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BELO HORIZONTE
ABRIL/2004
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 3
2. A CIDADE ............................................................................................................ 4
2.1. Breve histórico ........................................................................................... 4
2.2. Urbanismo ................................................................................................. 7
2.3. Urbanismo e o Meio Ambiente ................................................................. 11
6. CONCLUSÃO .................................................................................................... 34
ANEXOS ................................................................................................................. 36
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1. INTRODUÇÃO
tem se dado sem levar em conta os impactos que provoca no ambiente, o que
temperatura, umidade do ar, etc., para que o desenho dos espaços possa ser
encontra-se numa região de clima tropical, como quase todo o território brasileiro,
mas com um microclima bastante quente. Este tema é abordado do ponto de vista
2. A CIDADE
Gerais, a 217 Km da capital Belo Horizonte, numa região conhecia como Vale do
Aço (Ver Anexos). As explicações para o nome variam: pela junção dos termos “ipa”
da palavra Ipanema e “tinga” de Caratinga ou pela sua origem tupi, sendo traduzida
Mole foi inaugurada, no km 475, entre os atuais bairros Cariru e Castelo, na margem
direita do Rio Piracicaba. Foi aberta uma clareira na floresta, no local denominado
insalubridade.
FIGURA 01: Confluência dos rios Piracicaba e Doce, onde se iniciou a ocupação da cidade.
Fonte: Prefeitura Municipal de Ipatinga
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Anos mais tarde, esta estação foi transferida para outro local, onde hoje é a
FIGURA 02: Estação Ferroviária de Ipatinga, provavelmente nos anos 40 ou 50. Fonte: Diário
do Rio Doce.
FIGURA 03: Estação Ferroviária, hoje um centro cultural denominado de Estação Memória.
Fonte: Prefeitura Municipal de Ipatinga.
branco, pois ali viviam os índios Botocudos, que foram exterminados numa guerra
século XX.
mata atlântica nativa, pois a madeira servia de carvão vegetal para abastecer os
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A primeira estação era a Estação Pedra Mole, próxima às margens do rio Piracicaba, entre os
bairros Castelo e Cariru, sendo depois abandonada. Não se tem a data exata da mudança para a
Estação Ipatinga, no Centro da cidade.
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e inaugurada em 26 de Outubro de 1962. Nessa época, Ipatinga não era mais que
estrutura, as ruas eram de terra, a luz a motor e a água era fornecida em lombo de
FIGURA 05: Pedra Fundamental para a construção da Usiminas. Fonte: Prefeitura Municipal de
Ipatinga.
FIGURA 06: Construção da Usiminas, final da década de 50. Fonte: Prefeitura Municipal de
Ipatinga.
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FIGURAS 07 e 08: Imagens da época da construção da cidade. Bairros Bom Retiro e Cariru,
respectivamente. Fonte: Prefeitura Municipal de Ipatinga.
FIGURA 09: Praça 1° de Maio, no centro da cidade, na década de 60. Fonte: Prefeitura
Municipal de Ipatinga.
2.2. Urbanismo
empregados da construção civil que ali iriam se instalar. Foi estimado uma
expansão da área urbana da cidade, o arquiteto Rafael Hardy Filho não teve
Lúcio Costa. O conceito urbanístico utilizado por Hardy foi o de cidade aberta, onde
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Antes da emancipação, Ipatinga pertenceu não somente ao município de Coronel Fabriciano, mas
também ao município de Antônio Dias.
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Rafael)
vizinhança autônoma, cada um com sua própria área de comércio, lazer, saúde e
educação. Esses bairros são hoje o Castelo, Cariru, Bom Retiro, Imbaúbas, Horto,
Vila Ipanema, Bela Vista e das Águas. Previa também um centro cívico-
compradores e visitantes.
Abril, que se formou o atual centro da cidade. Foi a partir deste centro também que
de Hardy. Mas ainda assim, os conceitos de cidade aberta foram mantidos, só que
atual traçado do sistema viário e paisagístico da cidade. Paisagismo este, feito por
FIGURA 11: Vista Geral do Parque Ipanema, do Estádio Municipal, Ipatingão à direita,
kartódromo no alto à direita e do sistema viário. Fonte: Prefeitura Municipal de Ipatinga.
relocou 300 famílias para um novo bairro chamado Planalto, completamente servido
FIGURAS 13 e 14: Vista Geral do Projeto Novo Centro, antes e depois. Fonte: Prefeitura
Municipal de Ipatinga.
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díspar. Nos primórdios da ocupação, grandes áreas de mata atlântica nativa foram
Mineira”, devido aos altos índices de poluição. Crianças nascidas no final da década
de 1970 e início dos anos 80 podem ser denominados como a “Geração Bronquite”,
que atraiu para a região diversas espécies de pássaros e pequenos animais. Mas
cidade.
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FIGURA 15: Vista aérea da Usiminas, ao centro e do Parque Estadual do Rio Doce ao fundo.
Vista dos topos de morro bastante arborizados. Fonte: Prefeitura Municipal de Ipatinga.
O poder público passou a ser mais ativo a partir da década de 1980. Com a
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Maior área verde urbana do Estado de Minas Gerais.
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Ipatinga é hoje a única cidade com menos de 500 mil habitantes e que não é capital de estado com
o próprio viveiro de mudas.
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Foi a partir desta década também que a política ambiental passou a ser
Ambiental (APA) do Ribeirão Ipanema, que engloba uma área de 74 km² ao redor
das suas nascentes. Hoje são 127 m² de área verde por habitante, muito maior do
Piracicaba.
Em 1995, a cidade foi uma das 32 cidades brasileiras a receber o prêmio Eco
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Dados obtidos no site da Prefeitura Municipal de Ipatinga.
6
Idem 5.
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em todo o país que mantém um zoológico que não apenas exibe os animais, mas
Mas a política populista municipal tem seus contras. Como forma de agradar
toda uma população, projetos são feitos sem o devido planejamento, ou pelo menos,
córregos da cidade acaba com a vida aquática local e não permite a infiltração da
deslocado para outro ponto. Além disso, o asfaltamento de toda e qualquer rua cria
exemplo, recebem o asfaltamento, com isso, a água das chuvas é levada do ponto
3. CARACTERIZAÇÃO DO CLIMA
Numa visão geral, o Brasil está localizado em duas área climáticas, sendo que 92%
É necessária uma avaliação mais profunda para definir com clareza o clima
Abaixo vemos duas classificações, que consideram todos esses fatores, mas
FIGURA 21: Diferentes regiões climáticas no Brasil na visão de Koppen e Geiger. Fonte:
http://www.climabrasileiro.hpg.ig.com.br
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FIGURA 22: Diferentes regiões climáticas no Brasil na visão de Gourou e Bernardes. Fonte:
HERTZ, 1988.
encontrar desde um clima subtropical, típico da Região Sul como também um clima
estados, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, denominados
frio, como por exemplo, Campo do Jordão, no estado de São Paulo. Já no extremo
extremas de 40°C no sertão mineiro e abaixo de 0°C, nas regiões sul do estado de
inverno, exceto no norte mineiro onde as chuvas são escassas. A média na região é
Precipitação x Temperatura
FIGURA 23: Gráfico ilustra a quantidade de chuva na Região Sudeste, comparando-a com a
temperatura. Observa-se que a curva de ambos são diretamente proporcionais. Fonte:
http://www.climabrasileiro.hpg.ig.com.br
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Dados obtidos no site Informações Climáticas.
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Idem 7.
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FIGURA 24: Ilustra as temperaturas médias, tanto do território brasileiro quanto da Região
Sudeste, inserindo Ipatinga na área laranja, com temperaturas médias em torno de 23°C.
Fonte: http://www.climabrasileiro.hpg.ig.com.br
oeste e a 220 m acima do nível do mar, numa região de relevo bastante acidentado.
A cidade encontra-se num vale, e seu território de 166,5 km² consiste em 55% plano,
metros.
Esta localização faz com que o microclima da região seja classificado como
9
Idem 5.
10
Idem 5.
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no regime das chuvas11, que ocorrem no verão, principalmente nos meses de janeiro
agradáveis.
O homem não é um elemento passivo na relação com o clima, pois seu corpo
dois processos: o fisiológico (suor, variações do fluxo sangüíneo que percorre a pele,
por evaporação. Mas existem três meios de controle da dissipação regular de calor:
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Idem 5.
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FIGURA 25: Ilustra os processos de troca de calor entre o homem e o meio. Fonte: ROMERO,
2000
TABELA 01: Síntese dos processos de troca e das variáveis do meio. (ROMERO, 2000)
conforto térmico. Porém, não são estudos criados para regiões de clima tropical, e
um estudo mais preciso sobre estas condições de clima é necessário para se obter
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quais ações tomar para a produção de projetos que visam o conforto do homem. O
meio, seja através do invólucro (paredes, pisos, coberturas), do seu entorno (água,
climáticos para melhorias de ventilação e insolação. Este passa a ser um filtro dos
ambientes urbanos.
locais.
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encontravam nela.
“Novo Centro”.
valorizados.
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Shopping Vale do Aço localizado próximo ao Bairro Horto, inaugurado no ano de 1998.
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1ª ETAPA:
2ª ETAPA:
intertravado;
3ª ETAPA:
Avenida 28 de Abril, hoje são muito mal utilizadas. A maioria das edificações são
ser utilizada na própria caixa d’água dos banheiros, na lavagem do chão, dos
intertravados.
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um sistema viário bastante generoso, a Avenida Zita de Oliveira, com duas vias de
Também um amplo calçadão, com mirantes para o Ribeirão Ipanema e uma extensa
área gramada.
compras, esporte.
uma maior capacidade de armazenar calor e retê-lo por um maior período de tempo,
ou seja, mais lenta será a transmissão desse calor. Essa lentidão é chamada de
Fator de Luminância
COR DO BLOCO LUZ DO DIA ARTIFICIAL
Cinza claro 0,15 0,14
Cinza escuro 0,18 0,16
Marrom escuro 0,18 0,16
Marrom claro 0,29 0,27
Vermelho claro 0,18 0,16
Amarelo 0,29 0,27
Natural 0,23 0,23
Terracota 0,24 0,22
Superfícies asfálticas: 0,07
TABELA 04: Demonstra a diferença no fator de luminância das cores propostas, em negrito,
em relação ao asfalto. (ABCP – Curso Pavimento Intertravado)
FIGURAS 33 e 34: Ilustram a diferença térmica entre o asfalto, concreto e grama, e como estes
dois últimos são mais agradáveis. Fonte: SIERRA, 2001.
substituindo o asfalto por áreas gramadas. Estes canteiros, além de ser tornarem
que funcionam como filtros de radiação solar, proporcionam uma maior umidade do
madeira, argamassa armada e pedra. Este seria um paredão de pedra, com uma
uma superfície molhada, aumentando a umidade relativa do ar. O vapor, por sua
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corpo humano tem a capacidade de perder mais calor por convecção ao ar, do que
FIGURAS 37, 38 e 39: Vistas da “Cascata”, equipada com bancos, lixeiras, telefones públicos e
pergolado. Fonte: BOTELHO, 2004.
FIGURA 40: Corte sem escala da “Cascata”. Fonte: BOTELHO, 2004.
energia elétrica que é armazenada numa bateria automotiva com capacidade para
150 ampéres por hora. Essa carga alimenta a lâmpada especial de 36 watts a vapor
Desse modo o sistema pode funcionar até cinco noites sem receber carga nenhuma.
de nuvens muito negras e baixas e sob chuva, elas param de funcionar. O uso da
tradicional.
FIGURAS 43, 44 e 45: Projeto de Energia Solar na Avenida Itália, no Bairro Cariru. Fonte:
Prefeitura Municipal de Ipatinga.
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Nas calçadas, árvores com copas generosas, para criar um clima mais
FIGURAS 46 e 47: Vistas aéreas do Novo Centro atualmente. Na primeira, vê-se a Usiminas ao
fundo à esquerda e na segunda à direta. Observa-se a aridez do local, completamente
desprovido de vegetação. Fonte: Prefeitura Municipal de Ipatinga.
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6. CONCLUSÃO
dando enfoque ao conforto térmico, de uma maneira geral é possível agradar grande
parte desta população. O homem e as trocas térmicas que este faz com o meio
se mesclam entre o clima quente úmido e clima quente seco. Assim, uma das
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
______. Vale do Aço 2000, um século de história. Ipatinga, Diário do Aço, 1999.
INFOTempo. http://www.infotempo.com.br
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