entrega para se obter um dólar.
Num mercado livre a taxa de câmbio será determinada pelas forças da oferta e da
demanda. Nessas circunstâncias diz-se que a taxa de câmbio é livre ou flutuante. A oferta de
dólares é feita pelos exportadores nacionais e pelos investidores norte-americanos no Brasil,
enquanto a demanda de dólares corresponderá à dos importadores nacionais e dos
investidores brasileiros nos EUA.
Teoricamente, o sistema de taxas câmbio flutuante corrigiria automaticamente
qualquer tendência no balanço de pagamentos de gerar um déficit ou superávit. Na prática,
entretanto, o mecanismo pode não funcionar devido, entre outras coisas, às mudanças nas
importações e exportações que podem ser pouco sensíveis às alterações de taxa de câmbio.
Dentro do sistema de taxa de câmbio do Fundo Monetário Internacional (FMI), o
valor de uma moeda fixou-se em termos de dólar, que, por sua vez, estava fixado ao ouro. Os
bancos centrais eram responsáveis por manter os valores das moedas dentro das faixas
determinadas. Para isso, deveriam atuar como ofertantes e demandantes da moeda nacional no
mercado de câmbio.
Quando um país apresentava um déficit persistente no balanço de pagamentos, era
permitido desvalorizar-se sua moeda. Dessa forma, suas exportações ficariam mais baratas
em termos de moeda estrangeira e a importações mais caras, contribuindo para o equilíbrio do
balanço de pagamentos. No caso em que o país apresentava um balanço de pagamentos com
superávit, o país em questão teria de valorizar sua moeda.
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Definição Microeconômica de Taxa de Câmbio: é o número de unidades de moeda
nacional necessário para comprar uma unidade de moeda estrangeira.
Definição Macroeconômica de Taxa de Câmbio: é o preço relativo que reflete a
competitividade do país em relação aos outros países.
Desvalorização Cambial: é o processo pelo qual a taxa de câmbio é desvalorizada
numa proporção menor que a necessária para atingir a taxa de câmbio real.
Derivativos: é o nome que recebem os títulos representativos de contratos de
operações de compra e venda de ativos diversos, como ações, divisas ou mercadorias,
para entrega e pagamento numa data futura, a um preço previamente estabelecido.
Globalização – Benefícios: aumenta a eficiência do sistema econômico, reduz os
preços e eleva a quantidade, variedade e qualidade de bens à disposição dos
consumidores.
Globalização – Problemas: desemprego e perda da autonomia dos governos na
elaboração de suas políticas econômicas.
Hedge: em inglês significa resguardar-se, safar-se. No mercado financeiro o termo
define a operação de venda de contratos na Bolsa e Mercadorias e Futuros (BM&F)
como soja, café, ouro, dólar e até juros. Como o comportamento do mercado é
imprevisível e volátil, se no futuro o preço da saca de café, por exemplo, estiver
abaixo daquele acertado na data do fechamento do contrato, garantem um lucro
mínimo ao invés de registrarem perdas. Esta lógica é a mesma para negócios feitos
com dólar ou juros ou demais tipos de ativos negociados na BM&F. Existem casos,
também, que ao comprar uma máquina alemã, por exemplo, uma empresa brasileira
pode fazer um hedge, pois como o contrato será fechado em Euro, pode acontecer que
no dia do recebimento da máquina o Euro esteja mais caro do que a data contratada.
Mercado de Divisas: é o mercado no qual se defrontam os compradores e os
vendedores de divisas.
Mercado Futuro: é o mercado no qual são negociados os derivativos.
Mercado Futuro de Câmbio: nesse mercado, o objeto de negociação é a taxa de
câmbio. É muito usado por exportadores e importadores que querem se proteger do
risco cambial.
Protecionismo: doutrina e prática de impor tarifas altas para proteger da concorrência
estrangeira os produtos nacionais.
Risco Cambial: é o risco que ocorre um agente que tem de pagar ou receber uma
quantia em divisas. Se a taxa de câmbio variar, as despesas podem aumentar ou
diminuir, o mesmo acontecendo com as receitas.
Saldo de Balanço de Pagamentos é igual ao saldo de balanço de transações correntes
mais o saldo do balanço de conta de capital, sem incluir as variações de reservas.
Serviço da Dívida soma das importâncias pagas ao título de amortização e juros.
Subdesenvolvimento (Emergentes): Situação caracterizada pela baixa renda por
habitante, reduzido nível de poupança e insuficiente dotação tecnológica; tudo o que
limita o crescimento econômico.
Subsídio à Exportação: ajuda ao fabricante nacional de determinados bens para
exportar a preços mais competitivos.
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Superávit (déficit) do Balanço de Pagamentos: Resultado positivo (negativo) do
Balanço de Pagamentos.
Superávit Orçamentário: Montante no qual as receitas orçamentárias excedem os
gastos.
Swap: t(do inglês: troca ou permuta) contrato que permite trocar em uma data futura
pré-determinada, um investimento por outro. Dessa forma, é possível fazer a troca de
ações por opções, por exemplo. Opções – são muito usadas no mercado de
commodities e mercado futuro de ações – são contratos que reservam ao seu portador
o direito de comprar ou vender mercadorias ou títulos em uma data futura e a um
preço pré-determinado. Ambos (Swap e Opções) são classificados como Derivativos
– que são operações feitas no mercado financeiro em que o valor das transações deriva
do comportamento futuro de outros mercados, como o de ações ou de juros, por
exemplo. Há, portanto, um alto risco nessas aplicações, uma vez que o grau de
incerteza que envolve essas previsões é sempre muito alto. Contudo, como a regra diz
quanto maior o risco maior o retorno, os seus ganhos também podem ser exorbitantes.
Outro tipo de derivativo é Futuros – servem para proteger o investidor das flutuações
nos preços normais (mercadorias negociadas pelo seu preço de entrega no futuro –
dias, meses e anos).
Tarifa: Imposto de importação incidente sobre cada unidade de uma mercadoria
importada de um país.
Tarifa Alfandegária: Imposto sobre um bem importado.
Taxa de Câmbio Real: é aquele que preserva a relação dos preços entre dois países
num determinado período.
Taxa de Câmbio Fixo: Taxa de câmbio que é fixada pelas autoridades monetárias.
Normalmente é utilizado esse tipo de sistema quando se troca moeda ou há medidas
econômicas que pretendem segurar a inflação (num primeiro momento). Esse tipo de
sistema foi utilizado inúmeras vezes no Brasil, inclusive no início do Plano Real.
Taxa de Câmbio Flexível (ou Flutuante): Taxa de câmbio que não é fixada pelas
autoridades monetárias e pode variar em resposta às variações nas condições de oferta
e demanda. É o sistema apreciado pelos investidores estrangeiros, considerando que o
país está operando em Economia de Mercado e não há interferência direta do Governo
Federal.
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9 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
A existência da intermediação financeira pressupõe como requisitos fundamentais, que
o sistema econômico tenha superado o estágio primitivo das trocas diretas em espécie. O
sistema financeiro é constituído pelo conjunto de instituições que intermedeiam os
demandantes e ofertantes de recursos financeiros; os intermediários financeiros brasileiros
mais importantes são os bancos comerciais e os bancos múltiplos. O sistema financeiro nasce
como resposta a uma demanda de recursos para fins produtivos e de consumo, e está apoiado
num esquema institucional que se concretiza numa série de intermediários específicos, como
bancos comerciais, financeiras, caixas econômicas etc.
Em 1831, nasceu a primeira caixa econômica, sediada no Rio de Janeiro, mas não
obteve sucesso.
Em 1833, nasceu o segundo Banco do Brasil, mas não conseguiu integralizar o capital
para a sua instalação (Lei nº 59, de 08.10.1833).
Em 1836, nasceu o primeiro banco comercial privado: o Banco do Ceará. Com vida
curta, fechou em 1839.
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Em 1906, nasceu o quinto Banco do Brasil, fruto de nova fusão: o Banco do Brasil de
1853 uniu-se ao Banco da República do Brasil (Decreto nº 1.455, de 30.12.1905). O
atual Banco do Brasil é a continuidade da fase iniciada em 1906.
Em 1952, nasceu o BNDE, banco de fomento com o objetivo financiar a longo prazo
os empreendimentos que contribuam para o desenvolvimento do País. Criado pela Lei
nº 1.628, de 20.06.52, sob a forma de autarquia, transformado em empresa pública
pela Lei nº 5.662, de 21.06.71, o BNDES geriu e executou o Programa de
Reaparelhamento Econômico com o objetivo de criar uma infra-estrutura adequada ao
desenvolvimento. O Decreto-lei nº 1.940, de 26.05.82, transformou o BNDE em
BNDES.
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Em 1952, nasceu também o Banco do Nordeste do Brasil S . A . (BNB), através da Lei
nº 1.649, de 19.07.52. O ministro Horário Lafer realizou viagem ao Nordeste para
verificar os efeitos da seca de 1951 e, ao retornar, sugeriu ao presidente Getúlio
Vargas a criação do BNB, com o objetivo de fomentar o desenvolvimento da região,
assolada por constantes secas.
O CMN, alicerçado no artigo 4º, inciso IX, da Lei nº 4.595/64, liberou para o regime
de mercado as taxas de juros praticadas pelas instituições financeiras, através da
Resolução nº 1.064, de 05.12.85.
A Constituição Federal de 1988 dispôs, em seu artigo 192, que o "sistema financeiro
nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a
servir aos interesses da coletividade, será regulado em lei complementar". O artigo 5º,
X e XII, da Carta Magna consagrou o sigilo bancário, instituto já previsto no artigo 38
da Lei nº 4.595/64.
Em 1997, nasceu também a Central de Risco de Crédito, mantida pelo Banco Central
do Brasil, criada pela Resolução nº 2.390, de 22.05.97, do CMN. Ainda para criar um
ambiente favorável à concessão do crédito com segurança, o CMN em 12.12.99,
através da Resolução nº 2.682, instituiu nove níveis de risco para indicar a qualidade
das operações de crédito.
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9.4 Os Intermediários Financeiros
Os intermediários financeiros emitem obrigações financeiras, tais como: Certificado
de Depósito Bancário (CDB) ou Letra de Câmbio (LC) –, para adquirir fundos do público e
posteriormente oferecê-los às empresas e aos indivíduos ou ao setor público.
Os intermediários financeiros especializaram-se em atuar entre os clientes, que podem
ser agrupados em três categorias: pessoas físicas, empresas (pessoas jurídicas) e setor público,
sendo que os principais serviços que oferecem a esses clientes são:
a) Como proprietários: a possibilidade de guardar seu dinheiro em um lugar seguro e de
obter juros pelas poupanças depositadas nas instituições financeiras;
b) Como emprestadores: oferecem a possibilidade a seus clientes de pedirem emprestado
dinheiro para financiar seus gastos, tanto de consumo como de investimento;
c) Como transferidores de dinheiro (meio de pagamento); oferecem a seus clientes a
possibilidade de pagar contas, de obter dinheiro de outros lugares e de transferir
dinheiro de uns indivíduos a outros.
Os intermediários financeiros procuram obter lucro e o fazem cobrando pelos serviços
que oferecem e emprestando dinheiro a uma taxa de juros mais alta do que a que paga pelos
depósitos que recebem de seus clientes.
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10 – BREVE PANORAMA DA ECONOMIA BRASILEIRA: PLANO REAL
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