Você está na página 1de 7

EXMO SR DR JUIZ FEDRAL DA ______ VARA DO TRABALHO DE CIDADE/ESTADO

FULANO DE TAL, brasileiro, solteiro, profissão, nascido


em XX/XX/XX, filho de Fulana, portador do documento de identidade
n° XXXXXXX, expedida pelo IFP, inscrito sob o CPF n° XXX, CTPS n°
XXX, série XXRJ, residente e domiciliado à Tv. Tal, n° tal,
bairro, Cidade/Estado, CEP: XXX, vem por sua advogada infra-
assinada, XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, para onde deverão ser
enviadas as publicações e notificações pertinentes ao caso,
independentemente das que deverão ser encaminhadas à reclamante,
vem propor a presente

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
(pelo procedimento sumaríssimo, com base na Lei 9.957/00)

em face de empresa tal, pessoa jurídica de Direito


Privado, inscrita no CNPJ sob o n° XXXXX, com sede na Rua exemplo,
n° XX, Bairro, Cidade/Estado, CEP: XXX, pelos fatos e fundamentos
a seguir:

I - DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Inicialmente, afirmam sob as penas da lei, que não


possuem condições financeiras para arcar com o pagamento das
custas processuais e dos honorários advocatícios sem prejuízo do
sustento próprio e de sua família, fazendo jus, portanto, aos
benefícios da Gratuidade de Justiça, nos termos das disposições da
Lei nº l.060/50, com as alterações introduzidas pela Lei 7.510/86.

II – DA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA

Esclarece o reclamante que desconhece a existência da


Comissão de Conciliação prévia, no âmbito do Sindicato da
categoria.
Aduz, também, que ainda que exista a CCP em seu
sindicado, não pretende realizar acordo perante tal órgão, não
devendo este fato obstar seu direito de ação.

Este entendimento encontra-se corroborado com a


jurisprudência a seguir:
JULGADO EM 21/05/2008, POR UNANIMIDADE
PUBLICAÇÃO: DOERJ DE 13/06/2008, P. III, S.
II, FEDERAL
RELATOR/REDATOR DESIGNADO: DESEMBARGADOR
FERNANDO ANTONIO ZORZENON DA SILVA
ÓRGÃO: TURMA
TURMA: 7
COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA. RECLAMAÇÃO
TRABALHISTA.COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA.
FINALIDADE LEGAL. O OBJETIVO MAIOR DA CONDIÇÃO
DA AÇÃO ESTABELECIDA PELO ART. 625-D É O DA
CONCILIAÇÃO QUE, UMA VEZ REALIZADA, VIRIA A
DESAFOGAR A JUSTIÇA DO TRABALHO. ACONTECE QUE
ESTE OBJETIVO NÃO PODE SUPLANTAR PRINCÍPIOS
MAIORES, O PROTECIONISTA, NORTEADOR DE TODO O
DIREITO DO TRABALHO, OU MESMO SOBREPOR-SE, POR
SE TRATAR DE NORMA INFRACONSTITUCIONAL, O
DISPOSTO NO ART. 5º, INCISO XXXV, DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL, QUE ASSEGURA QUE
QUALQUER LEI "NÃO EXCLUIRÁ DA APRECIAÇÃO DO
PODER JUDICIÁRIO LESÃO OU AMEAÇA DO DIREITO".
PROPOSTA A AÇÃO, A CONCILIAÇÃO PODERIA
PERFEITAMENTE SER OBTIDA PELO PRÓPRIO JUIZ A
QUO, CUJA CAPACIDADE TÉCNICA E INTELECTUAL
SUPLANTA EM MUITO A DOS MEMBROS DA COMISSÃO.
SE REVELOU-SE INFRUTÍFERA EM AUDIÊNCIA,
DEMONSTRADA ESTÁ A ABSOLUTA INUTILIDADE DO
ENCAMINHAMENTO DAS PARTES À COMISSÃO.

III – DOS FATOS E FUNDAMENTOS

O reclamante iniciou sua prestação pessoal de serviços


à reclamada em 01/11/2008, para exercer a função de XXX, auferindo
renda mensal de R$900,00 (novecentos reais) mensais, sendo
dispensado imotivadamente em 06/09/2010, sem ter havido anotação
em sua CTPS, tampouco os respectivos recolhimentos
previdenciários.

Afirma o reclamante que trabalhava de segunda à sexta-


feira das 08:00h às 17:00h com 1 hora de intervalo para refeição e
descanso.

Em 06/09/2010, o reclamante foi imotivadamente


dispensado pela reclamada, sem qualquer aviso prévio e sem o
recebimento das verbas resilitórias.

Considerando o período do aviso prévio, o reclamante


prestou serviços à reclamada durante 1 ano e 11 meses.

1. Do reconhecimento do vínculo empregatício


O reclamante foi contratado pela reclamada em
01/11/2008, para exercer a função de vidraceiro de automóveis,
porém não obteve a respectiva anotação em sua CTPS.

Conforme preceitua o art. 29, CLT, a


assinatura da CTPS deve ocorrer em até 48 horas após a sua entrega
ao empregador, para que o mesmo proceda à anotação da data de
admissão e a remuneração.

2. Do aviso prévio
Como não houve, por parte da reclamada,
qualquer aviso prévio, quando da ruptura contratual, deverá a
mesma adimplir sua obrigação de forma indenizada, pagando o
período de aviso prévio, projetando-se no término de seu contrato
de trabalho e refletindo sobre as férias e 13° salário
proporcional, conforme o art. 7° da CRFB/88 e arts. 129 e 487 da
CLT.

3. Do saldo de salário
Esclarece o reclamante que no momento de sua dispensa,
não recebeu o valor referente ao período trabalhado de 01/09/2010
à 06/09/2010.

4. Do 13° salário
A reclamada deixou de adimplir com sua
obrigação de efetuar o pagamento do 13° salário proporcional ao
período trabalhado, com base no art. 7°, VIII da CF/88

5. Das férias vencidas + 1/3


Conforme preceitua o art. 130 da CLT, após o
período de 12 meses de trabalho, o empregado tem direito a férias,
na proporção detalhada em seus incisos. Ocorre que, transcorrido o
prazo aquisitivo de direito, a reclamada absteve-se de conceder as
férias do reclamante, gerando para o mesmo o direito de receber o
valor correspondente, acrescido do terço constitucional.

6. Das férias proporcionais + 1/3


É direito do reclamante, em virtude da ruptura
contratual, o recebimento das verbas relativas às férias
proporcionais, acrescidas do terço constitucional, com base no
art. 129 da CLT e art. 7°, XVII da CRFB/88.

Cite-se jurisprudência a respeito

ACÓRDÃO Nº: 20090308942 Nº de Pauta:151


PROCESSO TRT/SP Nº: 00116199906502007
AGRAVO DE PETICAO - 65 VT de São Paulo
EMENTA RESCISÃO CONTRATUAL POR INJUSTO
DESPEDIMENTO. PEDIDO DE PAGAMENTO DE
INDENIZAÇÃO DE FÉRIAS EM DOBRO, DE FÉRIAS
SIMPLES E DE FÉRIAS PROPORCIONAIS. VALOR DO
SALÁRIO PARA CÔMPUTO DA INDENIZAÇÃO. Para o
cômputo das férias não usufruídas nem pagas no
momento oportuno (sejam em dobro ou simples) e
das férias proporcionais, deve ser utilizado o
último salário pago ao trabalhador, é dizer, o
salário por ele percebido à época da rescisão
contratual. Tal critério tem supedâneo no
entendimento jurisprudencial contido na Súmula
nº 7 do C. TST, segundo o qual a indenização
pelo não-deferimento das férias no tempo
oportuno será calculada com base na remuneração
devida ao empregado na época da reclamação ou,
se for o caso, na da extinção do contrato.

7. Do recolhimento do FGTS
Como a reclamada não anotou o registro em
carteira, não depositou o FGTS, relativo ao período de 01/11/2008
à 06/09/2010, desta forma requer o pagamento dos mesmos,
devidamente acrescido, com fulcro no art. 7, III, CF/88, Lei nº
8.036/90 e Súmula 63 do TST.

8. Do recebimento do seguro-desemprego
Ante as irregularidades cometidas pela
reclamada, torna-se inviável a percepção do seguro-desemprego pelo
reclamante, assim, deve a reclamada ser condenada ao pagamento das
parcelas a que o autor teria direito, neste mesmo diapasão, tem-se
o entendimento do TRT da 3ª região:

Data de Publicação: 10-04-2001


Órgão Julgador: Terceira Turma
Tema: SEGURO DESEMPREGO - INDENIZAÇÃO
Relator: Convocado Rodrigo Ribeiro Bueno
EMENTA: SEGURO DESEMPREGO - INDENIZAÇÃO
SUBSTITUTIVA - Rompido o vínculo de emprego
reconhecido judicialmente, o empregador teria o
prazo regulamentar para entregar as guias
CD/SD, para que o empregado fizesse jus ao
seguro-desemprego. Contudo, se nem mesmo
mantinha o empregado registrado, é evidente que
viu vencerem os prazos para possibilitar a
fruição do benefício, de forma inerte, cabendo
ser condenado na indenização substitutiva
porque foi quem deu causa ao prejuízo do
reclamante (art. 159-CC).

9. Da multa do art. 477 da CLT


Considerando que até a presente data a
reclamada não procedeu ao pagamento das verbas resilitórias deve,
ao feito, ser aplicada a multa do art. 477 da CLT.

10. Da multa do art. 467 da CLT


Ante as irregularidades cometidas pela
reclamada, faz jus o reclamante à multa do art. 467 da CLT.

11. Dos honorários advocatícios


São devidos, também, os honorários advocatícios, na
razão de 15% sobre o valor da condenação, pois o reclamante
encontra-se assistido por Escritório Modelo de Universidade, que
se equipara ao Sindicato, para efeito do disposto nos arts. 15 e
16 da Lei n° 5.584/70.

IV – DOS PEDIDOS

a) Concessão do benefício da Gratuidade de Justiça


b) O reconhecimento do vínculo empregatício,
estabelecido no período de 01/11/2008 a 06/09/2010, bem como os
recolhimentos previdenciários relativos ao período laborado.
c) O pagamento do aviso prévio indenizado – R$900,00
d) Saldo de salário relativo a 6 (seis) dias – R$180,00
e) 13° salário proporcional (10/12) – R$750,00
f) Férias simples + 1/3 – R$1.200,00
g) Férias proporciona (11/12) + 1/3 – R$1.100,00
h) FGTS de todo o período (23 meses) + os proporciona
do 13° salário (2008, 2009 e 2010) – R$1656,00 + R$12,00 (2008) +
R$ 72,00 (2009) + R$60,00 (2010) → Totalizando R$1.800,00
i) 40% de multa – R$720,00
j) indenização do seguro desemprego no valor de 5
parcelas – R$3.600,00
k) Multa do art. 477, §§6° e 8° da CLT – R$900,00
l) Multa do art. 467 da CLT – R$5.575,00
m) Honorários advocatícios, na base de 15%, em favor do
XXXXXXXXXXX, eis que equiparado à entidade sindical, conforme
fundamentação supra – R$2.508,75

V – DOS REQUERIMENTOS

Requer à V. Exª. a procedência total dos pedidos, bem


como a citação da reclamada para, querendo, contestar a presente
ação, sob pena de confissão, em caso de revelia.

Requer, ainda, todos os meios de prova em direito


admitidos, especialmente oral, consubstanciada na oitiva de
testemunhas e depoimento pessoal do réu, e prova documental
suplementar, se necessário.

Dá-se a causa o valor de R$

Nestes termos,
Pede deferimento.

Niterói, __ de ______ de _____.

ROL DE TESTEMUNHAS

Você também pode gostar