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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE TECNOLOGIA

FACULDADE DE ENGENHARIA QUÍMICA

Disciplina: Cinética Química Experimental

Profª: Ana Paula Carriço

Daniel Nascimento dos Santos

Gilmar Nascimento Neves

Henrique Fernandes Figueira Brasil

Meyre Lane Pereira da Silva

Raimunda Nonata Consolação e Branco

RELATÓRIO REFERENTE À AULA 2: DEPENDÊNCIA DA VELOCIDADE


DA REAÇÃO COM A TEMPERATURA (EQUAÇÃO DE ARRHENIUS).

Belém, 01 de outubro de 2010

1. INTRODUÇÃO

O efeito da variação da temperatura tem sido a chave mais


importante para a teoria dos processos de velocidade. Em 1889,
Arrhenius salientou que como a equação de Van't Hoff para o
coeficiente de temperatura da constante de equilíbrio Kc era

dlnKcdT = ΔURT2
enquanto a lei da ação das massas relacionava a constante de
equilíbrio a a uma relação de constantes de velocidades Kc = kf / kb ,
uma equação razoável para a variação da constante de velocidade k
com a temperatura poderia ser

dlnkdT =EaRT2

onde Ea é chamada energia de ativação da reação.

Se E não depender da temperatura, por integração , temos:

ln k = - EaRT + ln A

que é a famosa equação de Arrhenius. Onde lnA é uma constante de


integração e A é chamado fator de frequência ou fator pré
exponencial. Os termos “A” e “Ea” são os chamados 'parâmetros de
Arrhenius'.

Reescrevendo a equação de Arrhenius, temos

k = A e( – Ea / RT )

onde A pode ser interpretado como a fração de colisões que têm


energia cinética suficiente para levar à reação.

Da equação segue que o gráfico do logarítmo da constante de


velocidade em função do inverso da temperatura deve ser uma reta.
A validade da equação de Arrhenius tem sido confirmada desta
maneira para um grande número de velocidades experimentais.
k
ln

Coef. Angular = – EaR

1/T
O parâmetro A (fator de frequência) corresponde à intersecção
da reta com o eixo vertical em “1/T=0”.
De acordo com Arrhenius, as moléculas necessitam de uma
certa energia crítica antes de reagir. O fato de Ea ser dada pelo
coeficiente angular do gráfico de ln k x 1/T significa que, quanto mais
elevada a energia de ativação, mais forte será a dependência entre a
constante de velocidade e a temperatura (isto é, mais inclinada será
a reta do gráfico) .

Assim, uma energia de ativação alta significa uma forte


dependência entre a constante de velocidade e a temperatura. Se a
energia de ativação for nula, a constante de velocidade não depende
da temperatura.

2. MATERIAL E MÉTODOS:

Material Utilizado:

• 2 Buretas (50 mL) • Termômetro (0 a 100°C)


• 2 Beckers (100 mL) • Estante para tubos de
• 8 Tubos de ensaio ensaio
• Suporte universal • Garra para tubos de
• Bico de bunsen ensaio
• Cronômetro

Reagentes Utilizados:

• Solução de ácido sulfúrico (H2SO4); 0,05M


• Solução de tiossulfato de Sódio (Na2S2O3); 0,05M

Procedimento Experimental:
Separaram-se duas buretas (50 mL) e dois beckers (500 mL).
Em um dos beckers foi colocada a solução de Na2S2O3 (0,05 M) e no
outro a solução de H2SO4 (0,05 mL) para depois ser transferida para
as buretas, mas antes, foi usado um pouco de cada uma das soluções
para ambientar ambas, a fim de remover qualquer impureza presente
nestas.

Quatro tubos de ensaio foram numerados na forma (1, 2, 3, 4),


os quais vão receber a solução de H2SO4 presente em uma das
buretas (aferiu-se 4 mL em cada tubo). Depois, numerou-se mais
quatro tubos de ensaio na forma (1º, 2º, 3º, 4º), os quais vão receber
a solução de Na2S2O3 presente na outra bureta (aferiu-se 4 mL em
cada tubo).

Em outro becker foi colocado H2O (destilada) e, com o auxílio de


um termômetro, mediu-se a temperatura (aproximadamente 23°C).
Anotou-se o valor da temperatura em uma tabela.

Posicionou-se o tubo 1, contendo 4 mL de H2SO4, e o tubo 1º,


contendo 4 mL de Na2S2O3. Ambos os tubos foram submersos no
becker contendo a água destilada, estes foram deixados por
aproximadamente dois minutos a fim de atingirem a mesma
temperatura (aproximadamente 23°C), depois misturou-se o 1 no 1º.
Neste momento iniciou a contagem do tempo até o início de uma
turvação (quando o cronômetro foi parado). Anotou-se o tempo na
tabela e descartou-se em um frasco o conteúdo do tubo 1º.

Colocou-se o tubo 2, contendo 4 mL de H2SO4, e o tubo 2º,


contendo 4 mL de Na2S2O3 no becker contendo a água destilada e
depois esse conjunto foi levado ao banho-maria. Com o auxílio de um
termômetro, mediu-se a temperatura da água esperando que a
mesma atingisse a temperatura de aproximadamente 33°C, ou seja,
10°C a mais do que temperatura medida inicialmente
(aproximadamente 23°C). Atingido esse valor, misturou-se o 2 no 2º
(mantendo este sempre submerso na água). Mediu-se o tempo a
partir do exato momento da mistura até o início da turvação (quando
o cronômetro foi parado). Anotou-se o tempo na tabela e descartou-
se em um frasco o conteúdo do tubo 2º.

Repetiu-se o procedimento acima para os demais frascos,


sempre aumentando em 10°C a temperatura.

2. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Sabe-se da equação de Arrhenius a relação entre temperatura e


velocidade de reação:

k=A.e-EaRT

lnk=lnA-EaRT

Reagrupando os termos, tem-se:

lnk=-EaR1T+lnA

Portanto, é conveniente plotar um gráfico de lnk x 1T, onde o


coeficiente angular é -EaR e o coeficiente linear é lnA.

Os dados coletados no experimento são apresentados na tabela


abaixo:

Tubo Temperatura Tempo V = 1/t


s (K) (s) =k lnk 1/T
-
1e 4,3820 0,00337
1a 296,15 80,0 0,0125 3 7
-
2e 3,8501 0,00326
2a 306,15 47,0 0,0213 5 6
3e 316,15 32,0 0,0313 - 0,00316
3a 3,4657 3
4
-
4e 2,9444 0,00306
4a 326,15 19,0 0,0526 4 6

Traçando o gráfico da velocidade em função da temperatura, obtém-


se:

Verifica-se, portanto, um aumento de velocidade com a temperatura.

Traçando um segundo gráfico de lnk x 1T, tem-se:

Faz-se então o tratamento estatístico dos dados obtidos. Pelo método


dos mínimos quadrados, realizamos o seguinte cálculo para encontrar uma
linha de tendência para os pontos coletados:

Nº X Y X2 X.Y Y2
-
3,38E- 1,14E- -1,48E- 1,92E+
1 4,38E+0
03 05 02 01
0
-
3,27E- 1,07E- -1,26E- 1,48E+
2 3,85E+0
03 05 02 01
0
-
3,16E- 1,00E- -1,10E- 1,20E+
3 3,47E+0
03 05 02 01
0
-
3,07E- 9,40E- -9,03E- 8,67E+
4 2,94E+0
03 06 03 00
0
-
TOTA 1,29E- 4,15E- -4,74E- 5,47E+
1,46E+0
L 02 05 02 01
1
-
MÉDI 3,22E-
3,66E+0
A 03
0

A=x2-(x)2n ; B=(x.y)-x(y)n ; C=y2-(x)2n

Realizando os cálculos encontra-se A = 5,36E-08 ; B = -2,43E-04 ; C = 1,11.

Sendo a reta no formato y=ax + b, sabe-se que:

a=BA ; b=y-ax ; R=B2AC12 ; ds=C-B2An-2


a = -4534,98 ; b = 10,9332 ; R2 = 0,9959 ; ds = 0,0479

Para efeito de comparação, traça-se a linha de tendência sobre o


primeiro gráfico:

Desta reta de tendência, sabe-se que seu coeficiente angular (-


4534,98) equivale ao termo -EaR e que seu coeficiente linear é lnA, onde A
é o fator de freqüência. Substituindo o valor de R por 8,314 J.mol-1.K-1,
encontra-se o valor da energia de ativação, Ea, da reação:

Ea = -37703,841 J/mol

lnA = 10,933 ∴ A= 55994,01 s-1

3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• ATKINS, Peter W.; JONES, Loretta. Princípios de Química:
questionando a vida moderna e o meio ambiente. 3 ed.
Guanabara Koogan, 2006.

• P. W. Atkins e J. de Paula, Atkins, Físico-Química, 8a ed., trad. E.


C. da Silva, M. J. E. de M. Cardoso, M. A. F. Faria e O. E. Barcia,
LTC, Rio de Janeiro, 2008, vol. 2.

• www.brasilescola.com, acessado em 29 de setembro de 2010.

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