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O gesto da Paz

O gesto da paz contém um simbolismo cheio de força educativa: são cristãos que
vivem juntos, que trabalham juntos, que crescem juntos em sua fé. São eles que, com
mais coerência, podem salientar com o sinal da paz que é comunhão com o Corpo e
Sangue de Cristo e que os irmana.

1.0Evolução na história
• Os primeiros cristãos davam-se o famoso osculum pacis;
• Nos primeiros séculos, o gesto tinha lugar no final da Liturgia da Palavra. Fazia-se
antes de começar a Oração Eucarística. (No Sermão da montanha, Jesus fala que
antes de apresentar as oferendas ao altar, devemos reconciliar-nos com o irmão);
•As liturgias orientais conservam esse mesmo uso;
• No século V, o Papa Inocêncio I muda o gesto para depois da Oração Eucarística,
“em sinal de consentimento do povo com tudo o que se fez nos mistérios”;
• Mais tarde, o rito evolucionou novamente, transformando-se em um gesto de
preparação imediata para a comunhão, depois do Pai-Nosso, como conhecemos hoje
na liturgia romana e africana.

2.0O Sentido do gesto da paz


• Não podemos ir comungar com Cristo sem estar em comunhão com o irmão;
• Não se trata de uma saudação nem de um gesto de aproximação dos presentes ou
de amizade fraterna. Segundo o Missal, os fiéis “imploram a paz e a unidade para a
Igreja e para toda a família humana, e expressam-se mutuamente a caridade, antes
de participar de um mesmo pão” (IGMR 56 b);

a) Paz de Cristo: o Senhor nos concede, é dom do espírito;


b) Gesto de fraternidade cristã e eucarística: reconhecemos Cristo no outro,
motivados pela fé mais que pela amizade;
c) Fruto principal da Eucaristia: Jesus Cristo nos une acima de gostos, amizades e
interesses;
d) Paz universal: queremos que deixem de existir barreiras e distâncias, fazemo-
nos mais universais;
e) Paz em construção: nunca conseguida por completo. Comprometemo-nos com
ela como com uma tarefa.

3.0O modo concreto de realização


• O Missal deixa livre o modo de dar-se a paz. Depende da sensibilidade de cada povo
que signifiquemos a paz de um modo ou de outro: dar-se a mão (gesto discreto, fácil,
expressivo), dar-se um beijo ou um abraço, inclinar a cabeça sorrindo;
• Não é essencial dar a paz a todos. Basta que façamos o sinal da paz aos mais
próximos.

Do livro: Gestos e Símbolos – José Aldazábal – pg. 129 a 138


Tradução: Alda da Anunciação Machado
Edilções Loyola, 2005.

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