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Matemática Básica - UVB

Aula 8
Derivadas das funções III

Objetivos da Aula

Ao final dessa aula, os alunos devem ser capazes de:

•Derivar funções elementares utilizando regras de derivação;


•Calcular derivadas utilizando a regra da cadeia; e
•Calcular derivadas de ordem superior.

Regras de Derivação
Foi visto nas aulas anteriores a definição de derivada e algumas de
suas aplicações. No entanto, nem sempre é prática a aplicação de
limites para a derivada de cada função. Abaixo estão relacionadas
uma série de regras de derivação, as quais facilitarão o trabalho de
derivar funções.

a) Regras de Derivação de Funções Elementares

Como o próprio nome diz, as regras a seguir são de derivação de funções


elementares. Utilizadas em conjunto com as Regras Básicas de Derivação
apresentadas a seguir, pode-se derivar qualquer função elementar.

Nota: em todos os casos abaixo, f ’(x) representa a derivada de f(x) em


relação à x:

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Nota: n, p, q são inteiros. q 0. a e k = constantes reais.

Nota: “e” é a base do logaritmo neperiano: e = 2,718282

Derivada de uma função constante:

Derivada da função identidade:

Derivada da função quadrática:

Derivada da função potência:

Derivada da função inversa:

Derivada de potência com expoente negativo:

Derivada de raiz n-ésima:

Derivada de potência com expoente racional:

Derivada da função exponencial:

Derivada da função exponencial de base a:

Derivada da função logaritmo neperiano:

Derivada do logaritmo de base 10:

Derivada da função seno:

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Derivada da função coseno:

Derivada da função tangente:

Derivada da função secante:

Derivada da função cotangente:

Derivada da função cosecante:

b) Regras Básicas de Derivação

As regras a seguir estabelecem uma série de orientações de como


proceder no caso de composição de funções elementares. Antes
de derivar é útil, se for possível, transformar a função em forma de
uma soma: abrir os parênteses, separar a parte inteira de polinômios,
aplicar logaritmos à expressão etc.

Derivada de constante vezes função: [kf(x)]’ = kf ’(x)


Derivada da soma: f(x) = u(x) + v(x) => f ’(x) = u’(x) + v’(x)
Derivada da diferença: f(x) = u(x) - v(x) => f ’(x) = u’(x) - v’(x)
Derivada do produto: f(x) = u(x) • v(x) => f ’(x) = u’(x) •v(x) + u(x) • v’(x)
Derivada de

Derivada do quociente:

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A regra da cadeia e derivadas de ordem superior


Em certos casos precisamos compor determinadas funções.
Nesta Seção, por exemplo, vamos atacar o problema de derivar a
composição de funções diferenciáveis. Apenas, para se ter uma idéia
mais precisa do assunto, consideremos o exemplo de um ponto (x,y)
se movendo no plano xy sobre a curva de modo que sua
abscissa percorre o eixo x, obedecendo à lei horária .

Assim, a abscissa é crescente com o tempo (isto é, x se movimenta


sempre na direção positiva), enquanto que a ordenada y descreve
um movimento oscilatório regido pela lei .

Fixemo-nos então na ordenada y. Podemos logo perceber que o ponto


em questão está se movendo sobre o gráfico da função coseno, isto
se considerarmos o movimento de sua projeção ortogonal no eixo y.

No instante t, qual é a velocidade v(t) da ordenada y?

Considerando v(t)=dy/dt, teremos a necessidade de calcular a


derivada obtida a partir da composição da função coseno, a qual
podemos obter com a seguinte função:

.
Veja que é a proposição abaixo, ou seja, a regra da cadeia, que nos
fornece a ferramenta para tratarmos justamente deste problema.

Teorema (Regra da Cadeia)


Seja y= f(x) diferenciável em a, e z= g(y) diferenciável em b=f(a), então
podemos dizer que z=g(f(x)) é diferenciável em a (ou seja,
é diferenciável em a) ou, numa notação mais
sugestiva (como se cancelássemos os dy’s):

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Prova. Para provar a validade do atestamos, vamos definir a função


auxiliar

Como ,concluímos que h é contínua em b e ainda temos


para todo y:

h(y)(y-b)=g(y)-g(b)-g’(b)(y-b).

Assim,

e, ao considerarmos y= f(x), b= f(a), vamos obter:

No entanto, dividindo-se por x-a, e tomando-se os limites para x ->a,


chegamos finalmente à seguinte equação :

Observe que a fórmula usada para chegarmos à regra de diferenciação


de potências com expoentes racionais é, obviamente, um caso
particular da regra da cadeia.

Exemplo1:

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Donde, (dy/dx) x=0 = 6.

A partir de tudo que isto que vimos, você já se encontra em condições


de calcular a velocidade da ordenada daquele ponto se movendo
sobre o gráfico do coseno, conforme a descrição dada no inicio desta
Seção. Procure então fazer este cálculo para tentar assimilar melhor os
conceitos de derivadas propostos a partir desta aula.

Se uma função f é derivável num conjunto , fica então definida


uma outra função f’ em A, a qual se associa a cada ponto
à derivada de f em x.

Derivadas de Ordem Superior


Definição 1: Uma função y=f(x) de A em R é dita duas vezes
diferenciável, se a função derivada f’(x) for diferenciável em
A. Neste caso, a derivada de f’(x), , é chamada de derivada
segunda (ou derivada de ordem 2) de f em x, e é denotada por f’’(x).

Nas condições da Definição 1 também se usam as seguintes


notações para a derivada segunda de f:

Procedendo-se sucessivas vezes de modo inteiramente análogo,


chegamos à definição de função n vezes diferenciável e de derivada
n-ésima. Isto é:

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Definição 2 Para n pertencente à N, tendo definida uma função f (n-


1) vezes diferenciável em , e diz-se que f é n vezes diferenciável
em A, se a função f for também diferenciável em A. Neste caso,
(n-1)

é chamada de derivada n-ésima de f, ou simplesmente derivada de


ordem n.
Neste caso, também se usam as notações:

para a derivada n-ésima de y=f(x).

Exemplo 2:

(1) Se , então f’’(0)=2. De fato, ‘


‘‘ , portanto, f’’(0)=2.

4 2 3 2 (3)
(2) Se f(x)=x -5x +3, então f’(x)=4x -10x, f’’(x)= 12x -10, f (x)=24x,
(4)
f (x)=24, ...

Derivada de funções implícitas


Encerremos esta Seção, considerando-se um método bastante
importante para calcular certas derivadas: as derivadas de funções
definidas implicitamente.

Uma equação em duas variáveis x e y pode definir y como função de


x, pelo menos para x e y restritos a convenientes subconjuntos de R.

Por exemplo, a equação


x +y =1,

para -1<x<1, pode definir y como função de x de duas maneiras:

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Quando y é definido implicitamente como função de x, nem


sempre é possível explicitar a função, como fizemos acima. É sabido,
por exemplo, que a equação define y como função
de x, quando x varia em uma vizinhança de 0, e y varia em uma
vizinhança de 1. Isto é, para cada x em alguma vizinhança de 0, isto
se considerarmos a equação em apreço como uma equação em y,
sabe-se que esta função tem uma única solução y(x) pertencente a
uma certa vizinhança de 1. Contudo, não dá para exibir tal solução.

Saber quando uma equação em x e y define uma variável como


função da outra é uma questão muito importante. Por isso, será
também objeto de nosso interesse no futuro. Por ora, estamos
interessados em um problema bem mais simples: admitindo-se
que a equação define y como função de x, queremos calcular sua
derivada y’.

A melhor maneira de entender este método é empregar alguns


exemplos. Assim, para obtermos a derivada y’ de y, como função de
x definida implicitamente, derivamos os dois membros de:

Derivada de x2 em relação à x: f(x) = x2 =>

Derivada de y2 em relação à x: f(y) = y2 => * * ‘

Logo a derivada de x2 + y2 =0 será: 2x + 2y * y’ = 0 => ‘

Conclusão
Encerrando a nossa série de três aulas sobre Derivada das Funções,
espero que tenhamos conseguido atingir nosso objetivo de revisão,
e que ela sirva como reforço às bases de formação no que concerne
às habilidades e competências que são propostas dentro do nosso
conceito de Projeto Interdisciplinar.

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Referências Bibliográficas
HARIJI, Seiji & ABDOUNUR, Oscar J. Matemática Aplicada:
Administração, Economia, Contabilidade. São Paulo: Saraiva, 1999.

MEDEIROS DA SILVA, Sebastião et alii. Matemática para os cursos de


Economia, Administração, Ciências Contábeis. v. 1. 5 ed. São Paulo:
Atlas, 1999.

Bibliografia Complementar
BARBANTI, Luciano & MALACRIDA JR., Sergio A. Matemática Superior:
Um primeiro curso de cálculo. São Paulo: Pioneira, 1999.

Sugestões Bibliográficas
HUGHES-HALLET, Débora, GLEASON, M. Andrew. Cálculo e Aplicações.
São Paulo: 1999.

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