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Equipamentos Eletromédicos

BERÇO AQUECIDO

O que é Berço Aquecido

Berço aquecido é um sistema de calor irradiante projetado para ser


usado com recém-nascidos nos seus primeiros momentos de vida.

Ele propicia ao bebê um ambiente termicamente neutro, ou seja, um


ambiente onde existe um conjunto de condições térmicas que
estabelecem para o recém-nascido um estado metabólico mínimo e
mantém a temperatura do corpo dentro da faixa normal.

Para que serve

Os berços aquecidos são usados para aumentar a taxa de


sobrevivência dos recém-nascidos prematuros, além de oferecer
suporte térmico para os bebês nas salas de parto durante
procedimentos rotineiros de cuidado e higiene. Os berços aquecidos
funcionam através de aquecedores radiantes focalizados na área do
colchão ou mesmo fora dele. Aquecem o ar ao redor do recém-
nascido, equilibrando sua temperatura corporal.

Características e componentes

• Possuem paredes altas para evitar que os bebês caiam;


• São chamados também de incubadoras irradiantes abertas ou
camas aquecidas irradiantes;
• Permitem visualização direta e acesso fácil ao recém-nascido e
• Não devem ser usadas como substitutos das incubadoras
fechadas para todas as situações envolvendo os bebês, devido
aos riscos associados ao seu uso.
• Os berços aquecidos são compostos por:

1. Sistema de calor radiante com iluminação auxiliar;


2. Sistema de monitor auto termostático;
3. Prateleiras auxiliares giratórias para monitores e bombas de
infusão;
4. Cama de leito hidráulico radiotransparente;
5. Prateleira auxiliar para acessórios;
6. Parachoque frontal;
7. Suporte de soro e
8. Módulo de reanimação completo.

Os berços aquecidos consistem, tipicamente, em uma unidade de


aquecimento, um sensor de temperatura, uma unidade de controle
automática e alarmes visuais e sonoros.

Os modelos automáticos incluem, além da unidade de aquecimento,


um timer para limitar o tempo de aquecimento, uma chave para
liberar potência ao aquecedor e alarmes.
Alarmes

Grande parte dos berços aquecidos operados manualmente possuem


um timer (temporizador) automático e uma chave de potência, que,
acionada pelo operador, faz com que o aquecedor forneça um nível
constante de calor pelo período de tempo selecionado.

O alarme é acionado ao final do tempo programado, alertando o


operador para verificar as condições do bebê e reprogramar o
período.

Se o temporizador não for reinicializado imediatamente após o alarme


soar, o aquecedor continuará em funcionamento por mais alguns
minutos, e eventualmente, desligará, o alarme continuará acionado
até que seja reinicializado manualmente.

Alguns modelos de berço aquecido são mais antigos e não possuem


alarmes. O aquecedor é automaticamente desligado após o final do
período de tempo programado no temporizador.

Modelos de operação manual não devem ser usados, a não ser por
períodos curtos de tempo e sob supervisão constante devido aos
riscos de super e sub aquecimento do bebê.

Os berços aquecidos possuem alarmes para:

o Temperatura muito alta ou muito baixa da pele do recém-


nascido e do ar;
o Mau funcionamento do sensor de temperatura e
o Falha de alimentação elétrica.

Riscos de uso

Um dos maiores riscos associado ao uso de berço aquecido é a


hipertermia, que pode causar lesões cerebrais, queimaduras de pele e
morte do bebê.

A hipotermia também pode ocorrer, pois o berço não mantém o


recém-nascido em um ambiente fechado e o ar-condicionado da
enfermaria/berçário provoca perda de calor.

Falhas de componentes dos berços aquecidos podem provocar graves


danos aos bebês. Defeitos mecânicos no suporte do aquecedor
podem colocar o recém-nascido em contato com superfícies muito
quentes ou expor o bebê a objetos que caiam sobre o colchão.
Defeitos nos circuitos eletrônicos podem provocar curto-circuito e
incêndios, devido à grande quantidade de material inflamável perto
do bebê (oxigênio, fraldas, roupas).

Esses tipos de falha são comumente causados por pedaços de metal


que se fixam nas placas dos circuitos, além de restos de solda que se
desprendem do chassi e pelo uso de fluxo de solda contaminado.

Manutenção

Manutenção preventiva e procedimentos de inspeção periódica são


maneiras de reduzir a ocorrência de acidentes e falhas nos berços
aquecidos. Cada unidade de saúde deve estabelecer seus
procedimentos, de acordo com o número e os modelos de berços que
possui.

Uma maneira de reduzir tempo e custo com a manutenção é manter


em estoque um número reduzido de peças/partes de reposição, além
de padronizar modelos e marcas para facilitar o treinamento das
pessoas envolvidas na área.

Check list de inspeção periódica

Alguns testes podem ser feitos para garantir o bom funcionamento do


aparelho. Os check lists apresentados a seguir são indicados pelo
Health Devices Inspection and Preventive Maintenance System.

Eles podem ser divididos em: testes qualitativos e testes


quantitativos.

Testes qualitativos

1) Uma boa maneira de iniciar um trabalho de manutenção


preventiva/corretiva é preocupar-se com as condições do local de
instalação do equipamento. O chassi deve ser observado, assim como
os displays, que devem estar legíveis. A unidade de controle do berço
deve estar limpa e fitas adesivas ou qualquer outro tipo de resíduo
colado deve ser evitado.

2) Preocupar-se com as condições de montagem do berço, que pode


ser feita de forma integral ou destacável. Se o aquecedor foi montado
na parede ou no teto, verificar as condições de segurança da fixação.
Se estiver permitindo movimentação e rotação, verificar a excursão
total permitida e se o dispositivo fica estável nos pontos em que deve
permanecer imóvel.
3) Observar se existe acumulação de pó e sujeira ao redor das rodas
e certificar-se se as mesmas estão rolando apropriadamente. Os
freios também devem ser analisados.

4) Verificar a integridade de plugs e tomadas. Balançar os plugs para


ver se existe a presença de sons indicativos de partes soltas. Quando
necessário, abrir o plug e inspecioná-lo. Observar o estado dos pinos,
que devem ter aparência brilhante e estar alinhados corretamente.
Se o berço aquecido possuir tomadas elétricas, inserir um plug em
boas condições em cada uma delas para verificar se este se mantém
firmemente posicionado.

5) Os cabos de alimentação devem ser analisados, a fim de se evitar


pontos descascados e/ou partidos. Quando observado qualquer dano
nos cabos, os mesmos devem ser substituídos.

6) Para prevenir mau contato nos cabos de sensores e no controle


remoto, os mesmos devem ser analisados, verificando se não há
pontos descascados ou partidos.

Testes quantitativos

1) Com a ajuda de um ohmímetro com resolução de frações de ohms


ou um analisador de segurança elétrica, medir a impedância elétrica
entre o pino de terra do cabo de alimentação e uma parte metálica
exposta (não-nodizada e sem pintura). Verificar se as várias partes
do equipamento estão aterradas (o valor da impedância deve ser
menor que 0,5 Ohm).

2) As correntes de fuga no chassi devem ser medidas, bem como nos


sensores que são ligados ao paciente e nos acessórios, em todos os
modos de operação. A corrente de fuga do chassi nunca deve
ultrapassar 300 micro Ampéres.

3) Um simulador de sensores deve ser usado para checar a precisão


das medidas de temperatura obtidas através dos sensores e do
circuito de controle do aquecedor. Caso não disponha de um
simulador de sensor, um termômetro de calibração pode ser usado
para a realização do teste.

4) O mesmo simulador de sensores pode ser usado para o teste de


verificação de funcionamento dos alarmes. Colocando o sensor em
banho-maria a 37ºC e logo após aproximando-o da lâmpada do
aquecedor, ou mergulhando-o em um copo com gelo, mede-se os
limites de temperatura superior e inferior em que o alarme é
disparado.

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