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Caio Mário
Carlos Roberto Gonçalves
Avaliação:
1ª Prova: individual e com consulta ao Código – 8,0 pontos + 2 Estudos dirigidos (cada um
valendo 1,0 ponto).
2ª Prova: individual e com consulta ao Código – 8,0 pontos + 1 Estudo Dirigido (valendo 2,0
pontos)
Exercícios baseados em textos dados pelo professor (estão na Xerox de fora).
Plano de curso:
No blog
06/02/2009 – sexta-feira
Tirar cópia dos textos na Xerox de fora: R$11,50. Com encadernação: R$14,00.
09/02/2009 - segunda-feira
Revisão:
Elementos acidentais
Condição: evento futuro e incerto.
Termo: evento futuro e certo. Nem sempre será por prazo determinado.
• Prazo: é quantidade de tempo entre dois momentos.
Encargo: obrigação/ônus.
13/02/2009 - sexta-feira
PRINCÍPIOS
VOLITIVO: Princípio da autonomia privada (texto 1 – tópico 5)
As partes têm liberdade de contratar dentro dos limites impostos pelo Estado (dirigismo
contratual. São limites amplos, mas não absolutos).
4 aspectos:
1) Direito de Contratar ou não contratar: O fornecedor não pode se negar a contratar, sem
um motivo justo. Já a pessoa natural, pode se negar.
2) Escolha dos contratantes: em uma relação civil pode escolher os contratantes. Em uma
relação de consumo o fornecedor não pode escolher, mas pode estipular regras (são regras
relativas, elas devem ser regras que todos podem se encaixar, não é inerente da pessoa
humana, ou seja, nada com relação à cor, sexo, idade, peso, altura... salvo se houver
justificativa).
16/02/2009 - segunda-feira
Art. 401, CPC - A prova exclusivamente testemunhal só se admite nos contratos cujo valor
não exceda o décuplo do maior salário mínimo vigente no país, ao tempo em que foram
celebrados. (Aqui se trata de prova, que diz respeito à eficácia do contrato, não diz respeito à
forma do contrato, que acarreta a nulidade).
02/03/2009 – segunda-feira
06/03/2009 – sexta-feira
09/03/2009 - segunda-feira
13/03/2009 – sexta-feira
Princípio da boa-fé – pode ser analisada sob o ponto de vista subjetivo ou objetivo.
• Objetiva: não vai dizer respeito ao aspecto psicológico. Diz respeito ao
comportamento (que deve ser pautado na ética, bom senso...). O contrário de boa fé
objetiva, não necessariamente é má-fé, geralmente é falta de boa-fé. É um exemplo de
nemo potest venire contra factum proprium (proibição do comportamento
contraditório), e tu quoque (a pessoa age de forma irregular e invoca como vício do
negócio jurídico). Ex.:
Art. 180, CC. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de
uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela
outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior.
• Subjetiva: é quando há o desconhecimento de um fato, que se a pessoa soubesse
agiria de forma diferente. É o contrário de má-fé.
Art. 309, CC. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado
depois que não era credor.
A boa-fé é vista com 3 funções:
I. Critério hermenêutico (função interpretativa): Art. 113, CC. Os negócios
jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua
celebração. (vai falar melhor aula que vem).
II. Restrição ao exercício de direitos subjetivos: Art. 187, CC. Também comete ato
ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites
impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. Abuso
de direito (que é o que trata este artigo) é uma situação cujo conceito não está na Lei,
ELABORADA POR SUELEN CRISTINA MEDEIROS MENDES – suelencmm@hotmail.com
não infringe a Lei, e sim a boa-fé, os bons costumes, a finalidade econômica e social
(são critérios extralegais, tem que ser analisada a ética, a lógica...). Ex.: a pessoa vai
fazer um churrasco e fica sabendo que não pode ficar com o som muito alto depois de
22 horas, aí a pessoa faz o churrasco de dia, e coloca um trio elétrico no prédio. Isso é
falta de boa-fé. Ato emulativo – veio do aemulatio, são caracterizados como atos que
não trazem benefícios para quem pratica e tem como finalidade prejudicar outra
pessoa (típico exemplo de abuso de direito). Art. 1.228, § 2º, CC – São defesos os
atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam
animados pela intenção de prejudicar outrem. O ato abusivo independe se a pessoa
teve a intenção ou não de prejudicar, basta que haja excessos na utilização do direito.
III. Criação de deveres acessórios: Art. 422, CC. Os contratantes são obrigados a
guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de
probidade e boa-fé. Os deveres acessórios decorrentes da boa-fé são os de lealdade,
proteção e informação (é o mais relevante hoje em dia) – Classificação de Menezes
Cordeiro. Não é que os contratantes tenham que ser altruístas (solidárias).
16/03/2009 - segunda-feira
Boa-fé (art. 422): deve ser observada antes da formação do contrato (responsabilidade pré-
contratual), durante a execução do contrato e depois do seu cumprimento (responsabilidade
pós-contratual).
• Responsabilidade pré-contratual – culpa in contrahendo (culpa é no sentido romano,
imputação de responsabilidade, não é no sentido de negligencia, imprudência e
imperícia). É uma das mais práticas formas da boa-fé. Ex.: quando a empresa cria a
expectativa de que vai comprar um produto, mas não compra.
• Responsabilidade pós-contratual – culpa post pactum finitum (a culpa também não é a
de negligência, imprudência e imperícia). Ex.¹: João comprou uma padaria de Maria. Foi
tudo feito corretamente, João pagou e Maria entregou a padaria da forma combinada.
Maria não pode coloca uma padaria próxima para fazer concorrência. Se outra pessoa
quiser abrir uma padaria, pode, pois não possui vinculo com João.
Art. 1.147, CC. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento
não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subseqüentes à
transferência.
Ex.²: se uma empresa vende um produto dizendo que possui uma vida útil de 20 anos,
e mesmo após os 5 anos de garantia, e o produto dá um problema e eu levo na
empresa para consertar (para pagar, pois está fora da garantia), e eles falam que não
produzem mais a peça necessária. Eles ainda possuem responsabilidade pós-
contratual, ou seja, teriam que possuir a peça até completar os 20 anos de vida útil do
produto.
Interpretação dos contratos (função interpretativa)
• Teoria da vontade: o juiz deve buscar a real intenção das partes ao analisar um
contrato (art. 112).
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas
consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.
• Teoria da declaração: o juiz está limitado à analise do próprio instrumento contratual
(art. 114).
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.
o Classificação quanto às partes beneficiadas:
Gratuito – aquele que beneficia apenas uma das partes. Ex.: doação,
comodato (empréstimo), fiança, transporte (pode ser oneroso ou gratuito).
Aplica-se o art. 114.
Oneroso – aquele que beneficia todas as partes. Ex.: compra e venda,
locação, seguro, transporte (pode ser oneroso ou gratuito). Aplica-se o
artigo 112, não se aplica o art. 114, é somente para os negócios
benéficos.
• A boa-fé e os costumes são usados como critérios hermenêuticos (art. 113)
20/03/2009 - sexta-feira
23/03/2009 - segunda-feira
27/03/2009 - sexta-feira
Tempo
- Entre presentes: o contrato se forma com a aceitação.
- Entre ausentes:
→ Teoria da declaração: o contrato se forma quando o aceitante declara a aceitação.
(Mais segura para uma das partes e mais insegura para a outra).
→ Teoria da expedição: o contrato se forma quando a aceitação é expedida. (é
intermediária e é a aceita pelo Código – art. 434).
→ Teoria da recepção: o contrato se forma quando a aceitação é recebida pelo
proponente. (é intermediária)
→ Teoria da informação: o contrato se forma quando o proponente toma ciência da
aceitação. (Mais segura para uma das partes e mais insegura para a outra).
Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida,
exceto:
Lugar
Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto.
Onde é o local da celebração de um contrato que é feito por telefone de uma pessoa em
Vila Velha e uma pessoa na Bahia? Art. 9º, § 2º da LICC – A obrigação resultante do
contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente; (é utilizado por analogia,
mas não diretamente, pois a LICC trata de contratos internacionais).
- O contrato é feito no lugar onde estiver o proponente (art. 435, c/c 9º, §2º, LICC, por
analogia).
- O lugar é relevante para critério de interpretação (não é para fixar a competência), mas vai
depender do caso concreto, sempre será levada em conta a boa-fé.
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar
de sua celebração.
Resilição unilateral
- É exceção devendo haver previsão contratual ou legal, expressa ou tácita. Ex.¹: resilição
expressa – advogado – normalmente possui uma cláusula que a parte ou o advogado podem
rescindir o contrato quando quiser. Ex.²: não tem previsão expressa – execução continuada
por prazo indeterminado (locação) – pois, não prevê um prazo para acabar com o contrato,
por isso pode ser unilateral, desde que não esteja previsto em Lei. Pode ser resilição
unilateral por apenas uma das partes, por exemplo, no caso de alunos de faculdade, os
alunos podem pedir a resilição quando quiserem, mas a faculdade não pode.
- Exige notificação da outra parte (na relação de consumo existe um caso em que o
consumidor não é obrigado a pagar algo que não consumiu, o judiciário tem tomado um
posicionamento de que se o consumidor não usufruiu o serviço, ele não é obrigado a pagar
por ele, quando o aluno, por exemplo, abandona o curso, e não notificação). É uma questão
de boa-fé.
Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita,
opera mediante denúncia notificada à outra parte.
- A resilição unilateral não pode se exercida em prejuízo do outro contratante (pode ser
resolvido com indenização de perdas e danos).
Art. 473, Parágrafo único - Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes
houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só
produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos
investimentos.
30/03/2009 - segunda-feira
Resolução
- É a extinção do contrato em razão de inadimplemento;
ELABORADA POR SUELEN CRISTINA MEDEIROS MENDES – suelencmm@hotmail.com
- Cláusula resolutiva expressa é a enunciação do rol de hipóteses de resolução do contrato;
- Cláusula resolutiva tácita é inerente a todo contrato e diz respeito ao direito da vítima do
inadimplemento de pedir a extinção do contrato;
- A vítima do inadimplemento pode pedir o cumprimento do contrato mais perdas e danos ou
só perdas e danos (art. 475).
Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não
preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e
danos.
03/04/2009 - sexta-feira
(continuação)
Art. 478, parte final, CC. (...) poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da
sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
Pedir a extinção do contrato não é mais interessante ultimamente. O interessante é pedir a
revisão/alteração do contrato.
ELABORADA POR SUELEN CRISTINA MEDEIROS MENDES – suelencmm@hotmail.com
O código já prevê a alteração do contrato, mas este artigo trata dos contratos unilaterais.
Mas, porque não utilizá-lo também nos bilatérias, se for mais benéfico para as partes?
Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela
pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar
a onerosidade excessiva.
- Se for antecipação de tutela, não precisa retroagir até a data da citação, pois já estão
surtindo os efeitos desde a data da citação.
Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar eqüitativamente as
condições do contrato.
COMPRA E VENDA
Conceito
“Compra e venda é o contrato em que uma pessoa (vendedor)se obriga a transferir a outra
pessoa (comprador)de domínio de uma coisa corpórea ou incorpórea, mediante o pagamento
de certo preço em dinheiro ou valor fiduciário correspondente”. Caio Mário da Silva.
- A transferência se dá pela tradição.
Art. 1.267. A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da
tradição.
- O contrato de compra e venda gera obrigação de dar imposta ao vendedor. A propriedade
(direito real) decorre da tradição ou do registro.
Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo
no Registro de Imóveis.
- Se tratando de bem móvel a transferência se dá com a tradição, e não com o registro, para
fins de direitos reais (apesar de precisar do registro também). Já o registro é para fins perante
terceiros.
Elementos essenciais
I – Coisa:
- Pode ser corpórea ou incorpórea (líquido, gasoso, e etc., são considerados corpóreos);
• Características (da coisa):
o Existência: pode ser atual ou futura.
Art. 483. A compra e venda pode ter por objeto coisa atual ou futura. Neste
caso, ficará sem efeito o contrato se esta não vier a existir, salvo se a intenção
das partes era de concluir contrato aleatório.
Contrato aleatório: é aquele em que há uma incerteza quanto à prestação de
uma das partes, quanto à quantidade ou quanto à sua própria existência. (há um
risco – vem da palavra alia que designa sorte, fortuna, acaso...).
Contrato aleatório emptio rei sperate:
Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o
adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá também
direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não tiver concorrido
culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada.
Parágrafo único - Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e
o alienante restituirá o preço recebido.
Tem como característica a grande probabilidade de o contrato aleatório ser
desproporcional.
Ex.: eu decidi comprar os filhotes de uma cadela, que ainda irão nascer. Mas eu
não sei quantos serão. O normal para aquela raça é de 10 filhotes. Então eu
combino de pagar mil reais pelos filhotes, independente de quantos forem. Se
nascer 1, ou 20, o contrato é o mesmo, e o valor é o mesmo. Se por acaso os
filhotes não nascerem, o contrato não existe, desde que o comprador não tenha
assumido o risco de os filhotes não nascerem. (tem que assumir o risco
expressamente).
Contrato aleatório emptio spei:
Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros,
cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro
direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte
não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir.
06/04/2009 - segunda-feira
27/04/2009 – segunda-feira
04/05/2009 - segunda-feira
08/05/2009 - sexta-feira
11/05/2009 - segunda-feira
o Certeza
Não quer dizer que deve ser definido em quantidade de reais necessariamente.
Tem que ser certo em quantidade de dinheiro ou por meio de um critério
objetivo de quantificação.
Pode ser fixado por terceiro (art. 485 – mas não é o que ocorre na prática, em
regra. E o terceiro não pode beneficiar nenhuma das partes, pois poderia
configurar simulação – nulo, dolo ou dolo de terceiro – anulável), índice (art.
487), ou mercado/bolsa (art. 486) .
Art. 485. A fixação do preço pode ser deixada ao arbítrio de terceiro, que os
contratantes logo designarem ou prometerem designar. Se o terceiro não aceitar
a incumbência, ficará sem efeito o contrato, salvo quando acordarem os
contratantes designar outra pessoa.
Art. 487. É lícito às partes fixar o preço em função de índices ou parâmetros,
desde que suscetíveis de objetiva determinação. (vai usar como norte, mas não
para todo negócio jurídico)
Art. 486. Também se poderá deixar a fixação do preço à taxa de mercado ou de
bolsa, em certo e determinado dia e lugar. (é muito comum)
Art. 318. São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda
estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o valor desta e o da
moeda nacional, excetuados os casos previstos na legislação especial.
Art. 489. Nulo (invalidade absoluta, não surte efeitos. É nulo de pleno direito) é
o contrato de compra e venda, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das
partes a fixação do preço.
(Para ser nulo não pode existir vontade da pessoa, mesmo que seja mínima, ou
seja, dizendo que concorda ou não com o valor. Não pode haver manifestação
nenhuma quanto ao valor. Para ser nulo tem que deixar para posteriori a fixação
do preço, sendo este decidido exclusivamente por uma das partes. É nulo
mesmo que seja mais benéfico, ou no preço justo, pois o que interessa é a forma
como foi feito, o que gera a nulidade não é a desproporção, o que quer proteger
é a potestatividade);
19/05/2009 - segunda-feira
22/05/2009 - sexta-feira
Estudo dirigido. Não vai valer ponto, mas vai cair na prova a matéria do exercício.
Não precisa fazer em sala, nem entregar. É sobre cláusulas especiais de compra e
venda.
25/05/2009 - segunda-feira
Contrato Preliminar (ainda está tratando de contrato de compra e venda, por ser
muito comum em contrato de compra e venda, apesar de poder ser utilizado em
outros contratos)
Ocorre quando 2 ou mais pessoas se comprometem, em caráter de reciprocidade ou não, a
celebrar um contrato definitivo.
Pode ser preliminar a qualquer contrato (não especificamente do contrato de compra e
venda).
Requisitos:
• Com exceção da forma, devem ser observados os mesmos requisitos para o contrato
definitivo que será celebrado (art. 104 e 462).
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei. (não precisa ser analisada neste contrato)
Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os
requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.
• Também seria necessário o registro do contrato (art. 463, §ú), porém não é isso que
vem entendendo a jurisprudência (Súmula 239 do STJ e Enunciado 95 da I Jornada).
Art. 463, Parágrafo único - O contrato preliminar deverá ser levado ao registro
competente.
Súm. 239. O direito à adjudicação compulsória não se condiciona ao registro do
compromisso de compra e venda no cartório de imóveis.
Há divergência se necessita ou não do registro.
Efeitos e tutela específica
• O contrato preliminar obriga as partes a firmar contrato definitivo (art. 463).
Art. 463. Concluído o contrato preliminar, com observância do disposto no artigo
antecedente, e desde que dele não conste cláusula de arrependimento, qualquer das
partes terá o direito de exigir a celebração do definitivo, assinando prazo à outra para
que o efetive.
• Se a parte não efetivar o contrato, o interessado pode pedir ao juiz que de sentença
suprindo a declaração de vontade (art. 464)
29/05/2009 - sexta-feira
01/05/2009 - segunda-feira
Efeitos:
• Devolução da coisa e do preço – art. 441, CC. A coisa recebida em virtude de
contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem
imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor. É reclamado por uma
ação chamada de Ação redibitória (espécie de ação edilícia) – possui natureza
desconstitutiva ou constitutiva negativa, todavia alguns doutrinadores minoritários
entendem que só possuem natureza condenatória (esta última possui prazo
prescricional, mas a desconstitutiva está sujeita a decadência, ou seja, os prazos das
ações edilícias são decadenciais).
• Abatimento no preço – art. 442, CC. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato
(art. 441), pode o adquirente reclamar abatimento no preço. É reclamado por uma ação
chamada Ação Quanti Minoris (espécie de ação edilícia) – possui natureza
desconstitutiva ou constitutiva negativa, todavia alguns doutrinadores minoritários
entendem que só possuem natureza condenatória (esta última possui prazo
prescricional, mas a desconstitutiva está sujeita a decadência, ou seja, os prazos das
ações edilícias são decadenciais).
Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do
alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição. (ou seja, havendo
ou não culpa de quem alienou, ele continua tendo responsabilidade. E dependendo do caso,
responderá pelos lucros cessantes e danos morais também – responsabilidade objetiva).
Prazos (sempre decadencial por se tratar de ações edilícias, ou seja, o prazo, em
regra, não se interrompe nem se suspende) – parte mais complicada:
• Art. 445, “caput”, 1ª parte. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou
abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for
imóvel, contado da entrega efetiva (termo a quo: tradição);
04/06/2009 - quinta-feira
CONTRATO DE LOCAÇÃO
Conceito – “Locação é o contrato pelo qual uma pessoa se obriga a ceder temporariamente o
uso e o gozo de uma coisa não fungível, mediante certa remuneração” (Caio Mário da S.
Pereira)
Art. 565. Na locação de coisas, uma das partes se obriga a ceder à outra, por tempo
determinado ou não, o uso e gozo de coisa não fungível, mediante certa retribuição.
“Não fungível” neste caso significa que o bem pode até ser fungível, mas, para aquele
contrato o bem é infungível, ou seja, não pode substituir por outro. Ex.: se eu alugo um carro,
e bato com ele, não adianta eu devolver outro igual, eu tenho que indenizar a empresa de
aluguel. É da mesma forma com uma locadora de DVD, se eu estragar não adianta eu
comprar outro e entregar na locadora, eu deveria entregar o DVD que eu aluguei.
Elementos essenciais
1) Coisa
• Basta ser infungível (corpórea ou incorpórea);
• Lícito o objeto do contrato e sua utilização (ex.: posso alugar um fuzil r15? Não. Posso
alugar uma casa? Sim. Depende se é lícito ou não);
• Obrigação de devolução da coisa no estado em que foi contratada. (com a deterioração
inerente ao uso da coisa)
• É possível a realização de benfeitorias.
2) Consentimento
• Depende da capacidade das partes (art. 104, I – capacidade plena).
• A capacidade será avaliada na formação do contrato, que continuará válido se esta se
alterar (se por acaso a capacidade – incapacidade superveniente – se alterar o
consentimento continua válido, ou seja, se o incapaz tinha feito, quando era capaz, um
contrato de 5 anos, até o fim destes 5 anos, o consentimento continua sendo válido.
Todavia a lei sempre protege o incapaz, por exemplo, se algo for prejudicial ao incapaz,
05/06/2009 - sexta-feira
Professor não veio. Passou estudo dirigido sobre evicção (vai ser como se fosse matéria dada,
ou seja, vai ser cobrada na prova). Segue um resumo no blog sobre a matéria (bem
superficial, é só para ajudar).
EVICÇÃO
Perda total ou parcial da coisa, em mão do adquirente, por força do Estado (Poder Judiciário
ou Executivo), que a defere a outrem baseada em causa preexistente ao contrato.
Requisitos
1. Contrato oneroso
2. Perda da coisa por ato estatal
3. Anterioridade do direito do terceiro
o Todos os requisitos para a formalização do direito do terceiro devem ser
preexistentes ao contrato (usucapião).
4. Ignorância do adquirente quanto à causa evicção (art. 457)
5. Denunciação da lide, art. 456 (art. 70 CPC)*.
Perda da coisa por ato estatal
• No Código Civil de 1916 se falava em perda da coisa “por sentença judicial” e não por
ato estatal, em razão da redação do art. 1.117 daquela norma, que previa o seguinte
(no novo CC foi suprimido o inciso I – é o atual art. 457):
Art. 1.117. Não pode o adquirente demandar pela evicção:
I - se foi privado da coisa, não pelos meios judiciais, mas por caso fortuito, força
maior, roubo ou furto;
II - se sabia que a coisa era alheia, ou litigiosa.
• O novo entendimento decorre da possibilidade, reconhecida pela jurisprudência, de
aplicação de evicção em caso de perda do carro por apreensão pela polícia.
o EVICÇÃO. ATO ADMINISTRATIVO. APREENSÃO POLICIAL. O VENDEDOR RESPONDE
PELA PERDA DO BEM APREENDIDO POR ATO ADMINISTRATIVO DA AUTORIDADE
POLICIAL. (STJ, REsp 62.575/MG, 4ª Turma, Rel. Min. Ruy Rosado de Aguiar, DJ
16/10/1995)
Evicção x hasta pública
• Art. 447. Nos contratos onerosos (gera benefício para as duas partes), o alienante
responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha
realizado em hasta pública.
08/06/2009 - segunda-feira
15/06/2009 - segunda-feira