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MANUAL
MANUAL TÉCNICO
TÉCNICO DE
DE
ATERRAMENTO
ATERRAMENTO E
E CURTO
CURTO
CIRCUITAMENTO
CIRCUITAMENTO TEMPORÁRIO
TEMPORÁRIO
ÍNDICE
- Apresentação 2
- Introdução 2
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1 - APRESENTAÇÃO
O presente trabalho, tem por objetivo apresentar aos nosso clientes os preceitos mínimos
necessários à especificação, utilização e conservação do conjunto de aterramento e curto circuitamento
temporário, visando garantir a segurança do pessoal que executa trabalhos de manutenção e construção de
instalações elétricas desenergizadas, especialmente redes de distribuição.
A contribuição que nos propomos a oferecer dentro de um estilo simples e objetivo caracteriza um
resumo, fruto de uma experiência de mais de 30 anos de fabricação no Brasil de conjuntos de aterramento e
curto circuitamento temporário para redes de distribuição, transmissão e subestações de extra alta tensão até
800 kV, acrescida pelo know-how, absorvido de nossa ex-associada americana A. B. Chance.
2 - INTRODUÇÃO
A manutenção em redes aéreas desligadas, nos apresenta à primeira vista como uma condição
APARENTEMENTE segura para a execução dos trabalhos. Entretanto, elas podem ser indevidamente
energizadas, por diversos fatores entre os quais enumeramos os mais comuns:
- Erros de manobra.
- Contato acidental com outros circuitos energizados.
- Tensões induzidas por linhas adjacentes.
- Descargas atmosféricas, mesmo que distantes do local de trabalho.
- Fontes de alimentação de terceiros.
Infelizmente os fatores acima não se constituem em fatos teóricos, ou mesmo impossíveis de ocorrer,
como muitas vezes o homem de manutenção tende a imaginar, pois a prática tem nos mostrado a sua
veracidade através dos inúmeros acidentes que ocorrem anualmente na empresas de energia elétrica. O
aterramento e curto circuitamento temporário, como procuraremos observar a seguir, constitui-se na principal
proteção do homem nos trabalhos em redes desenergizadas, devendo ser considerado portanto, como sua
PRINCIPAL FERRAMENTA DE TRABALHO.
Esta proteção é oferecida pelo conjunto de aterramento e curto circuitamento temporário ao homem
de manutenção através de limitação de tensão no local de trabalho a valores seguros, pelo escoamento das
correntes, em caso de uma energização acidental que pode ocorrer por diversos fatores, conforme
exemplificamos anteriormente.
Entretanto, para que o conjunto de aterramento e curto circuitamento temporário possa oferecer a
máxima proteção, devem ser observados criteriosamente os seguintes requisitos que se constituem no
objetivo principal do presente trabalho.
- Características gerais mínimas.
- Características construtivas e funcionais dos elementos que o compõe.
- Configuração.
- Especificação adequada.
- Sequência e critérios para sua instalação.
- Posicionamento adequado no local de trabalho.
- Manutenção e conservação.
3.2 - Possuir grampos, conectores e cabos, dimensionados para suportar os esforços mecânicos gerados
pelas correntes de curto circuito sem se desprenderem nas conexões ou se romperem.
3.3 - Manter por ocasião da corrente de curto-circuito à terra uma queda de tensão, através do conjunto de
aterramento, não prejudicial ao homem em paralelo com o mesmo.
3.4 - Ser prático e funcional ao serviço de manutenção, porém, observando-se antes de tudo, as
características acima, pois seria uma incoerência com os princípios de segurança, ter um conjunto de
aterramento e curto circuitamento temporário, que não ofereça a proteção adequada.
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4 - CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS E FUNCIONAIS
DOS ELEMENTOS DO CONJUNTO DE ATERRAMENTO
E CURTO CIRCUITAMENTO TEMPORÁRIO.
4.1. VARA OU BASTÃO DE MANOBRA
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Exemplo para dimensionamento do cabo.
Para dimensionarmos o cabo de aterramento e curto circuitamento devemos observar dois fatores
básicos. Condutividade e resistividade, cujos valores serão determinados em função da corrente de curto
circuito máxima do sistema onde será utilizado o conjunto de aterramento e curto circuitamento
temporário.
a) CONDUTIVIDADE
b) RESISTIVIDADE
Considerando o valor altamente seguro de 500 ohms para a resistência oferecida pelo corpo humano,
medida da palma de uma das mãos, à palma da outra mão ou do pé (excluidas as resistências de contato)
e a corrente de 100 mA como a máxima possível de ser suportada pelo homem, num tempo máximo de 30
ciclos, teremos como limite de queda de tensão no local de trabalho 50 volts.
Se temos conhecimento da queda da tensão máxima que pode ocorrer no local de trabalho, o seu valor
nos permite estabelecer a resistência máxima admissível para o conjunto de aterramento e curto
circuitamento temporário, em função da corrente de curto circuito do sistema onde será utilizado.
Assim, no exemplo considerado, com uma corrente de curto-circuito de 10.000 A a resistência máxima
admissível para o conjunto de aterramento e curto circuitamento temporário seria de 0,005 ohms. Ex.: R =
50 V ÷ 10.000 A = 0,005 ohms.
5.2. Apenas como exemplo, apresentaremos a seguir a configuração e diagrama elétrico equivalente dos dois
tipos atualmente mais usados.
C
O
N
F
I
G
U
R
A
Ç
Ã
0
(a)
b) Interligação das fases a um único cabo de descida para terra, com um ponto intermediário de
aterramento na estrutura, jumpeando a área de trabalho.
C
O
N
F
I
G
U
R
A
Ç
Ã
0
(b)
5.3. Conforme pudemos observar nos exemplos acima, na configuração (a) a resistência de terra RT,
encontra-se em paralelo com a resistência do homem RH, enquanto que na configuração (b) a resistência
do homem RH não está em paralelo com a resistência da terra RT.
Analisando estas duas configurações podemos observar, que na configuração (a) o homem está exposto
a uma considerável diferença de potencial, e dependendo da intensidade do fluxo de corrente, bem como
da resistência obtida através do trado de aterramento, a queda de tensão no local de trabalho poderá
atingir índices elevados, podendo consequentemente provocar um acidente de graves porporções.
Na configuração (b) o homem está em paralelo apenas com o jumper de aterramento exposto portanto a
uma pequena diferença de potencial.
Assim, no caso de um eventual fluxo de corrente, desde que o Conjunto de Aterramento e Curto
Circuitamento Temporário esteja bem dimensionado, o nível de corrente que circula pelo corpo humano
será mínimo, o que vale dizer que neste caso, o homem de manutenção está melhor protegido.
Nota: Vide a partir da página 10, artigo mais detalhado relativo a configuração de Conjunto de
Aterramento e Curto Circuitamento Temporário.
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6 - ESPECIFICAÇÃO DO CONJUNTO DE ATERRAMENTO
E CURTO CIRCUITAMENTO TEMPORÁRIO.
6.1. Para especificarmos adequadamente o Conjunto de Aterramento e Curto Circuitamento Temporário,
além da necessidade do conhecimento das características técnicas de seus componentes, temos que
estar cientes de alguns detalhes fundamentais da instalação elétrica onde o mesmo será utilizado, a
saber:
a) Nível de tensão.
6.2. Caso o cliente prefira que o conjunto seja especificado pelo fabricante ou fornecedor, além dos detalhes
acima deverá informar ainda:
b) Tipo de bastão isolante, se fixo ao grampo de condutor ou separado, e qual o comprimento que deverá
ter, entretanto, nunca inferior a 1.250mm para redes de distribuição de 13,8kV.
6.3. Listamos a seguir os elementos que compõem o Conjunto de Aterramento e Curto Circuitamento
Temporário, os quais deverão ser escolhidos de tal forma, que suas características atendam as
necessidades mínimas, para propiciar a máxima segurança ao homem de manutenção na instalação
elétrica onde será utilizado.
ITEM 04 - 01 pç - Trapézio tipo sela, para formação do ponto intermediário de terra na estrutura.
ITEM 05 - 05 pç - Grampo de terra, sendo duas peças para conexão ao trapézio tipo sela, 2 peças para
conexão no neutro e uma peça para conexão ao trado de aterramento.
ITEM 06 - 01 pç - Trado de aterramento em copperweld, com ponta rosqueável e punho desmontável em latão
de diâmetro de 17 ± 1mm, comprimento 1.500mm.
ITEM 07 - 16m - Cabo de cobre eletrolítico, ultra-flexível, nº 2 AWG, com isolamento em PVC transparente,
600 V, sendo 2 lances de 2 metros para interligação das fases, um lance de 2 metros para
interligação das fases ao neutro, 1 lance de 2 metros para interligação do neutro ao trapézio
tipo sela e 1 lance de 8 metros para interligação do trapézio tipo sela ao trado de aterramento.
OBSERVAÇÕES:
1) A bitola e/ou comprimento do cabo poderá varias de acordo com as características construtivas e nível de
curto-circuito da linha onde será utilizado o Conjunto de Aterramento e Curto Circuitamento Temporário.
É importante lembrar que o comprimento do cabo deverá ser o mínimo necessário, devendo-se evitar
sobras excessivas, que além de acarretar em maior resistência do conjunto, poderá ainda atingir o
eletricista, em consequência do esforço mecânico, gerado pelo curto-circuito.
2) Opções, características técnicas e demais detalhes dos materiais acima, necessários à correta
especificação do conjunto, poderão ser obtidos no catálogo RITZ DO BRASIL de Aterramento e Curto
Circuitamento Temporário.
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7 - SEQUÊNCIA E CRITÉRIOS DE INSTALAÇÃO DO
CONJUNTO DE ATERRAMENTO E CURTO
CIRCUITAMENTO TEMPORÁRIO.
7.1. A instalação do conjunto de aterramento e curto circuitamento temporário constitui-se numa prática
bastante simples, todavia merece todo o cuidado e deve ser executada com perfeição.
Apresentamos a seguir a sequência e procedimentos mínimos necessários para que o conjunto seja
devidamente instalado, e propicie a proteção necessária ao pessoal envolvido.
7.1.1. Verificar as condições do conjunto através de uma inspeção visual de seus componentes,
principalmente quanto a limpeza da superfície de contato dos grampos e bom estado das
conexões.
7.1.3. Com o detetor de tensão acoplado em uma vara ou bastão de fiberglass, de comprimento
adequado, aproximá-lo a cada um dos condutores, para certificar-se da inexistência de tensão nos
mesmos.
7.1.5. Conectar o grampo de terra ao trado com um bom aperto, da ordem de 2,5 DaN/M.
7.1.6. Instalar o trapézio tipo sela no poste e em seguida fazer a conexão do grampo do cabo de terra no
mesmo, completando o seu jumpeamento com o trado.
7.1.7. Fixar no trapézio tipo sela o grampo do cabo que irá interligá-lo com a linha.
7.1.8. Com o bastão ou vara de fiberglass elevar o conjunto, procedendo-se como no trabalho em linha
viva, aproximando-o cuidadosamente até que o mesmo toque a fase central.
Se não for observada nenhuma irregularidade, proceder a conexão do grampo. Em seguida efetue
a conexão dos outros grampos, um de cada vez, a cada uma das fases laterais, sempre com o
auxílio do bastão isolado, mantendo a devida distância dos condutores.
7.1.9. A retirada do conjunto deve ser procedida em operação inversa à sua instalação.
7.2. PRECAUÇÕES
7.2.1. O detetor de tensão deve ser testado antes e após sua utilização.
7.2.2. Os grampos de condutores nunca devem ser instalados sobre alças, armações pre-formadas, etc.
Sua conexão deve ser diretamente com o condutor.
7.2.3. Ao instalar o grampo no condutor efetuar um pequeno aperto e movimentá-lo, para limpeza da
superfície de contato. Em seguida efetue a conexão definitiva.
7.2.4. Verifique sempre a existência de circuito com tensão próximo, ou cruzando a rede a ser aterrada.
Caso exista, principalmente cruzamento, a linha a ser aterrada deve ser protegida nestes pontos
com coberturas adequadas.
7.2.5. Uma linha somente deverá ser considerada desenergizada após devidamente aterrada.
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8 - POSICIONAMENTO DO CONJUNTO DE ATERRAMENTO
E CURTO CIRCUITAMENTO TEMPORÁRIO.
8.1. Conforme já observamos anteriormente, a prática ideal de aterramento e curto circuitamento temporário,
seria a de jumpear o local de trabalho. Por isso mesmo o conjunto deve ser instalado, sempre que
possível, na estrutura onde será executado o serviço.
Neste caso, não havendo necessidade de abertura de jumpers, chaves, etc., apenas um conjunto é
suficiente para oferecer a proteção adequada.
8.2. Não sendo possível a instalação do conjunto na estrutura de trabalho, deverão ser usados tantos
conjuntos quanto se fizerem necessários para isolar a zona de trabalho, os quais deverão ser instalados
nas estruturas mais próximas, em tantos quantos lados de fonte e de carga hajam.
8.3. Apresentamos a seguir, esquemas unifilares de dois casos típicos de pontos da linha ou rede a serem
aterrados, caso não seja possível a instalação do conjunto na estrutura de trabalho.
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9 - MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO DO CONJUNTO DE
ATERRAMENTO E CURTO-CIRCUITAMENTO
TEMPORÁRIO.
9.1. Certos cuidados devem ser tomados com o conjunto de aterramento temporário para tê-lo sempre pronto
para o uso.
O cuidado adequado resultará não somente em vida prolongada do equipamento, como também
proporcionará maior segurança e inspirará maior confiança no pessoal que o utiliza.
9.2. Anualmente deve ser feito um teste de continuidade condutiva do cabo de aterramento, incluindo
conectores e grampos, de modo a ser comprovado se a sua resistência ôhmica está dentro dos valores
máximos permissíveis.
9.3. Antes de cada utilização do equipamento, deve-se verificar se existem fios partidos ou danos físicos no
cabo, principalmente próximo aos conectores.
9.4. A conexão entre os cabos e os grampos deve ser rígida e limpa. As áreas de contato devem ser limpas
frequentemente.
9.5. Limpeza dos bastões isolantes e inspeção quanto a existência de fissuras ou outros danos, além de
ensaio periódico de verificação do isolamento.
9.6. O conjunto de Aterramento e Curto Circuitamento Temporário deve ser manuseado, armazenado e
transportado com o mesmo cuidado que se deve ter com equipamento para trabalho em linha energizada.
Os seus cabos e grampos devem ser depositados sobre uma lona estendida no chão, antes de sua
conexão ao sistema a ser aterrado, de forma a não sofrerem os efeitos de seu contato direto com o solo.
9.7. Todo conjunto de Aterramento e Curto Circuitamento Temporário que for submetido a uma corrente de
curto-circuito, não deverá ser novamente utilizado para fins de aterramento.
CABEÇOTE UNIVERSAL
PESO APROX.
REF. DE CAT. DESCRIÇÃO (kg)
Cabeçote universal em liga de bronze -
CS-U alumínio, para ser colado em ponta de 0,30
vara de manobra.
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POR QUÊ O ATERRAMENTO E CURTO CIRCUITAMENTO
TEMPORÁRIO É VITAL PARA A SEGURANÇA DO
ELETRICISTA?
Traduzido da Revista Chance Tips - Vol. 51 - nr. 3
Dez. 90 e do Bulletin-Chance-9-9002 GE.
Sucessora da RITZ-CHANCE