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-Filha, você tá me ouvindo?

Tira esse negócio do ouvido – quase gritava a


mãe de Ana.

Ana tirou o fone de ouvido e falou que não havia necessidade de gritar, ela a
ouvia. Este era só mais um dia comum para ela, discutir com a mãe sobre seu
inadequado uniforme, ir para a escola, tentar não dormir nas aulas e contar os
segundos para a hora do recreio.

Já na sala de aula, Ana se entusiasmava em falar sobre o show e os gatinhos


que conhecera na noite anterior. O tempo foi passando, português... matemática...
geografia... até o momento em que o tão esperado sinal tocou, hora do recreio.

Como de rotina, se encontrou com suas amigas na arquibancada, riram e se


divertiram, até o momento em que um disparo foi ouvido e, no meio dos alunos
desesperados, Ana caiu.

Dois meninos brincavam no canto da quadra com um revólver, que


acidentalmente disparou.

Tudo passou tão rápido...

Ana Beatriz Galhano, Ana Luiza Avelleda

1,8
Eu acordei com o despertador e levantei de minha cama para tomar banho.
Me arrumei, e vi na capa do jornal que a cidade estava muito perigosa, com muitos
assaltantes. Era minha folga, mas achei melhor sair armado.
A praça estava lotada, muito agitada, não gosto disso. Andei alguns
quarteirões, mas queria sair da agitação, pode ser perigoso ali. Virei em uma rua
pequena, muito calma, mas havia um homem lá, estava andando em direção a
praça. Não. Na minha direção. Ele estava nervoso, era grande e segurava alguma
coisa no bolso.
(Disparo.)
O homem desabou no chão, deixou cair o que estava segurando: dinheiro,
muito dinheiro.
Procurei por pessoas ali perto, não havia ninguém. Fui até o homem caído,
ele ainda estava vivo, porém sangrava muito. Quando me viu, pediu ajuda.
(Disparo.)
Ele morreu. Peguei o dinheiro e guardei minha arma, dei meia volta e
continuei meu caminho.

1,7 André e Pedro B.


Era um dia como outro, trabalho chato e tedioso. No final do meu turno,
minha esposa me ligou:

-Querido, preciso que você vá ao banco e pegue 400 reais.

Cheguei ao banco com meu amigo de infância e colega de trabalho, pois este
me dera carona. Avistei um homem estranho, com roupas que cobriam seu corpo
inteiro, e fiquei desconfiado.Pensei “Tomara que eu não tenha que usar aquilo”. De
repente, ele colocou a mão no bolso, pegou uma pistola e gritou:

-Todo mundo para o chão!

Tudo foi muito rápido, as pessoas começaram a gritar, algumas foram feridas,
fiquei atormentado. O homem se aproximou da gente, e disse para o meu amigo:

-Você! Passe-me todo o seu dinheiro – disse, com uma voz poderosa e grave.

Meu amigo mal conseguia pegar a sua carteira, ele estava chocado.

-12 reais?! – exclamou o ladrão

Violentamente ele apontou a arma para o rosto do meu amigo. Rapidamente


pus a mão no meu bolso. Um disparo ecoou pelo banco.

Bruno e Gabriel

1,6
Acordo, levanto, e não paro de pensar no meu amor. Depois de tanto tempo
preso naquela cela, estou louco para ver o amor da minha vida. Após ter tomado
café e tomado banho, me troco, pego meu revólver (mesmo após sair da prisão
ainda ando com minha arma carregada) e estou pronto para ganhar a vida. Vou
atrás da pessoa que mais amo, pois nada me faz mais feliz.
Pego o metrô, dois ônibus e não paro de pensar em seus olhos cor de mel,
seu cheiro perfumado e seus cabelos dourados. Finalmente chego à casa de meu
amor. Entro, desejando que ainda esteja me esperando, quando vejo um casal
sentado no sofá da sala. Indignado, pergunto:
-Meu amor, você não estava esperando por mim? Estava morrendo de
saudades, não parava de pensar em você.
-Chegou tarde, agora já tenho outra pessoa.
Desesperado, lembro-me de meu revólver. Disparos.
Ele cai no chão, duro como uma pedra. Que pena, meu amor era tão lindo.
Fico paralisado pensando nele e, quando percebi, a polícia já havia chegado e
estava sendo preso de novo.
E a liberdade foi assim, passou tão rápida.
Catarina Uliano

Guilheme Adissy

1,8
-Acorda homem,levanta,vai ganhar a vida! Até quando você vai ficar sem
trabalhar? Vá procurar emprego. -Gritava a mãe de Carlos, um solteirão de 33
anos, acomodado e preguiçoso.

Muito contrariado, Carlos pega um moletom surrado para se proteger do frio


congelante que amanhecera naquele dia nublado, e se dirige para a cozinha.

Ainda com cara de sono, remela nos olhos, Carlos senta à mesa para tomar
seu chocolate quente,pega seu jornal, e começa a ler os classificados.Uma oferta
de emprego chama sua atenção.

“Precisa-se de motoboy com experiência”

Entusiasmado, Carlos sai de casa e caminha em direção à avenida para


pegar um ônibus. Carlos entra, e senta ao lado de uma mulher, o ônibus está cheio.

De repente, ouve-se uma gritaria do lado de fora, pessoas saem correndo, se


escondem, gritam por socorro! Estava havendo uma greve? Movimento? Protesto?
Carlos não sabia dizer ao certo.

Pessoas enraivecidas começam a cercar o ônibus. O pânico se alastrou. A


moça que estava sentada ao lado de Carlos, corre até o fim do ônibus, se esconde
e liga para a polícia. Em poucos minutos, está no local.

A polícia gerou ainda mais raiva nos revoltosos: começaram a atirar pra todos
os lados, crianças saíram correndo, pessoas berravam. De repente, disparos. Uma
bala acerta Carlos, bem no lado esquerdo, no coração.

Não há mais nada a se fazer, pois Carlos já está morto.

1,6 Isabella M e Juliana


10 de Dezembro de 1944

Após a Segunda Guerra Mundial, fiquei com problemas financeiros, por isso pedi
dinheiro emprestado para pessoas muito influentes na região, mas com uma
condição: se eu não pudesse pagar com juros o que eles me emprestaram, seria
morto.

2 de Fevereiro de 1945

Minha situação se agrava com o tempo, minhas dividas só aumentam, mas não
consegui contar para minha mulher, para não deixá-la preocupada.

27 de Março de 1945

Faltando menos de um mês para o meu prazo acabar, fui surpreendido por
capangas. Ameaçaram-me e me torturaram, com um canivete, cortaram meus
dedos, e também ameaçaram sequestrar minha esposa.

17 de Abril de 1945

Hoje é o prazo do pagamento do empréstimo, não consegui nem metade do


dinheiro. Bom, já era esperado. O tempo passou tão rápido.

João Pedro e Gustavo S

1,5
Acorda às cinco da manhã, cansado e com muito sono, pois na noite anterior
fora dormir muito tarde. Lava o rosto, se arruma e vai para mais um dia na escola.

Quando chega, já está mais agitado, pois se lembra de seus amigos. Mal
começa a aula, e a professora chama sua atenção: “José, pare de falar! Você está
atrapalhando a aula”. Muito revoltado, retrucou: “Eu não estava falando!”

A aula continuou. A professora chamou a atenção do menino mais algumas


vezes, até ele ser expulso: “Sai agora! Você me desobedeceu.” O menino,
inconformado, sai da sala ainda resmungando.

Termina a aula. A professora arruma suas coisas e sai da classe. Ainda no


corredor, sente uma vibração forte em suas costas.Cai no chão, e está cheio de
sangue ao seu redor.No fim do corredor, via-se José, com um revólver na mão.

“Que bom que eu trouxe a arma do meu pai hoje para mostrar para os meus
amigos!”

Giovanna Basso e Luana Abrão

1,6
Adilson acordou para mais um dia de trabalho duro, limpando as ruas de São
Paulo. Seus filhos e sua mulher ainda estavam dormindo, então preparou seu
cafezinho e seu pão com margarina.
Saiu de casa, correndo para não perder o ônibus. No ponto, as mesmas
pessoas de sempre, esperando com ele o ônibus que demorava horas para chegar.
Pegou o primeiro ônibus, esperou mais meia hora pelo segundo e até que enfim,
depois de aproximadamente duas horas, chegou à empresa, onde iria ser destinado
a um bairro para trabalhar naquele dia.
Foi para o subúrbio de São Paulo. Um dia normal de trabalho, até que,
quando estão voltando à empresa, um tiroteio começa.
Seus amigos e ele se desesperam, entram no caminhão e tentam sair dali em
alta velocidade. Porém, uma bala perdida acerta o pneu do caminhão, que derrapa
e bate com tudo no muro de uma casa. Todos ficaram bem, menos Adilson.
Quando seus amigos olham para o lado, Adilson estava no chão, com um tiro
no coração.

Luís Felipe Peterlini, 18


Pedro Cintra, 24

1,6
Acorda, levanta, vai ganhar a vida, vai para seu estágio de Administração.

Com o fim do período de trabalho, pega o ônibus de volta para casa. Encontra seu
ex-namorado muito abatido, com cara de quem está sofrendo.

- O que há, Caíque? – Diz Adriana

- Não aguento mais ficar longe de você, volta para mim, este último mês está sendo
muito difícil.

- Não posso, não te amo mais.

Com mais uma tentativa rejeitada, começou a ficar cada vez mais eufórico.

Ele gritava, insistia.

Então, sacou um revólver da calça e ameaçou:

- Se você não vai ficar comigo, não quero ficar com mais ninguém.

Pelo corredor do ônibus escorria sangue, os passageiros estavam desolados.

Adriana ficou pálida, observando seu antigo amado caído no chão.

Mariana Bufarah

Sofia Bordin.

1,5
Naquele dia era uma segunda-feira e, como sempre, acordei às sete da
manhã. Infelizmente estava com um pouco de ressaca da noite passada, por isso
tomei um sal de fruta. Enquanto escovava os dentes, lembrei-me daquela linda
moça com quem jantara. Uma bela moça loira, com cabelos longos, olhos azuis,
alta, culta e boa de conversa!

Depois de tomar um café reforçado, me vesti para o trabalho, peguei


minha pasta e chamei um táxi. Foi uma boa manhã, fechei dois negócios
importantes.

Hora do almoço. Eu e meus amigos fomos até o Mc‟Donalds da


Av.Paulista para comer um bom lanche. No caminho de volta para o escritório,
avistei a nova revista financeira em uma banca de jornal, e me distanciei dos meus
amigos . Quando estava mais ou menos a um metro de distância da banca, senti
uma vibração nas costas, penetrando os meus músculos: era um tiro.

Estava entrando de maca na ambulância , quando olhei para o lado e vi


o meu melhor amigo, Felipe, sendo detido pelos policiais, com a arma do crime nas
mãos. Então o ouvi gritando:

- Seu desgraçado, saiu com minha namorada, não suporto traições!

Sofia Viotti

Thalita

1,7
Era um belo dia para Joey, sua filha acabara de nascer. Ele estava esperando
por ela há muito tempo, já havia organizado tudo. Quando voltava para casa com
sua mulher e sua filha, lembrava todas as coisas que fizera para a chegada desse
momento. O sorriso estampado no seu rosto parecia que nunca ia se fechar.

Quando chega a casa, descobre uma festa surpresa para eles, e isso o fez
ficar muito entusiasmado com o nascimento da nova integrante da família. De
repente, toca o telefone: era a secretária avisando que seu chefe queria falar com
ele. Joey sai correndo para o carro, abandonando tudo e todos.

Chegando ao escritório, seu chefe ainda não estava lá, então ficou
esperando. Enquanto isso, foi perguntar à secretária sobre o que era a reunião e
descobriu que se tratava de um aumento.

Passa um tempo e o chefe chega, abre a porta do escritório e vê Joey jogado


no chão, com um tiro na cabeça.

Maíra e Vitória

1,4
Um novo dia começa, minha mãe dizendo: acorda, levanta, vai ganhar a vida.
Eu era um aluno estudioso e esforçado, minha mãe se orgulhava muito de mim.
Eu prestava atenção na aula e estudava muito, mas meus colegas me
achavam estranho. Eles formavam grupos, derrubavam meus livros no corredor, me
humilhavam na frente dos outros e quando eu estava sozinho, eles chegavam a me
bater. Isso era uma coisa que me aborrecia muito, até que chegou o dia em que eu
não aguentei mais.
Meu pai era policial, e enquanto ele dormia, peguei sua arma. Fui para a
escola no dia seguinte, dei um abraço forte nos meus pais e disse que os amava.
Eles acharam aquilo meio estranho e também disseram que me amavam. Depois
disso, desci do carro.
Quando cheguei à escola, fiquei tremendo. Estava com uma arma na mochila
e estava prestes a fazer uma coisa que jamais imaginava que faria. Quando eu
avistei aquela “gangue” no meio do corredor, disse: “Você e seu „grupinho‟ não
movam um músculo!” Todos no corredor saíram de perto de mim, exceto aqueles
que me batiam.
(Disparo)
Acertei a perna de um deles, que caiu no chão e começou a gritar. De
repente, vi um monitor correndo para cima de mim, parecia que tentava me
derrubar.
(Disparo)
Acertei sua cabeça, e pelo visto, ele estava morto. Voltei a apontar a arma
para a gangue.
(Disparo), (Disparo), (Disparo)
Matei todos eles. Percebi que todos me olhavam com medo. Olhei a arma e vi
que uma bala tinha sobrado. Apontei a arma para minha cabeça e puxei o gatilho,
mas a arma falhou. Nessa hora, um monitor me pegou por trás e me derrubou.
Estou na FEBEM faz um ano, meus pais sempre vêm me visitar e vou para a
liberdade condicional em uma semana. E até hoje, nunca me esqueço daquele dia.
Quando me lembro daqueles alunos, não me arrependo de matá-los; e quando
penso na vida deles, apenas digo: “Que pena, passou tão rápido”.
Valdeno Brito Neto 1,8
“Acorda, levanta, vai ganhar a vida, você está desempregado há três meses.”
Disse minha mulher enfurecida, logo de manhã. Após o
café, saí em busca de emprego; primeiro procurei no jornal, não encontrei nenhum
mais próximo de casa. Até que ao virar a esquina percebi uma fila que saía do
edifício. Movido pela curiosidade fui até uma mulher e perguntei qual a razão
daquela fila. Ela me disse que era uma fila para empregos. Aproveitei a
oportunidade e fiquei lá durante duas horas ao lado dela.
A mulher na minha frente começou a puxar papo para descontrair a tensão da
fila. Ela me disse coisas emocionantes de sua vida, que a filha estava doente, o
marido tinha câncer. Percebi sua carência em desabafar, porém aparentava ser
uma mulher forte e amável. Senti naquele momento em que conversávamos a forte
ligação que tinha com sua família.
Até que finalmente entramos na agência. Depois de um tempo fui
encaminhado a uma sala fresca com ar condicionado, me arrepiou o corpo inteiro.
Uma senhora atrás da mesa pediu para me sentar e falar por que queria trabalhar e
aonde queria chegar. Demorei 10 minutos para responder ao questionário que me
dera. Ao sair, ela pediu para que esperasse um tempo para ver se consegui a vaga.
Esperei que todos os concorrentes passassem pela sala gelada. Encostei a
cabeça no banco e meu pensamento me conduzia à imagem de como seria a vida
empregado, com todas as dívidas pagas. Parecia impossível. Fui interrompido ao
ver a senhora colocar uma lista no mural. Segui com o dedo na lista para verificar
meu nome. Me espantei, fui aceito! Fui checar se a mulher da fila havia conseguido
a mesma satisfação. Ela estava chorando, estava desesperada, pois não sabia
como iria pagar os remédios da filha e o tratamento do marido. Senti uma pontada
no coração.
Fui então falar com a senhora para ela dar a minha vaga pra a mulher que
chorava escandalosamente. A senhora se espantou com minha atitude, mas cedeu.
Fui dar as notícias à mulher. Ela agora não chorava mais de tristeza e sim de
alegria, não sabia como retribuir minha solidariedade.
Depois de nos despedirmos, fui para fora do edifício. Não estava triste por
ainda estar desempregado, estava feliz, tinha ganhado o dia, estava voltando pra
casa.
Descia a rua. De repente, estava tonto, caído na calçada. Tentei me virar e vi
um homem encapuzado correndo com uma carteira na mão.
Minha vida passou tão rápido... Mas estava feliz por ter ajudado alguém antes
de morrer.

Isabella Gai Henriques 1,5

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