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1.(ESPM Nov07) Quem foi Calabar?

Para uns, um patriota; para outros, um


desertor; para muitos, traidor. Dele, com certeza, só se pode dizer: covarde não
era. Era um bravo, um forte, um hábil guerrilheiro, um mulato de talento.
(Celso Cunha Jr. In: Francisco de Assis Silva e Pedro Ivo de Assis Bastos. História
do Brasil)
A figura de Domingos Fernandes Calabar deve ser relacionada à seguinte
passagem da História do Brasil:
a) Invasão francesa ao Maranhão.
b) Segunda Invasão dos holandeses ao Nordeste.
c) Guerra da Cisplatina.
d) Guerra do Paraguai.
e) Guerra de Canudos.

2.(ESPM) “Essas longas jornadas fluviais diversificaram os meios de locomoção e


exigiram nova postura dos seus componentes. Os rios tornaram-se a principal
artéria de deslocamento, razão pela qual as técnicas fluviais alcançaram grande
desenvolvimento entre os paulistas. Para tornar a jornada menos perigosa
formaram-se comboios que substituíram as unidades isoladas. Porto Feliz era
seu foco irradiador e as frotas que dali seguiam pelos rios Tietê, Paraná e
outros, reuniam por vezes 300 ou 400 canoas em expedições que com diversas
variantes por todo um século, inclusive com a difícil transposição de numerosas
cachoeiras e corredeiras, asseguravam as comunicações entre São Paulo e Mato
Grosso”.
(Adaptado do Dicionário do Brasil Colonial, direção de Ronaldo Vainfas).
O texto descreve o seguinte tipo de expedições:
a) O sertanismo de contrato.
b) A caça ao índio.
c) O tropeirismo.
d) As monções.
e) O comércio de drogas do sertão.

3.(ESPM) Numa economia como a brasileira — particularmente em sua primeira


fase — é preciso distinguir dois setores bem diferentes da produção. O primeiro
é dos grandes produtos de exportação, o outro é das atividades acessórias cujo
fim é manter em funcionamento aquela economia de exportação. São sobretudo
as que se destinam a fornecer os meios de subsistência à população empregada
nesta última.
(Caio Prado Jr. História Econômica do Brasil)
Assinale a alternativa que traga, respectivamente, um produto de exportação e
uma atividade acessória ou de subsistência praticadas no Brasil colonial:
a) Açúcar e borracha.
b) Açúcar e mandioca.
c) Açúcar e soja.
d) Café e borracha.
e) Café e soja.

4.(FGV Eco) O primeiro testemunho sobre a antropofagia na América foi


registrada por Álvarez Chanca (...) em 1493. (...) Registrada a abominação
antropofágica, os monarcas espanhóis autorizam em 1503 a escravidão de
todos os caraíba pelos colonos. No litoral brasileiro, os tupinambá, do grupo tupi,
tinham o hábito do canibalismo ritual (...). Prova de barbárie e, para alguns, da
natureza não-humana do ameríndio, a antropofagia condenava as tribos que a
praticavam a sofrer pelas armas portuguesas a “guerra justa” e do cativeiro
perpétuo em 1557, por terem devorado no ano anterior vários náufragos
portugueses, entre os quais se encontrava o primeiro bispo do Brasil.
(Luís Felipe de Alencastro, Folha de S.Paulo, 12.10.1991)
A partir do fragmento é correto concluir que
A) as tribos tupiniquins, aliadas aos franceses, acreditavam na justiça e na
importância da guerra justa como capaz de permitir a supremacia contra tribos
inimigas.
B) conforme determinava a legislação de Portugal e da Espanha até o início do
século XIX, apenas os nativos da América que praticavam o canibalismo foram
escravizados.
C) a escravização dos ameríndios foi legal e efetiva apenas até a entrada dos
primeiros homens escravos africanos na América, a partir da segunda metade
do século XVII.
D) o estranhamento do colonizador europeu com a prática da antropofagia por
parte dos nativos da América serviu de pretexto para a escravização desses
nativos.
E) portugueses e espanhóis, assim como a Igreja Católica, associavam a
desumanidade dos índios ao fato desses nativos insistirem na prática da guerra
justa.

5.(FGV Eco) “(...) a terra que dá ouro esterilíssima de tudo o que se há mister
para a vida humana (...). Porém, tanto que se viu a abundância de ouro que se
tirava e a largueza com que se pagava tudo o que lá ia, (...) e logo começaram
os mercadores a mandar às minas o melhor que chega nos navios do Reino e de
outras partes, assim de mantimentos, como de regalo e de pomposo para se
vestirem, além de mil bugiarias de França (...) E, a este respeito, de todas as
partes do Brasil se começou a enviar tudo o que a terra dá, com lucro não
somente grande, mas excessivo. (...) E estes preços, tão altos e tão correntes
nas minas, foram causa de subirem tanto os preços de todas as coisas, como se
experimenta nos portos das cidades e vilas do Brasil, e de ficarem desfornecidos
muitos engenhos de açúcar das peças necessárias e de padecerem os
moradores grande carestia de mantimentos, por se levarem quase todos aonde
hão de dar maior lucro.”
Antonil, Cultura e opulência do Brasil, 1711
No texto, o autor refere-se a uma das conseqüências da descoberta e
exploração de ouro no Brasil colonial. Trata-se
a) do desenvolvimento de manufaturas para abastecer o mercado interno.
b) da inflação devido à grande quantidade de metais e procura por mercadorias.
c) do incremento da produção de alimentos e tecidos finos na área das minas.
d) da redução da oferta de produtos locais e importados na região mineradora.
e) do desabastecimento das minas devido à maior importância das vilas
litorâneas.

6.(FGV Dir) O documento a seguir é parte do Tratado de Methuem, assinado por


Grã-Bretanha e Portugal no ano de 1703. Depois da leitura, responda as
questões.
"Artigo 1º: Sua Sagrada Majestade El-Rei de Portugal promete tanto no Seu
próprio nome como no de Seus Sucessores, admitir para sempre daqui em
diante, no Reino de Portugal, os panos de lã e mais fábricas de lanifício de
Inglaterra, como era costume até o tempo em que foram proibidos pelas leis,
não obstante qualquer condição em contrário. Artigo 2º: É estipulado que Sua
Sagrada e Real Majestade Britânica, em seu próprio Nome, e no de Seus
Sucessores, será obrigada para sempre, daqui em diante, a admitir na Grã-
Bretanha os vinhos de produto de Portugal, de sorte que, em tempo algum (haja
paz ou guerra entre os reinos de Inglaterra e de França), não se poderá exigir
direitos de Alfândega nestes vinhos, ou debaixo de qualquer outro título, direta
ou indiretamente, ou sejam transportados para Inglaterra em pipas, tonéis ou
qualquer vasilha que seja mais que o que se costuma pedir para igual
quantidade ou medida de vinho de França, [...]"
Sodré, Nelson Werneck, O Tratado de Methuem. Iseb:MEC, 1957.

a) Que setores da economia dos países signatários foram beneficiados pelo


tratado e como podemos descrever o poder de Portugal e da Inglaterra, na
época, em termos da navegação e do comércio internacional?
b) Qual era a principal atividade econômica do Brasil colônia no século XVIII e de
que forma, nesse período, a economia da metrópole portuguesa foi influenciada
pelo tratado? (Especialmente na segunda metade do século XVIII, que
transformações ocorreram na economia britânica e de que forma as relações
estabelecidas pelo Tratado de Methuem colaboraram para essas mudanças?

7.(FGV ADM) “...se V.A. não socorre a essas capitanias e costas do Brasil, ainda
que nós percamos a vida e fazendas, V.A. perderá o Brasil.”
Carta, de 1548, enviada ao rei de Portugal, pelo capitão Luís de Góis, da
Capitania de São Vicente
O documento:
a) mostra que São Paulo e São Vicente foram as duas únicas capitanias que não
conseguiram prosperar.
b) alerta a Coroa portuguesa a que mude com urgência a política, para não
perder sua nova colônia.
c) revela a disputa entre donatários, para convencer o Rei a enviar auxílio para
suas respectivas capitanias.
d) exagera o risco de invasão do território, quando não havia interesse
estrangeiro de explorá-lo.
e) demonstra a incapacidade dos primeiros colonizadores de estabelecer
atividade econômica no território.

8.(FGV ADM) Ao longo do período colonial, houve crises de fome em períodos de


recessão (no Rio de Janeiro, em 1666 e 1680) e de crescimento econômico (na
Bahia, em 1691 e 1750).
Essa escassez crônica de alimentos decorria principalmente:
a) da contribuição quase nula da cultura indígena brasileira, ainda em estágio
de pré-agricultura.
b) do baixo nível cultural dos escravos africanos, que se refletia na baixa
produtividade da policultura.
c) da dificuldade de aclimatar, na colônia, produtos básicos da alimentação
européia, como o trigo.
d) da política da Coroa de obrigar a produção e a circulação de alimentos
apenas por meio de monopólios.
e) do pouco valor dado à produção doméstica e da grande valorização dos
produtos para exportação.

9.(FGV ADM) A respeito da conquista colonial empreendida pelos portugueses na


América é correto afirmar:
A) O povoamento português só se desenvolveu com a articulação das terras
americanas aos circuitos do comércio mundial que então se estabelecia.
B) A escravidão dos negros africanos foi implementada desde o início da
presença portuguesa na América.
C) Os integrantes da Companhia de Jesus foram os principais defensores da
utilização da mão-de-obra indígena para trabalho escravo.
D) Ao contrário das regiões do Caribe e do Sul da América do Norte, nas terras
controladas por Portugal não se estabeleceram as estruturas econômicas
denominadas plantations.
E) A monocultura da cana-de-açúcar impediu o desenvolvimento de outras
atividades econômicas nas terras americanas sob o controle português.

10.(FEI ADM)A principal atividade econômica desenvolvida no Brasil no início do


período colonial (1500-1530) foi:
(A) o plantio de cana-de-açúcar na região de São Vicente.
(B) a criação extensiva de gado no sertão do Nordeste.
(C) o plantio de cana-de-açúcar no litoral do Nordeste.
(D) a extração de ouro na região de Minas Gerais.
(E) a extração de pau-brasil ao longo do litoral brasileiro.

11.(FEI ADM) Podem ser apontados como motivos que levaram ao fracasso da
ocupação holandesa no nordeste brasileiro no século XVII, exceto:
(A) o declínio dos preços do açúcar no mercado internacional.
(B) a substituição de Nassau no comando da colônia nordestina.
(C) a elevação dos juros dos empréstimos, o que levou muitos senhores de
engenho à falência.
(D) a existência de um movimento de resistência à ocupação holandesa que
ganhou força com a saída de Nassau.
(E) o boicote ao produto vindo da colônia holandesa por parte de Portugal e
Espanha, grandes consumidores de açúcar.

12.(FEI ADM) “O descobridor, antes de ver a terra, antes de estudar as gentes,


antes de sentir a presença da religião, queria saber de ouro e prata. Na noite de
24 de abril, na primeira sexta-feira do descobrimento, o capitão Pedro Álvares
Cabral travou entrevista solene com os donos da terra. Esta troca de gestos, que
o fiel escrivão registrou, desnuda muitas intenções e prenuncia uma decepção.
Ela indica a inaptidão de ver fora das viseiras douradas do comércio e dos
metais preciosos: ‘O capitão, quando eles vieram, estava sentado em uma
cadeira, bem vestido, com um colar de ouro mui grande no pescoço, e nos pés
uma alcatifa por estrado. [...] Acenderam-se tochas. Entraram. Mas não fizeram
sinal de cortesia, nem de falar ao Capitão, nem a ninguém. Porém um deles pôs
olho no colar do Capitão, e começou a acenar com a mão para a terra e depois
para o colar, como que nos dizendo que ali havia ouro. Também olhou para um
castiçal de prata e assim mesmo acenava para a terra e novamente para o
castiçal como se lá também houvesse prata.”
Faoro, Raymundo. Os Donos do Poder. Rio de Janeiro: Globo, 1989. p. 99, vol.1
Segundo o texto:
(A) os portugueses, ao chegarem ao Brasil, tinham a intenção de catequizar os
índios, assim colaborando para o crescimento da cristandade.
(B) o desejo de conseguir metais preciosos fez com que os portugueses
interpretassem o gesto dos indígenas como indicadores da existência desses
metais aqui.
(C) o objetivo dos portugueses era unicamente conseguir metais preciosos como
ouro e prata e, logo no primeiro contato com os índios, eles foram bem
sucedidos na empreitada.
(D) o primeiro contato com os índios foi extremamente hostil, o que levou os
portugueses a empregarem métodos violentos de conquista.
(E) a existência de metais preciosos em terras brasileiras foi confirmada pelos
índios no encontro narrado, mas estes se recusaram a mostrar o caminho para
encontrar ouro e prata aos portugueses.

13.(FUVEST 06)“O que mais espanta os Índios e os faz fugir dos Portugueses, e
por conseqüência das igrejas, são as tiranias que com eles usam, obrigando-os a
servir toda sua vida como escravos, apartando mulheres de maridos, pais de
filhos, ferrando-os, vendendo-os, etc. [...] estas injustiças foram a causa da
destruição das igrejas...” Padre José de Anchieta, na segunda metade do século
XVI.
A partir do texto, é correto afirmar que
a) a defesa dos indígenas feita por Anchieta estava relacionada a problemas de
ordem pessoal entre ele e os colonizadores da capitania de São Paulo.
b) a escravidão dos índios, a despeito das críticas de Anchieta, foi uma prática
comum durante o período colonial, estimulada pela Coroa portuguesa.
c) os conflitos entre jesuítas e colonizadores foram constantes em várias
regiões, tais que: Maranhão, São Paulo e Missões dos Sete Povos do Uruguai.
d) a posição de defesa dos indígenas, assumida por Anchieta, foi isolada nas
Américas, tanto na Portuguesa quanto na Espanhola.
e) a defesa dos jesuítas foi assumida pela Coroa nos episódios em que essa
ordem religiosa lutou por interesses antagônicos aos dos colonizadores.

14.(FUVEST 06)“Há duas vertentes básicas que estruturam a colonização


portuguesa nos trópicos: o impulso salvífico (os móveis religiosos, a catequese)
e os mecanismos de produção mercantil (exploração do Novo Mundo); sendo
que a primeira dimensão (a catequese do gentio) dominava o universo
ideológico, configurando o projeto, e a segunda (dominação política, exploração
econômica) definia as necessidades de riqueza e poder”.
Fernando Novais, História da Vida Privada no Brasil, I.
Com base no texto, explique
a) os motivos religiosos da Coroa portuguesa.
b) a exploração econômica da colônia.
15.(FUVEST 07)A beleza desta igreja de Ouro Preto, que começou a ser erguida
em 1766, é notável. Como tantas outras igrejas mineiras da mesma época, ela é
fruto de um contexto histórico particular.
a) Quais os fatores econômicos que estão por trás da construção dessas igrejas?
b) Comente seu estilo artístico.
16.(FUVEST 07)Este quadro, pintado por Franz Post por volta de 1660, pode ser
corretamente relacionado
a) à iniciativa pioneira dos holandeses de construção dos primeiros engenhos no
Nordeste.
b) à riqueza do açúcar, alvo principal do interesse dos holandeses no Nordeste.
c) à condição especial dispensada pelos holandeses aos escravos africanos.
d) ao início da exportação do açúcar para a Europa por determinação de
Maurício de Nassau.
e) ao incentivo à vinda de holandeses para a constituição de pequenas
propriedades rurais.

17.(FUVEST 07)No Brasil, os escravos


1. trabalhavam tanto no campo quanto na cidade, em atividades econômicas
variadas.
2. sofriam castigos físicos, em praça pública, determinados por seus senhores.
3. resistiam de diversas formas, seja praticando o suicídio, seja organizando
rebeliões.
4. tinham a mesma cultura e religião, já que eram todos provenientes de
Angola.
5. estavam proibidos pela legislação de efetuar pagamento por sua alforria.
Das afirmações acima, são verdadeiras apenas
a) 1, 2 e 4.
b) 3, 4 e 5.
c) 1, 3 e 5.
d) 1, 2 e 3.
e) 2, 3 e 5.

18.(FUVEST 07)As interpretações históricas sobre o papel dos Bandeirantes nos


séculos XVII e XVIII apresentam, de um lado, a visão desses paulistas como
heróis e, de outro, como vilões. A partir dessa afirmação, discorra sobre
a) os bandeirantes como heróis, ligando-os à questão das fronteiras.
b) os bandeirantes como vilões, ligando-os à questão dos índios.

19.(FUVEST 08)O estabelecimento dos franceses na Baía de Guanabara, em


1555, é um entre outros episódios que ilustram as relações entre a França e as
terras americanas pertencentes à Coroa lusitana, durante os três primeiros
séculos da colonização.
a) Explique o que levou os franceses a se estabelecerem pela primeira vez
nessas terras.
b) Cite e caracterize uma outra tentativa francesa de ocupação na América
Portuguesa.
20.(MACK 08)“A atividade colonizadora dos povos europeus na época moderna,
inaugurada com a ocupação e utilização das ilhas atlânticas, e logo
desenvolvida em larga escala com o povoamento e valorização econômica da
América, distingue- se da empresa de exploração comercial, a qual desde o
século XV os portugueses já vinham realizando, nos numerosos entrepostos do
litoral atlântico-africano e no mundo indiano.”
(NOVAIS, Fernando A. Brasil em Perspectiva)
A formação de toda a estrutura do Brasil colonial esteve condicionada aos
interesses ligados à expansão comercial e colonial européia na época moderna.
A respeito do funcionamento do Antigo Sistema Colonial e do posicionamento do
Brasil nesse contexto, é correto afirmar que
a) o sistema de colonização empreendido pelos Estados europeus retardou o
processo de fortalecimento político- econômico das potências, por ter desviado
recursos internos para desenvolver a exploração ultramarina.
b) os interesses da alta nobreza e da burguesia portuguesa não entraram em
choque no quadro da expansão ultramarina, pois ambas defendiam o projeto de
alargar os domínios da fé cristã nos novos territórios.
c) no Brasil, como nos entrepostos africanos e asiáticos sob o domínio lusitano,
a atividade econômica dos europeus abrangia, além da circulação de
mercadorias, também o âmbito da produção.
d) o funcionamento do antigo sistema colonial, parte integrante da expansão
mercantil da Europa, era regulado pelos interesses da alta nobreza, fortalecida,
no caso do Brasil, com a aquisição das melhores capitanias hereditárias.
e) o monopólio do comércio das colônias pela metrópole era vital para o sistema
colonial, e a preservação desse privilégio foi seguida de medidas para
resguardar as áreas coloniais da cobiça por parte das demais nações européias.

21.(MACK 08) “A escravidão moderna, aquela que se inaugurou no século XVI,


após os descobrimentos, é uma instituição diretamente relacionada com o
sistema colonial. A escravidão do negro foi a fórmula encontrada pelos
colonizadores para explorar as terras descobertas. Durante mais de três séculos
utilizaram eles o trabalho escravo com maior ou menor intensidade, em quase
toda a faixa colonial.”
(Emília Viotti da Costa, Da senzala à colônia)

Estão entre as circunstâncias e os fatores históricos que explicam, no caso


brasileiro, a instituição da escravidão mencionada acima, EXCETO
a) a importância econômica que representava, desde o início do século XV, o
comércio de escravos africanos como fonte de lucros aos comerciantes
metropolitanos, bem como indiretamente à própria Coroa portuguesa.
b) a mansidão dos trabalhadores africanos, afeitos, havia muito, à condição
escrava nas selvas africanas, onde tribos subjugavam outras por meio das
guerras.
c) a inexistência, em Portugal, de contingentes suficientemente numerosos de
trabalhadores livres, que se dispusessem a emigrar para a América, onde
trabalhassem em regime de semidependência ou como trabalhadores
assalariados.
d) a inexistência então, quer nos princípios religiosos católicos, quer na
legislação da Metrópole, de qualquer proibição à escravização de africanos,
tanto diretamente aprisionados como comprados a chefes tribais na África.
e) o caráter essencialmente mercantilista da exploração colonial, que favorecia
o emprego de uma mão-de-obra igualmente interessante — enquanto
mercadoria — ao comércio metropolitano.

22.(MACK 07)O estabelecimento da atividade mineradora na colônia brasileira, a


partir dos primeiros anos do século XVIII, trouxe assinaláveis conseqüências
para a vida tanto do Brasil quanto de Portugal. Foram conseqüências dessa
atividade, EXCETO
a) a ampliação do comércio interno brasileiro (principalmente entre a zona
mineira e áreas distantes da colônia), como foi o caso do comércio de alimentos
com o nordeste e o de animais de tração com o sul.
b) o estabelecimento de um primeiro grande fluxo imigratório para as regiões
mineradoras, proveniente do Reino e das ilhas do Atlântico.
c) a adoção, por parte da Coroa, de uma mais rígida política reguladora da
atividade de mineração, visando sobretudo ao controle do trânsito de pessoas
na região mineira, à maior arrecadação de tributos e à coibição do contrabando.
d) a transferência do centro administrativo da colônia para o Rio de Janeiro, por
onde, ademais, passou a escoar grande volume da produção das minas.
e) as sucessivas invasões do território da colônia, organizadas pela Companhia
Holandesa das Índias Ocidentais, cuja pretensão era a de controlar a extração
de ouro e o comércio de escravos.

23.(MACK 07)Fundamental para a estruturação do sistema colonial português na


Idade Moderna, o chamado “exclusivo colonial” visava, sobretudo a
a) estimular nas colônias uma política de industrialização que permitisse à
Metrópole concorrer com suas rivais industrializadas.
b) reservar a grupos ou a companhias privilegiadas — ou mesmo ao Estado — o
comércio externo das colônias, tanto o de importação quanto o de exportação.
c) restringir a tarefa de doutrinação dos indígenas americanos exclusivamente
aos membros da Companhia de Jesus, assegurando, dessa forma, o poder real
entre os povos nativos.
d) impedir, nas colônias, o acesso de fidalgos mazombos a cargos
administrativos importantes, reservados a fidalgos reinóis.
e) orientar a produção agrícola conforme as exigências da população colonial,
evitando por esse meio crises de abastecimento de alimentos nos centros
urbanos.
24.(UEL 06) Sobre o sistema colonial de Portugal no Brasil, é correto afirmar:
a) Os reformadores do sistema de exploração mercantil aportaram em São
Sebastião comandados por Tomé de Souza. O objetivo principal da esquadra era
manter o sistema português de educação vigente no Brasil.
b) O Pe. Manuel da Nóbrega, membro da Companhia de Jesus, veio para o Brasil
cumprir os preceitos da aplicação do dogma e da disciplina religiosa. Assim,
estabeleceu-se na colônia a articulação dos poderes do Rei e de Deus, ou seja,
da Coroa Portuguesa com a Igreja.
c) As revoluções Copernicana, Industrial e Francesa levaram a Coroa Portuguesa
por meio da Universidade de Coimbra, dominada pela Companhia de Jesus, a
enviar a esquadra de Tomé de Souza para o Brasil, visando a controlar os
movimentos reformistas que proliferavam em várias capitanias.
d) O Brasil, inserido no antigo sistema colonial, foi reconhecido como um
exemplo de colônia de povoamento pela ocupação organizada do território,
levando a coroa portuguesa a liberar o comércio interno e a incentivar o
panorama científico e educacional.
e) A reforma protestante e a revolução realizada por Nicolau Copérnico tiveram
um grande impacto no sistema educacional do Brasil colônia. Para auxiliar neste
processo, que pressupõe o desenvolvimento do dogma e da disciplina, a
Companhia de Jesus enviou o Pe. Manuel da Nóbrega.

25.(Ufscar 08) A forte e atual presença de usos e costumes dos iorubas na Bahia
deve-se
a) à sua chegada no último ciclo do tráfico dos escravos na região, no fim do
século XVI e início do XVII.
b) à vitória dos portugueses sobre os holandeses no Golfo da Guiné, de onde
vieram para o Brasil numerosos escravos embarcados no forte São Jorge da
Mina.
c) ao controle pelos portugueses da costa do Congo, onde obtinham um grande
número de escravos, trocados por barras de ferro.
d) à presença numerosa desse povo em Angola, onde era realizado o comércio
entre a África e a Bahia, envolvendo escravos e o tabaco.
e) à resistência cultural desses descendentes de escravos oriundos de classe
social elevada e de sacerdotes firmemente ligados aos preceitos religiosos
africanos.

26.(Ufscar 06) (...) Pré-História do Brasil compreende a existência de uma


crescente variedade lingüística, cultural e étnica, que acompanhou o
crescimento demográfico das primeiras levas constituídas por poucas pessoas
(...) que chegaram à região até alcançar muitos milhões de habitantes na época
da chegada da frota de Cabral. (...) não houve apenas um processo histórico,
mas numerosos, distintos entre si, com múltiplas continuidades e
descontinuidades, tantas quanto as etnias que se formaram constituindo ao
longo dos últimos 30, 40, 50, 60 ou 70 mil longos anos de ocupação humana das
Américas.
(Pedro Paulo Funari e Francisco Silva Noeli.
Pré-História do Brasil, 2002.)
Considerando o texto, é correto afirmar que
a) as populações indígenas brasileiras são de origem histórica diversa e, da
perspectiva lingüística, étnica e cultural, se constituíram como sociedades
distintas.
b) uma única leva imigratória humana chegou à América há 70 mil anos e dela
descendem as populações indígenas brasileiras atuais.
c) a concepção dos autores em relação à Pré-História do Brasil sustenta-se na
idéia da construção de uma experiência evolutiva e linear.
d) os autores descrevem o processo histórico das populações indígenas
brasileiras como uma trajetória fundada na idéia de crescente progresso
cultural.
e) na época de Cabral, as populações indígenas brasileiras eram numerosas e
estavam em um estágio evolutivo igual ao da Pré-História européia.

27.(UNESP 08) Observe a tabela. Tentar achar tabela (John Manuel Monteiro,
Negros da terra.)
Os dados da tabela permitem concluir que
A) com o início do tráfico negreiro em meados do século XVI, não houve mais
práticas de escravidão contra as populações indígenas.
B) a economia paulista, pautada pela pequena propriedade rural, raramente
utilizou-se da mão-de-obra compulsória, fosse dos índios ou dos africanos.
C) em São Paulo, ao contrário do resto da Colônia, a Igreja Católica concordava
e patrocinava a escravização dos índios.
D) a efetiva escravização dos índios em São Paulo só ocorreu ao final do século
XVIII, com as dificuldades do acesso à mão-de-obra africana.
E) apesar das restrições legais, a escravização dos índios continuou recorrente
em São Paulo e teve o seu auge em meados do século XVII.

28.(UNESP 06) Desde o início do século XVIII, a extensão geográfica da Colônia


nada mais tinha a ver com a incerta linha de Tordesilhas. (...) a fisionomia
territorial do Brasil já se aproximava bastante da atual.
(Boris Fausto, História concisa do Brasil. )
Foram contribuições decisivas para a ampliação dos domínios territoriais
portugueses na América
A) a produção cafeeira e os engenhos de açúcar.
B) a triticultura nordestina e o tráfico negreiro.
C) as bandeiras paulistas e a criação de gado.
D) as fábricas de algodão do Ceará e as entradas.
E) a extração da borracha e a navegação de cabotagem.

29.(UNESP 06) Efetivamente, ocorriam casamentos mesmo entre os escravos. É


preciso lembrar que a Igreja incumbia os senhores de manter seus cativos na
religião católica, responsabilizando-os pelo acesso aos sacramentos e ritos de
culto. Dessa forma, o casamento era não só forma de aculturação, mas também
de estabilidade nos plantéis, desestimulando fugas e mesmo as alforrias,
revertendo sempre no interesse do próprio senhor. Como exemplo, no Serro
Frio, Francisca da Silva de Oliveira, a conhecida Chica da Silva, casava
sistematicamente seus escravos. Em 30 de julho de 1765, na matriz de Santo
Antônio do Tejuco, casaram-se seus escravos Joaquim Pardo e Gertrudes
Crioula.
(Júnia Ferreira Furtado, Cultura e sociedade no Brasil colônia.)
Assim, para os senhores de escravos, permitir e incentivar o casamento dos
seus escravos significava
A) se contrapor aos interesses da Igreja Católica, que defendia os rituais
religiosos apenas aos homens livres.
B) ampliar, de maneira substancial, as ocorrências de alforrias das crianças
nascidas desses casamentos.
C) resgatar as tradições culturais e religiosas dos povos africanos, garantindo o
casamento entre pessoas da mesma etnia.
D) ter escravos disciplinados para o trabalho e menos propensos aos atos de
rebeldia contra a escravidão.
E) evitar as uniões entre africanos e colonizadores brancos, em nome do projeto
de “embranquecimento” do Brasil.

30.(UNESP 06) Um dos mais tenazes tópicos historiográficos pretende que a


precocidade do republicanismo pernambucano deveu-se à contaminação
ideológica do domínio holandês. Creio que foi Robert Southey o primeiro a
formulá-la ao expor na História do Brasil a origem da sedição da nobreza de
1710, o que requeria, segundo ele, levar-se em conta “a longa convivência do
povo com os holandeses”. Da sua obra, a conexão transitou para os livros de
viajantes estrangeiros (...) Em meados de Oitocentos, o historiador alemão
Handelmann reelaboraria a idéia, afirmando que “a ligação havida com a
República das Sete Províncias Unidas [dos países Baixos] não estava esquecida
em Pernambuco; e, embora nunca houvesse sido estimado o governo holandês,
e a sua volta, jamais desejada, contudo as formas do Estado holandês, que
havia então aprendido a conhecer, achavam muitos adeptos”.
(Evaldo Cabral de Mello, Republicanismo no Brasil holandês. In Um imenso
Portugal — História e historiografia.)
a) Apresente a conjuntura européia que explique a invasão holandesa no
nordeste da América portuguesa no início do século XVII.
b) Identifique e caracterize, de forma sucinta, dois movimentos políticos
ocorridos em Pernambuco, no decorrer da primeira metade do século XIX, que
tenham feito a defesa de uma ordem republicana.

31.(UNESP 07) Há uma encruzilhada de três estradas sob a minha cruz de


estrelas azuis: três caminhos se cruzam — um branco, um verde e um preto —
três hastes da grande cruz/ E o branco que veio do norte, e o verde que veio da
terra, e o preto que veio do leste derivam, num novo caminho, completam a
cruz/ unidos num só, fundidos num vértice.
(Guilherme de Almeida, Raça.)
Nessa visão poética da história do povo brasileiro, o autor
A) refere-se ao domínio europeu e à condição subalterna dos africanos na
formação da nacionalidade.
B) trata dos seus três grupos étnicos, presentes desde a colonização, mesclados
numa síntese nacional.
C) critica o papel desempenhado pelos jesuítas sobre portugueses, índios e
negros na época colonial.
D) expressa idéias e formas estéticas do movimento romântico do século XIX,
que enaltecia a cultura negra.
E) elogia o movimento nacionalista que resultou na implantação de regimes
políticos autoritários no Brasil.

32.(UNESP 06) E, não havendo nas minas outra moeda mais que ouro em pó, o
menos que se pedia e dava por qualquer coisa eram oitavas [cerca de 3 gramas
e meia]. [Porei] aqui um rol [...] dos preços das coisas que [...] lá se vendiam no
ano 1703 [...] Por um boi, cem oitavas. Por uma mão de sessenta espigas de
milho, trinta oitavas. Por uma alqueire de farinha de mandioca, quarenta
oitavas. Por um queijo do Alentejo, três a quatro oitavas. Por uma cara de
açúcar [açúcar em forma de disco] de uma arroba, 32 oitavas. Por um barrilote
de vinho, carga de um escravo, cem oitavas...
(André João Antonil. Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas,
1711.)
As informações apresentadas pelo cronista do século XVIII demonstram que o
regime alimentar da população da região das Minas Gerais era
A) controlado pela legislação da Metrópole, que reservava o mercado
consumidor das minas para as mercadorias européias.
B) submetido a uma situação de carestia dos gêneros alimentícios, fato que
inviabilizou a continuidade da exploração aurífera na região.
C) composto por gêneros nativos da América, produtos transplantados pelos
colonizadores para o solo americano e mercadorias importadas.
D) precário e insuficiente para o conjunto da população, formada por
funcionários lusitanos, garimpeiros e escravos.
E) dependente de gêneros extraídos da natureza local, aplicando-se para isso
conhecimentos adquiridos com os índios.

33.(UNESP 06) Observe o mapa e responda.

A) O meridiano de Tordesilhas, enquanto esteve em vigor, obstruiu a efetiva


ocupação do interior do território brasileiro.
B) As riquezas do Vice-Reinado do Rio da Prata atraíram muitos aventureiros em
busca de fortuna fácil e que acabaram por se fixar na região sul do Brasil.
C) A busca por pau-brasil e terras férteis para a cana-de-açúcar impulsionou a
derrubada da mata atlântica e a fixação do colonizador no sertão nordestino.
D) Apesar do aspecto extensivo da atividade, a pecuária desempenhou
importante papel no processo de interiorização da ocupação.
E) O intenso povoamento da região norte causou sérios problemas para a
Metrópole, que não dispunha de meios para abastecer a área.

34.(UNESP 06) Leia os textos seguintes.


Texto n.º 1:
Etnocentrismo: tendência para considerar a cultura de seu próprio povo como a
medida para todas as outras.
(Novo Dicionário Aurélio.)
Texto n.º 2:
[Os índios] não tem fé, nem lei, nem rei (...). são mui desumanos e cruéis, (...)
são mui desonestos e dados à sensualidade (...). Todos comem carne humana e
têm-na pela melhor iguaria de quantas pode haver (...). Vivem mui descansados,
não têm cuidado de cousa alguma se não de comer e beber e matar gente.
(Pero de Magalhães Gandavo. Tratado da Terra do Brasil, século XVI.)
a) O texto n.o 2 pode ser considerado etnocêntrico? Justifique sua resposta.
b) Comente algumas das conseqüências, para as populações indígenas, da
chegada dos portugueses à América.

35.(UNICAMP 08) Em 1750, o governador do Rio de Janeiro, conde de Bobadela,


enviou uma carta ao Rei de Portugal, D. João V, na qual comentava a assinatura
do Tratado de Madri:
No tratado, a nossa demarcação passa por parte das Missões jesuítas, e
surpreende-me como os jesuítas, tão poderosos na Corte de Madri, não
embaraçaram a conclusão desse tratado. Porém, pode ser que armem tantas
dificuldades à execução do tratado, que tenhamos barreira para muitos anos.
Como me persuado, Sua Majestade determinará não seja evacuada a Colônia do
Sacramento, enquanto não houverem sido evacuadas as áreas das Missões.
(Adaptado de
http://www.historiacolonial.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm)
a) Quais as resoluções do Tratado de Madri em relação às fronteiras coloniais?
b) Quais as conseqüências do Tratado de Madri para a atuação dos jesuítas na
América portuguesa?

36.(UNICAMP 07) O aprisionamento de indígenas pelos bandeirantes foi uma


forma de obter mão-de-obra para a lavoura e para o transporte. No litoral, o
preço dos indígenas era bem menor que o dos escravos negros — o que
interessava aos colonos menos abonados. O sistema de apresamento consistia
em manter boas relações com uma tribo indígena e aproveitar seu estado de
guerra quase permanente com seus adversários, para convencê-la a lhes ceder
os vencidos, os quais costumeiramente eram devorados em rituais
antropofágicos. (Adaptado de Laima Mesgravis,
“De bandeirante a fazendeiro”. In: Paula Porta (org.), História da cidade de São
Paulo: a cidade colonial, 1554-1822.
São Paulo: Paz e Terra, 2004, vol. 1, p. 117.)
a) O que foram as bandeiras?
b) Por que o aprisionamento dos indígenas interessava aos bandeirantes e aos
colonos?
c) O que eram rituais antropofágicos?

37.Não é minha intenção que não haja escravos... nós só queremos os lícitos, e
defendemos (proibimos) os ilícitos.
Essa posição do jesuíta Antônio Vieira, na segunda metade do século XVII,
A) aceita a escravidão negra mas condena a indígena.
B) admite a escravidão apenas em caso de guerra justa.
C) apóia a proibição da escravidão aos que se convertem ao cristianismo.
D) restringe a escravidão ao trabalho estritamente necessário.
E) conserva o mesmo ponto de vista tradicional sobre a escravidão em geral.

38. Sobre as relações entre Estado e sociedade no Brasil Colônia, é correto


afirmar:
a) O Estado português na colônia caracterizava-se essencialmente por uma
centralização precoce, por uma burocracia poderosa e pela vigência uniforme,
em toda a colônia, de um conjunto de leis.
b) Durante o período colonial o Estado era fraco e ineficaz, e o poder,
descentralizado. Uma camada senhorial rural formada por grandes proprietários
de terras governava, legislava e aplicava as leis por todo o território nacional.
c) O bandeirismo paulista foi uma iniciativa do Estado português para centralizar
e tornar mais eficaz a
administração colonial.
d) A ausência do Estado e o preenchimento de suas funções por grupos privados
ocorreram em certas áreas, como o sertão nordestino, voltado para a pecuária,
mas não definem a relação entre Estado e sociedade no Brasil Colônia.
e) As ordens religiosas, especialmente a dos jesuítas, adotaram uma política de
lealdade ao rei, obedecendo rigidamente às determinações do Estado
português, tornando-se um braço direito do Estado patrimonial luso.

Fuvest 08
39. O estabelecimento dos franceses na Baía de Guanabara, em 1555, é um
entre outros episódios que ilustram as relações entre a França e as terras
americanas pertencentes à Coroa lusitana, durante os três primeiros séculos da
colonização.
a) Explique o que levou os franceses a se estabelecerem pela primeira vez
nessas terras.
b) Cite e caracterize uma outra tentativa francesa de ocupação na América
Portuguesa.

FEI 06 Adm
40. Após o desaparecimento do rei português D. Sebastião no norte da África,
Espanha e Portugal consumaram a chamada União Ibérica (1580 – 1640), sob o
reinado de Filipe II, rei espanhol. Uma das conseqüências da União Ibérica foi:
(A) A formação do mais poderoso império até então visto, que abarcava, além
da América, África, Ásia e boa parte da Europa Oriental.
(B) A invasão holandesa no nordeste brasileiro.
(C) A invasão francesa no Rio de Janeiro.
(D) A interrupção do tráfico de escravos para as colônias espanholas e
portuguesas.
(E) A perda de territórios da colônia portuguesa para as colônias espanholas,
consumada pelo tratado de Madrid.
41. (Unicamp 07) O aprisionamento de indígenas pelos bandeirantes foi uma
forma de obter mão-de-obra para a lavoura e para o transporte. No litoral, o
preço dos indígenas era bem menor que o dos escravos negros — o que
interessava aos colonos menos abonados. O sistema de apresamento consistia
em manter boas relações com uma tribo indígena e aproveitar seu estado de
guerra quase permanente com seus adversários, para convencê-la a lhes ceder
os vencidos, os quais costumeiramente eram devorados em rituais
antropofágicos. (Adaptado de Laima Mesgravis,
“De bandeirante a fazendeiro”. In: Paula Porta (org.), História da cidade de São
Paulo: a cidade colonial, 1554-1822. São Paulo: Paz e Terra, 2004, vol. 1, p.
117.)
a) O que foram as bandeiras?
b) Por que o aprisionamento dos indígenas interessava aos bandeirantes e aos
colonos?
c) O que eram rituais antropofágicos?

42. (Unesp 08) Pelos grandes inconvenientes que se seguem em se


desmantelarem alguns engenhos e partidas de escravos para irem para as
minas do que resultará não só o prejuízo na falta de açúcares como também a
fazenda real: por cuja causa ordeno e mando que nenhum senhor de engenho
nem de partidos de canas e lavradores de mandioca possam mandar os negros
pertencentes às ditas lavouras para as minas.
(Medida do governador Artur de Sá e Meneses, de 26 de março de 1700.)
Identifique na determinação legal do governador a relação entre o início da
exploração do ouro em Minas Gerais e a desorganização da produção do
nordeste da Colônia.

Gabarito
1. B
2. D
3. B
4. D
5. B
6.
Os setores beneficiados pelo tratado são a indústria têxtil inglesa e a vinicultura
portuguesa.
Embora Portugal possuísse o exclusivo colonial do Brasil, sua economia
dependia de um parceiro comercial
forte, como a Grã-Bretanha, para o escoamento dos produtos.
A Inglaterra já era uma grande potência marítima, principalmente desde os Atos
de Navegação, e seu governo
estava comprometido com as atividades burguesas desde a Revolução Gloriosa,
ratificando tratados
como este, de panos e vinhos, com Portugal.
b) No século XVIII, a mineração sobrepunha-se à produção açucareira e
algodoeira, constituindo a principal
atividade econômica da Colônia. O ouro brasileiro foi utilizado para saldar
déficits comerciais, comprometendo
o desempenho da economia lusa.
c) A metade final do século XVIII, na Inglaterra, assumiu a eclosão da Revolução
Industrial com as profundas
transformações socioeconômicas provocadas pelo desenvolvimento da
maquinofatura. Assim, a indústria
tornou-se o setor de ponta da economia britânica. Com o Tratado de Methuem,
estabeleceu-se o domínio
econômico inglês sobre Portugal, abrindo-se amplos mercados fornecedores de
matérias-primas e produtos
primários, bem como mercados consumidores dos produtos industriais
britânicos.?
7. B
8. E
9. A
10. C
11. E
12. B
13. C
14. a) A valorização e a expansão da fé católica eram componentes
importantes do universo ideológico português,
que foram reforçados pela Contra-Reforma — ou Reforma Católica —,
quando se pretendeu ganhar para o
catolicismo, no Novo Mundo, as almas perdidas para o protestantismo, na
Europa.
b) A exploração econômica da colônia, realizada dentro dos parâmetros do
mercantilismo, baseava-se na produção
de mercadorias destinadas a abastecer o mercado europeu e tinha como
elemento fundamental o monopólio
do comércio, que permitia ao grupo mercantil metropolitano obter
elevados lucros, tanto na venda
de mercadorias para a colônia como na compra dos produtos coloniais.
Além disso, a colônia era explorada também pela via tributária, por meio
dos elevados impostos cobrados pela
Coroa.

15. A exuberante riqueza gerada pela atividade mineradora ao longo do


século XVIII, em íntima conexão com a
expansão do comércio e dos serviços da vida urbana, permitiu que uma parte
da renda fosse transferida para as
irmandades religiosas. Essas instituições foram as responsáveis pela construção
de inúmeras igrejas no período.
b) As igrejas são belíssimos exemplos do estilo artístico predominante no Brasil
setecentista: o Barroco mineiro.
Baseado numa estética importada da Europa e adaptada à realidade do Brasil,
ele revela características
fundamentais da mentalidade da época: o intenso louvor religioso, as
inclinações messiânicas da sociedade
mineradora e as tendências ao exagero.

16. B
17. D
18. a) A ação das bandeiras — tanto as de caça ao índio como as de busca ao
ouro — contribuiu para a incorporação ao Brasil de vastas áreas das atuais
regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Esse aspecto foi muito valorizado por
diversos historiadores, embora o alargamento de fronteiras não fizesse
parte dos objetivos dos bandeirantes.
b) Nos séculos XVII e XVIII, São Paulo era uma capitania pobre, sem
recursos para a aquisição de mão-de-obra africana. Assim, a economia
paulista era totalmente dependente do trabalho de escravos índios,
cabendo aos bandeirantes a tarefa de aprisionar os indígenas. Para isso,
fez-se uso de extrema violência, o que levouà quase extinção da
população indígena nas regiões onde a ação bandeirante foi mais intensa.

19. A) O grupo de franceses que aportou no litoral carioca em meados do século


XVI, liderado por Nicolau Durand de Villegaignon, constituía-se de
refugiados, perseguidos por questões religiosas, que pretendiam
estabelecer uma colônia de povoamento, denominada França Antártica.
Dali, acabaram sendo expulsos, após longa resistência, por forças luso-
brasileiras, a mando do governador geral Mem de Sá.
b) Em princípios do século XVII, outro grupo francês tentou estabelecer-se na
América portuguesa, desta feita no Maranhão. Lá construíram um forte em torno
do qual se fundou um povoado denominado São Luís (em homenagem ao rei da
França, Luís IX), dando início à criação do que denominaram França Equinocial.
Nos Estados Unidos, a expansão para o Oeste se completou no final do século
XIX. Discorra sobre esse fenômeno histórico no que se refere

20. E
21. B
22. E
23. B
24. B
25. E
26. A
27. E
28. C
29. D
30. a) Na primeira metade do século XVII, ocorria na Europa a “União das
Coroas Ibéricas”, isto é, o domínio político da Espanha filipina sobre Portugal
e seu império colonial. Nesse momento desenrolava-se uma prolongada
guerra entre as Coroas Ibéricas e a República das Províncias Unidas.
Impossibilitados de derrotá-la militarmente, os Habsburgos de Espanha
decretaram um embargo açucareiro com o propósito de arruinar a economia
batava. Para evitar o colapso de seu comércio, o governo das Sete
Províncias, com o auxílio do grande capital burguês, criou em 1621 a
Companhia das Índias Ocidentais, para conquistar e administrar as áreas
produtoras de açúcar do Nordeste brasileiro. Dessa forma, a Holanda
pretendia retomar o comércio açucareiro.
b) Na primeira metade do século XIX, ocorreram em Pernambuco a
Revolução de 1817 e a Confederação do Equador de 1824. Ambas foram
republicanas, liberais e lideradas por setores das elites aristocráticas. A
primeira combatia a monarquia absolutista de D. João VI e a segunda foi
uma violenta reação contra a monarquia autoritária e centralista de D.
Pedro I.

31. B.
32. C
33. D
34. a) Sem dúvida, o texto de Pero de Magalhães Gandavo é um claro exemplo
de etnocentrismo porque utiliza os elementos da cultura européia para
condenar os brasilíndios como ateus, anárquicos, desumanos, cruéis,
antropófagos, desonestos e preguiçosos.
b) A colonização portuguesa foi uma verdadeira catástrofe para as comunidades
tribais. Elas foram dizimadas pelas doenças trazidas pelos europeus e pela
imposição do trabalho compulsório, além do processo de aculturação realizado
pelos missionários católicos.

35. a) O tratado baseou-se no princípio do uti possidetis, ou seja, a linha de


Tordesilhas seria abandonada, ficando Portugal e Espanha com a posse das
terras que já ocupassem. O Tratado de Madri deu ao Brasil fronteiras
bastante próximas das que o País possui atualmente, e na atual Região Sul,
onde os choques fronteiriços entre as duas metrópoles eram mais agudos,
foi feito uma permuta: Portugal entregou à Espanha a Colônia do
Sacramento e recebeu em troca os Sete Povos das Missões. b) O fato de os
índios — e os jesuítas, que eram espanhóis — terem se recusado a
abandonar o território dos Sete Povos das Missões deu origem à chamada
Guerra Guaranítica, quando um exército luso-espanhol atacou — e
massacrou — os índios dos Sete Povos. O apoio dos padres aos índios
envenenou ainda mais as já tensas relações entre a Companhia de Jesus e
os governos de Lisboa e Madri, contribuindo desse modo para a expulsão
dos jesuítas de Portugal e da Espanha (e de suas respectivas colônias),
poucos anos depois da assinatura do Tratado de Madri..
36. a) Organizadas a partir de São Paulo as bandeiras eram expedições não
oficiais, portanto de iniciativa privada, que objetivavam o lucro executando
atividades como a caça ao índio, a prospecção de minérios e o sertanismo
de contrato. b) O indígena era uma mercadoria rentável para o bandeirante.
Em contrapartida, para o comprador — o colono —, era um produto bem
mais barato que o escravo africano, o que incentivava o negócio. c) Os
rituais antropofágicos constituíam-se como cerimônias de homenagem aos
inimigos abatidos, uma vez que, ao devorá-los, os vencedores acreditavam
estar incorporando sua força e sua destreza para a luta.
37. A
38. D
39. a) O grupo de franceses que aportou no litoral carioca em meados do
século XVI, liderado por Nicolau Durand de Villegaignon, constituía-se de
refugiados, perseguidos por questões religiosas, que pretendiam
estabelecer uma colônia de povoamento, denominada França Antártica.
Dali, acabaram sendo expulsos, após longa resistência, por forças luso-
brasileiras, a mando do governador geral Mem de Sá.
b) Em princípios do século XVII, outro grupo francês tentou estabelecer-se
na América portuguesa, desta feita no Maranhão. Lá construíram um forte
em torno do qual se fundou um povoado denominado São Luís (em
homenagem ao rei da França, Luís IX), dando início à criação do que
denominaram França Equinocial.
40. B
41. a)Organizadas a partir de São Paulo as bandeiras eram expedições
não oficiais, portanto de iniciativa privada, que objetivavam o lucro
executando atividades como a caça ao índio, a prospecção de minérios e o
sertanismo de contrato.
b) O indígena era uma mercadoria rentável para o bandeirante. Em
contrapartida, para o comprador — o colono —, era um produto bem mais
barato que o escravo africano, o que incentivava o negócio.
c) Os rituais antropofágicos constituíam-se como cerimônias de homenagem
aos inimigos abatidos, uma vez que, ao devorá-los, os vencedores
acreditavam estar incorporando sua força e sua destreza para a luta.

42. De acordo com a determinação legal do governador Artur de Sá e Menezes,


datada de 26 de março de 1700, a venda de escravos da região Nordeste para
as áreas auríferas de Minas Gerais provocaria a redução da produção de açúcar
e de alimentos (mandioca) e, conseqüentemente, queda na receita tributária da
coroa.

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