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territorial e legislativa
A questão do território terrestre: a propriedade do solo e
do subsolo.
A soberania do Estado Brasileiro, exercida através da
União, recai sobre todo o território nacional (até a
fronteira com outros Estados). No entanto, a propriedade
é um valor fundamental da nossa CF, que preceitua:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes.
Assim, a coexistência da soberania com o direito da
propriedade se dá com o domínio eminente da União
sobre todo o território nacional (seja público ou privado)
através de institutos que asseguram o exercício do direito
a propriedade, mesmo quando ela (União ou outro ente
federativo) desapropriar alguém (como a indenização pelo
valor de mercado) ou instituir servidão administrativa.
O solo poderá ser um bem público (quando pertencente a
um ente público) ou um bem privado. A propriedade do
solo, independentemente se público ou privado,
compreende, nos termos do CC:
Art. 1.229. A propriedade do solo abrange a do espaço
aéreo e subsolo correspondentes, em altura e
profundidade úteis ao seu exercício, não podendo o
proprietário opor-se a atividades que sejam realizadas,
por terceiros, a uma altura ou profundidade tais, que
não tenha ele interesse legítimo em impedi-las.
Assim, tanto o subsolo quanto o espaço aéreo são, a
princípio, daquele que for proprietário do solo.
No entanto, a CF, em seu art. 176, faz distinção entre a
propriedade do solo e a jazidas e os demais recursos
minerais, os quais pertencem a União:
Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos
minerais e os potenciais de energia hidráulica
constituem propriedade distinta da do solo, para efeito
de exploração ou aproveitamento, e pertencem à
União, garantida ao concessionário a propriedade do
produto da lavra.
O art. 20 é ainda mais amplo, pois deixa claro que os
recursos minerais, sejam do solo ou do subsolo, são bens
da União:
Art. 20. São bens da União:
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
A propriedade do solo até uma certa distância do mar, rios ou
lagos, é denominada de terreno de marinha, que segundo a CF
(art. 20), também pertencem a União:
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
O regime patrimonial neste caso é diferenciado daqueles
vistos até aqui. A CF, nos seus ADCT, define no art. 49, §3º, a
manutenção do instituto da enfiteuse sobre os terrenos de
marinha situados na orla marítima.
Em síntese, a propriedade sobre terrenos de marinha da
União não impossibilita que um particular exerça seu domínio
(instituto da enfiteuse), no entanto este domínio nunca será
pleno, pois a criação dos terrenos de marinha deu-se em
função do interesse estratégico e para a segurança nacional
que possuem (o que facilitaria a desapropriação pela União).
Em relação ao território oceânico, existem três figuras que
devem ser distinguidas: