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Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais 64


Curso: Direito - 3º Semestre – Turma D – Turno: Noturno
Disciplina: Teoria Geral do Processo – TGP – Profº: Adilson de Lizio

Anotações das Aulas de Teoria Geral do Processo – TGP

I. Propedêutica Processual

1. Terminologia Básica:

Interesse (sujeito e objeto do interesse)

- O interesse se dá entre a razão e o bem da vida. Significa a posição do homem em relação da


sua necessidade.

Definição: a posição favorável à satisfação de uma necessidade.


Objeto: o bem.
Sujeito: o homem

Interesse Individual e Interesse Coletivo

Interesse Individual: posição favorável a posição da nossa necessidade.


Interesse coletivo: é a posição idêntica de interesse relativamente a um grupo de pessoas.
Interesse individual em função do grupo social a que pertencemos (família)

Conflito de Interesses:

Os desencontros ou desentendimentos em torno dos bens da vida geram o conflito de interesses.

- Conflito Íntimo de Interesses: é aquele conflito íntimo, da própria pessoa. É subjetivo. Foge da
esfera judicial. A pessoa é que tem que resolver.

- Conflito Intersubjetivo de Interesses: é aquele conflito travado entre uma ou mais pessoas. É o
Estado é quem resolve estes conflitos. Este tipo de conflito surge quando há disputa entre
pessoas por um determinado bem. Busca-se a Arbitragem para solucionar o conflito.

Formas de Solução dos conflitos de interesse:

- Autodefesa: é uma forma primitiva de solução de conflito de interesses. Nessa categoria estão
o direito de greve, o estado de necessidade. A autodefesa deve ser evitada, pois pode levar a
prática de um crime qualquer. O art. 120 § 1º do CC é um dispositivo de autodefesa.
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- Auto Composição: Divide-se em: renúncia, solução contratual ou por arbitragem.

Por Renúncia: substituição da força pela razão. Uma das partes declina de parte ou de todo os
direitos para se compor.

Por Solução Contratual: quando as parte reconhecem a força do outro e as duas partes
renunciam a algo.

Por Arbitragem: A Lei nº 9.307, de 23/9/96 foi que instituiu a Arbitragem no Brasil. Designação
de árbitro para conduzir sentença comum para resolver conflitos. É importante dizer que a
sentença é privativa de um juiz. O Árbitro dá um parecer visando uma proposta de acordo que
contemple os interesses das partes. Caso não seja acatada pelas partes, será submetido ao Poder
Judiciário.

- Processo: se nenhuma das formas citadas apresentar resultado, encaminha-se ao Judiciário.

- Pretensão: quando não há acomodação de interesses, surge a pretensão de obter solucionado


seus interesses. Quando ajuizamos uma ação, estamos exercendo uma pretensão. A exigência de
subordinação de um interesse alheio ao interesse próprio. Poderá aceitar a subordinação ou
resistir.

- Lide ou Litígio: Quando ocorre resistência das partes em uma pretensão, surge a lide ou litígio.
A resistência pode ocorrer por contestação, exceção ou reconvenção.(conflito de interesse
qualificado por uma pretensão resistida)*

- Relação Jurídica: é um vínculo processual. É um vínculo que une interesse subordinante a


interesse subordinado.

- Direito Objetivo: é o Direito positivo ligado a um caso concreto de conflito de interesses. É o


direito como norma de conduta.

- Direito Subjetivo: é aquele direito que o sujeito julga ter.

2. Processo e Atuação do direito Objetivo:

O Código Penal e o Civil são exemplos de instrumentos válidos para a aplicação do Direito. O
Direito Objetivo precisa de uma norma própria (Código de Processo) para se realizar. O Direito
Processual vem aplicar o Direito Material. Sem isso não se resolveria os interesses em conflito.

O direito Processual não precisa do direito Material para existir. Agora, o Direito
Processual precisa do Direito Processual para atuar. Exemplo: A Ação Cautelar é meramente
processual, não se discute o Direito material controvertido.
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DISCIPLINA NORMATIVA DO PROCESSO

I. Conceito de Leis Processuais: regular a função jurisdicional. A função jurisdicional aplica a


lei material para solucionar conflitos de interesse. É a norma que regulamenta os procedimentos
processuais.

II. Classificação das Normas Jurídicas:

• De Bentham: tornou universal a classificação das normas em substantivas e


adjetivas. Se dividem em:

- Substantivas: são normas que criam direito e definem as obrigações.

- Adjetivas: são normas que criam meios de defesa desse direito (são
normas processuais)

• Moderna: não tem autor definido. Se dividem em:

- Substanciais ou Materiais: são as antigas normas substantivas.

- Formais ou Instrumentais: são as antigas normas adjetivas.

 A diferença entre as classificações é apenas de nomenclatura.

III. Outras Divisões das Normas Processuais:

1. Divisão Doutrinária:

• Normas Processuais em Sentido Estrito: são as que regulam o processo como tal,
atribuindo poderes e deveres processuais às partes e aos órgãos jurisdicionais. Exemplo: CPP,
CPC).
• Normas Estritamente Procedimentais: as que regulam o modo como devem se
conduzir o juiz e as partes no processo, inclusive a coordenação dos atos que compõe o processo.

Para um melhor entendimento:

- conhecimento

Processo - execução

- cautelar

- Ordinário
- comum
- Sumário
Procedimento

- CPC Jurisdição Contenciosa


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Jurisdição Voluntária
- especial - Leis Extravagantes

** O rito ordinário é mais lento, porém mais seguro. Quem estabelece o rito é a pessoa quem ajuíza a
ação. Isso é feito na petição inicial.

• Normas de Organização Judiciária: são as normas que regulam a estrutura e o


funcionamento dos Órgãos do Poder Judiciário.

2. Divisão Sob o Prisma da Coercibilidade:

• Normas Congentes: são normas de Direito Público, de caráter obrigatório para as partes.
• Normas dispositivas: são normas mais brandas, quando em certas circunstâncias, sua
incidência, fique na dependência da vontade das partes.

IV. Fontes do Direito Processual.

• Diretas (ou imediatas): as leis.


• Indiretas (ou mediatas ou secundárias): os costumes

V. Interpretação e Integração da Norma Processual


1. Interpretação: busca atender o exato conteúdo dos enunciados legais.

• Quanto aos meios: será gramatical, chamada também de literal, lógica, sistemática ou
histórica.

* Interpretação Gramatical: se inspira no significado das palavras;


* Interpretação Sistemática: examina-se a lei dentro de todo o contexto jurídico, dentro das
regras de direito, que tem pertinência com ela;
* Interpretação Histórica: verifica-se o momento histórico da lei. Busca-se o anteprojeto e
justificativa da elaboração da lei. É uma pesquisa longa que muda ao decorrer dos anos com a doutrina e a
jurisprudência das leis.
* Interpretação lógica – obedece à finalidade da lei.

• Quanto às Fontes: a interpretação será doutrinária, autêntica ou jurisprudencial.

* Doutrinária: é aquela interpretação feita pelos autores de obras de direito;


* Jurisprudencial: é aquela que a interpretação é dada pelo Conjunto de Tribunais.
* Autêntica – é a interpretação do próprio legislador. Nessa interpretação busca-se a vontade
do legislador, geralmente na exposição de motivos, nos debates que cercaram sua aprovação etc.

• Quanto aos fins: será:

a) Extensiva: quando o legislador disse menos do que queria ter dito. Cabe ao intérprete
estender a interpretação.
b) Restritiva: quando o legislador disse mais do que queria ter dito. Ao intérprete
cumpre restringir o sentido e o alcance das palavras da lei quando a lei é demasiadamente genérica.
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A integração se faz pela analogia, costumes e dos princípios gerais de direito, nessa ordem. É
necessária quando a lei apresenta lacuna. Requer pesquisa e formulação de norma aplicação ao confito.

Limitações Espaciais e Temporais à Aplicação da Norma Processual: As normas


processuais, na sua aplicação, sofrem limitações no tempo e no espaço, da mesma forma que toda norma
jurídica.

O Princípio da Territorialidade é que vigora e regula a eficácia das normas processuais (Lex
fori). É a lei da jurisdição.

Competência Internacional: é aquela competência que é exercida pela autoridade brasileira.

Competência: é o poder de exercer a jurisdição.

- Concorrente (art. 88 CPC)


- Externa (Internacional)
- Exclusiva (art. 89 CPC)

COMPETÊNCIA

- Interna - Praxistas
- Canelutti
- Chioventa

Competência Concorrente: podem ser ajuizadas no Brasil e no Exterior. Se a sentença estrangeira for
homologada pelo STJ antes da prolação da sentença brasileira, o processo interno perde o sentido. Se a
sentença interna for prolatada antes, a sentença estrangeira não cumpre nenhuma função.

Competência Exclusiva: a primeiro processo iniciado torna o outro sem efeito.

LITISPENDÊNCIA: se dá quando se repete ação que está em curso (art. 301, § 3º do CPC
§ 3º Há litispendência, quando se repete ação, que está em curso; há coisa julgada,
quando se repete ação que já foi decidida por sentença, de que não caiba recurso.

d) Cooperação Judicial Internacional: Ocorre mediante a expedição de carta rogatória. A certeza


do atendimento desta carta é a existência de Acordo Internacional

A cooperação interna se dá por carta:

- Precatória: cooperação judicial entre autoridades do mesmo nível judicial. Deprecante: que
expede a carta. Deprecado: quem recebe a carta.

- De Ordem: Se um Tribunal precisa realizar uma diligência por parte do relator. É de uma
autoridade superior para uma autoridade inferior.

- Rogatória: cooperação judicial internacional..


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e) Prova dos Fatos Ocorridos no Estrangeiro: Será considerada de acordo com a legislação do país.

2. Eficácia da Lei Processual no tempo:

- Princípios e Regras:

• Princípio da Irretroatividade: tem limites e exceções. Mesmo não retroagindo, a lei


processual não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.

• Vigência da Lei: é o momento em que a lei entra em vigor: 45dias após a


publicação. Quando há disposição de prazo, não se aplica o princípio “vacacio legis”.

• Cessação de Vigência: quando a lei posterior revoga a lei anterior.

• Tipos de revogação: - Tácita, quando a revogação é genérica do tipo: “revogam-


se as disposições em contrário”. (Regula msm matéria da lei anterior de forma diferente)

 Expressa – quando o dispositivo revogado e expressamente citado.


(Quando especifica o dispositivo revogado)

a) Revogação Total: ab rogação


b) Revogação Parcial: derrogação
c) Sub-rogação: quando uma lei é revogada profundamente, inclusive seu
histórico e a sua exposição de motivos.(construção doutrinaria)
d) *modificação -derrogação mais inclusão/adição da parte nova

- Princípio da Não escusa: não é lícito a ninguém alegar desconhecimento da lei. Principio
constitucional uma vez publicada existe a presunção de que todos tomaram conhecimento da lei.

2. Sistemas quanto à Eficácia de Aplicação (no tempo):

- Incidência sobre Processos Findos: lei nova não tem efeito em processos já julgados.

- Incidência sobre processos a serem iniciados: tem efeito a lei nova - incidência total.

- Incidência sobre processos em curso: aplica-se a lei nova desde o início, caso esteja em fase de
instrução.existem 2 situações:1:todo processo regido pela lei nova(começaria tudo de novo) 2:deixa a
parte do processo regida pela antiga lei e passa a usar a nova lei de onde parou.(não revogaria nada)
Considera-se o processo uma unidade.

a) sistema de unidade processual: obedece à lei vigente quando de sua instauração.

b) sistema das fases processuais (postulatório, saneamento) – a lei nova não se aplica à fase em
curso. Somente se aplica à fase seguinte.(n admite a retroatividade)
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c) sistema do isolamento dos atos processuais: já considera os atos isoladamente para fins de
aplicação de lei nova. A lei nova já se aplica ao ato em curso.(atos velhos continuam na lei velha)

- Postulatória;
- Saneamento;
Fases do Processo: - Instrutória ou Probatória;
- Decisória;
- Fase de Execução;
- Fase de Recursal.
- Postulatória;fase que vai da petição inicial ate a resposta do réu que pode vir pela
contestação,exceção(suspeição, impedimento ou incomp. Relativa) ou reconvenção(contra ataque o
acusado alegar contra o réu q o réu alegou contra ele – mérito processual, n pode existir na medida
cautelar salvo no caso do cod.processual art.810) tudo definido pelo juiz
- Saneamento;o juiz convoca uma audiência e tentar conciliar as partes
- Instrutória ou Probatória;fase em q aparecem as provas
- Decisória;fase em que é dada a sentença(pode estar junto com a fase acima)
- Fase de Execução
- Fase de Recursal

CONCEITO DE JURISDIÇÃO

I. Caracterização das três funções do Estado: Legislativa, Administrativa e Jurisdicional.

Função Legislativa: estruturar a legislação. Elaborar o arcabouço jurídico (as leis).

• Função Administrativa/Executiva; (inter partes) -cumprir as leis para garantir o bem


comum(da parte q procura o Estado e do próprio Estado) e prover as necessidades gerais. O Estado,
dentro do Poder Discricionário pode julgar a conveniência e a oportunidade, mas sempre por meios de
critérios da Administração. O Judiciário poderá intervir na Administração, mas somente no caso em que
haja descumprimento da parte legal. (aplica a lei a casos concretos de conflito de interesse). Somente a
cerca da validade formal (legalidade do fato)

• Função Jurisdicional: (supra partes) - é função soberana do Estado, exercida pelos juízes
e Tribunais, que consiste em dirimir litígios. Obedece ao princípio da inércia( a jurisdição esta sempre
inerte/parada esperando ser provocada).

II. Características da Jurisdição em Confronto com a Legislação.

• Legislar: é editar o direito em tese como norma de conduta que se dirige a todos em geral
e a ninguém em particular.
• Exercer a Jurisdição é dizer o Direito no caso concreto. Ninguém precisa requerer ou
provocar o estado para elaborar as leis ou para exercer a atividade legislativa. o legislador opera na exata
medida das necessidades sociais e coletivas. A Jurisdição, ao contrário, é uma atividade provocada, que
só se manifesta por requerimento (iniciativa) das partes ou dos interessados.

*enquanto a legislação se reveste de generalização a jurisdição se reveste de particularização.

Parte: faz parte da jurisdição contenciosa. Interessado: faz parte da jurisdição voluntária.
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III. A Caracterização do Ato Jurisdicional (art 2 do processo civil - c)

a) É atuação supra-partes: o juiz está acima da lide, juiz deve ser imparcial. Não possui interesse na
mesma.
b) É atuação em processo: sempre que se provoca uma ação, surge um processo.
c) Atua somente quando a parte ou o interessado requerer: o juiz somente atua quando é provocado.
*palavra parte é própria da jurisdição contenciosa, jurisdição voluntária se refere a interessados
d) Atua substituindo a vontade das partes no processo (jurisdição contenciosa). Uma vez instaurada
a ação, não prevalecerá a vontade das partes, e sim da lei.
e) Em decisão atua com efeito de coisa julgada material: segurança das partes e do Poder Judiciário.
(art. 301 parágrafo 3) da uma segurança necessária as partes, da a definitividade a sentença, sem recurso.
f) Atua declarando a existência de Direitos e realizando-os se for necessário.

(15/03/2010) IV. Finalidade da Jurisdição – poder de julgar, função soberana do Estado exercida pelos
juízes, finalidade de inibir litígios

• Corrente Objetiva: a atuação do direito objetivo a um caso concreto de conflito de


interesses.
• Corrente Subjetiva: a proteção do interesse individual, coletivo ou social, ou seja, tutela
de direitos subjetivos.
• Corrente Mista: a proteção dos interesses individuais, coletivos ou sociais em conflito,
através da atuação do direito objetivo.

V. Elementos da Jurisdição

Segundo a concepção clássica, a jurisdição compreende cinco elementos, assim


discriminados:

- Notio (conhecer): é a faculdade de conhecer de certa causa, ou de ser regularmente


investido da faculdade de decidir uma controvérsia, assim como de ordenar os atos respectivos, salvo a
aplicação das leis de acordo com os diversos graus da jurisdição e da competência.

- Vocatio (ordenar/coagir): é a faculdade de fazer comparecer em juízo todos aqueles cuja


presença seja útil à justiça e ao descobrimento da verdade;(art 339,412)*

- Coertio (ou coertitio) – (julgar/punir): é o direito de julgar e de aplicar a sanção.

- Executio (constranger a Execução): é o direito de tornar obrigatória e coativa a


obediência as suas próprias decisões.

Poderes da Jurisdição (ou Poderes Júris) !

Segundo a moderna doutrina, porém, a jurisdição compreende três poderes, denominados


poderes jurisdicionais: poder de decisão, poder de coerção e poder de documentação:

• Poder de Decisão: é o poder que o juiz tem para colher provas no processo, de
conhecer e tornar obrigatória suas próprias decisões. A sentença uma vez proferida, desafia a apelação. A
decisão interlocutória(n encerra o processo) é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve questão
incidente – recurso cabível: agravo que pode ser retido(se não houver risco para o agravante fica retido
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nos autos até o encerramento do processo) e de instrumento(risco eminente de um prejuízo)(art. 162 § 2º).
(poder de decisão: conhecer , prover , recolher elementos de prova e decidir) a sentença é o ato processual
em que o juiz encerra o processo resolvendo ou não o seu mérito art 162, 267 e 269 CPC. Nos despachos
não cabe recurso algum art 504.

• Poder de Coerção: (aparece nos atos de execução) é aquele que o juiz pode remover
quaisquer obstáculos para fazer valer sua determinação.

• Poder de Documentação: é o poder de representar por escrito os atos processuais. reduzir a termo -
transformar em escrito

VII. Princípioas Fundamentais da Jurisdição: !

• Investidura: a Jurisdição somente poderá ser exercida por quem estiver legalmente e
legitimamente investido no cargo.
• Indelegabilidade: uma vez investido nas funções jurisdicionais, o juiz deverá
exercer pessoalmente essa função, sendo proibido delegar a função. É indelegável. Na carta Precatória
não há delegação de competência. Apenas cooperação.(art.87)*carta precatória não é delegação de
competência
• Territorialidade: a Jurisdição pressupõe um território para ser exercida, logo uma
Juirsdição não pode ser exercida fora do território fixado a um juiz. A lei que estabelece os limites
territoriais é a Lei de Organização Judiciária. Salvo art. 230- que fica a critério de cada juiz

(23/03/2010)VIII. Outros Princípios Inerentes à Jurisdição:

• Indeclinabilidade: uma vez provocado, o juiz terá obrigatoriamente que atender a


quem o procurou. Obrigatoriedade de atendimento a todos que procuram a justiça.
• Do Juiz Natural: é considerado um complemento do item anterior por este princípio,
todos têm igualdade de condição, direito a um julgamento, por um juiz independente e imparcial, segundo
as normas legais e constitucionais.
• De Inércia: não haverá jurisdição sem a ação que a provoca. É exercida pelo direito
de ação.

“nulla Poena sine iudicio” – nula é a pena sem o devido processo legal.

“nullum crimen nulla poena sine lege” – é nulo o crime sem que haja lei anterior que o defina.

IX. Divisões da Jurisdição (ou Espécies, ou Classificações)

• Quanto à matéria: será penal e civil

- jurisdição penal: aquela que versa sobre lides de natureza penal. Tudo que não
for penal e não estejam em regime especial (militar), é de natureza civil.

- jurisdição civil: é aquela que versa sobre lides de natureza não penal e de
natureza não punitiva.

• Quanto a Gradução: pode ser inferior ou superior.


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- inferior: é a que se exerce em primeiro grau de jurisdição.

- superior: é aquela exercida pelos Tribunais.

• Quanto a origem: será legal ou convencional.

- legal: aquela que nasce da investidura do cargo de juiz com as atribuições de seu
ofício. (Lei de organização judiciária)

- convencional: é aquela exercida pelos árbitros, por força de compromisso


assumido pelas partes.

• Quanto aos Organismos Judiciários: a jurisdição será comum (ordinária) ou


especial (extraordinária).

- Jurisdição comum (ordinária): aquelas que se atribuem todas as causas que não
estejam destinadas expressamente a jurisdição especial.

- Jurisdição especial: é aquela que tem seu campo de atuação assinalada por lei
própria (Trabalho, Eleitoral, Militar)

• Quanto à forma: a jurisdição será contenciosa e voluntária.

- contenciosa: é aquela exercida em face de litígios.

- voluntária (graciosa ou administrativa): é quando a função do juiz se limita a


homologar a vontade dos interessados. Quando o juiz decide, mas em face de interesses, não de conflitos.

X. Jurisdição Contenciosa e Jurisdição Voluntária:! Tratam do msm direito porém um é controverso

Jurisdição Contenciosa Jurisdição Voluntária


1. Partes (sujeito ativo, sujeito passivo e réu) 1. Interessados
2. Possibilidade do Contraditório (art. 297) 2. Não há contraditório, nem a possibilidade.
3. Coisa Julgada (material) 3. Não faz coisa julgada, se fizer apenas coisa julgada
formal. É um mero ato administrativo dos interessados.
4. Conflito de Interesses. 4. Inexistência de conflito de interesses.
5. Lide ou Litígio. 5. Inexistência de Lide ou Litígio.
6. Processo. 6. Procedimento.
7. Substitutiva da Atividade das Partes. 7. Prevalece a Vontade das Partes.
(Prevalece a vontade da lei)
8. Finalidade Condenatória. 8. Finalidade Constitutiva.

ÓRGÃOS DA JURISDIÇÃO E ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA

| - Órgãos da jurisdição ( estrutura do P.J)

(Jurisdicionais, judiciais ou judicantes exercem a função jurisdicional)


- Conceito, importância, Unidade e Duplo Grau de Jurisdição, Formas de composição dos Juízos e
Tribunais, Constituição da Magistratura, Proibição dos Juízes;
- Organização Judiciária;
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- Organização da Justiça Federal;


- Organização da Justiça do Distrito Federal.

B)Estrutura do Poder Judiciário (art. 92, CF):

Cabe ao Poder Judiciário a função jurisdicional, ou seja, aplicar a lei. No exercício da


função jurisdicional, o Poder Judiciário precisa de seus órgãos executores. A CF (art. 92) estabelece os
órgãos que compõe o Poder Judiciário:

 o Supremo Tribunal Federal;


 o Superior Tribunal de Justiça;
 os Tribunais Regionais Federais e Juízos Federais;
 os Tribunais e Juízes do Trabalho;
 os Tribunais e Juízes Eleitorais;
 os Tribunais e Juízes Militares;
 os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
 o Supremo Tribunal Federal;

C) Órgãos Principais e Órgãos Auxiliares:

• Órgãos Principais: são os juízes e os Tribunais. São os órgãos que têm o poder
de julgar.
• Órgãos Auxiliares: é integrado pelos auxiliares da Justiça: Diretor de Secretaria,
escrivão (os serventuários em geral).

(29/03/10) || - Organização Judiciária:


Distribuição Territorial do TRF
A distribuição dos tribunais regionais por região:
TRF

Região ESTADO
1ª Região DF, MG, GO, BA, MA, PA, MT, AM, PI, AC, RO, AP, RR, TO,
2ª Região RJ, ES
3ª Região SP, MS
4ª Região RS, SC, PR
5ª Região PE, RN, CE, PB, AL, SE

A) Conceito:
• Sobre o aspecto legislativo (normativo): conjunto de leis que regem a
Constituição, Condição (disposição) e a atribuições dos órgãos judiciários e seus auxiliares.

• Sobre o aspecto doutrinário: é a doutrina da constituição e disposição dos órgãos


judiciários principais e auxiliares em um organismo apto a atingir a sua finalidade.
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• Importância: é da organização judiciária que decorre toda eficácia da jurisdição. É


da Organização Judiciária (níveis de competência), sua abrangência e seus limites para que a Justiça
possa melhor exercer o seu papel. É também a que legisla sobre a divisão territorial de seus órgãos. É a
Lei de Organização Judiciária, a norma legal responsável pela organização e funcionamento de todo
aparelhamento do Poder Judiciário Nacional na busca de seus objetivos.

C) Unidade e Duplo Grau de Jurisdição:

Argumentos Contrários:

• São suscetíveis de erro tanto as decisões de Primeiro Grau, como as de


segundo grau de Jurisdição;
• A decisão em grau de recurso será inútil, se confirmar a decisão de primeiro
grau;
• Se reformá-la, a decisão será, de certa forma, perniciosa, por permitir a
dúvida sobre qual decisão foi justa contribuindo assim para o desprestígio do poder judicial;

Argumentos a favor:

• Possibilidade de reforma pela instância superior das decisões que se


ressentirem de vícios resultantes de erro ou má-fé de seu prolator (quem decidiu);
• A admissibilidade de reexame das decisões de primeiro grau, os juízes de
grau superior em regra mais experientes.
• *É psicologicamente demonstrado que raramente alguém se conforma com
um único julgamento que lhe seja contrário.

Formas de composição dos juízos e tribunais

- Juízo é o nome técnico que tem o órgão do poder judiciário. Também é a célula do
poder judiciário em 1º grau de jurisdição.

- Juiz é a pessoa física que está dentro do juízo, podendo o juízo ter mais de um juiz.
Critérios e composição.

- Juiz único em 1º e juiz único em 2º grau de jurisdição – exige maior


responsabilidade do juiz de 2º grau de jurisdição, responsabilidade que seria dividida no órgão colegiado

-Juízo colegiado em 1º e em 2º grau de jurisdição – as justiças militar e eleitoral


funcionam assim.

- Juiz único no 1º e colegiado no 2º grau – juiz comum local e a federal e as varas


do trabalho.

30/03/2010

Constituição da Magistratura

- Eleição pelo voto popular – critério eletivo. funciona nos EUA, vincula o juiz a sua
base política.

- Livre escolha pelo Poder Executivo – sistema inglês , o magistrado é escolhido


livremente dentre os advogados que tivessem desempenho notável na sua profissão.
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- Nomeação pelo poder executivo por proposta do poder judiciário – (5º


constitucional) rodízio entre integrante do ministério público e de advogados de notório saber, conduta
ilibada e 10 anos de prática, indicados pelos órgãos de classe.

- Nomeação pelo poder executivo após aprovação pelo Poder Legislativo. (Art.
101,104-u) forma de ingresso nos tribunais superiores.

*- Livre nomeação pelo poder judiciário – cooptação – admitir numa corporação,


ágüem com dispensa das condições ordinariamente exigidas. Não conhece lugar que assim faça.

- Escolha por órgão especializado em assuntos da justiça com pessoas representativas


dos 3 poderes da união e da classe dos advogados. Adepto. Jose Frederico Marques. Sistema perigoso
pois pode gerar influências políticas.

- Escolha por Concurso público de provas e títulos. (art.76) critério mais comum e
democrático e permite o ingresso de pessoas capacitadas para a função de julgar, com conhecimento
jurídicos indispensáveis para o exercício da magistratura. 1º grau federal, local, militar e trabalhista. As
qualidades morais dos candidatos são aferidas por vários modos diferentes (carta de recomendação,
psicotécnico, ) (permite oportunidade igual a todos)

- Por sorteio – tribunal do júri. No Brasil tem esse critério (tribunal do júri)

Garantias da magistratura

( Independência jurídica e política para o exercício da jurisdição.)

• Garantia jurídica – o juiz a ninguém se subordina a não ser à própria lei

• Garantia política – são as chamadas as garantias constitucionais do juiz para o


exercício da função jurisdicional (art. 95 CF) copiar...
? Inamovibilidade (art. 93) salvo situações que possam ocorrer fora da normalidade

Proibições aos Juízes (art. 95) SS 8


Garantia da imparcialidade do juiz

Parágrafo único. Aos juízes é vedado:


I – exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de
magistério;
II – receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
III – dedicar-se à atividade político-partidária;
IV – receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas
físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
V – exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos
três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.

Autogoverno da Magistratura

A magistratura se autogoverna – imparcialidade, independência, autonomia financeira, administrativa


(art. 96): cabe a magistratura organizar e administrar o serviço de seus órgãos, não pode receber ajuda de
ninguém preservar a garantia da imparcialidade do poder judiciário.

Art. 96. Compete privativamente:


I – aos Tribunais:
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a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das
normas deprocesso e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e
o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares
e os dos juízos que lhes forem vinculados, velando pelo exercício da atividade correicional
respectiva;
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva
jurisdição;
d) propor a criação de novas varas judiciárias;
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o disposto no
artigo 169, parágrafo único, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de
confiança assim definidos em lei;
c De acordo com a alteração processada pela EC nº 19, de 4-6-1998, a
referênciapassa a ser ao art.169, § 1º.
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores
que lhes forem imediatamente vinculados;
II – ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor
ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no artigo 169:
a) a alteração do número de membros dos Tribunais inferiores;
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos
juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos
juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver;
c Alínea b com a redação dada pela EC nº 41, de 19-12-2003.
c Lei nº 10.475 de 27-6-2002, reestrutura as carreiras dos servidores do Poder
Judiciário da União.
c) a criação ou extinção dos Tribunais inferiores;
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;
III – aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem
como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade,
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.

Organização da Justiça Federal

Supremo Tribunal Federal – criado em 1890. Rege-se pelos seguintes dispositivos constitucionais:

Do Supremo Tribunal Federal


Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre
cidadãos com mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos de idade, de
notável saber jurídico e reputação ilibada.
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente
da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da
Constituição,cabendo-lhe:
I – processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a
ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;
c Alínea a com a redação dada pela EC nº 3, de 17-3-1993.
c Lei nº 9.868, de 10-11-1999 (Lei da ADIN e da ADECON).
c Dec. nº 2.346, de 10-10-1997, consolida as normas de procedimentos a serem
observadas pela administração pública federal em razão de decisões judiciais.
c Súmulas nos 642 e 735 do STF.
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros
do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e
os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no artigo
52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes
de missão diplomática de caráter permanente;
15

c Alínea c com a redação dada pela EC nº 23, de 2-9-1999.


c Lei nº 1.079, de 10-4-1950 (Lei dos Crimes de Responsabilidade).
d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o
mandado de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas
da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do
Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;
c Súm. nº 624 do STF.
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o
Distrito Federal ou o Território;
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre
uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;
g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;
h) Revogada. Emenda Constitucional nº 45, de 8-12-2004.
i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente
for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do
Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única
instância;
c Alínea i com a redação dada pela EC nº 22, de 18-3-1999.
c Súmulas nos 690 a 692 e 731 do STF.
j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;
c Arts. 485 a 495 do CPC.
c Arts. 621 a 631 do CPP.
l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas
decisões;
m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a
delegação de atribuições para a prática de atos processuais;
n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente
interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do Tribunal de origem estejam
impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados;
c Súm. nº 623 do STF.
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer Tribunais,
entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro Tribunal;
c Arts. 105, I, d, 108, I, e, e 114, V, desta Constituição.
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição
do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado
Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de
um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal;
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério
Público;
c Alínea r acrescida pela EC nº 45, de 8-12-2004.
II – julgar, em recurso ordinário:
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção
decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;
b) o crime político;
III – julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última
instância, quando a decisão
recorrida:
c Súm. nº 640 do STF.
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
c Súm. nº 400 do STF.
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição;
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
c Alínea d acrescida pela EC nº 45, de 8-12-2004.
§ 1º A argüição de descumprimento de preceito fundamental decorrente desta Constituição
será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.
c Parágrafo único transformado em § 1º pela EC nº 3, de 17-3-1993.
c Lei nº 9.882, de 3-12-1999 (Lei da Ação de Descumprimento de Preceito
Fundamental).
16

§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações
diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade, produzirão
eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder
Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e
municipal.
c § 2º com a redação dada pela EC nº 45, de 8-12-2004.
c Lei nº 9.868, de 10-11-1999 (Lei da ADIN e da ADECON).
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das
questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal
examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois
terços de seus membros.
c § 3º acrescido pela EC nº 45, de 8-12-2004.
c Lei nº 11.418, de 19-12-2006, regulamenta este parágrafo.
c Arts. 543-A e 543-B do CPC.
nº 45, de 8-12-2004.

Superior Tribunal de Justiça

Do Superior Tribunal de Justiça


c Lei nº 8.038, de 28-5-1990, institui normas procedimentais para os processos que
especifica, perante o STJ e o STF.
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros.
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo
Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta
e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha
pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:
c Parágrafo único com a redação dada pela EC nº 45, de 8-12-2004.
I – um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre
desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio
Tribunal;
II – um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal,
Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do artigo 94.
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I – processar e julgar, originariamente:
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de
responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito
Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos
Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros
dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que
oficiem perante tribunais;
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal;
c Alínea b com a redação dada pela EC nº 23, de 2-9-1999.
c Súm. 41 do STJ.
c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas
mencionadas na alínea a, ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de
Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a
competência da Justiça Eleitoral;BV
c Alínea c com a redação dada pela EC nº 23, de 2-9-1999.
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no artigo
102, I, o, bem como entre Tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a
Tribunais diversos;
c Súm. nº 22 do STJ.
e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;
c Arts. 485 a 495 do CPC.
c Arts. 621 a 631 do CPP.
f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas
decisões;
17

g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União, ou


entre autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do Distrito Federal,
ou entre as deste e da União;
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição
de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados
os casos de competência
do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça
do Trabalho e da Justiça Federal;
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas
rogatórias;
c Alínea i acrescida pela EC nº 45, de 8-12-2004.
II – julgar, em recurso ordinário:
a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais
Federais ou pelos Tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão
for denegatória;
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais
Federais ou pelos Tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando
denegatória a decisão;
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um
lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;
III – julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos
Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados, do Distrito Federal e
Territórios, quando a decisão recorrida:
c Súmulas nos 5, 7, 86, 95, 203 e 207 do STJ.
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;
c Alínea b com a redação dada pela EC nº 45, de 8-12-2004.
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro Tribunal.
c Súm. nº 13 do STJ.
Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça:
c Parágrafo único com a redação dada pela EC nº 45, de 8-12-2004.
I – a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, cabendo-lhe, dentre
outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira;
II – o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão
administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão
central do sistema e com poderes correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante.
c Incisos I e II acrescidos pela EC nº 45, de 8-12-2004.

Tribunal Regional Federal

Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete juízes,
recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República
dentre brasileiros com mais de trinta anos e menos de sessenta e cinco anos, sendo:
I – um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e
membros do Ministério Público Federal com mais de dez anos de carreira;
II – os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício,
por antigüidade e merecimento, alternadamente.
c Lei nº 9.967, de 10-5-2000, dispõe sobre as reestruturações dos Tribunais
Regionais Federais das cinco Regiões.
§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais Regionais Federais e
determinará sua jurisdição e sede.
c Parágrafo único transformado em § 1º pela EC nº 45, de 8-12-2004.
c Art. 1º da Lei nº 9.967, de 10-5-2000, que dispõe sobre as reestruturações dos
Tribunais Regionais Federais das cinco regiões.
c Lei nº 9.968, de 10-5-2000, dispõe sobre a reestruturação do Tribunal Regional
Federal da 3ª Região.
18

§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante, com a realização de


audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva
jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.
§ 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descentralizadamente, constituindo
Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas
as fases do processo.
c §§ 2º e 3º acrescidos pela EC nº 45, de 8-12-2004.
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:
I – processar e julgar, originariamente:
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do
Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da
União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
b) as revisões criminais e as ações rescisórias
de julgados seus ou dos juízes federais da região;
c Arts. 485 a 495 do CPC.
c Arts. 621 a 631 do CPP.
c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio Tribunal ou de juiz
federal;
d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal;
e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal;
c Súm. nº 3 do STJ.
II – julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes
estaduais
no exercício da competência federal da área de sua jurisdição.
c Súm. nº 55 do STJ.

Juízes Federais

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:


c Lei nº 9.469, de 9-7-1997, dispõe sobre a intervenção da União nas causas em que
figurarem, como autores ou réus, entes da Administração indireta.
c Lei nº 10.259, de 12-7-2001 (Lei dos Juizados Especiais Federais).
c Súm. nº 270 do STJ.
I – as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem
interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência,
as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
c Súmulas nos 15, 32, 42, 66, 82, 150, 173, 183 e 324 do STJ.
II – as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa
domiciliada ou residente no País;
III – as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou
organismo internacional;
c Súm. nº 689 do STF.
IV – os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou
interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as
contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
c Súmulas nos 38, 42, 62, 73, 91, 104, 147 e 208 do STJ.
V – os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução
no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
V-A – as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;
c Inciso V-A acrescido pela EC nº 45, de 8-12-2004.
VI – os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o
sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
c Arts. 197 a 207 do CP.
c Lei nº 7.492, de 16-6-1986 (Lei dos Crimes Contra o Sistema Financeiro Nacional).
c Lei nº 8.137, de 27-12-1990 (Lei dos Crimes Contra a Ordem Tributária, Econômica
e Contra as Relações de Consumo).
c Lei nº 8.176, de 8-2-1991 (Lei dos Crimes Contra a Ordem Econômica).
VII – os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o
constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra
jurisdição;
19

VIII – os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal,


excetuados
os casos de competência dos Tribunais federais;
c Lei nº 1.533, de 31-12-1951 (Lei do Mandado de Segurança).
c Lei nº 9.507, de 12-11-1997 (Lei do Habeas Data).
IX – os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da
Justiça Militar;
X – os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta
rogatória, após o exequatur, e de sentença estrangeira após a homologação, as
causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
XI – a disputa sobre direitos indígenas.
c Súm. nº 140 do STJ.
§ 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver
domicílio a outra parte.
§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que
for domiciliado
o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde
esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.
§ 3º Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou
beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado,
sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa
condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas
e julgadas pela justiça estadual.
c Súmulas nos 11, 15 e 32 do STJ.
§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal
Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.
c Súm. nº 32 do STJ.
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República,
com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados
internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o
Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de
deslocamento de competência para a Justiça Federal.
c § 5º acrescido pela EC nº 45, de 8-12-2004.
Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária que
terá por sede a respectiva Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei.
Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes
federais caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei.
c Lei nº 9.788, de 19-2-1999, dispõe sobre a reestruturação da Justiça Federal de
Primeiro Grau, nas cinco regiões, com a criação de cem Varas Federais.

Tribunal Superior do Trabalho

Dos Tribunais e Juízes do Trabalho


c Lei nº 9.957, de 12-1-2000, institui o procedimento sumaríssimo no processo
trabalhista.
c Lei nº 9.958, de 12-1-2000, criou as Comissões de Conciliação Prévia no âmbito na
Justiça do Trabalho.
Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:
I – o Tribunal Superior do Trabalho;
II – os Tribunais Regionais do Trabalho;
III – Juízes do Trabalho.
c Inciso III com a redação dada pela EC nº 24, de 9-12-1999.
§§ 1º a 3º Revogados. Emenda Constitucional nº 45, de 8-12-2004.
Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros,
escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos,
nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado
Federal, sendo:
20

I – um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e
membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício,
observado o disposto no art. 94;
II – os demais dentre juízes do Trabalho dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da
magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior.
§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho.
§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho:
I – a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho, cabendo-
lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na
carreira;
II – o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a
supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de
primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema, cujas decisões terão efeito
vinculante.
c Art. 111-A acrescido pela EC nº 45, de 8-12-2004.
c Art. 6º da EC nº 45, 8-12-2004 (Reforma do Judiciário).

Tribunal Regional art 170 da clt

Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas
por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal
Regional do Trabalho.
c Artigo com a redação dada pela EC nº 45, de 8-12-2004.
Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias
e condições de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho.
c Artigo com a redação dada pela EC nº 24, de 9-12-1999.
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
c Caput com a redação dada pela EC nº 45, de 8-12-2004.
c Súm. nº 736 do STF.
c Súmulas nos 57, 137, 180 e 222 do STJ.
c Súm. nº 392 do TST.
I – as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo
e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios;
II – as ações que envolvam exercício do direito de greve;
III – as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e
trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;
IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado
envolver matéria sujeita à sua jurisdição;
V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o
disposto no art. 102, I, o;
VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de
trabalho;
VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos
órgãos de fiscalização das relações de trabalho;
VIII – a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus
acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;
IX – outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.
c Incisos I a IX acrescidos pela EC nº 45, de 8-12-2004.
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado
às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a
Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção
ao trabalho, bem como as convencionadas
anteriormente.
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse
público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à
Justiça do Trabalho decidir o conflito.
c §§ 2º e 3º com a redação dada pela EC nº 45, de 8-12-2004.
21

Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes,
recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República
dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:
c Caput com a redação dada pela EC nº 45, de 8-12-2004.
I – um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e
membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício,
observado o disposto no art. 94;
II – os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antigüidade e merecimento,
alternadamente.
c Incisos I e II acrescidos pela EC nº 45, de 8-12-2004.
§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça itinerante, com a realização de
audiências e demais funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva
jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.
§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar descentralizadamente,
constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à
justiça em todas as fases do processo.
c §§ 1º e 2º acrescidos pela EC nº 45, de 8-12-2004.
Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz singular.
c Caput com a redação dada pela EC nº 24, de 9-12-1999.
Parágrafo único. Revogado. Emenda Constitucional nº 24, de 9-12-1999.
Art. 117. Revogado. Emenda Constitucional

**
Vara do trabalho 114

Tribunal Superior Eleitoral

Dos Tribunais e Juízes Eleitorais


Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:
I – o Tribunal Superior Eleitoral;
II – os Tribunais Regionais Eleitorais;
III – os Juízes Eleitorais;
IV – as Juntas Eleitorais.
Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros,
escolhidos:
I – mediante eleição, pelo voto secreto:
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;
II – por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável
saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente
dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os
Ministros do Superior Tribunal de Justiça.

Tribunal Regional Eleitoral não há concurso para ingresso

Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito
Federal.
§ 1º Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
I – mediante eleição, pelo voto secreto:
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;
II – de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito
Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal
Regional Federal respectivo;
III – por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de
notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
22

§ 2º O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os


desembargadores.

Superior Tribunal Militar

Dos Tribunais e Juízes Militares


Art. 122. São órgãos da Justiça Militar:
I – o Superior Tribunal Militar;
II – os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.
Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros vitalícios, nomeados
pelo Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo
três dentre oficiais-generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército, três
dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da carreira,
e cinco dentre civis.
Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da República dentre
brasileiros maiores de trinta e cinco anos, sendo:
I – três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez anos
de efetiva atividade profissional;
II – dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público da
Justiça Militar.

05/04

Organização da justiça do Distrito Federal


Competência - Poder exercer a jurisdição dentro dos limites fixados em lei, área de atuação de
um juiz, limite da jurisdição.

“Art. 2° Compõem a Justiça do Distrito Federal e dos Territórios:” (Redação dada pela Lei
nº 8.407, de 10/01/92). Observação: Além das alterações já incluídas, esta lei, a partir do artigo
2º, dispõe sobre a criação da Auditoria Militar do Distrito Federal.

I - o Tribunal de Justiça;
23

II - o Conselho Especial;
III - o Conselho da Magistratura;
IV - os Tribunais do Júri;
V - os Juízes de Direito do Distrito Federal;
VI - os Juízes de Direito Substitutos do Distrito Federal;
VII - os Juízes de Direito dos Territórios;
VIII - os Juízes de Paz do Distrito Federal;
IX - os Juízes de Paz dos Territórios.
X - Auditoria e Conselho de Justiça Militar.

a) Relação com a Jurisdição: A competência mantém o mais estreito relacionamento com a jurisdição,
circunstância que não se pode perder de vista, sob pena de se chegar a resultados artificiosos e inexatos.

b) Conceito de competência: é o poder de exercer a jurisdição nos limites fixados na Lei de


Organização Judiciária. É a medida da jurisdição.

Ação Idêntica: (art. 301, § 2º CPC): mesmas partes, mesmo pedido, mesma causa de pedir (mesmo
objeto).

c) Classificação: Pode ser Externa e Interna.!

• Externa: surge quando a autoridade judiciária brasileira exerce foro de caráter internacional.
Pode ser Exclusiva e Concorrente. Auto-limitação da soberania de um país

Exclusiva: está no art. 89 do CPC- se refere à autoridade brasileira(exclusivamente)


Concorrente: está no art. 88 do CPC- a competência (idêntica) poderá ser da autoridade brasileira e
estrangeira art. 90

• Interna: é aquela que se determina pelos limites das jurisdições, dos mais diferentes órgãos
jurisdicionais de um país. É proibida a litispendência (ações idênticas) critérios abaixo

d) Competência Interna (3 critérios determinativos que procuraram definir a competência interna):

d.1) Critérios dos praxistas:

• Matéria: é definido pelo objeto da lide: família, criminal, etc.


• Pessoa: conforme a condição das pessoas envolvidas na lide.
• Lugar: conforme a posição territorial do juiz e das partes.

d.2) Critérios de Carnelutti:

• Funcional: indica a condição dos juízes no mesmo processo.


• Matéria: matéria sobre a qual a função deve atuar (competência material)

06/04

d.3) Critérios de Chiovenda: (outro resumo + informações) !


24

• Objetivo: compreende a matéria (natureza da causa)*, valor da causa** (art 258,259, 282) e
condição das pessoas*.
• Territorial ou de Foro **(área territorial de atuação de um órgão jurisdicional): foro geral
(art. 94 CPC) fixado pelo domicílio do réu, foros supletivos (parágrafos do art. 94), foros especiais
situação da coisa: localização do imóvel art.95, 107, em razão da pessoa art. 98, 99, 100 incisos I, II, em
razão dos fatos art. 100 incisos III, V, outros foros especiais art. 100 inciso IV
• Funcional *: Somente será determinada com processos em andamento. Plano horizontal
mesmo grau de jurisdição, Plano vertical subir de um grau de jurisdição inferior para outro grau superior.
*comp. Absolutas (improrrogáveis)
**comp. Relativas (prorrogáveis)
Regra do Art.94- foi feita Para evitar que o réu pudesse evitar despesas e incômodos

d.4) Competência absoluta e relativa: !Absoluta: improrrogável (inderrogável) – Relativa:


prorrogável. CPC - art. 111, 112, 113, 114 art. 297 do CPC art. 300, 301

 Competência Absoluta: quando não pode ser modificada nem por vontade das partes nem
por conexão ou continência. É quando a competência é determinada em vista do interesse público; é
quando a lei não admite a sua modificação, pelo que ela é improrrogável. (não são argüidas por meio de
declaração de exceção.) Abrangência: matéria, condição das pessoas e funcional (também chamada de
hierarquia). (o juiz se declara incompetente) são inderrogáveis porque são absolutas.(continua no mesmo
processo)

 Competência Relativa: quando pode ser modificada por vontade das partes (conexão).
Abrangência: territorial e valor. Se não for argüida ocorrerá a prorrogação são derrogáveis porque são
relativas. (Abre um novo processo)

Pergunta: Quais os critérios absolutos da Competência Interna (critérios de Chiovenda)? Resp.:


matéria e condição de pessoas.

Obs: Caso o réu não faça a argüição da competência do foro, acontecerá a prorrogação (admissão do
juízo) em fórum distinto.

d.5) Distinções entre a Competência Absoluta e a Relativa:

Competência Absoluta Competência Relativa


- Improrrogável. (inderrogável) - Prorrogável.
- Deve ser declarada de ofício e pode ser alegada em qualquer - Depende de Exceção (art. 112 CPC).
tempo ou grau de jurisdição (art. 113 CPC).
- Não depende de Exceção. - Suspende o processo (art. 306)
- argüi-se como preliminar de defesa na contestação
- Não suspende o processo
- Dá ensejo a ação rescisória

d.6) Declaração de Incompetência: é quando o juiz se declara incompetente para julgar um


processo. A declaração de incompetência pode ser Absoluta ou Relativa.

• Absoluta: A argüição da incompetência absoluta é feita no próprio processo. (Declarada de


ofício pelo juiz)
25

• Relativa: A declaração de incompetência relativa deve ser argüida por meio de exceção (art.
297 do CPC), que provoca a suspensão da ação. (depende de uma previa argüição de competência, uma
prévia do foro)

.۩Meios de declaração da incompetência: No processo penal, em todas as questões de competência, o


próprio juiz pode declarar sua incompetência, segundo a regra básica de que o juiz é sempre o juiz da
própria competência. Nesse sentido, toda incompetência, mesmo a territorial, é absoluta, porque pode ser
reconhecida de ofício. O segundo meio de declaração da incompetência é a exceção, que adiante será
estudada. O terceiro é o conflito de competências, positivo ou negativo, adiante também estudado no
capítulo sobre as questões e processos incidentes.

.۩Efeitos da declaração de incompetência: Declarada a incompetência, ocorre nulidade, por expressa


cominação do art. 564, I, do Código. Todavia, se se trata de incompetência em razão da natureza da
infração (aplica-se, também, à competência das justiças especiais e da Justiça Federal), ou material, como
a do júri e outras, e incompetência por violação de competência funcional, a nulidade é absoluta. Se a
incompetência é territorial ou por falta de aplicação das regras sobre conexão e continência, a nulidade é
relativa, ou seja, depende de prova de prejuízo. O assunto, nulidade absoluta e relativa e prova de
prejuízo, será amplamente tratado no capítulo pertinente às nulidades. A despeito do fundamento
funcional da conexão e da continência. a relatividade da nulidade decorre, inclusive, do grande número de
situações em que é admissível a separação de processos ou a sua não-reunião, conforme descrito no item
próprio, demonstrando que a unificação está sujeita a critérios de conveniência e conseqüentemente de
existência, ou não, de prejuízo. Cabe, todavia, desde logo, comentar o art. 567 do Código de Processo
Penal, que dispõe: "A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios, devendo o processo,
quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente". A finalidade do dispositivo é a de
salvar da decretação da nulidade alguns atos processuais, como por exemplo os atos instrutórios. São atos
decisórios a sentença, o decreto de prisão preventiva ou outro ato que decida algum processo incidental,
como o incidente de falsidade. Há, contudo, polêmica a respeito da natureza do despacho de recebimento
da denúncia ou queixa. Seria, ou não, decisório? Sob o aspecto técnico processual, evidentemente que
sim. É uma deliberação de grandes conseqüências e que jamais poderia ser considerada de mero
expediente. Com o recebimento da denúncia ou queixa, o juiz assume a coação processual, interrompe-se
a prescrição, o Código dá por instaurada a ação penal. Todavia, se assim se entender à luz do art. 567,
esse mesma artigo fica inutilizado, porque, se sua finalidade é preservar alguns atos processuais, a
nulidade do recebimento da denúncia ou queixa torna nulo todo o processo, porque esse ato está colocado
no limiar inicial da ação penal. Para salvar o dispositivo, portanto, pelo menos para os fins de nulidade,
não se pode entender que o recebimento da denúncia ou queixa seja ato decisório. Alguns juízes, para
contornar o problema, têm ratificado o recebimento da denúncia. Tal providência, porém, em vez de
resolver o problema, cria outro mais profundo, que é a incerteza sobre a data da interrupção da prescrição.
Considera-se ela interrompida na data do primeiro despacho ou na data da ratificação? Se se entender que
é do primeiro, encurta-se o prazo do fato a essa causa interruptiva; se se entender que é do segundo,
amplia-se esse prazo, mas encurta-se o que vai da data do recebimento da inicial até a sentença
condenatória. Ambas as situações, conforme a hipótese, podem levar a confusão e prejuízo do acusado.
Por outro lado, se o primeiro despacho era válido e teve força interruptiva, não precisava de ratificação; se
era inválido, o segundo não foi de ratificação, mas novo ato. A ratificação não é prevista pela lei para essa
hipótese, logo não deve ser utilizada por gerar a inconveniência acima aludida. Cabe ao juiz manifestar-se
concludentemente sobre a nulidade, ou não, a partir do recebimento da denúncia ou queixa. Essa decisão
poderá ser reexaminada por via recursal, dirimindo-se, logo, a divergência, em vez de se deixar uma
dúvida latente de efeitos posteriores, com o perigo da inutilização do processo.

d.7)! Prorrogação de competência: é o fenômeno pelo qual o juiz tem ampliada a sua
competência, para atuar num processo para o qual, em princípio, seria incompetente. a competência que
pode ser ampliada é tão somente a competência de foro ou territorial. A competência pode ser prorrogada
por vontade das partes (voluntária) ou por determinação da lei (legal): (só é possível nas relativas)
26

definição: Fenômeno processual pelo qual um juiz incompetente torna-se competente (critério
determinativo de competência)

• Prorrogação Voluntária (vontade das partes): ligada ao poder dispositivo das partes. Esta, por
sua vez, pode ser Expressa ou Tácita.
* Expressa (art. 111 CPC): as partes podem modificar por acordo, em razão do valor e do
território, elegendo o foro onde serão propostas as ações oriundas de direitos e obrigações.(convenção das
partes)
* Tácita (art. 114 CPC): se dá pelo silêncio do réu ou pelo acordo do réu.(renunciou a
exceção)
• Prorrogação legal (por determinação da lei): o legislador, por motivos de ordem pública,
dispõe sobre a modificação. (Submissão do demandado ao foro incompetente) art. 108. A submissão do
demandado ao foro incompetente. (Art.800 – medidas cautelares)

d.8)! Prevenção (art. 106 CPC) (vir antes) é o fenômeno segundo o qual o juiz que primeiro
tomar conhecimento da causa tem sobre ela firmada a sua competência, com a exclusão de todos os
demais. Juiz prevento é o que primeiro tomou conhecimento da lide, sendo, por isso, o competente para
julgá-la. A prevenção firma competência de um juiz que já era competente, segundo as regras gerais da
competência, pelo que não se inclui entre critérios de determinação da competência (art. 107 do CPC e
art. 83 do CPP). Significa vir antes (prevenir).
Definição do prof.(-fenômeno processual pelo qual dada a existência de vários juízes igualmente
competentes firma se a competência daquele que em primeiro lugar tomar conhecimento da causa.) (n
determina competência apenas firma-se a competência de um dos juízes já competentes), para que haja
prevenção as ações devem ser idênticas (quando tem as mesmas partes, causa de pedir e
pedido(objeto)art. 301 SS 2º). Veio para prevenir fraudes. Art. 106(“cite-se” despacho que firmará a
prevenção)

- Análise do art. 219 – CPC. (efetivada)

“Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a
coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e
interrompe a prescrição. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1973)

§ 1o A interrupção da prescrição retroagirá à data da propositura da ação.(Redação


dada pela Lei nº 8.952, de 1994)

§ 2o Incumbe à parte promover a citação do réu nos 10 (dez) dias subseqüentes ao


despacho que a ordenar, não ficando prejudicada pela demora imputável exclusivamente ao
serviço judiciário. (Redação dada pela Lei nº 8.952, de 1994)

§ 3o Não sendo citado o réu, o juiz prorrogará o prazo até o máximo de 90 (noventa)
dias.(Redação dada pela Lei nº 8.952, de 1994)

§ 4o Não se efetuando a citação nos prazos mencionados nos parágrafos antecedentes,


haver-se-á por não interrompida a prescrição. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1973)

§ 5o O juiz pronunciará, de ofício, a prescrição. (Redação dada pela Lei nº 11.280, de


2006)

§ 6o Passada em julgado a sentença, a que se refere o parágrafo anterior, o escrivão


comunicará ao réu o resultado do julgamento. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1973)”
27

Causas Idênticas (art. 301, §2º): mesmas partes, mesma causa de pedir e o mesmo pedido.

d.9) Distinção entre prorrogação e prevenção:!

Prorrogação Prevenção
Critério determinativo de competência. Firma-se a competência de um juiz que já competente.

d.10) Modificação da competência: quando a competência tem em vista o interesse das


partes (autor ou réu), ela pode ser modificada. Trata-se de competência relativa. Competência absoluta -
Como regra a competência é imodificável, salvo em algumas situações como a morte do juiz, etc...

d.11) !Conexão (noção): (objeto ou causa de pedir(motivo))é o vínculo entre duas ou mais
ações, por terem um elemento ou dois elementos comuns, a ponto de exigir que o mesmo juiz delas tome
conhecimento. Duas ações são conexas, quando um ou mais de seus elementos são idênticos; o elemento
“parte” não chega por si só a estabelecer uma conexão (art. 103 do CPC).

Qual o motivo que atrai as causas conexas para serem decididas simultaneamente?
R: motivo de ordem privada – economia de tempo e dinheiro. Para ser mais rápido e menos oneroso.

d.12) !Continência (art. 104): é uma espécie do gênero conexão de causas. Dá-se a
continência (art. 104, CPC) entre duas ou mais ações sempre que há identidade quanto às partes e à causa
de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras. (está em desuso) motivo de
ordem pública – evitar sentenças contraditórias. Serão continentes quando entre elas houver a comunhão
por partes ou causa de pedir. Toda causa continente é conexa. Ex: dívida

 Distribuição das causas conexas e continentes: Na hipótese de haver as duas,


a causa conexa e a continente, a causa que possuir objeto mais amplo absorve a outra. Serão distribuídas
por dependência as causas de qualquer natureza. (art. 253).

 Efeito da conexão e da continência (art. 105 CPC):

Havendo conexão ou continência, o juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes,


pode ordenar a reunião de ações propostas em separado, a fim de que sejam decididas simultaneamente.
Mesmo foro art. 106, foro diferente art. 119.

“CPC:
Art. 102 - A competência, em razão do valor e do território, poderá modificar-se
pela conexão ou continência, observado o disposto nos artigos seguintes.
Art. 103 - Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando lhes for comum o objeto
ou a causa de pedir.
Art. 104 - Dá-se a continência entre duas ou mais ações sempre que há identidade
quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo,
abrange o das outras.
Art. 105 - Havendo conexão ou continência, o juiz, de ofício ou a requerimento de
qualquer das partes, pode(deve) ordenar a reunião de ações propostas em separado,
a fim de que sejam decididas simultaneamente.”
Art. 106 - Correndo em separado ações conexas perante juízes que têm a mesma
competência territorial, considera-se prevento aquele que despachou em primeiro
lugar. (** Neste caso, onde o juiz despachou “cite-se” em primeiro lugar ).
Art. 107 - Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado ou comarca,
determinar-se-á o foro pela prevenção, estendendo-se a competência sobre a
28

totalidade do imóvel. (** A data da juntada do AR que indica o recebimento da citação é


que é a data de efetivação - data que define)

d.13) Perpetuação da Jurisdição: “Determina-se a competência no momento em que a ação


é proposta. São irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente,
salvo quando suprimirem o órgão judiciário ou alterarem a competência em razão da matéria ou da
hierarquia.” (art. 87, CPC) É o fenômeno da jurisdição pelo qual, firmada a competência de um juiz, ela
perdura até o final da decisão e execução da sentença. Na verdade, o que se perpetua é, antes, a
competência do que a jurisdição. Assim, a mudança de domicílio do réu, de cidadania das partes, ou do
valor da coisa objeto do litígio, em nada altera a competência. (uma vez firmada não se modifica)

d.14) Foro e Juízo: entendimento: Foro (território, célula do poder judiciário em 1º grau de
jurisdição)(área da competência territorial de uma região)é o lugar onde deve ser proposta a demanda, ou
seja, a sede da lide, ou, ainda, o lugar onde se tratam as questões judiciais. Não se confunde com Juízo
(pessoas)(competência em razão da matéria), que é uma unidade que se coloca dentro do foro competente.
Conjunto firmado pelo juiz e os funcionários encarregados do processamento de determinada causa.

Causa de Pedir: é o ato ou o fato que fundamenta a pretensão. É o pedido que se apresenta ao Estado
por meio da jurisdição.

2 Teorias que definiram a Causa de Pedir: art 282

•Teoria da Individualização: basta indicar a causa próximo


•Teoria da Substanciação (adotada pelo CPC): petição inicial deverá ter a causa
remota e a próxima.

Pedido (art. 282, inciso IV): é o que se pede. É o bem material ou imaterial pretendido
pelo autor.
O pedido pode ser imediato ou mediato:
- Imediato: é a prestação jurisdicional. É a sentença que se deseja ter. (quando na petição
se pede pela procedência do pedido; pela condenação)
- Mediato: é o bem material ou imaterial pretendido pelo autor (quando na petição se
pede o bem material ou imaterial.

Petição Inepta:

Art. 295 - A petição inicial será indeferida: (Alterado pela L-005.925-1973)


I - quando for inepta;
II - quando a parte for manifestamente ilegítima;
III - quando o autor carecer de interesse processual;
IV - quando o juiz verificar, desde logo, a decadência ou a prescrição (Art. 219, § 5º);
V - quando o tipo de procedimento, escolhido pelo autor, não corresponder à natureza da causa,
ou ao valor da ação; caso em que só não será indeferida, se puder adaptar-se ao tipo de
procedimento legal;
VI - quando não atendidas as prescrições dos arts. 39, parágrafo único, primeira parte, e 284.
Parágrafo único - Considera-se inepta a petição inicial quando: I - lhe faltar pedido ou causa de
pedir;
II - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
III - o pedido for juridicamente impossível;
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.
29

A matéria a seguir foi ministrada em 01/04/2008.

AÇÃO: NATUREZA JURÍDICA

TEORIAS/AUTORES CRÍTICAS OU APRECIAÇÕES DAS VÁRIAS


TEORIAS
CONCEPÇÃO ROMANA OU CONCEITUAÇÃO -
ROMANA (Celso)

→ Direito de ação nada mais é do que o direito de pedir em


juízo aquilo que nos é devido.
CONCEPÇÃO CIVILISTA (ou Clássica) OU → Ações sem direito existem à toda hora, por exemplo quando um
IMANENTISTA (Savigny) juiz julga ações improcedentes, por vários motivos.

→ Abraçando a generalidade dos juristas, até meados do → Ações meramente declaratórias, em que o pedido não tem por
Séc. XIX, inclusive dos brasileiros. base um direito subjetivo violado, senão o interesse à simples
declaração da existência ou inexistência de uma relação jurídica.
→ Séculos após a Concepção Romana, surgiu a Doutrina Também as ações meramente processuais.
Civilista ou Clássica, que encontrou seu maior
desenvolvimento em Savigny, seguido por juristas DÍVIDA DE JOGO OU APOSTA (obrigação natural): Art. 814 do
internacionais e brasileiros, até meados do Século XIX. CC

→ A ação era o próprio Direito Subjetivo Material a reagir → Ninguém pode ser demandado por dívida de jogo ou aposta,
contra a sua violação ou ameaça de violação (Só existe porque, para os efeitos civis os considera atos ilícitos, salvo os
direito de ação se houver um direito a tutelar). reconhecidos (Art. 814, caput do CC). Não existe nem ação.

→ O que caracteriza essa teoria é que a ação se pretende, → Entretanto, paga voluntariamente a dívida de jogo, ou
indissoluvelmente, ao direito que por ela se tutela. proveniente de aposta, não pode mais ser cobrado (de volta) o que
se pagou (Art. 814, caput do CC). Este pagamento é irrepetível por
→ Segundo Savigny, a ação era Direito Subjetivo Material se tratar de obrigação natural (Art. 882 do CC); Existe direito
em movimento, como conseqüência de sua violação; mas não existe ação.
metamorfose do Direito Subjetivo Material.
→ Logo, em se tratando de jogo:
→ A todo o direito corresponde uma ação que o assegure.  Não há direito nem ação;
 Há direito mas não há ação, pois o interessado não pode
Principais Seguidores: pedir de volta (Art. 815 do CC).
- ÜNGER: D. Subj. Mat. Em pé de guerra, reagindo contra
a sua ameaça ou violação; Diferença entre Jogo e Aposta:
- BEVILÁQUA: Elemento constitutivo do D. Subj.
Material; Jogo: Os competidores desempenham ativo papel, concorrendo
- MATTIROLO: d. Subj. Material elevado à segunda assim com a própria atuação para o êxito ou para o insucesso final.
potência; Aposta: Quando o acontecimento decisivo depende de ato incerto
- T. FREITAS: Direito de fazer em juízo um Direito de sua vontade, cujo conhecimento era duvidoso.
Subjetivo;
- VINNIUS: Direito Subjetivo Material em exercício.
- FILOMUSI GUELFI: Uma posição do direito.

TEORIAS/AUTORES CRÍTICAS OU APRECIAÇÕES DAS VÁRIAS


TEORIAS
TEORIA DE MÜTHER (Direito de Ação distinto do
Direito Subjetivo Material):
→ Exclui a possibilidade de ação sem direito, retornando,
→ Na metade do século XIX estabeleceu-se na Alemanha assim, à Teoria Civilista.
uma polêmica que se tornou famosa, entre Windscheid e
Müther sobre a ação romana, no seu desenvolvimento até a
ação no direito contemporâneo. Além de desvendar
30

verdades ignoradas, a polêmica teve a virtude de por em Grande Contribuição:


destaque, e separados por conteúdos próprios, o direito e a
ação.
→ Distinção entre Direito Subjetivo Material a ser tutelado,
→ Para Müther o Direito Subjetivo Público (Direito de
do Direito de Ação, que era Direito Subjetivo Público.
Ação), era distinto do direito cuja tutela se pede (Direito
Material), mas tendo como pressupostos necessários este
direito e sua violação.

→ A ação é um direito contra o Estado, para invocar a sua


tutela jurisdicional.

→ Bernhard Windscheid: em famosa monografia, intitulada


“A Ação do Direito Civil Romano do Ponto de vista do
Direito Atual”, via na ação o direito da parte reclamar
contra o adversário, perante a justiça.

→ Theodor Müther: em troca, “Sobre a Actio Romana, do


Moderno Direito de Queixa, da Litiscontestação e da
Sucessão Singular nas Obrigações”, sustentava que a ação
era direito público subjetivo, dirigido contra o Estado, para
que este lhe reconhecesse o direito, obrigando o adversário
a cumprir o que fosse devido.

→ Réplica de Windscheid ao Theodor Müther: “A Actio”.

Observação:

→ Mas tendo como pressupostos básicos e necessários o


direito material e sua violação.

→ Conseqüentemente, retornou à Doutrina Civilista.

Importante:
→ Estabeleceu a distinção entre Direito subjetivo Material
e Direito de Ação (fruto da polêmica criada com
Windscheid.

TEORIAS/AUTORES CRÍTICAS OU APRECIAÇÕES DAS VÁRIAS


TEORIAS

TEORIA DE WACH (Teoria da Ação como AÇÃO COMO SENDO DIREITO A UMA SENTENÇA
Direito Concreto à Tutela Jurídica ou Teoria do FAVORÁVEL
Direito concreto de Agir):

→ Anos depois, em 1885, Adolpho Wach, um dos → Logo, a sentença ficaria dependendo de requisitos de
fundadores da processualística contemporânea, direito material e de direito processual (condições da ação e
contribui com a demonstração de um dos caracteres pressupostos processuais), sem os quais não se concebe
do direito de ação, o da sua AUTONOMIA. uma tal sentença e não haverá ação.

→ A ação é um direito autônomo, no sentido de que → Confunde, assim, direito de ação com direito subjetivo
não tem, necessariamente, por pressuposto, um direito material.
subjetivo violado ou ameaçado. “O Direito de Ação
independe da existência do direito Subjetivo → E se a sentença não fosse favorável? Não haveria
Material”. direito? A doutrina não responde.
31

→ É Direito Subjetivo Público contra o Estado e


contra o adversário, visando a tutela jurisdicional.
DIREITO EXERCIDO CONTRA O ESTADO E
Importante: CONTRA O ADVERSÁRIO

→ Estabeleceu a autonomia do Direito de Ação.


→ Concebida a ação como direito de provocar a prestação
→ Mas, definiu a ação como sendo “Direito a uma jurisdicional do Estado, está afastada a idéia de ação no
sentença favorável”, seno este o ERRO de WACH, sentido concreto. Provocando a jurisdição a um
pois, nesse caso, o Direito de Ação depende da pronunciamento, a ação não pode exigir senão isso (o
concorrência de requisitos de Direito Material, das pronunciamento) e não uma decisão de determinado
chamadas condições da Ação e de Direito Formal, conteúdo. É , por isso (o pronunciamento) e não uma
os chamados pressupostos processuais, sem os quais decisão de determinado conteúdo. É, por isso, um direito
não se concebe uma tal sentença e não haverá Ação. abstrato, por que exercível por quem tenha ou não razão, o
Daí a denominação “Teoria do Direito Concreto à que será apurado tão-somente na sentença (que poderá ser
Tutela Jurídica”. favorável ou não).

→ BÜLOW (Modalidades dessa teoria): A ação é o


direito a uma sentença justa.

TEORIAS/AUTORES CRÍTICAS OU APRECIAÇÕES DAS VÁRIAS


TEORIAS

TEORIA DA AÇÃO COMO DIREITO → Existem direitos potestativos? O direito ao qual não
POTESTATIVO (Giuseppe Chiovenda): corresponde uma obrigação?
- R: A doutrina, em regra, não definiu a existência desse
→ Coube a Chiovenda, que se proclama discípulo de direito.
Wach, formular discutida e engenhosa teoria. A Ação
é um direito autônomo, conforme proclama a doutrina → O direito de ação é contra o Estado e não contra o
alemã, desde Wach. Mas, diversamente deste, para o adversário.
mestre italiano, a Ação não se dirige ao estado, mas
contra o adversário, ou mais precisamente, em relação → “Direito contra o Estado” significa que o Estado é
ao adversário, sem que este possa obstar aquele efeito, obrigado em face do titular do direito. (O Estado seria o
de fazer funcionar a atividade jurisdicional do Estado. sujeito passivo da ação).

→ A Ação é o poder jurídico de realizar a condição


necessária para a atuação da vontade da lei. Observação:

→ Seria um direito ao qual não caberia nenhuma → A manifestação de vontade do titular do direito de ação,
obrigação. provocando a jurisdição, é suficiente para que esta entre em
atividade,a tuando a vontade da lei em relação ao
→ Logo, é direito de provocar a atividae jurisdicional adversário, sem que este possa impedir que a atividade
contra ou em relação ao adversário, o qual nada pode jurisdicional se exerça.
fazer a fim de evitar o efeito jurídico a favor do autor.
→ “Além de contrapor-se à própria tradição jurídica de que
Observação: todo direito corresponde a uma obrigação, Direitos
Potestativos configurariam uma classe de normas que tão-
→ Conforme esta teoria, o direito de ação tem caráter somente atribuiriam direitos ao seu titular, o que é
privado ou público, segundo a lei cuja atuação produz, inconcebível”. (Crítica de Alfredo Rocco).
seja de natureza privada ou pública.

→ Por uma curiosa coincidência, quase concomitante


a Chiovenda, formulava Weismann, na Alemanha,
teoria idêntica.
32

TEORIAS/AUTORES CRÍTICAS OU APRECIAÇÕES DAS VÁRIAS


TEORIAS

TEORIA DA AÇÃO COMO DIREITO É A TEORIA PREVALENTE.


ABSTRATO (Degenkolb e Plosz): ((((é a teoria
prevalente))))
→ Basta que o autor faça referência a um interesse seu,
→ Em contraposição às várias teorias que concebem a protegido em abstrato pelo direito, pouco importando que,
ação como direito de obter uma providência ao final, venha a ação a ser julgada improcedente.
jurisdicional favorável, em sentido concreto, surgiu na
Alemanha, com Degenkolb e, quase
concomitantemente, com Polsz, na Hungria, a
chamada Teoria da Ação no Sentido Abstrato.

→ Segundo esses processualistas, não bastava


distinguir a ação, do direito material invocado, ao qual FORMULAÇÃO DO CONCEITO DE AÇÃO (E SUA
aquela se condiciona, pois tal condicionamento NATUREZA JURÍDICA):
importava reconhecer que existiria ação tão-somente
quando esta fosse acolhida pela sentença, e a → A Ação é DIREITO SUBJETIVO PÚBLICO
realidade lhes parecia outra,, muito diversa, pois não (exercido pela parte, para exigir do Estado; diz respeito ao
deixa de haver ação quando a sentença conceda o exercício de uma função pública), AUTÔNOMO (porque
direito a quem o não tenha realmente. Isso quer dizer pode ser exercido sem sequer relacionar-se com a
que o direito de ação independe da existência efetiva existência de um direito subjetivo material invocado ou
do direito invocado. cuja tutela se pede) e ABSTRATO (comtemplando
abstratamente no ordenamento jurídico, pouco se
→ O direito de ação exige, apenas que o autor faça importando se a tutela jurisdicional seja de amparo ou
referência a um interesse seu, protegido em abstrato desamparo à pretensão de quem o exerce), que tem por
pelo direito, sendo o Estado, só por isso, levado a objetivo a proteção jurisdicional do Estado.
exercer a sua atividade jurisdicional, proferindo uma
sentença, ainda que contrária. CONCEITO DE AÇÃO:

→ Ao direito de acionar (ação), corresponde a → Logo, a ação é um direito subjetivo público,


obrigação jurisdicional do estado, por via da qual o autônomo e abstrato, que tem por objeto a proteção
autor pode obrigar o réu a participar do juízo; donde jurisdicional do Estado num caso concreto.
tratar-se de um direito subjetivo público, pré-existente
ao processo, desvinculando do direito material → Ou, simplesmente, ação é o direito de invocar o
invocado. exercício da função jurisdicional.

→ Logo, dieito de ação é direito a uma sentença,


pouco importa se favorável ou não (obrigação do
Estado).

→ Principais Seguidores: BETTI e CARNELUTTI.

Data: 03/05/2010

AÇÃO – direito de invocar ou provocar a tutela jurisdicional do Estado.

Elementos Identificadores das Ações:

a) Partes (personae): autor e o réu


33

b) Causa de Pedir(Causae petendi) = motivo (art. 282 inciso III): é a exposição inicial do fato a que o
autor atribui a produção do efeito jurídico por ele afirmado. É o motivo pelo qual está pedindo tal
providência. A causa de pedir pode ser Remota ou Próxima.

• Remota: fato gerador do direito, modo de aquisição do domínio, você expõe os fatos.
• Próxima: os fundamentos jurídicos, a natureza do direito controvertido, o motivo,
quando você expõe o vício

Teorias que definiram a Causa de Pedir: art 282

• Teoria da Individualização: basta indicar a causa próximo


• Teoria da Substanciação (adotada pelo CPC): petição inicial deverá ter a causa
remota e a próxima.

c) Objeto: é o que o autor solicita que lhe seja assegurado pelo órgão jurisdicional (é o pedido do
autor) – bem material e bem imaterial. O objeto pode ser Imediato e Mediato.

• Objeto Imediato: é aquele que se refere a tutela jurisdicional. É a sentença que se deseja
ter. natureza instrumental (processual) dirigido ao juiz se refere a prestação jurisdicional. (finalidade da
ação
• Objeto Mediato: se refere a providência de caráter material (bem pretendido pelo autor),
pedido, pretensão do autor.

Relembrando:
Duas Ações Idênticas (art. 301, § 2º, CPC): mesmas partes, mesmo pedido, mesma causa de pedir
(mesmo objeto). Quando isso ocorre, é chamado de Litispendente. Se houver essa coincidência, a solução
será dada pela Prevenção.
II. Condições da Ação:

a) Conceito: são os requisitos que uma ação deve ter para que se profira uma sentença de mérito.

• Possibilidade Jurídica do Pedido:


• Interesse Processual:
• Legitimidade:

b) Considerações: art. 267 SS 3º

- Pressupostos Processuais: São os requisitos necessários à existência e à validade da relação processual


ou do processo.
Exemplo: a petição inicial; o instrumento do mandato (procuração), da capacidade da parte (se é capaz),
etc).

- Condição da Ação: são as condições necessárias para que se profira uma sentença de mérito. Tem que
estar presente no início, meio e fim da ação.

- Mérito: é o direito material controvertido. É a sentença de mérito. É o bem.


Obs: Tanto pressupostos processuais como condição da ação são verdadeiras questões prejudiciais de
natureza processual que caso não estejam presentes impedirão o juiz de adentrar no exame do mérito da
causa

. Matéria de Processo → Pressupostos Processuais → Matéria de Processo → Condições de


Admissibilidade do Julgamento da Lide.(ocorre no exame do mérito)
34

. Matéria de Ação → Condições da Ação.

. Matéria de Mérito → Mérito Matéria de Mérito.(só chegará nessa fase passando pelas outras 2
’ acima)

Obs: Somente haverá exame do mérito se estiverem presentes: a Matéria de Processo e a Matéria de
Ação (requisitos preliminares que poderão impedir o julgamento do mérito).

Obs: Conseqüências Práticas:


a) O reconhecimento da ausência de pressupostos processuais leva o impedimento da instauração
da relação processual (pressuposto de existência) ou da nulidade processual (pressuposto de
desenvolvimento).
b) O da ausência de qualquer das condições da Ação, leva à Declaração de Carência de Ação.
c) O da Ausência do Direito Material Pretendido, conduz à Declaração de Improcedência do Pedido
(e não da Ação como é de praxe na linguagem Forense).
Art.269, 268

Art. 267 - Extingue-se o processo, sem resolução de mérito:


I - quando o juiz indeferir a petição inicial;
II - quando ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
III - quando, por não promover os atos e diligências que lhe competir, o autor abandonar a
causa por mais de 30 (trinta) dias;
IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e
regular do processo;
V - quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de coisa julgada;
VI - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a
legitimidade das partes e o interesse processual;
VII - pela convenção de arbitragem;
VIII - quando o autor desistir da ação;
IX - quando a ação for considerada intransmissível por disposição legal;
X - quando ocorrer confusão entre autor e réu;
XI - nos demais casos prescritos neste Código.
§ 1º - O juiz ordenará, nos casos dos nºs. II e III, o arquivamento dos autos, declarando a
extinção do processo, se a parte, intimada pessoalmente, não suprir a falta em 48 (quarenta e
oito) horas.
§ 2º - No caso do parágrafo anterior, quanto ao nº II, as partes pagarão proporcionalmente as
custas e, quanto ao nº III, o autor será condenado ao pagamento das despesas e honorários de
advogado (Art. 28).
§ 3º - O juiz conhecerá de ofício, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não proferida
a sentença de mérito, da matéria constante dos nºs. IV, V e VI; todavia, o réu que a não alegar,
na primeira oportunidade em que lhe caiba falar nos autos, responderá pelas custas de
retardamento.
§ 4º - Depois de decorrido o prazo para a resposta, o autor não poderá, sem o consentimento do
réu, desistir da ação.
Art. 268 - Salvo o disposto no Art. 267, V, a extinção do processo não obsta a que o autor intente
de novo a ação. A petição inicial, todavia, não será despachada sem a prova do pagamento ou
do depósito das custas e dos honorários de advogado.
Parágrafo único - Se o autor der causa, por três vezes, à extinção do processo pelo fundamento
previsto no nº III do artigo anterior, não poderá intentar nova ação contra o réu com o mesmo
objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de alegar em defesa o seu direito.

A) Possibilidade Jurídica do Pedido (ART. 295, Parágrafo Único): consiste na prévia verificação que
incumbe ao juiz de fazer na inicial sobre a viabilidade jurídica da pretensão deduzida pela parte em face do
direito positivo em vigor. Aspecto processual, vinculada ao pedido imediato
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“Art. 295 ..............................................................................


Parágrafo único - Considera-se inepta a petição inicial quando:
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;( de natureza material)
II - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
III - o pedido for juridicamente impossível; (de natureza processual)
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.”

O Pedido tem que guardar uma sintonia lógica com a causa de pedir. A impossibilidade do pedido
deve ser identificada de imediato.

Exemplo de Impossibilidade Jurídica: Pedir divórcio antes de 1977 (naquela época não existia a lei
do divórcio).
PROVA
Distinção entre impossibilidade do pedido mediato e imediato
- Mediato: impossibilidade jurídica de direito material, indeferimento fará a coisa julgada material. é o bem.
É o direito material contravertido. É aquele dirigido ao réu.
- Imediato: de natureza processual, apreciação de uma das questões da ação. é aquele que se dirige ao órgão
Jurisdicional. É a sentença que se deseja ter.inciso III

B) Interesse Processual: É o interesse na composição da lide, interesse que move a ação, de natureza
processual que consiste na necessidade de obter uma providência jurisdicional quanto ao interesse
substancial, contido na pretensão.Exemplo: Cobrar uma prestação alegando atraso, sendo que a mesma
somente irá vencer no futuro.
A conseqüência é a Declaração de carência de Ação, com a respectiva extinção da Ação.
Não haverá interesse processual quando o rito processual for inadequado. Exemplo: Tenho um cheque
devolvido. Assim, tenho um título executivo.

C) Legitimidade: A Legitimidade é a titularidade ativa e/ou passiva de uma ação. A Legitimidade pertence
às partes: o autor e o réu. São sujeitos da lide. A Legitimidade pode ser:

• Ordinária: é a que decorre da posição ocupada pela parte como sujeito da lide - sujeito
ativo (autor) e sujeito passivo (réu), os titulares da ação.
• Extraordinária: quando alguém está legalmente legitimado para em nome próprio
defender direito alheio. Legitimidades que decorrem da Lei. Chamadas doutrinariamente de substituição
processual. Exemplo: MP ajuíza ação para defender os interesses de um terceiro.

Obs:representante não é parte.

A Ilegitimidade pode ser:

• Manifesta: quando o juiz verifica a ilegitimidade e se manifesta.


• Indagação: quando o juiz, antes de decidir pede informações para a parte coatora.
Após ouvir a parte coatora o juiz pode até alegar ilegitimidade da ação.

Autoridade Coatora: é quem tem poder de rever a decisão que motivou o mandato de segurança.

III. Carência da Ação: A falta dos requisitos da Ação que provoca a carência da Ação. É a extinção da
Ação sem o julgamento do mérito, não impede que se renove a ação. Diferente de Impossibilidade do
pedido as condições da ação estão presentes, definitivo

- Diferença entre Carência da Ação e Improcedência do Pedido:


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Improcedência do Pedido: é a conseqüência de uma Carência de Ação.


Carência de Ação: são os elementos necessários e que devem estar presentes no início, no meio e no fim da
ação. São os requisitos necessários para que se profira uma sentença.

IV. Classificação das Ações:

a) Quanto à Tutela Jurisdicional Invocada: As ações serão de conhecimento invocam uma tutela
juridicional do mesmo nome, e um processo de conhecimento que reclama a existência de uma lide,
cognição ou conhecimento – trabalho intelectual; do juiz no exame da causa (declaratórias – art 4º do CPC
o bem pretendido é a simples certeza, que virá por intermédio da sentença declaratória, pedidos mediatos e
imediatos se confundem, constitutivas – além da declaração do direito da parte modifica ou extingue uma
situação jurídica anterior, criando uma situação jurídica nova e condenatórias – aquelas que visam a uma
sentença de condenação do réu a uma prestação, o que caracteriza é a imposição de uma sansão, são
também declaratórias pois antes de condenar precisa declarar o direito, existência de um direito subjetivo
material violável) executivas (ou de execução) ou cautelares. Gera um processo de mesmo nome:

• Ações Executivas: tem por pressuposto um título executivo extrajudicial ou, as vezes,
judicial (não são expedidos por um magistrado)
• Ações Cautelares: geram ações cautelares.

As Ações de Conhecimento podem ser:

• Declaratórias
• Constitutivas
• Condenatórias

As Ações de Conhecimento são chamadas de cognição. Por que de conhecimento? Porque


é o processo que o juiz faz (trabalho intelectual) para conhecer a ação, o processo. O juiz terá ampla
oportunidade para colher provas, ouvir testemunhas, as partes para emitir uma sentença. O processo de
conhecimento está ligado a uma lide.

• Ação de Conhecimento Declaratória: busca a obtenção da certeza. Podem ser


principais ou incidentais, pois a necessidade de declaração pode ocorrer no curso da ação.
• Ação de Conhecimento Constitutiva: além de Declaração do Direito da Parte, esse
tipo de ação modifica ou extingue uma situação jurídica anterior, criando uma situação jurídica nova.
Exemplo: Divórcio.
• Ação de Conhecimento Condenatória: são aquelas que visam a uma sentença de
condenação do réu a uma prestação ou sanção.

Ações Executivas: são aquelas ações que visam a execução de título executivo extra judicial ou são aquelas
ações que provocam providências jurisdicionais de execução.

- Não mais se exige Ação de Execução:

Obrigação de fazer, não fazer ou entrega de coisa reconhecida por sentença.


Obrigação por quantia certa, reconhecida por título executivo judicial.

- Situações em que subsiste a Ação de Execução:

 Execução da dívida ativa;


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 Execução de obrigação de fazer ou não fazer, ou entrega de coisa fundada em execução


de título extrajudicial;
 Execução de Prestação Alimentícia;
 Execução por quantia certa contra a fazenda pública
 Execução por quantia certa fundada em título executivo extrajudicial.

- Ações de Conhecimento Cautelares: Aquelas que visam à providências urgentes e


provisórias, tendentes a assegurar os efeitos de uma providência (ação principal) principal em perigo por
eventual demora. Quando nasce tem por objetivo dar segurança a outro processo. Exemplo: em uma
separação judicial. Pressupostos: fumus boni juris e periculum in mora (requisitos devem sempre estarem
juntos). A Ação Cautelar tem por objetivo a prevenção e garantia do processo principal.

- Ações Cautelares Inominadas: São aquelas que não estão previstas no CPC.

b) Quanto ao Direito Reclamado: As Ações serão:

• Prejudiciais: são todas as ações que versem sobre estado de família. Exemplo:
divórcio, posse e guarda de menor, investigação de paternidade.
• Reais: aquelas que visam a tutela de direitos reais. São direitos que as pessoas exerce
diretamente sobre o bem/coisa regulando seu uso gozo.
• Pessoais: aquelas que visam a tutela de obrigações pessoais. Dever que uma ou mais
pessoas tem para com outras pessoas.

c) Quanto ao Objeto: é aquilo que se deseja obter da ação. São Mobiliárias e Imobiliárias.

• Mobiliárias: são ações que versam sobre bens móveis.


• Imobiliárias: são ações que versam sobre bens imóveis.

d) Quanto ao Fim: A Ação será:

•Reipersecutória (Ação Reivindicatória):(busca da coisa) aquelas pelas quais se pede


o que é nosso ou que nos é devido e está indevidamente fora de nosso domínio ou patrimônio. Podem ser
também:
• Penais
Conotação Penal: é a faculdade de se proceder em juízo contra o autor de um crime ou
contravenção;
Conotação Civil: aquelas que visam a aplicação de penas ou sanções previstas no contrato ou na lei.

• Trabalhistas (Reclamações Trabalhistas): são aquelas ações de competência da


Justiça do Trabalho sobre descumprimento de um contrato trabalhista (vínculos trabalhistas)

V. Concurso e Cumulação de Ações:

- Distinção:

1. Concurso de Ações: Ocorre quando um direito coloca à disposição dos


interessados várias ações a sua escolha. O art. 294 do CPC diz que o autor poderá aditar o pedido, correndo
à sua conta as custas acrescidas em razão dessa iniciativa.
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2. Cumulação de Ações/Cumulação Objetiva: É uma reunião de Ações ou de Pedidos em um mesmo


processo. Pode ser Objetiva ou Subjetiva.

- Objetiva:

 Simples: é a cumulação de vários pedidos absolutamente independentes e autônomos.


 Sucessiva: quando entre os pedidos haja relação de tal dependência que a decisão do
segundo dependa da acolhida do primeiro. Exemplo: investigação de paternidade combinada com ação de
alimentos.
 Eventual: quando os pedidos se substituem um aos outros na ordem de sua
apresentação pelo autor. São chamados pedidos alternativos.

- Subjetiva: é a acumulação de várias pessoas em um mesmo processo, dando origem ao litisconsórcio.

- 1º Pedido 2º Pedido
Sucessiva Defere Aprecia
Eventual Indefere Aprecia

3) Condições para a cumulação (art. 292 CPC):

- Compatibilidade de pedidos: que sejam compatíveis entre si;

- Identidade de Competência: que seja competente o juiz para conhecer deles o mesmo
juízo.

- Identidade de Procedimento: que seja adequado para todos os pedidos o tipo de


procedimento (Identidade de procedimento).

Observação: Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, admite-se a
cumulação se o autor empregar o procedimento ordinário. Este é o rito mais qualificado, pois é o
mais completo e não causa nenhum prejuízo para o Réu.

4) Momento de Cumulação: o momento de cumulação pode ser Inicial e Ulterior.

• Inicial: É a regra. A cumulação de Pedidos ou de Ações. O momento da cumulação é o


da própria petição inicial.
• Ulterior: A cumulação ulterior ocorre no curso da Ação. Exemplo1: Uma Ação Real
Imobiliária o autor casado ajuíza uma Ação Sozinho. Nesse caso o juiz poderá incluir a esposa. Isso
também ocorre com o Réu (se for casado pode incluir a esposa como pólo passivo). Exemplo2: A junção de
processos que não forma o litisconsórcio, pois o significado de litisconsórcio é a reunião de litigantes em
um mesmo processo. Porém na doutrina existem autores que defendem que há formação de litisconsórcio
em processos conexos. Para essa corrente, embora conexos, os mesmos correm juntos, pois existem uma
reunião de pedidos e de autores.

COMPOSIÇÃO SUBJETIVA DO PROCESSO:

A regra: sempre há coincidência onde o Réu é parte na relação material e na relação processual. Da
mesma forma o Autor é parte na relação material e na relação processual. Toda Ação tem como relação o
direito material contravertido.
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Direito Material: é usado em contraposição ao Direito formal. Enquanto o direito material


descreve o que se tem direito, o direito formal descreve como obter este direito. Exemplo: O Código Civil,
pois ele prevê o modelo de conduta proibida e como deve ser feita a reparação.

Direito Processual: é o ramo jurídico do direito público que reúne os princípios e normas que
dispõem sobre a jurisdição, que é o ato através do qual o poder judiciário se pronuncia sobre o objeto de
uma demanda.é o Código que prevê o rito e a forma forma processual.

a) Sujeitos da Relação Processual: Segundo Henrique Túlio Liebman, processo é um drama que move
pelo menos duas pessoas: Autor e Réu. Autor é aquele que pede a contraprestação jurisprudencial e Réu é
aquele contra se pede. São sujeitos da Relação Processual.O juiz também é sujeito da Relação Processual,
mas não é parte. O juiz é o sujeito imparcial desta relação processual. As partes são sujeitos parciais da
relação processual. Os sujeitos principais da relação processual são o autor e o réu. Será possível que um
processo se mova apenas com o impulso processual? – Não, as partes desenvolvem importante papel na
instauração da relação processual entre as partes. Outras pessoas exercem papel importante na relação
processual (que não são parte): testemunhas, advogados, peritos, oficiais de justiça, etc.

Data: 15/04/2008

...continuação...
COMPOSIÇAO SUBJETIVA DO PROCESSO

Trilogia estrutural do direito processual (Ação – Juiz – Processo)


Relação processual (Autor – Juiz - Réu)
Entre autor e réu temos duas relações: a relação material e a relação processual

I – CONCEITO DE PARTE (composição)


a) Sujeitos da relação processual – Liebman – um drama que se desenvolve com pelo menos duas
pessoas: autor e réu. O autor é quem pede a prestação jurisdicional e o réu é contra quem se pede. São
sujeitos da relação processual. O juiz também é sujeito da relação, mas não é parte. Ele é o sujeito imparcial
e principal. As partes também são sujeitos parciais e principais. Os sujeitos secundários são os escrivães,
peritos.

b) Importância do estudo do conceito de parte –

Relação processual J

A relação material R denunciação D


relação processual

Se houver uma denunciação da lide. Chamar à lide um terceiro.


R – réu e denunciante D – denunciado (substituto processual art. 6º do CPC– integra a relação
processual e não a material. Defende em nome próprio o direito material alheio.)

Bem em litígio pode ser alienado. Art. 42 do CPC. Se o bem for vendido, a relação material se
transfere do réu para o comprador.

Relação processual

A relação processual R
rel. material
40

C
C - comprador

c) Conceito tradicional de parte – partes são os sujeitos da relação jurídica material deduzida em juízo
(está ultrapassado) (teoria civilista) (parte substitutiva processual, não tem haver com o processo inicial, é
chamada para o réu n ter prejuízo , caso seja “inocente” ex: da Bárbara e Viviane)

d) Conceito moderno de parte – partes são as pessoas que pedem (autores) ou em relação às quais se
pede ou contra as quais se pede a tutela jurisdicional. As pessoas que pedem, o fazem por si só (capazes) ou
por seu representante legal (incapazes). Quem pede são as pessoas não o seu representante (não é parte nem
substituto processual). Quem pede é o incapaz, representado pelo representante.(advogado não é
considerado substituto processual)

e) Conceito de Chiovenda – parte litigante é aquele que pede em seu próprio nome ou em cujo nome é
pedida a atuação da vontade da lei e aquela em face de quem ou contra quem essa atuação é pedida.

II – PRINCÍPIOS ATINENTES ÀS PARTES


Sendo sujeitos da relação processual, as partes têm direitos e obrigações de acordo com os seguintes
princípios:
- dualidade – todo processo pressupõe pelo menos 2 partes : autor e réu.

- igualdade – todos são iguais perante a lei (CF e CPC 125).


A posição como autor tem vantagens: escolher em geral o momento de agir; escolher o foro, em
alguns casos; mesmo rejeitada a ação não pode ser condenado a qualquer prestação, salvo as custas
processuais e honorários de advogado (honorários de contundência) ;
Vantagens próprias do réu: ser demandado no foro do seu domicilio; falar em último lugar; ter em
seu favor a presunção de se achar no gozo do direito pleiteado pelo autor, donde a obrigação deste provar o
alegado;

- contraditório – ao ataque deve ser assegurada a respectiva defesa. Possibilidade de defesa do réu, o juiz
deve dar ao réu a possibilidade de se defender, réu irá responder a ação se ele quiser.

- OUTRAS NOMENCLATURAS DE PARTES


Geral: requerente e requerido
Ação de reconvenção: reconvinte e reconvindo
Ações executivas: exeqüente e executado
Ações de demarcação de divisão: promovente e promovido
Ações reivindicatórias: reivindicante e reivindicado
Ações de nunciação (embargo) de obra nova: nunciante e nunciado
Ação de obra velha - Ação de dano infecto – requerente requerido
Ações de desapropriação: desapropriante e desapropriado
Ação de oposição: opoente e oposto
Arresto: arrestante e arrestado
Ação de exceção: excipiente e excepto
Lide: Denunciante e denunciado
Mandado de segurança: impetrante e impetrado
Alimentos: alimentando e alimentante

III – LIMITES DE INCIDÊNCIA DA AUTONOMIA DA VONTADE DOS SUJEITOS


PROCESSUAIS: o chamado Poder Dispositivo

- Conceito: a liberdade que as pessoas têm de exercer ou não os seus direitos. Facultas agendi – liberdade
de apresentar ou não a lide em juízo. Esse enaltece a relevância que adquire a vontade das partes na
41

instauração e no desenvolvimento do processo. A autodinâmica é o impulso oficial (do juiz). Existem atos
que só cabem às partes, como por exemplo, desistência da ação. No processo trabalhista o poder dispositivo
é o mesmo, exceto no que diz respeito ao funcionário estável em virtude de regulamentação específica. Na
área penal o poder dispositivo é limitado. Como regra pode-se considerá-lo inexistente. Porém, nos casos de
ação decorrente de queixa ou condicionada a representação estaria, em tese, envolvido um poder
dispositivo.

IV – PLURALIDADE ATIVA E PASSIVA DE PARTES (litisconsórcio) art 46 e 47 facultativo (não é


obrigatório) e necessário (lei determina sua formação, é obrigatório)
a) Conceito – é o vinculo que prende dois ou mais litigantes no processo na qualidade de autores ou de
réus. Nas cumuladas com pessoas diferentes.
b) Classificação (espécies) –
- quanto à pluralidade de partes – ativo (vários autores e um réu), passivo (1 autor e vários
réus) ou misto (recíproco) vários autores e vários réus.
- quanto ao momento de sua formação: inicial (quando se forma na petição inicial) ou
ulterior (formado no curso do processo) – ex. conexão, ação imobiliária contra réu casado,
sucessores de direito transmissível no caso de morte de uma das partes.
- quanto à natureza do vinculo que une os litisconsortes: necessário/uniforme (quando as
partes não podem dispensar a sua formação, em função de obrigatoriedade decorrente de lei ou pela
natureza da relação jurídica deduzida em juízo – art. 10 e 47 CPC); nesse caso vigora o principio da
representação recíproca do litisconsorte (se um litisconsorte praticar o ato processual todos os
outros aproveitam art.191), ou facultativo (é aquele cuja formação ocorre pela manifestação da
vontade das partes; não há obrigatoriedade de sua formação – art. 46 CPC); neste caso vigora do
principio da autonomia entre os litisconsortes (art. 191) (não há a representação recíproca, se um
advogado “bobeou” sofrerá as conseqüências sozinho)
- quanto aos efeitos da sentença a ser proferida: unitário/uniforme (quando por disposição
de lei ou pela natureza da relação jurídica a decisão tiver que ser idêntica para todos os
litisconsortes; ex. anulação de casamento) ou simples/não unitário (quando a decisão não deva ser
necessariamente idêntica para todos os litisconsortes; ex. ação de usucapião)

IV – PLURALIDADE ATIVA E PASSIVA DE PARTES (litisconsórcio)

i. Quanto à Pluralidade de Partes: ativo, Passivo ou misto (recíproco):

- Ativo: vários autores contra um réu.


- Passivo: um autor contra vários réus.
- Misto (recíproco): vários autores contra vários réus.

ii. Quanto ao Momento de Sua Formação: inicial ou ulterior (posterior)

- Inicial: quando ele é formado na petição inicial.


- Ulterior (posterior): quando ele é formado no curso do processo. Ex: se as partes morrem.

iii. Quanto à Natureza que une o litisconsórcio: Necessário e Facultativo.

- Necessário: quando as partes não podem dispensar a sua formação. Podem ocorrer por disposição de
lei.

- Por força de Lei;


Necessária (Obrigatória)

- Pela Natureza da Relação Jurídica Deduzida em Juízo


42

O artigo 47 do CPC é que trata do litisconsórcio necessário:

“Art. 47 - Há litisconsórcio necessário, quando, por disposição de lei ou pela


natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme
para todas as partes; caso em que a eficácia da sentença dependerá da
citação de todos os litisconsortes no processo.
Parágrafo único - O juiz ordenará ao autor que promova a citação de todos
os litisconsortes necessários, dentro do prazo que assinar, sob pena de
declarar extinto o processo.”

No litisconsórcio Necessário vigora o Princípio da Representação Recíproca entre os litisconsórcios:


um pode representar o outro reciprocamente. O ato de um beneficia os demais. Há um representação
recíproca entre as partes.

- Facultativo: é aquele cuja formação ocorre pela manifestação da vontade das partes. Não há
obrigatoriedade das partes.

No litisconsórcio Facultativo vigora o princípio da Autonomia dos litisconsórcios.

iv. Quanto aos efeitos da Sentença a ser proferida: Será Unitário (Uniforme) ou Simples (Não
Unitário).

- Unitário (Uniforme): quando, por disposição de lei, ou pela relação jurídica, a decisão tiver que ser
idêntica para todos os litisconsortes. Exemplo: anulação de casamento - A decisão será idêntica para ambos
os cônjuges. *todo necessário é uniforme (usocapião é necessário, porém simples nos efeitos da sentença)

- Simples (Não Unitários): quando a decisão não deva ser necessariamente idêntica para todos os
litisconsortes. Cumpre esclarecer que o litisconsórcio não precisa ser do tipo necessário para que seja
necessariamente unitário, podendo também o facultativo determinar uma sentença idêntica para todos os
litigantes. *facultativo é simples quanto os efeitos da sentença.

Art.46

V – SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL – a parte age em nome próprio defendendo o direito alheio, não
pode ser convencional, tem que ter previsão legal, o substituto processual é parte (no sentido processual
pois estará defendendo em nome próprio direito material de outrem). Sempre que houver a transferência da
relação processual sem afetar a relação material estamos diante da substituição processual.

Art. 6º do CPC:
“Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando
autorizado por lei.”

Conceito: é o fenômeno em que se litiga em nome próprio, mas na defesa ou interesse alheio.

Exemplo: O MP na defesa de incapazes; Na ação de consignação em pagamento, o devedor será o autor


(consignante) e o réu será o credor (consignado).

O Substituto Processual é parte, mas só no sentido processual. A relação material, neste caso, não
está presente.

Na Substituição Processual, a relação processual é transferida sem afetar a relação substancial ou


material.
43

Na Substituição de Partes, a relação substancial ou material é transferida sem afetar a relação


processual.

a) Distinção da figura da representação (art. 6º CPC) prof: enquanto na substituição processual o


substituto age em nome próprio, na representação o representante age em nome do representado.
O substituto processual é parte (no sentido processual) já o representante não é parte.

Resumo: é o fenômeno se litiga em nome próprio, mas na defesa de direito ou interesse alheio
(legitimidade extraordinária). Ocorre quando alguém está legitimado a atuar no processo em nome
alheio. Ex. MP na defesa de interesse de incapazes, denunciante e denunciado, gestor de negócios
alheios. o substituto processual só é parte na relação processual
A relação processual é transferida sem afetar a relação substancial ou material.
Distinção da figura da representação: enquanto na substituição o subst. Age em nome próprio, na
representação o representante age em nome do representado.
O substituto processual é parte (no sentido processual). Já o representante não é parte, mas apenas
representante da parte que é representada.
Art.264, 41, 42
b) Substituição de parte(inverso da substituição processual) – nesta a relação substancial ou material a
relação material é transferida sem afetar a relação processual. (art. 264 CPC) Estabilização da relação
processual. Feita a citação, a substituição de uma parte dependerá da aceitação da outra. O bem litigioso é
de livre disposição (art. 42), sendo a relação material transferida ao adquirente do bem. Embora não seja
parte o titular do direito material é tratado como parte tecnicamente.

Distinção entre substituição de parte e substituição processual: enquanto na subst. de parte a relação
substancial ou material é transferida sem afetar a relação processual, na subst. processual a relação
processual é transferida sem afetar a relação substancial ou material.

c) Sucessão de parte – nesta situação ocorre uma modificação subjetiva da lide: inter vivos (em caso
de transferência de bem ou direito art.42 com alienação do bem ou do direito litigioso SS 1º ) ou causa
mortis (quando o direito for transmissível (n for personalíssimo), ocorre com a morte de uma das partes)
d) Substituição de procuradores processuais (advogados) – pode ocorrer em várias situações no curso
do processo. Por iniciativa das partes (art. 44 CPC), do advogado (art. 45 CPC) ou por motivo de força
maior que impeça o advogado de continuar patrocinando a causa (morte, doença, aposentadoria, perda do
jus postulandi (habilitação profissional) (art.265 inciso I e SS 2º )

VI – PROCURADORES (Representação processual)


- Espécies de representação
- legal é a representação dos incapazes e das pessoas jurídicas. É obrigatória e necessária
- voluntaria ou convencional – quando as pessoas com plena capacidade civil e processual
conferem ao mandatário o encargo de estar em seu lugar e praticar atos na vida civil.
- processual que é a conferida aos advogados pelas partes que postulam em juízo (chamada
ad judicia); é a um tempo legal e a outro convencional (art. 36 CPC) art. 37

VII – PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS REFERENTES ÀS PARTES


Quem detém os três possui capacidade processual plena (art. 301)
- Capacidade de ser parte
Pessoas naturais – a partir da capacidade civil já possui a capacidade processual
Pessoas Jurídicas – ao nascerem no mundo jurídico adquirem a capacidade de ser parte
Pessoas formais – determinadas massas patrimoniais; não são pessoas no sentido do direito
civil, mas somente perante o direito processual. *O direito processual dá a determinadas massas
patrimoniais o caráter e determinação de pessoas formais ex: Massa falida, condomínio.

- Capacidade de estar em juízo


44

Pessoas naturais – capacidade de fato, de poder agir por si só. É a capacidade de exercer por
si só os direitos e deveres processuais (art. 7 CPC) – a)representação judicial dos incapazes (art. 8);
b)representação judicial do preso e do revel (art. 9) – o preso tem dificuldade de praticar atos da vida civil
e o revel fica em situação difícil (citação por edital e por hora certa são fictas ou presumidas); tem direito a
curador especial exclui a revelia. A nomeação do curador especial não exclui a intervenção do MP;
c)intervenção do MP obrigatoriedade (art. 82 CPC); d)conseqüências da falta de capacidade processual
(incapaz estar em juízo sem a necessária representação) e da irregularidade de representação (um incapaz
representado por quem não é seu representante legal; inventariante dativo (nomeado pelo juiz cuja
inventariança recai à pessoas estranhas a herança, só tem poderes para conduzir o processo, n pode
representar em juízo o inventário), art. 12, 1º): conseqüências art. 13 CPC.

Representação das Pessoas Jurídicas:

• De Direito Público: art. 12, incisos I e II do CPC:

“Art. 12 - Serão representados em juízo, ativa e passivamente:


I - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios, por seus
procuradores;
II - o Município, por seu Prefeito ou procurador;”

• De Direito Privado: art. 12, inciso VI do CPC:

“VI - as pessoas jurídicas, por quem os respectivos estatutos designarem, ou,


não os designando, por seus diretores;”

• Da Pessoa Jurídica Estrangeira: art. 12, inciso VIII do CPC:

“VIII - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou


administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil
(Art. 88, parágrafo único)”

• Sociedades Sem Personalidade Jurídica: art. 12, inciso VII e § 2º do CPC:

“VII - as sociedades sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber


a administração dos seus bens;
(...)
§ 2º - As sociedades sem personalidade jurídica, quando demandadas, não
poderão opor a irregularidade de sua constituição.”

** Distinção entre Representação da Pessoa Jurídica e a Representação dos Incapazes: A


Representação da Pessoa Jurídica é um mero instrumento da mesma. É ela, a pessoa jurídica, quem
toma as decisões. A vontade reside na própria Pessoa Jurídica, sendo o representante o meio de
exteriorizar a vontade. Na Representação dos Incapazes é diferente: A vontade do representante
substitui a vontade do representado.

Pessoa jurídica não responde criminalmente só civilmente.

Pessoa: é ente físico ou moral, suscetível de direitos e deveres.

Ente Moral: é igual a Pessoa Física.


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• Quanto às Pessoas Formais: São massas patrimoniais que o Direito Processual


conferiu o caráter de pessoas formais. Art. 12, incisos III, IV, V e IX:

“III - a massa falida, pelo síndico;


IV - a herança jacente ou vacante, por seu curador;
V - o espólio, pelo inventariante;
(...)
IX - o condomínio, pelo administrador ou pelo síndico.”

- Capacidade Postulatória (capacidade da parte): já tem a capacidade, precisa do advogado para


exteriorizar a capacidade. É a capacidade de postular em juízo. É a capacidade inerente às partes.
Há Doutrina que diz que essa capacidade é dos Advogados (esta corrente é minoria). A corrente
majoritária diz que o Advogado possui o “ius postulandi” (direito de postular em juízo, caso esteja
em situação regular na OAB). A parte só adquire a capacidade postulatória quando representado
em juízo por um advogado.

“Art. 36 - A parte será representada em juízo por advogado legalmente


habilitado. Ser-lhe-á lícito, no entanto, postular em causa própria, quando
tiver habilitação legal ou, não a tendo, no caso de falta de advogado no lugar
ou recusa ou impedimento dos que houver.
Art. 37 - Sem instrumento de mandato, o advogado não será admitido a
procurar em juízo. Poderá, todavia, em nome da parte, intentar ação, a fim
de evitar decadência ou prescrição, bem como intervir, no processo, para
praticar atos reputados urgentes. Nestes casos, o advogado se obrigará,
independentemente de caução, a exibir o instrumento de mandato no prazo de
15 (quinze) dias, prorrogável até outros 15 (quinze), por despacho do juiz.
Parágrafo único - Os atos, não ratificados no prazo, serão havidos por
inexistentes, respondendo o advogado por despesas e perdas e danos.”

MORFOLOGIA DO PROCESSO

I. Distinção entre Processo e Procedimento:

Processo: a autonomia do processo ocorreu somente a partir da segunda metade do séc. XIX.

No campo da ciência do direito, o processo é, a grosso modo, “uma operação


mediante a qual se obtém a composição da lide” (Carnelutti) ou, em vista ainda de seu escopo “o
conjunto de atos destinados à formação de comandos (ou imperativos) jurídicos, cujo caráter
consiste na colaboração para tal fim de pessoas interessadas (partes) com uma ou mais pessoas
desinteressadas (juízes)” (Carnelutti).

A e B) Importância da Distinção / Distinção:

O processo não é um ato isolado ou vários atos praticados a talante dos sujeitos
envolvidos nessa operação, mas um conjunto de atos harmônicos, coordenados, sujeitos a uma
disciplina que resulta da lei. Se o processo se realiza para a aplicação (jurisdicional) da lei, ele
próprio é regulado pela lei. O procedimento é o modus operandi do processo. Aqueles atos
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(processuais), considerados no seu conjunto, não se desenvolvem do mesmo modo em todas as


hipóteses. Para João Mendes Júnior, procedimento é o modo de mover e a forma em que é movido
o ato. Em suma, procedimento indica o aspecto exterior do fenômeno processual. O processo é, na
essência, uma relação jurídica entre sujeitos processuais, que exterioriza consoante determinado
procedimento, o qual, por sua vez, é a veste exterior do processo. O procedimento acompanha o
processo “como a sombra acompanha o corpo”.

c) Procedimento Comum: procedimento previsto no CPC para todas as demandas às quais a lei
não contemple procedimento especial. Pode ser ordinário ou sumário. Art. 272

d) Ritos Especiais: são as formas de procedimentos para a obtenção da tutela jurídica quando ao
legislador pareceu ser inadequada a forma ordinária ou algumas regras jurídicas.
CPC (jurisdição voluntária ou contenciosa) ou leis extravagantes

e) Procedimentos no Processo de Execução: a função jurisdicional não se limita à emissão de


uma sentença, compondo a lide, impondo ao réu o cumprimento de uma determinada prestação em
favor do autor, pois, se o réu não cumpre voluntariamente a sentença, torna-se necessário o seu
cumprimento coercitivo. Espécies de execução: obrigação de fazer; entrega de coisa; pagar quantia
certa; prestação alimentícia; insolvência civil; execução fiscal; execução contra a fazenda pública.

f) Procedimentos nas liquidações (arts. 475-A e 475-E do CPC): existem duas formas:
líquida= fixa o valor da condenação – ilíquida=

Por artigos: há necessidade de provar fato novo


“Art. 475-A. Quando a sentença não determinar o valor devido, procede-se à
sua liquidação.
§ 1º Do requerimento de liquidação de sentença será a parte intimada, na
pessoa de seu advogado.
§ 2º A liquidação poderá ser requerida na pendência de recurso,
processando-se em autos apartados, no juízo de origem, cumprindo ao
liquidante instruir o pedido com cópias das peças processuais pertinentes.
§ 3º Nos processos sob procedimento comum sumário, referidos no art. 275,
inciso II, alíneas ‘d’ e ‘e’ desta Lei, é defesa a sentença ilíquida, cumprindo
ao juiz, se for o caso, fixar de plano, a seu prudente critério, o valor devido.”

(...)

“Art. 475-E. Far-se-á a liquidação por artigos, quando, para determinar o


valor da condenação, houver necessidade de alegar e provar fato novo.”

Por Arbitramento: surge a necessidade de um perito para chegar ao valor da


condenação.
Art. 475-C. Far-se-á a liquidação por arbitramento quando:
I – determinado pela sentença ou convencionado pelas partes;
II – o exigir a natureza do objeto da liquidação.

g) Procedimentos no Processo Cautelar: têm que estarem presentes os seguintes pressupostos:

- fumus boni iuris (fumaça do bom direito)


47

- periculum in mora (perigo da demora)

PROCEDIMENTOS
Comum Específicos
Processo - Arresto;
Cautelar - arts. 801 a 803 - Seqüestro; Ações Típicas ou
- Caução; nominadas
- Busca e Apreensão

“Art. 796 - O procedimento cautelar pode ser instaurado antes ou no curso


do processo principal e deste é sempre dependente.

Art. 797 - Só em casos excepcionais, expressamente autorizados por lei,


determinará o juiz medidas cautelares sem a audiência das partes.

Art. 798 - Além dos procedimentos cautelares específicos, que este Código
regula no Capítulo II deste Livro, poderá o juiz determinar as medidas
provisórias que julgar adequadas, quando houver fundado receio de que uma
parte, antes do julgamento da lide, cause ao direito da outra lesão grave e de
difícil reparação.

Art. 799 - No caso do artigo anterior, poderá o juiz, para evitar o dano,
autorizar ou vedar a prática de determinados atos, ordenar a guarda judicial
de pessoas e depósito de bens e impor a prestação de caução.

Art. 800 - As medidas cautelares serão requeridas ao juiz da causa; e,


quando preparatórias, ao juiz competente para conhecer da ação principal.
Parágrafo único - Interposto o recurso, a medida cautelar será requerida
diretamente ao tribunal. (Alterado pela L-008.952-1994)

Art. 801 - O requerente pleiteará a medida cautelar em petição escrita, que


indicará:
I - a autoridade judiciária, a que for dirigida;
II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do requerente e do
requerido;
III - a lide e seu fundamento;
IV - a exposição sumária do direito ameaçado e o receio da lesão;
V - as provas que serão produzidas.
Parágrafo único - Não se exigirá o requisito do nº III senão quando a medida
cautelar for requerida em procedimento preparatório.

Art. 802 - O requerido será citado, qualquer que seja o procedimento


cautelar, para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido, indicando as
provas que pretende produzir.
Parágrafo único - Conta-se o prazo, da juntada aos autos do mandado:
I - de citação devidamente cumprido;
II - da execução da medida cautelar, quando concedida liminarmente ou
após justificação prévia.
Art. 803 - Não sendo contestado o pedido, presumir-se-ão aceitos pelo
requerido, como verdadeiros, os fatos alegados pelo requerente (arts. 285 e
319); caso em que o juiz decidirá dentro em 5 (cinco) dias. (Alterado pela L-
005.925-1973)
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Parágrafo único - Se o requerido contestar no prazo legal, o juiz designará


audiência de instrução e julgamento, havendo prova a ser nela produzida.
(Alterado pela L-005.925-1973)

II. Princípios Fundamentais do Processo: Os princípios informativos do processo são de duas


categorias. Alguns informam qualquer sistema processual; são indispensáveis para que um sistema
processual funcione bem. Outros variam conforme a orientação política ou filosófica que o
legislador exprime a um determinado sistema. Os de 1ª categoria são 4: lógico, jurídico, político e
econômico:

a) Lógico: o legislador deve usar formas tais que propiciem uma melhor apuração
da verdade.
b) Jurídico: deve-se dar às partes, no processo, igual oportunidade. Nunca se deve
construir um processo de desequilíbrio das partes. Art.125 inciso I
c) Político: na elaboração de um sistema processual, deve haver o menor sacrifício
possível da liberdade individual. Não devem ser usadas, excessivamente, medidas de constrição à
liberdade das pessoas, senão apenas as indispensáveis à consecução das finalidades do processo.
d) Econômico: é o princípio da economia processual, segundo o qual o processo
deve ser constituído com o menor dispêndio possível de tempo e dinheiro. O processo deve ser,
tanto quanto possível, barato.

Estes princípios influem sobre todo e qualquer sistema processual. Não


obstante, existem, outros princípios que podem informar apenas um ou outro sistema processual,
que, existindo num, pode não existir noutro, dependendo da orientação que inspirou o legislador ao
arquitetá-lo. Estes princípios são classificados em 2ª categoria. São eles:

a) Princípio da iniciativa das partes, também chamado de princípio da


demanda: significa que o juiz não pode prestar jurisdição sem que o autor promova a ação. A
jurisdição só se movimenta por provocação da parte interessada.

b) Princípio do contraditório ou da audiência bilateral: significa que o juiz


não pode decidir sobre uma pretensão, se não é ouvida a outra parte, contra a qual é formulada.
Toda vez que o juiz se pronunciar sobre um documento, é necessário que, antes, ouça a parte
contrária. Por esse princípio, não se pode desistir de uma ação se não for ouvida antes, a outra
parte. Não admite outra exceção. (está previsto na CF).

c) Princípio do impulso processual/oficial: (art. 262 do CPC). O processo civil


começa por iniciativa da parte, mas se desenvolve por impulso oficial. Assim é que as partes, o
escrivão, o oficial de justiça, etc., têm prazo para praticar atos processuais, dispondo a lei
processual que o juiz deve dirigir o processo de forma a assegurar a rápida solução do litígio (art.
125, II do CPC), mas sem prejuízo da defesa dos interessados.

d) Princípio dispositivo: consiste na regra segundo a qual o juiz depende na


instrução da causa da iniciativa das partes, quanto à alegação e prova dos fatos que se fundam os
pedidos. O juiz deverá decidir de acordo com o que foi provado pelas partes.

e) Princípio Inquisitório ou Inquisitivo: significa que em certas causas


prevalece o interesse geral, o interesse do estado, o interesse público em que seja realmente
apurada a verdade dos fatos. Não exclui totalmente a vontade das partes, mas prevalece a vontade
do juiz.
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f) Princípio da livre convicção do juiz: ao juiz é concedido o poder de formar


livremente a sua convicção quanto a verdade emergente dos fatos constantes dos autos. Não
funciona sozinho, pois seria arbitrário. Art. 131 (princípio da persuasão racional)

g) Princípio da Publicidade: assegura que os atos processuais, em regra, são


públicos, ou seja, franqueados a quem os queira assistir. (vide arts. 444 e 155 do CPC).

h) Princípio da Lealdade Processual (Princípio da Probidade ou da


Moralidade): as partes e também seus advogados devem proceder de boa-fé não só nas suas
relações recíprocas, como também em relação ao órgão jurisdicional (em relação ao juiz).

i) Princípio da Preclusão: o descumprimento dos prazos na prática dos atos


prescricionais tem como conseqüência a impossibilidade de praticá-los posteriormente. Esta é a
preclusão temporal. (art. 183 do CPC).

- preclusão lógica: decorre da impossibilidade da prática de um ato processual


com outro já praticado.

- preclusão consumativa: é aquela resultante de ato decisório já transitado em


julgado.

j) Princípio da Oralidade: será analisado dentro do princípio fundamental do


procedimento ou procedimento quanto à forma.

- Princípios Fundamentais do Procedimento ou Procedimento quanto à forma: quanto à


forma dos atos processuais, o procedimento segue o sistema escrito ou oral.

O procedimento escrito ou sistema escrito é aquele em que todos os atos


processuais se manifestam por escrito.

Ao tempo das legis actiones, o sistema era inteiramente oral, como também oral
era o antigo processo germânico. O sistema anterior ao Código de Processo Civil de 1939, ao
contrário, era inteiramente escrito. Também o sistema adotado pelo Código de Processo Civil de
1939, segundo Lopes da Costa, era escrito, embora muitos lhes contestassem a afirmação.

Atualmente, reconhece a doutrina que não existe procedimento oral na sua


forma pura, adotando-se um procedimento misto, uma combinação do oral e escrito. Fala-se, ainda
hoje, em procedimento oral como no direito alemão, austríaco e húngaro, mas essa expressão tem
outro sentido.

No procedimento oral ou sistema oral, existe uma predominância quantitativa


de atos escritos, porém, em combinação com a palavra falada, “como expressão dos atos relevantes
e decisivos na formação da convicção do juiz”.
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No direito brasileiro, os princípios que informam o procedimento oral sofrem


inúmeras restrições que, no entanto, não o descaracterizam. São princípios informativos do
procedimento oral:

a) *Princípio da Oralidade ou predominância da palavra falada: se manifesta


na produção das provas de natureza oral. Exemplos no CPC:

“Art. 410 - As testemunhas depõem, na audiência de instrução, perante o juiz


da causa, exceto:
I - as que prestam depoimento antecipadamente;
II - as que são inquiridas por carta;
III - as que, por doença, ou outro motivo relevante, estão impossibilitadas de
comparecer em juízo (Art. 336, parágrafo único);
IV - as designadas no artigo seguinte.”

(...)

“Art. 344. O devedor de obrigação litigiosa exonerar-se-á mediante


consignação, mas, se pagar a qualquer dos pretendidos credores, tendo
conhecimento do litígio, assumirá o risco do pagamento.”

(...)

“Art. 346. Recusando-se o compromitente a outorgar escritura definitiva de


compra e venda, será intimado, se o requerer o compromissário, a dá-la nos
cinco (5) dias seguintes, que correrão em cartório.
§ 1º Se o compromitente nada alegar, o juiz, depositado o restante do preço,
adjudicará o lote ao comprador, mandando:
a) que se consignem no termo, além de outras especificações, as cláusulas do
compromisso;
b) que se expeça a carta de adjudicação, depois de pagos os impostoº
devidos, inclusive o de transmissão;
c) que se cancele a inscrição hipotecária relativa aos lotes adjudicados.
§ 2º (revogado)
§ 3º (revogado)
§ 4º Estando a propriedade hipotecada, será também citado o credor para
autorizar o cancelamento parcial da inscrição, quanto aos lotes
comprometidos.”

(...)

“Art. 435 - A parte, que desejar esclarecimento do perito e do assistente


técnico, requererá ao juiz que mande intimá-lo a comparecer à audiência,
formulando desde logo as perguntas, sob forma de quesitos.”

Parágrafo único - O perito e o assistente técnico só estarão obrigados a


prestar os esclarecimentos a que se refere este artigo, quando intimados 5
(cinco) dias antes da audiência.”

(...)

“Art. 456 - Encerrado o debate ou oferecidos os memoriais, o juiz proferirá a


sentença desde logo ou no prazo de 10 (dez) dias. (Alterado pela L-005.925-
1973)”

b) *Princípio da Imediatividade ou da Imediação ou da Imediatividade da


Relação do Juiz com as Partes e com as Provas: exige o princípio, o contato com o juiz que deverá
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proferir a sentença com as partes, com as provas e com seus advogados, sem intermediários.
Exemplos no CPC:

“Art. 344 - A parte será interrogada na forma prescrita para a inquirição de


testemunhas.
Parágrafo único - É defeso, a quem ainda não depôs, assistir ao
interrogatório da outra parte.”

(...)

“Art. 346 - A parte responderá pessoalmente sobre os fatos articulados, não


podendo servir-se de escritos adrede preparados; o juiz lhe permitirá,
todavia, a consulta a notas breves, desde que objetivem completar
esclarecimentos.”

(...)

“Art. 410 - As testemunhas depõem, na audiência de instrução, perante o juiz


da causa, exceto:
I - as que prestam depoimento antecipadamente;
II - as que são inquiridas por carta;
III - as que, por doença, ou outro motivo relevante, estão impossibilitadas de
comparecer em juízo (Art. 336, parágrafo único);
IV - as designadas no artigo seguinte.”

(...)

“Art. 418 - O juiz pode ordenar, de ofício ou a requerimento da parte:


I - a inquirição de testemunhas referidas nas declarações da parte ou das
testemunhas;
II - a acareação de duas ou mais testemunhas ou de alguma delas com a
parte, quando, sobre fato determinado, que possa influir na decisão da causa,
divergirem as suas declarações.”

(...)

“Art. 435 - A parte, que desejar esclarecimento do perito e do assistente


técnico, requererá ao juiz que mande intimá-lo a comparecer à audiência,
formulando desde logo as perguntas, sob forma de quesitos.
Parágrafo único - O perito e o assistente técnico só estarão obrigados a
prestar os esclarecimentos a que se refere este artigo, quando intimados 5
(cinco) dias antes da audiência.”

c) *Princípio da Concentração da Causa: consiste em ajustar o feito em período


breve reduzindo-o a uma só audiência ou a poucas audiências a curtos intervalos. Exemplo no
CPC:
“Art. 455 - A audiência é una e contínua. Não sendo possível concluir, num
só dia, a instrução, o debate e o julgamento, o juiz marcará o seu
prosseguimento para dia próximo.”

d) *Princípio da Irrecorribilidade das Interlocutórias: (disse que será cobrado


em prova) visando ao andamento rápido do processo, são irrecorríveis as decisões interlocutórias,
sem prejuízo de sua apreciação pelo Tribunal imediato, se a causa subiu em grau de recurso. No
Sistema Jurídico Processual Brasileiro Civil, adotou-se o Sistema da Irrecobilidade, em separado
das decisões interlocutórias, via agravo que pode ser nas modalidades retido ou de instrumento. O
agravo é recebido no efeito devolutivo (continua tramitando em primeira instância). Na área Penal
52

a irrecorribilidade é relativa, ou seja, apenas algumas decisões interlocutórias são recorríveis e elas
estão elencadas no art. 581 do CPP. O recurso cabível na área Penal é denominado no sentido
estrito. vigora Na área Trabalhista, vigora de forma absoluta o princípio da irrecobilidade.
(irrecorríveis podendo serem apreciadas pelo recurso ordinário) não vigora na área cível, pois
nessa área é passível de recurso (agravo). Vigora de forma relativa na área penal, pois há um
dispositivo (art 581 cpp)

e) *Princípio da Identidade Física em todo o Procedimento da Lide: significa


que o juiz deve ser o mesmo do início ao fim da ação. Exemplo no CPC: funciona bem na área
cível.

“Art. 132 - O juiz, titular ou substituto, que concluir a audiência julgará a


lide, salvo se estiver convocado, licenciado, afastado por qualquer motivo,
promovido ou aposentado, casos em que passará os autos ao seu sucessor.
(Alterado pela L-008.637-1993)
Parágrafo único - Em qualquer hipótese, o juiz que proferir a sentença, se
entender necessário, poderá mandar repetir as provas já produzidas.
(Acrescentado pela L-008.637-1993)”

(...)

“Art. 87 - Determina-se a competência no momento em que a ação é


proposta. São irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito
ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem o órgão judiciário ou
alterarem a competência em razão da matéria ou da hierarquia.”

IV. Tipologia do Processo: A doutrina classifica o processo dois prismas distintos:

a) segundo os fins da prestação jurisdicional invocada em: i) processo de


conhecimento; ii) processo de execução; iii) processo cautelar. (morfologia do processo)

b) segundo a índole do interesse a que serve:

i) processo individual ou singular: quando versa de interesses concretos de


indivíduos determinados. Se o interesse é pertinente a uma pessoa, singularmente considerada, diz-
se processo individual singular; quando o interesse pertence a diversas pessoas consideradas
isoladamente, diz-se processo individual plúrimo(versa sobre interesses internos de cada
litisconsórcio) ; (interesse abstrato) de uma categoria*

ii) processo coletivo: quando versa de interesses abstrato de uma categoria ou


classe. Esses processos coletivos são próprios na Justiça do Trabalho, regulados na CLT como
dissídio coletivo ou dissídio do trabalho. Quando o processo coletivo versa sobre interesses de
grupo, categoria ou classe, cujos beneficiários não são identificáveis, nem há possibilidade de sê-lo
(direitos ou interesses difusos e coletivos stricto sensu), diz-se processo essencialmente coletivo.
Quando o processo coletivo versa sobre tais interesses, mas cujos beneficiários são identificáveis,
diz-se acidentalmente coletivo. Os fundamentos do processo individual (singular ou plúrimo) e do
processo coletivo, também são distintos, pois, enquanto naquele é o direito subjetivo, neste é o
direito ou interesse legítimo. Na esfera trabalhista, os dissídios podem ser individuais ou coletivos,
pelo que o respectivo processo se enquadra numa ou noutra modalidade conforme seu objeto.

iii)processo social: é aquele que versa de interesse social da própria coletividade


como tal considerada , para defesa de valores que lhe pertencem, como é o processo popular,
resultante da Ação Popular, e o processo penal, resultante da persecução penal. A Ação Civil
53

Pública pode dar origem a um processo social conforme o seu objeto (interesse público); como
pode, segundo também seu objeto, dar origem a um processo coletivo (interesse de um grupo,
categoria ou classe).

DINÂMICA DO PROCESSO

I. O Impulso Processual: O processo possui uma dinâmica processual (movimento). Ele tramita
em fases que são os atos processuais. É o impulso processual que assegura o movimento da relação
processual até a sentença.

Conceito: atividade que visa obter o movimento progressivo da relação processual (Chiovenda);
fenômeno em virtude do qual se assegura a continuidade dos atos processuais e seu
encaminhamento à Decisão definitiva (Eduardo Conture).

II. Autodinâmica e Heterodinâmica: ora está a cargo do juiz, ora está a cargo das partes.

a) Autodinâmica (Impulso Oficial): a cargo do juiz. É o dinamismo processual(a


cargo do juiz) que resulta da atividade dos próprios órgãos jurisdicionais. É também chamado de
impulso oficial.
b) Heterodinâmica (Impulso das Partes): é o dinamismo processual(a cargo das
partes) que resulta da atividade das partes. Fica a cargo das partes: os processos se iniciam pela
heterodinâmica, pois o juiz não inicia um processo. No caso do Direito Trabalhista há exceção e o
início se dá por autodinâmica. Quando a sentença for favorável ao reclamante, o juiz poderá iniciar
o processo, por meio de uma concessão de um Habeas Corpus. No Direito Penal também.

Princípio da Causalidade dos Atos Processuais: um ato processual provoca o outro ato processual.

III. Tempo dos Atos Processuais: Prazo e Termo

a) Tempo: é o momento adequado para a prática dos atos processuais, sob pena de
preclusão (temporal, lógica e consumativa*)
b) Prazo: é a fração ou delimitação de tempo, dentro da qual deve ser praticado o ato
processual.
c) Termo: São limites ou marcos que determinam a fração chamada prazo. Termo
também é definido como redução da declaração em texto escrito. (termo inicial – intimação, not. citação e
termo final) expressão escrita dos atos processuais. (reduzir a termo)

IV. Classificação dos Prazos:

a) Prazo Dilatório: são aqueles previstos em norma dispositiva (normas que não obrigam às
partes). Ex.: prazos para arrolar testemunhas, etc. (art. 181 do CPC):

“Art. 181 - Podem as partes, de comum acordo, reduzir ou prorrogar o prazo


dilatório; a convenção, porém, só tem eficácia se, requerida antes do
vencimento do prazo, se fundar em motivo legítimo.
§ 1º - O juiz fixará o dia do vencimento do prazo da prorrogação.
54

§ 2º - As custas acrescidas ficarão a cargo da parte em favor de quem foi


concedida a prorrogação.”

b) Prazo Peremptório: os prazos estabelecidos em normas cogentes (normas de


ordem pública, que não podem ser reduzidas pelas partes e de ordinário, pelo juiz. São de
cumprimento obrigatório. (art. 182 do CPC):

“Art. 182 - É defeso (proibido) às partes, ainda que todas estejam de acordo,
reduzir ou prorrogar os prazos peremptórios. O juiz poderá, nas comarcas
onde for difícil o transporte, prorrogar quaisquer prazos, mas nunca por
mais de 60 (sessenta) dias.
Parágrafo único - Em caso de calamidade pública, poderá ser excedido o
limite previsto neste artigo para a prorrogação de prazos.”

b) Prazo Legal: aquele que é estipulado por Lei.

c) Prazo Judicial: quando os limites dos prazos ficam a critério do juiz ou pelo
Tribunal.

d) Prazo Convencional: aqueles convencionados pelas partes. Só podem ser


dilatórios.

e) Prazo Comum: aquele que transcorre para ambas as partes ao mesmo tempo.
Como regra corre em Cartório ou na Secretaria da vara. Se o prazo é comum, os autos não poderão
ser retirados do Cartório.

f) Prazo Individual (ou Particular): aquele que transcorre apenas para uma das
partes.

g) Prazo Próprio: aquele assinalado às partes com as conseqüências que decorrem


do seu cumprimento ou descumprimento. É aquele que transcorre para as partes. Sua inobservância
implica em conseqüências de caráter processual.

h) Prazo Impróprio: assinalado ao juiz e aos auxiliares da justiça, cujo


descumprimento pode gerar apenas medidas de ordem disciplinar.

V. Contagem dos Prazos: a regra geral para contar está escrito no art. 184 do CPC:

“Art. 184 - Salvo disposição em contrário, computar-se-ão os prazos,


excluindo o dia do começo e incluindo o do vencimento. (Alterado pela L-
005.925-1973)
§ 1º - Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil se o
vencimento cair em feriado ou em dia em que: (Alterado pela L-005.925-
1973)
I - for determinado o fechamento do fórum;
II - o expediente forense for encerrado antes da hora normal.
§ 2º - Os prazos somente começam a correr do primeiro dia útil após a
intimação (Art. 240 e Parágrafo único). (Alterado pela L-008.079-1990).”

(...)

Art. 172 - Os atos processuais realizar-se-ão em dias úteis, das 6 (seis) às 20


(vinte) horas. (Alterado pela L-008.952-1994)
55

§ 1º - Serão, todavia, concluídos depois das 20 (vinte) horas os atos iniciados


antes, quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano.
(Alterado pela L-008.952-1994)
§ 2º - A citação e a penhora poderão, em casos excepcionais, e mediante
autorização expressa do juiz, realizar-se em domingos e feriados, ou nos dias
úteis, fora do horário estabelecido neste artigo, observado o disposto no Art.
5º, inciso XI, da Constituição Federal. (Alterado pela L-008.952-1994)
§ 3º - Quando o ato tiver que ser praticado em determinado prazo, por meio
de petição, esta deverá ser apresentada no protocolo, dentro do horário de
expediente, nos termos da lei de organização judiciária local. (Acrescentado
pela L-008.952-1994)”
01.06.10
VI. Determinação do Termo Inicial: Os prazos podem ser de minutos, horas, dias, meses e anos.
(art. 241 do CPC)

“Art. 241 - Começa a correr o prazo: (Alterado pela L-008.710-1993)


I - quando a citação ou intimação for pelo correio, da data de juntada aos
autos do aviso de recebimento;
II - quando a citação ou intimação for por oficial de justiça, da data de
juntada aos autos do mandado cumprido;
III - quando houver vários réus, da data de juntada aos autos do último aviso
de recebimento ou mandado citatório cumprido;
IV - quando o ato se realizar em cumprimento de carta de ordem, precatória
ou rogatória, da data de sua juntada aos autos devidamente cumprida;
V - quando a citação for por edital, finda a dilação assinada pelo juiz.”

Exemplos de Prazos:

a) Prazos em Minutos: é contado de minuto a minuto (art. 454 e 554 do CPC):


“Art. 454 - Finda a instrução, o juiz dará a palavra ao advogado do autor e
ao do réu, bem como ao órgão do Ministério Público, sucessivamente, pelo
prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável por 10 (dez), a
critério do juiz.
§ 1º - Havendo litisconsorte ou terceiro, o prazo, que formará com o da
prorrogação um só todo, dividir-se-á entre os do mesmo grupo, se não
convencionarem de modo diverso.
§ 2º - No caso previsto no Art. 56, o opoente sustentará as suas razões em
primeiro lugar, seguindo-se-lhe os opostos, cada qual pelo prazo de 20
(vinte) minutos.
§ 3º - Quando a causa apresentar questões complexas de fato ou de direito, o
debate oral poderá ser substituído por memoriais, caso em que o juiz
designará dia e hora para o seu oferecimento.”

(...)

“Art. 554 - Na sessão de julgamento, depois de feita a exposição da causa


pelo relator, o presidente, se o recurso não for de embargos declaratórios ou
de agravo de instrumento, dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente e ao
recorrido, pelo prazo improrrogável de 15 (quinze) minutos para cada um, a
fim de sustentarem as razões do recurso.”

c) Prazo em Horas: é contado de hora a hora (art. 190 e 196 do CPC): termina na
hora correspondente ao seu término.
56

“Art. 190 - Incumbirá ao serventuário remeter os autos conclusos no prazo


de 24 (vinte e quatro) horas e executar os atos processuais no prazo de 48
(quarenta e oito) horas, contados:
I - da data em que houver concluído o ato processual anterior, se lhe foi
imposto pela lei;
II - da data em que tiver ciência da ordem, quando determinada pelo juiz.
Parágrafo único - Ao receber os autos, certificará o serventuário o dia e a
hora em que ficou ciente da ordem, referida no nº II.
(...)
Art. 196 - É lícito a qualquer interessado cobrar os autos ao advogado que
exceder o prazo legal. Se, intimado, não os devolver dentro em 24 (vinte e
quatro) horas, perderá o direito à vista fora de cartório e incorrerá em multa,
correspondente à metade do salário mínimo vigente na sede do juízo.
Parágrafo único - Apurada a falta, o juiz comunicará o fato à seção local da
Ordem dos Advogados do Brasil, para o procedimento disciplinar e
imposição da multa.”

d) Prazo em Dias: termina com o horário de fechamento dos protocolos dos Fóruns
(art. 197 do CPC):

“Art. 195 - O advogado deve restituir os autos no prazo legal. Não o fazendo,
mandará o juiz, de ofício, riscar o que neles houver escrito e desentranhar as
alegações e documentos que apresentar.”

e) Prazo em Meses: considera-se mês, período de tempo contado do dia do início


ao dia correspondente do mês seguinte, ou no dia imediato, se faltar correspondência exata.

f) Prazo em Anos: termina na data correspondente ao ano que vai terminar. Ex.:
Ação Rescisória começa a contar depois de dois anos. Considerando o período de 12 meses
contados aos dias e meses correspondentes do ano seguinte. (prazo para ação rescisória) –
prazo decadencial.

OBS: Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do início ou no imediato se faltar
correspondência exata.

A determinação do Termo Inicial se dá por juntada. A regra se fará pelos correios,


mediante juntada do Aviso de Recebimento – AR. Art.241

Art.191*

A citação poderá ser realizada também da seguinte forma, conforme dispõe o art.
221 do CPC:

“Art. 221 - A citação far-se-á:


I - pelo correio;
II - por oficial de justiça;
III - por edital.
IV - por meio eletrônico, conforme regulado em lei própria.”

São requisitos da citação por meio de Edital:


“Art. 232 - São requisitos da citação por edital: (Alterado pela L-005.925-
1973)
I - a afirmação do autor, ou a certidão do oficial, quanto às circunstâncias
previstas nos ns. I e II do artigo antecedente;
57

II - a afixação do edital, na sede do juízo, certificada pelo escrivão;


III - a publicação do edital no prazo máximo de 15 (quinze) dias, uma vez no
órgão oficial e pelo menos duas vezes em jornal local, onde houver;
IV - a determinação, pelo juiz, do prazo, que variará entre 20 (vinte) e 60
(sessenta) dias, correndo da data da primeira publicação;
V - a advertência a que se refere o Art. 285, segunda parte, se o litígio versar
sobre direitos disponíveis. (Acrescentado pela L-005.925-1973)
§ 1º - Juntar-se-á aos autos um exemplar de cada publicação, bem como do
anúncio, de que trata o nº II deste artigo. (Alterado pela L-005.925-1973 e L-
007.359-1985)
§ 2º - A publicação do edital será feita apenas no órgão oficial quando a
parte for beneficiária da Assistência Judiciária. (Acrescentado pela L-
007.359-1985)”

** Pergunta de Prova:

“Art. 240 - Salvo disposição em contrário, os prazos para as partes, para a


Fazenda Pública e para o Ministério Público contar-se-ão da intimação.
Parágrafo único - As intimações consideram-se realizadas no primeiro dia
útil seguinte, se tiverem ocorrido em dia em que não tenha havido expediente
forense. (Acrescentado pela L-008.079-1990)”

SENTENÇA – art. 162

I. Conceito: é o ato do juiz que encerra o processo com ou sem resolução de mérito.

- Terminativas – sem apreciar o mérito


- Espécies de Sentença
- Definitivas – com apreciação do mérito

* Sentenças Terminativas: a sentença é terminativa quando encerra o processo sem


resolução de mérito. Exemplo: todas as situações previstas no art. 267 do CPC:

“Art. 267 - Extingue-se o processo, sem resolução de mérito:


I - quando o juiz indeferir a petição inicial;
II - quando ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das
partes;
III - quando, por não promover os atos e diligências que lhe competir, o
autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;
IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de
desenvolvimento válido e regular do processo;
V - quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de
coisa julgada;
VI - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a
possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual;
VII - pela convenção de arbitragem;
VIII - quando o autor desistir da ação;
58

IX - quando a ação for considerada intransmissível por disposição legal;


X - quando ocorrer confusão entre autor e réu;
XI - nos demais casos prescritos neste Código.
§ 1º - O juiz ordenará, nos casos dos nºs. II e III, o arquivamento dos autos,
declarando a extinção do processo, se a parte, intimada pessoalmente, não
suprir a falta em 48 (quarenta e oito) horas.
§ 2º - No caso do parágrafo anterior, quanto ao nº II, as partes pagarão
proporcionalmente as custas e, quanto ao nº III, o autor será condenado ao
pagamento das despesas e honorários de advogado (Art. 28).
§ 3º - O juiz conhecerá de ofício, em qualquer tempo e grau de jurisdição,
enquanto não proferida a sentença de mérito, da matéria constante dos nºs.
IV, V e VI; todavia, o réu que a não alegar, na primeira oportunidade em que
lhe caiba falar nos autos, responderá pelas custas de retardamento.
§ 4º - Depois de decorrido o prazo para a resposta, o autor não poderá, sem
o consentimento do réu, desistir da ação.”

* Sentenças Definitivas: a sentença é definitiva quando encerra o processo com resolução


de mérito e a ação possui os pressupostos processuais. Exemplo: todas as situações previstas no art.
269 do CPC:

“Art. 269 - Haverá resolução de mérito:


I - quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor;
II - quando o réu reconhecer a procedência do pedido;
III - quando as partes transigirem;
IV - quando o juiz pronunciar a decadência ou a prescrição;
V - quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ação.”

Pergunta de Prova:

Quais as condições de admissibilidade para julgamento da lide?


R: os pressupostos processuais e a condição da ação.

II. Classificação das Sentenças (Decisão): Classificam em sentença, decisões interlocutórias e


despachos (art. 162, caput):

“Art. 162 - Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias


e despachos.”

III. Requisitos e Efeitos da Sentença:

a) Requisitos:

- Quanto à sua Estrutura: art. 458 do CPC:

“Art. 458 - São requisitos essenciais da sentença:


I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a suma do pedido e da
resposta do réu, bem como o registro das principais ocorrências havidas no
andamento do processo;
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões, que as partes lhe
submeterem.”

Ou seja, o relatório é a síntese do processo; os fundamentos são o trabalho lógico; o


dispositivo é a decisão.
59

Fundamentação/motivação – um ato de inteligência do juiz, a falta de motivação torna a


sentença nula pois faltará um dos requisitos essenciais, dispositivo – conclusão lógica das
operações anteriores, é nele que reside o comando da sentença, sentença sem dispositivo é ato
inexistente. Art.459

- Natureza Jurídica da Sentença: é saber se é um ato de inteligência ou declaração de vontade.


Segundo parte da doutrina, a sentença é um ato de vontade e um ato de inteligência. Já outra parte
da doutrina sustenta que a sentença não possui somente um ato de inteligência, mas também um
ato de vontade do juiz, como órgão de Estado. Todavia a doutrina majoritária entende que a
sentença definitiva contém um ato de Inteligência do juiz que termina com um ato de vontade do
mesmo.

- Quanto à Inteligência do Ato: Para que a sentença possa ser bem cumprida, deve possuir
clareza e precisão, para que seja bem entendida e cumprida. A precisão está definida no art. 460,
parágrafo único do CPC: embargos declaratórios (poderão ser postos sempre que houverem
ambigüidades na sentença) sentença deve ser certa, limitada ao pedido. Art.128

“Art. 460 - É defeso ao juiz proferir sentença, a favor do autor, de natureza


diversa da pedida, bem como condenar o réu em quantidade superior ou em
objeto diverso do que lhe foi demandado.
Parágrafo único - A sentença deve ser certa, ainda quando decida relação
jurídica condicional. “ (grifei)

b) Efeitos da Sentença: As sentenças produzem efeitos meramente declaratórios, constitutivos


e condenatórios.

- Declaratórias: todas as sentenças são declaratórias, esse efeito é comum em todas as


sentenças. Ao que declara simplesmente a existência ou a inexistência de uma relação jurídica ou a
autenticidade ou falsidade de um documento.

- Constitutivas: são aquelas sentenças que, além do elemento declaratório, criam, modificam
ou extinguem uma relação jurídica ou situação jurídica qualquer, criando uma situação jurídica
nova.

- Declaratórias: são aquelas que, além do elemento declaratório, impõe ao réu o cumprimento
de uma prestação/sanção.

07/06/10

IV. Eficiácia e Autoridade da Sentença: Coisa Julgada.

A eficácia e autoridade da Sentença pode ser: Formal ou Material (Substancial):

“Art. 301 - Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar:


(...)
§ 3º - Há litispendência, quando se repete ação, que está em curso; há coisa
julgada, quando se repete ação que já foi decidida por sentença, de que não
caiba recurso.
§ 4º - Com exceção do compromisso arbitral, o juiz conhecerá de ofício da
matéria enumerada neste artigo.”
60

a) Coisa Julgada: é a qualidade conferida à sentença judicial contra a qual não


cabem mais recursos, tornando-a imutável e indiscutível. Sua origem remonta ao direito romano
(res judicata), onde era justificada principalmente por razões de ordem prática: pacificação social e
certeza do final do processo. Atualmente tem por objetivos a segurança jurídica e impedir a
perpetuação dos litígios. O instituto da coisa julgada está presente em praticamente todos os
sistemas de direito ocidentais.
b) Coisa Julgada formal: é aquela que trata da imutabilidade da sentença no
mesmo processo em que foi proferida, ou seja, a coisa julgada formal opera naquele processo que
operou a sentença. Coisa julgada formal é a impossibilidade de modificação da sentença no mesmo
processo, como conseqüência da preclusão dos recursos. Depois de formada a coisa julgada, o juiz
não pode mais modificar sua decisão, ainda que se convença de posição contrária à que tinha
anteriormente adotado. Todas as sentenças fazem coisa julgada formal, mesmo que não tenham
decidido a disputa existente entre as partes.
Por exemplo: “A” cobra indenização de “B”, mas o advogado de “A” não apresenta ao juiz
procuração para representá-lo no processo. O juiz profere sentença extinguindo o processo “sem
julgamento de mérito”. “A” não recorre no prazo previsto pela lei e a sentença transita em julgado.
A coisa julgada formal impede que o juiz modifique a sentença naquele mesmo processo, se
descobrir que a procuração não havia sido apresentada ou se o advogado vier a apresentá-la. No
entanto, providenciada a procuração, “A” pode iniciar um novo processo para cobrar indenização
de “B”.
*Aquela que opera dentro do processo em que houve a decisão, quando o processo é extinto sem
resolução do mérito

(art. 268 do CPC):

“Art. 268 - Salvo o disposto no Art. 267, V, a extinção do processo não obsta
a que o autor intente de novo a ação. A petição inicial, todavia, não será
despachada sem a prova do pagamento ou do depósito das custas e dos
honorários de advogado.
Parágrafo único - Se o autor der causa, por três vezes, à extinção do
processo pelo fundamento previsto no nº III do artigo anterior, não poderá
intentar nova ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada,
entretanto, a possibilidade de alegar em defesa o seu direito.”

“Art. 267 - Extingue-se o processo, sem resolução de mérito:


(...)
V - quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de
coisa julgada;”

Obs: A extinção de processo por meio de coisa formal poderá ser repetida. Já a extinção de
processo por meio de coisa material não poderá ser repetida.

c) Coisa Julgada material: circunstância de não mais poder o mesmo conflito ser submetido à
apreciação do Poder Judiciário. Opera no processo que foi julgada ou em qualquer outro. Coisa
julgada material é a impossibilidade de modificação da sentença naquele mesmo processo ou em
qualquer outro. Depois de formada a coisa julgada, nenhum juiz poderá concluir de forma diversa,
por qualquer motivo. Em princípio, apenas as sentenças que tenham decidido a disputa existente
entre as partes (mérito) fazem coisa julgada material. Estas sentenças não podem ser modificadas,
nem se pode iniciar um novo processo com o mesmo objetivo.
61

Por exemplo, “A” cobra indenização de “B” por acidente de trânsito, mas no curso do
processo não consegue apresentar qualquer prova de que “B” seja culpado. O juiz julga o pedido
improcedente (nega a indenização pedida), “A” não recorre no prazo previsto pela lei e a sentença
transita em julgado. Mesmo que “A” descubra novas testemunhas, ou consiga um vídeo provando
a culpa de “B” pelo acidente, não poderá mais processá-lo pedindo indenização, pois a conclusão
de que “B” não era culpado foi protegida pela coisa julgada material.

Na coisa julgada Formal é uma Decisão Terminativa.


Na coisa julgada Material é uma Decisão Definitiva.

 Recordando: Requisitos da Sentença: o Relatório, os Fundamentos/Motivação e o


Dispositivo/Sentença.

O Relatório não faz coisa julgada;


O Dispositivo faz coisa julgada;
Segundo a Doutrina Majoritária, somente os Fundamentos Objetivos fazem coisa
julgada.

Limites Objetivos da coisa julgada: para um melhor entendimento devemos responder as


seguintes perguntas: O que transita em julgado? O que é coberto pela imutabilidade? O que transita
em julgado, em princípio, é o dispositivo, a conclusão, o tópico da sentença que acolhe ou rejeita o
pedido.

Assim temos que não fazem coisa julgada: a) a fundamentação da sentença, os motivos, por
mais relevantes que sejam para determinar o dispositivo; b) a verdade dos fatos estabelecidos
como premissa da sentença; c) a questão prejudicial julgada incidentemente como motivo da
sentença. A questão prejudicial - é um pacto de fato ou de direito que se tornou controvertido no
processo. É uma questão que é antecedente lógico do julgamento da lide, pode não ser um fato,
mas pode ser uma relação jurídica.

A questão prejudicial fará coisa julgada quando tiver por objeto uma relação jurídica e
houver pedido declaratório incidental feito pelo autor ou por qualquer das partes. Quando o réu
nega a relação jurídica que serve de fundamento à pretensão do autor, o autor pode pedir que sobre
esta relação seja proferida uma declaração por sentença. É a chamada Declaração Incidental por
Sentença. É uma certeza declarada por sentença.

Limites Subjetivos da coisa julgada: o objetivo é saber em relação a quais pessoas a sentença
fará coisa julgada. As partes: o Autor e o Réu. A coisa julgada poderá estender a terceiros? Sim,
depende do tipo de terceiros. Exemplo: Sucessores, Condôminos, etc.
Limites Subjetivos – não diferente dos limites objetivos, nos faz necessário responder a
algumas perguntas: Perante ou para quem transita em julgado? Quem é atingido? A coisa julgada
atinge apenas as partes, não prejudicando e nem beneficiando terceiros. Lembrar é importante que
coisa julgada é diferente de efeitos da sentença. Os efeitos da sentença podem atingir a órbita
jurídica de terceiros (é todo aquele que não é parte).
62

Obs.: Não são atingidas pela coisa julgada as sentenças que julgam relações continuadas
que se protraem, se diferem no tempo, as quais só podem ser revistas se houver alteração na
constituição de estado de fato. É uma aparente exceção.

A lei estabelece em determinadas situações uma condição para que a sentença transite em
julgado, é o duplo grau de jurisdição, ou reexame necessário, ou remessa oficial, ou recurso de
ofício, o qual não tem natureza de recurso, pois é condição para que certas sentenças transitem em
julgado. Ex.: Sentenças que decretarem a Anulação de Casamento; sentenças desfavoráveis à
Fazenda Pública; sentenças de Improcedência da Execução Fiscal.
Recurso de Ofício, pela doutrina, não tem natureza de recurso, é uma condição para que
determinadas sentenças transitem em julgado.

A imutabilidade da jurisdição embora presente na coisa julgada, encontra-se mitigada por


dois institutos processuais: a) ação rescisória que é o meio hábil de desconstituir uma sentença, no
prazo de dois anos do transito em julgado, quando o feito tenha de desenvolvido até final
julgamento com a ausência de alguns do pressupostos de validade do processo; b) nulitates
insanabelis – meio também próprio de desconstituir uma decisão definitiva já com a efetividade da
coisa julgada, a qualquer época, quando ausente da demanda algum dos pressupostos de existência.

Chiovenda distingue 03 (três) categorias de terceiros, que poderão ou não ter contra si os
efeitos da coisa julgada:

- 1ª Categoria: Terceiros totalmente indiferentes: não podem se opor a esta Sentença


impedido que se faça coisa julgada em relação a eles.

- 2ª Categoria: Terceiros titulares de uma relação jurídica compatível com relação jurídica
decidida na sentença:

- 3ª Categoria: Terceiros titulares de uma relação jurídica incompatível com a decidida pela
Sentença: não devem reconhecer a coisa julgada senão poderiam ser prejudicados por ela
dependendo do resultado

b) A projeção da coisa julgada nos planos civil, trabalhista e penal: Nos planos civil,
trabalhista e penal. (Prova)

Efeitos da sentença no quadro da interferência das jurisdições (Prova)

Elas são independentes(cível e criminal) (art. 935 do CC). Se na área penal não restou
provada a existência do fato do crime, ele gera um efeito na esfera civil, porém no sentido de não
haver indenização. Se na área penal restou provada a existência de crime, mas sem dolo e não
provada, poderá haver indenização no civil e no âmbito administrativo uma punição, etc.

Se houver condenação na área penal, poderá ensejar ingresso de ação na área civil
solicitando indenização. No âmbito trabalhista se houver condenação penal para o crime, isso
contribui em motivo para demissão por justa causa. Se conseguir provar que o crime foi praticado
por estado de necessidade ou por legítima defesa, não haverá demissão por justa causa.

Caso de interferência da jurisdição


Sentenças absolutórias penais
- que reconhece a existência material do fato
63

- que reconhece a inexistência material do fato


- que reconhece não estar provada a existência do fato, mas ele existe

Sentença penal no âmbito trabalhista (se for condenado haverá justa causa no crime cometido, se n
for condenado não terá justa causa), salvo se provar que agiu em legítima defesa...(casos de
exclusão da pena)

08/06/2010

RECURSOS E O DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO (TEORIA GERAL DOS RECURSOS)

I. Conceito de Recurso: significa voltar atrás, reexaminar uma decisão. Meio impugnação das decisões

Conceito de Recurso no Sentido Amplo: aquele ato através do qual se pode pedir o
reexame da questão decidida.

Conceito de Recurso no Sentido Estrito ou Técnico Profissional: significa o meio de


impugnação das decisões.

II. Notas Características dos Recursos ou Elementos Característicos dos Recursos, segundo Lopes da
Costa:

a) ser um ato da Parte;


b) dirigir-se contra um ato do juiz;
c) pretender um novo ato judicial, que lhe seja favorável; (virá com o reexame da decisão)
d) que configure uma situação processual, ou seja, que este recurso forme um processo.

Obs: o Recurso é apresentado em peça separada ao juiz a quo (que poderá até rever sua
posição).Caso ele verifique a admissibilidade do recurso ele remete a outra peça (as razões do
recorrente) ao juiz ad quem (Tribunal).

Acórdãos: são as Decisões dos Tribunais.

III. O Duplo Grau de Jurisdição: o recurso é regido pelo princípio do duplo grau de jurisdição. Significa
que uma decisão proferida pelo juiz a quo poderá ser revista no juiz ad quem (Tribunal correspondente).

IV. Pressupostos dos Recursos: o recurso para ser admitido ou conhecido depende de determinados
pressupostos, que se faltarem o recurso não ser admitido, não sendo possível examinar o mérito da Ação.
Os Pressupostos dos Recursos são Objetivos e Subjetivos.
Recurso não reconhecido é o recurso que não será examinado.
Juízo de retratação – o próprio juiz reexamina o seu recurso antes de despachar. O prazo recursal continua
correndo durante o juízo de retratação.

a) Pressupostos Objetivos: dizem respeito aos próprios recursos:

- Recorribilidade da Decisão: a decisão recorrida deve ser passível;


- Tempestividade do Recurso: o recurso deve ser interposto ao prazo de lei;
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- Singularidade do Recurso: para cada Decisão só tem cabimento um recurso. (Princípio da


Uni recorribilidade do Recurso). Há exceções. A Lei admite: na Área Civil: Embargos Infringentes e
Recursos Extraordinários. Na Área Penal: Apelação e Protesto por Novo Júri.
- Adequação do Recurso: o recurso deve ser adequado à impugnação que se pretende.
Deve-se entrar com o Recurso certo (Princípio da variação do recurso: se entrou com o recurso errado e se
estiver dentro do prazo do Recurso, pode ser substituído).
- Fugibilidade do Recurso: permite que o juiz receba o recurso inadequado e transforme
em adequado.
- Outros Pressupostos Objetivos dos Recursos:

i) Observância das Formalidades Legais: escritos ou orais;


ii) Motivação do Recurso ou Razões do Recurso: as Razões de fato ou de direito;
iii) Preparo do Recurso: pagamento das custas do processo. A falta de preparo torna o
recurso deserto. O Agravo Retido e os Embargos Declaratórios independem do Preparo. A Fazenda Pública
e o Ministério Público estão dispensados do preparo.

b) Pressupostos Subjetivos: A Legitimação e o Interesse.

i) Legitimação: as Partes como regra é que têm legitimidade para recorrer. O Terceiro
prejudicado e o Ministério Público. (Art. 499 do CPC):

“Art. 499 - O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro
prejudicado e pelo Ministério Público.
§ 1º - Cumpre ao terceiro demonstrar o nexo de interdependência entre o seu
interesse de intervir e a relação jurídica submetida à apreciação judicial.
§ 2º - O Ministério Público tem legitimidade para recorrer assim no processo
em que é parte, como naqueles em que oficiou como fiscal da lei.”

ii) Interesse: a Parte sucumbente (Parte que perdeu) é que tem interesse de recorrer. O
Terceiro prejudicado e o Ministério Público também.

V. Efeitos dos Recursos:

Efeito Suspensivo: é aquele que impede que a decisão recorrida produzam os seu efeitos
jurídicos que lhe são próprios. Exemplo: Uma pessoa que é condenada a fazer alguma coisa. O Recurso é
recebido no efeito suspensivo. A partir da decisão seus efeitos são suspensos, não sendo executado. Impede
os efeitos da sentença.

Efeito Devolutivo é aquele que remete ao Duplo Grau de Jurisdição. O Recurso pode ser
recebido no Duplo Efeito, ou seja, no Efeito Suspensivo e Devolutivo. Se recebido apenas no Efeito
Devolutivo, produz efeitos. Duplo efeito será o efeito suspensivo* como regra o agravo é recebido no efeito
devolutivo, porém pode se requerer o efeito suspensivo

“Art. 273 - O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou


parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que,
existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e:
(Alterado pela L-008.952-1994)
I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou
II - fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito
protelatório do réu.
§ 1º - Na decisão que antecipar a tutela, o juiz indicará, de modo claro e
preciso, as razões do seu convencimento. (Acrescentado pela L-008.952-
1994)
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§ 2º - Não se concederá a antecipação da tutela quando houver perigo de


irreversibilidade do provimento antecipado. (Acrescentado pela L-008.952-
1994)
§ 3º - A efetivação da tutela antecipada observará, no que couber e conforme
sua natureza, as normas previstas nos arts. 588, 461, §§ 4º e 5º, e 461-A.
§ 4º - A tutela antecipada poderá ser revogada ou modificada a qualquer
tempo, em decisão fundamentada.
§ 5º - Concedida ou não a antecipação da tutela, prosseguirá o processo até
final julgamento.
§ 6º A tutela antecipada também poderá ser concedida quando um ou mais
dos pedidos cumulados, ou parcela deles, mostrar-se incontroverso. § 7º Se o
autor, a título de antecipação de tutela, requerer providência de natureza
cautelar, poderá o juiz, quando presentes os respectivos pressupostos, deferir
a medida cautelar em caráter incidental do processo ajuizado. “

“Art. 520 - A apelação será recebida em seu efeito devolutivo e suspensivo.


Será, no entanto, recebida só no efeito devolutivo, quando interposta de
sentença que: (Alterado pela L-005.925-1973)
I - homologar a divisão ou a demarcação;
II - condenar à prestação de alimentos;
III - julgar a liquidação de sentença; (Revogado pela L-011.232-2005)
IV - decidir o processo cautelar;
V - rejeitar liminarmente embargos à execução ou julgá-los improcedentes;
VI - julgar procedente o pedido de instituição de arbitragem. VII – confirmar
a antecipação dos efeitos da tutela;
VII – confirmar a antecipação dos efeitos da tutela.”

PRÓXIMA AULA

VI. Reflexos Sobre a Interposição de Recursos Sobre o Aspecto Objetivo e Subjetivo:

a) Sob o Aspecto Objetivo: O Recurso impede que a relação processual deixe prosseguir.
b) Sob o Aspecto Subjetivo: Ocorre a exclusão de um dos sujeitos da relação Processual (o juiz a quo)
para incluir outro sujeito (o juiz ad quem).

VII. Classificação dos Recursos Quanto a Sua Natureza:

a) Será Ordinário e Extraordinário:

Ordinário: São todos os Recursos previstos no Direito.

Extraordinário: É o que tem assento Constitucional, ou seja, está previsto na CF e é


dirigido ao STF.

b) Quanto a Iniciativa Recursal: Será o Recurso Voluntário e Necessário (Obrigatório).

- Voluntário: Interposto por iniciativa do recorrente, cuja interposição será da vontade das
Partes.
- Necessário ou Obrigatório: Chamado de Recurso ex officio; aquele que deve ser
obrigatoriamente interposto pelo juiz. (art. 475, § 1º do CPC):

c) Quanto a Extensão do Recurso: Será o Recurso Total ou Parcial.

- Recurso Total: Quando se impugna toda a Decisão Recorrida.


- Recurso Parcial: Quando se impugna parte da Decisão Recorrida.
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d) Quanto a Autonomia: O Recurso será Principal ou Adesivo:

- Principal: Aquele que cada Parte interpõe independentemente da outra. O Sucumbente é que recorre.

- Adesivo: É aquele que depende da interposição do Recurso Principal para ser interposto. Ele se subordina
ao Recurso Principal. O Recurso Adesivo, mesmo passando por essas regras de subordinação terá o mesmo
tratamento que o principal.

VIII. A Proibição da “Reforma in Peius”: Não se pode piorar a situação do Recorrente. O recorrente fica
no máximo com a mesma condenação. Só existe quando uma só parte recorre.

Texto Efeitos dos Recursos:

Ao ser interposto um recurso, automaticamente se manifesta e se opera o princípio do duplo grau de


jurisdição, isto é, a decisão proferida e da qual se recorreu fica sujeita a ser revista por um segundo órgão
jurisdicional. Esse é o efeito devolutivo dos recursos. A causa e a decisão proferida serão revistas, serão
reexaminadas por um órgão jurisdicional hierarquicamente superior, e o que for por este decidido
substituirá, no que tiver sido objeto do recurso, o julgado anterior (art. 512).

Essa, portanto, é a primeira e mais relevante conseqüência advinda de interposição de um recurso: a


devolução, a um segundo órgão jurisdicional hierarquicamente superior, da causa e da decisão proferida,
para que esse órgão, reexaminando o processo, profira seu julgamento, mantendo ou reformando a decisão
recorrida.

O efeito devolutivo dos recursos, como já foi dito linhas atrás, é, portanto, a exteriorização do
princípio do duplo grau de jurisdição. Não há recurso despido desse efeito, pois toda decisão, da qual se
recorre, forçosa e obrigatoriamente deverá ser revista por outro órgão jurisdicional. O efeito devolutivo é,
assim, inerente a todos os recursos, porque sem ele o recurso se tornará inócuo, sem conseqüência e,
portanto, sem finalidade.

Além do efeito devolutivo há, ainda, o suspensivo, que, entretanto, ao contrário daquele, nem
sempre é inseparável, inerente a todos os recursos. Consiste esse efeito na ineficácia da decisão recorrida,
até que ocorram a revisão e o pronunciamento do órgão jurisdicional superior àquele que proferiu a decisão
recorrida.

Assim, recebido um recurso em ambos os efeitos, não pode haver execução do julgado, ou seja, a
decisão recorrida ficará em suspenso, até que sobre ela se pronuncie o órgão jurisdicinal competente para
revê-la.

O efeito suspensivo, como ficou dito, nem sempre é inerente aos recursos. Na apelação, por
exemplo, casos há, como se vê no art. 520, incisos I a VII, em que somente ocorre o efeito devolutivo. No
agravo só existe, de modo geral, o efeito devolutivo (art. 497 do CPC), somente comportando o suspensivo
em raríssimos casos, tal como se vê do art. 558. Quanto aos embargos infringentes, o efeito suspensivo
existe sempre, não comportando exceções. Finalmente, o recurso extraordinário e o recursos especial, como
se vê no art. 497, em caso algum comportam o efeito suspensivo.

Recebido, portanto, um recurso apenas no efeito devolutivo, a decisão recorrida pode ser executada
provisoriamente, nos termos do art. 587, in fine. Isso quer dizer que, havendo execução de uma sentença,
por exemplo, da qual tenha havido apelação recebida apenas no efeito devolutivo, essa execução, por seu
caráter provisório, poderá tornar-se sem efeito se a sentença apelada for reformada no órgão jurisdicional
competente para revê-la, ou seja, no Tribunal. Nesse caso, as coisas voltam ao seu estado anterior.
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Não há, portanto, nenhum recurso que possa ser recebido apenas no efeito suspensivo. Ou o
recebimento se dá unicamente no efeito devolutivo, ou em ambos os efeitos. A apelação comumente é
recebida em ambos os efeitos, pois somente nos casos previstos no art. 520, incisos I a VII, terá apenas
efeito devolutivo. O agravo, de modo geral, só tem o efeito devolutivo,a dmitindo somente o suspensivo nos
casos constantes do art. 558. Os embargos infringentes têm sempre os dois efeitos e, finalmente, o recurso
extraordinário e o recurso especial nunca são recebidos com efeito suspensivo.

--------------------------------------------------------------------------------------------fim da matéria do Semestre.

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