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NUTRILATINA LABORATÓRIOS

MECANISMOS FISIOLÓGICOS DA
REDUÇÃO DE GORDURA CORPORAL

CURITIBA
2008
SUMÁRIO

1 Processo de Digestão e Absorção de Lipídios (Gorduras)............................ 03


2 Transporte e Acúmulo de Gorduras Corporais............................................... 05
3 Depósitos Adiposos (Gorduras Corporais)..................................................... 06
4 Utilização de Gorduras Corporais para Fornecimento Energético................. 07
5 Influência da Leptina no Controle do Peso..................................................... 08
6 Influência do Óleo de Cártamo nos Fatores relacionados à Redução de
Gordura Corporal............................................................................................... 08
7 Contribuição da Redução de Gordura para a Definição Corporal.................. 18
8 Inconvenientes dos Processos Cirúrgicos para o Tratamento do Excesso
de Peso e Redução de Gordura Corporal......................................................... 19
9 Conclusão....................................................................................................... 21
10 Anexos.......................................................................................................... 23
11 Referências.................................................................................................. 26

2
MECANISMOS FISIOLÓGICOS DA REDUÇÃO DE GORDURA CORPORAL

1 Processo de Digestão e Absorção de Lipídeos (Gorduras)

A digestão da gordura é iniciada no estômago com a ação da lípase gástrica


(tributirinase), que hidrolisa alguns ou parte dos trigicerídeos de cadeia curta em ácidos
graxos e glicerol. Entretanto, a parte principal da digestão de gorduras acontece no
intestino delgado. A entrada da gordura estimula a liberação de enterogastrona, que
atua inibindo a secreção e motilidade gástricas diminuindo, desta forma, a liberação de
lipídeos para o duodeno. Os produtos da digestão de gorduras inibem o processo
digestivo; portanto, é necessário permitir um tempo suficiente para a remoção do
material digerido do duodeno para que então a digestão possa prosseguir. Como
resultado, uma porção de uma refeição gordurosa pode permanecer no estômago por
até 4h ou mais. 34, 35, 36, 37

A ação peristáltica do intestino delgado quebra os glóbulos maiores de gordura


em partículas menores e a ação emulsificante da bile as mantém separadas e,
portanto, mais acessível para a digestão pela lípase pancreática. A bile é uma secreção
do fígado, composta de ácidos biliares (ácidos glicólico e taurocólico), pigmentos
biliares (que dão cor às fezes), sais orgânicos, algumas proteínas, colesterol, lecitina e
vários componentes, assim como drogas desintoxicadas que são metabolizadas e
secretadas pelo fígado. De seu órgão de armazenamento, a vesícula biliar, cerca de 1l
é secretado diariamente em resposta ao estímulo do alimento no duodeno e
estômago.34, 35, 36, 37

Os ácidos graxos livres e monossacarídeos produzidos pela digestão formam


complexos com os sais biliares chamados micelas. As micelas facilitam a passagem
dos lipídeos através do meio aquoso do lúmen intestinal para a borda em escova. Os
sais biliares são então liberados de seus componentes lipídicos e retornam ao lúmen
intestinal. A maioria dos sais biliares é ativamente reabsorvida no íleo terminal e é
reciclada de volta para o fígado para entrar no intestino através da vesícula biliar. Essa
eficiente reciclagem é conhecida como a circulação entero-hepática. O “pool” de ácidos

3
biliares pode circular por qualquer lugar de 3 a 15 vezes ao dia, dependendo da
quantidade de alimentos que foi ingerida. 34, 35, 36, 37

Na célula mucosa, os ácidos graxos e monoglicerídeos são reunidos em novos


triglicerídeos. Poucos deles são posteriormente digeridos em ácidos graxos livres e
glicerol e então reunidos para formarem triglicerídeos. Estes, juntos com o colesterol e
os fosfolipídeos, são circundados por uma membrana envolvente de beta-lipoproteína,
formando quilomícrons. Os glóbulos passam por canais lácteos das vilosidades por um
processo de exocitose. Os quilomícrons são transportados pelos vasos linfáticos para o
ducto torácico e são esvaziados na corrente sanguínea na junção das veias jugular
interna esquerda e subclávia esquerda. Os quilomícrons são então carregados para o
fígado onde os triglicerídeos são reagrupados em lipoproteínas e transportados
principalmente para o tecido adiposo para metabolismo e armazenagem.34, 35, 36, 37

O colesterol é absorvido de uma maneira similar após ter sido hidrolisado de sua
forma éster pela esterase colesterol pancreática. As vitaminas lipossolúveis A, D, E e K
também são absorvidas a partir de um quadro micelar, embora as formas
hidrossolúveis das vitaminas A, E e K e caroteno possam ser absorvidas na ausência
de ácidos biliares.34, 35, 36, 37

Sob condições normais, cerca de 97% da gordura ingerida é absorvida nos


vasos linfáticos. Devido a sua extensão mais curta e, portanto, à solubilidade
aumentada, os ácidos graxos de 12 carbonos ou menos podem ser absorvidos
diretamente nas células mucosas sem a presença da bile e da formação de micelas.
Após entrarem na célula mucosa, vão diretamente sem esterificação para a veia porta,
que os carrega para o fígado.34, 35, 36, 37

Esta capacidade dos ácidos graxos de cadeia média é clinicamente útil. Alguns
indivíduos não podem absorver eficientemente os tipos comuns de gordura dietética
(triglicerídeos de cadeia longa), porque apresentam ausência dos sais biliares
necessários para a formação micelar ou dos meios para transportar triglicerídeos para
fora das células epiteliais intestinais para os linfáticos, como em uma

4
abetalipoproteinemia. Nestes casos, os triglicerídeos de cadeia média, com uma
extensão da cadeia de ácidos graxos entre C8 e C10, que desviam a formação micelar
e de quilomícrons, são utilizados para a gordura dietética. Um aumento na motilidade,
alterações na mucosa intestinal, insuficiência pancreática ou ausência de bile diminuem
a absorção de gordura.34, 35, 36, 37

As tabelas 1, 2 e 3 ilustram respectivamente: o Resumo da Digestão e Absorção


enzimática; as Funções Importantes dos Hormônios Gastrointestinais; e os Locais de
secreção e Absorção no Trato Gastrointestinal.

2 Transporte e Acúmulo de Gorduras Corporais

Quase todos os lipídeos da dieta são absorvidos a partir da mucosa intestinal


para o sistema linfático. Apenas os ácidos graxos de cadeia média são absorvidos
diretamente no sangue portal, assim desviando do sistema linfático. Os lipídeos da
dieta são carregados na linfa como partículas de quilomícrons de triglicerídeos,
colesterol e fosfolipídeos – com uma pequena quantidade de proteína (principalmente
apolipoproteínas A e B-48) absorvidos para suas camadas externas. Os quilomícrons
são tão grandes que fazem o plasma parecer leitoso depois de uma refeição com alto
teor de gordura.35, 38

Dentro de poucas horas após a alimentação, a maior parte dos quilomícrons foi
removida do sangue pela ação da lípase lipoprotéica (LPL), uma enzima localizada nas
células endoteliais que reveste os capilares em muitos tecidos. Pós-prandialmente, a
LPL do tecido adiposo é mais ativa; durante o jejum, a atividade da LPL nos músculos
aumenta. A LPL hidrolisa os triglicerídeos e fosfolipídeos em ácidos graxos, glicerol e
substâncias que contém fósforo, todos sendo pequenos o suficiente para passar para
as células. Dentro da célula, eles são reesterificados em triglicerídeos e fosfolipídeos
para armazenamento. Os remanescentes de quilomícrons são captados por receptores
do fígado que reconhecem a apolipoproteína B-48, e então são catabolizados. Os

5
quilomícrons também trocam fosfolipídeos, colesterol e apolipoproteínas por
35, 38
lipoproteínas de alta densidade.

A maior parte da energia dos lipídeos no organismo é transferida para os tecidos


na forma de ácidos graxos livres (FFA), que são libertados das células adiposas em um
processo conhecido como lipólise. Os FFA são insolúveis em água e o seu transporte é
dependente da albumina, a qual eles se liga avidamente. A albumina pode ser um,
importante instrumento no transporte dos FFA no espaço intersticial, tanto quanto no
plasma.35, 38

As reservas energéticas de lipídeos são armazenadas no tecido adiposo. A


maior parte das células adiposas dos seres humanos é encontrada em tecidos
subcutâneos (50%), em volta dos órgãos internos na cavidade abdominal (45%) e no
tecido intramuscular (5%). Essas células adiposas podem armazenar até 95% do seu
volume como triglicerídeos. O armazenamento de gordura não é estático; ainda que o
total seja o mesmo, os triglicerídeos estão em um estado constante de mudanças.35, 38

3 Depósitos Adiposos (Gorduras Corporais)

A gordura é armazenada em grandes quantidades em dois tecidos principais do


organismo: o tecido adiposo e o fígado. Em geral, o tecido adiposo é denominado
depósito de gordura.

A principal função do tecido adiposo consiste em armazenar triglicerídeos até


que se tornem necessários para o suprimento de energia em outras partes organismo.
Todavia, uma função subsidiária é proporcionar isolamento térmico ao organismo.34

6
4 Utilização de Gorduras Corporais para Fornecimento Energético

Quando os ácidos graxos são necessários para energia, os triglicerídeos –


primeiramente no tecido adiposo – são hidrolisados em ácidos graxos e glicerol sob a
orientação da lípase hormônio sensível. Os ácidos graxos livres (FFA) e o glicerol são
liberados da célula adiposa. Na corrente sanguínea, os FFA se unem a albumina para
o transporte. Ainda que uma grande quantidade de ácidos graxos seja transportada
nessa forma, o seu nível no plasma permanece baixo porque o fígado os capta muito
rapidamente.35

O glicerol difunde-se novamente no plasma porque ele pode ser oxidado para
energia apenas no fígado e células renais. Neste lugar ele é convertido em
glicerofosfato e reincorporado em triglicerídeos ou então, mais provável, convertido em
glicose.35

No fígado, os ácidos graxos são metabolizados pela beta-oxidação (o carbono


beta é o segundo a partir do carbono carboxílico), durante o qual a cadeia é encurtada
em dois carbonos de uma vez. Conforme a oxidação procede o ácido acético e uma
cadeia menor de ácido graxo são formados. O produto final da reação é o acetil-CoA,
que então se combina com o ácido oxaloacético e entra no ciclo do ácido cítrico. O
oxigênio deve estar disponível para a beta-oxidação. Numa situação anaeróbia, como
em curtos picos de exercício intenso, o catabolismo é interrompido.35

A carnitina é necessária para a oxidação de ácidos graxos de cadeia longa na


medida em que ela facilita a transferência de acil-CoA graxo do citoplasma através da
membrana mitocondrial. Uma vez dentro da mitocôndria, o acil-CoA graxo regenera
enzimaticamente e prossegue a beta-oxidação. A carnitina é liberada e sai da
mitocôndria para continuar com o processo de transporte.35

7
5 Influência da Leptina no Controle do Peso

Vários hormônios possuem papel fundamental na manutenção do peso


corpóreo. A leptina é um peptídeo secretado pelos adipócitos, que parece ser
importante na regulação da quantidade de gordura corporal. A concentração de leptina
é proporcional ao número e tamanho dos adipócitos. No entanto, como há variação nas
concentrações de leptina, mesmo entre indivíduos com semelhante composição
corporal, acredita-se que existam outros fatores que influenciem as concentrações
plasmáticas de leptina. Um estudo foi publicado com o objetivo de examinar se as
modificações de estilo de vida afetariam as concentrações plasmáticas de leptina.
Participaram da pesquisa 186 homens com síndrome metabólica e sedentários, que
foram divididos em quatro grupos: um grupo controle, um grupo sob intervenção
dietética, um submetido a programa de exercícios físicos e o quarto grupo combinando
dieta hipocalórica e exercícios. Dados demográficos, de ingestão dietética e de nível de
atividade física foram coletados, e foram mensuradas as concentrações plasmáticas de
leptina antes e após o período de intervenção de um ano. As concentrações de leptina,
o IMC e a gordura corporal diminuíram, em associação com a redução da ingestão
dietética e o aumento de atividade física. As modificações de estilo de vida a longo
prazo, com a diminuição da ingestão de lipídeos e o aumento de atividade física,
reduziram as concentrações plasmáticas de leptina. Essa alteração reflete,
possivelmente, um efeito direto da dieta e do exercício físico sobre as concentrações
plasmáticas de leptina. 42

6 Influência do Óleo de Cártamo nos Fatores Relacionados à Redução de


Gordura Corporal

O cártamo (Carthamus tinctorius - Safflower – Família Compositae) é uma planta


oleaginosa cultivada na Ásia antes da Era Cristã. Atualmente, os principais produtores
mundiais de cártamo são China, Egito, Estados Unidos, Índia, México e Rússia.

8
Inúmeros artigos científicos são publicados periodicamente, em bases de dados
científicos, apresentando os diversos benefícios atribuídos ao Carthamus tinctorius.
Seguem abaixo algumas citações dessas publicações:

Os autores SHIMOMURA et al realizaram no Japão, em 1990, o estudo “Less


Body Fat Accumulation in Rats Fed a Safflower Oil Diet Than im Rats Fed a Beef
Tallow Diet” que teve duração de 17 semanas e envolveu um teste com amostra de
n=32 dividido em dois grupos onde um consumiu safflower oil (óleo de cártamo) e o
outro gordura bovina. Os resultados sugeriram que o consumo de óleo de cártamo
aumenta a atividade da lipoproteína lípase resultando em elevação da taxa de oxidação
de gordura e na redução dos níveis séricos de triglicerídeos. 1

Na Filadélfia, em 1991, os autores HALMINSKI et al realizaram o estudo


“Differential Effects of Fish Oil, Safflower Oil and Palm Oil on Fatty Acid Oxidation and
Glycerolipid Synthesis in Rat Liver“ onde a amostra de n=45 foi dividida em três grupos
de 15. Receberam uma dieta com 10% de óleo de peixe (grupo 1) ou óleo de cártamo
(safflower oil) (grupo 2) ou óleo de palma (grupo 3). O resultado da conclusão mostrou
que a ingesta dietética de óleo de cártamo reduz os níveis de triglicerídeos no plasma e
aumenta a oxidação lipídica mitocondrial. 2

O estudo “Constrasting Effects of Fish Oil and Safflower Oil on Hepatic


Peroxisomal and Tissue Lipid Content”, com duração de 21 dias, realizado pelos
autores NESCHEN et al, nos Estados Unidos em 2001, envolveu uma amostra com
n=30 divididos em três grupos de 10, sendo um grupo controle, um grupo ingerindo
óleo de cártamo (safflower oil) e um grupo ingerindo óleo de peixe. Os resultados
sugeriram que o consumo de óleo de cártamo reduz níveis de triglicerídeos por
promover aumento da capacidade de beta-oxidação hepática. 3

Em 1991, nos Estados Unidos, os autores WARDLAW et al realizaram o estudo


“Serum Lipid and Apolipoprotein Concentrations in Healthy Men on Diets Enriched im
Either Canola Oil or Safflower Oil” que envolveu 16 homens e teve duração de 11
semanas, onde nas 3 primeiras semanas os participantes consumiram a dieta típica

9
americana e nas 8 semanas subseqüentes foram divididos em dois grupos de 8
homens, um consumindo óleo de cártamo (safflower oil) e outro consumindo óleo de
canola. Os resultados do estudo sugeriram que a ingestão de óleo de cártamo reduz os
níveis séricos de colesterol LDL. 4

Os autores COX et al realizaram na Nova Zelândia, em 1995, o estudo “Effects


of Coconut Oil, Butter, and Safflower Oil on Lipids and Lipoproteins in Persons with
Moderately Elevated Cholesterol Levels” que envolveu 28 participantes, sendo 13
homens e 15 mulheres, de idade entre 29 e 67 anos. O estudo teve durabilidade total
de 24 semanas onde nas 6 primeiras semanas consumiram dieta típica e nas 18
semanas subseqüentes foram divididos em 3 grupos rotativos que passaram por cada
um dos três consumos diferentes (gordura de coco, manteiga e óleo de cártamo)
durante 6 semanas em cada consumo. No final do estudo a conclusão mostrou que a
ingestão de óleo de cártamo reduz os níveis séricos de colesterol LDL. 5

O estudo “Effects of Dietary Coconut Oil, Butter and Safflower Oil on Plasma
Lipids, Lipoproteins and Lathosterol Levels” realizado na Nova Zelândia em 1998 pelos
autores SUTHERLAND et al envolveu 41 pessoas, sendo 24 homens e 17 mulheres
com idade entre 19 e 72 anos. O estudo foi executado seguindo por três períodos
consecutivos de 6 semanas incluindo dietas ricas em manteiga ou gordura de coco ou
óleo de cártamo. Os resultados apresentados sugerem que a ingestão de óleo de
cártamo reduz os níveis séricos de colesterol LDL. 6

O estudo “Interrelated Effects on Dietary Fiber and Fat on Lymphatic Cholesterol


and Triglicéride Absorption in Rats” realizado pelos autores IKEDA et al, no Japão, em
1989, testou o efeito da combinação das fibras Goma guar, Celoluse e Quitosana com
os óleos de cártamo, cártamo rico em ácido oléico e palma. O resultado do estudo
sugeriu que a combinação de Quitosana com óleo de cártamo é a que apresentou os
melhores resultados na redução da absorção de colesterol. 7

O estudo “Dietary Safflower Phospholipid Reduces Liver Lipids in Laying Hens”


realizado pelos autores AN et al, no Japão, em 1997, envolveu uma amostragem n=28

10
dividida em quatro grupos de 7, sendo que o grupo um consumiu dieta com gordura
bovina, o grupo dois consumiu dieta com óleo de cártamo e óleo de palma, o grupo três
consumiu dieta com óleo de cártamo bruto e o grupo quatro consumiu óleo de cártamo
purificado. Os resultados demonstraram que as dietas com presença de óleo de
cártamo podem reduzir os níveis séricos de triglicerídeos e colesterol LDL sem efeitos
adversos. 8

Os autores NABER et al no estudo “Patterns of Lipogenesis in Laying Hens Fed


a High Fat Diet Containing Safflower Oil”, realizado em Columbus no ano de 1989,
analizaram uma amostragem de n=6 dividida em dois grupos de 3, sendo um grupo
controle e um grupo ingerindo óleo de cártamo. Os resultados de estudo concluíram
que o consumo de óleo de cártamo reduz a síntese de triglicerídeos.9

O estudo “Effect of Fish Oil in Lipoproteins, Lecithin: Cholesterol Acyltransferase,


and Lipids Transfer Protein Activity in Humans” realizado pelos autores ABBEY et al, na
Austrália, em 1990, envolveu 33 homens divididos em três grupos, sendo que o
primeiro grupo ingeriu dieta com óleo de cártamo, o segundo grupo consumiu dieta
com óleo de linhaça e o terceiro grupo ingeriu dieta com óleo de peixe. O resultado do
estudo sugeriu que a dieta com o óleo de cártamo é a que apresentou os melhores
resultados na redução dos níveis séricos de colesterol LDL. 10

Os autores NICOLOSI et al realizaram no ano de 1976, em Boston, o estudo “Effect of


Dietary Fat on Hepatic Metabolism of C-Oleic Acid and Very Low Density Lipoprotein
Triglyceride in the Gerbil” onde selecionaram uma amostra de n=20 dividida em dois
grupos de 10. O estudo teve duração de 6 semanas sendo que um grupo ingeriu
gordura de coco e outro grupo ingeriu óleo de cártamo (safflower oil). Os resultados do
estudo sugeriram que o consumo de óleo de cártamo diminui níveis de VLDL e
Triglicerídeos principalmente quando comparado com óleo de coco. 11

O estudo “Dietary Fat and Cholesterol and Serum Cholesterol in the Gerbil”
realizado pelos autores HEGSTED et al em Boston publicado no ano de 1967, mostra
os resultados da experiência realizada onde a amostragem de n=18 foi dividida em três

11
grupos de 6, sendo que o grupo 1 foi submetido ao consumo de óleo de cártamo, o
grupo 2 foi submetido ao consumo de azeite de oliva e o grupo 3 foi submetido ao
consumo de gordura de coco. Os resultados sugeriram que o consumo de óleo de
cártamo auxilia na redução dos níveis séricos de colesterol e resulta em resistência no
desenvolvimento de aterosclerose. 12

Os autores MORGAN et al no estudo “Effect on Serum Lipids of Addition of


Safflower oil or Olive to very-low-fat Diets Rich in Lean Beef”, realizado na Autrália em
1993, analisaram alguns sujeitos divididos em dois grupos, sendo que o grupo 1 foi
submetido à dieta com consumo de carne magra com safflower (óleo de cártamo) e o
grupo 2 foi submetido á dieta com consumo de carne magra com azeite de oliva. Os
resultados do estudo sugeriram que a ingestão de óleo de cártamo reduz os níveis
séricos de colesterol LDL. 13

O estudo “Influence of dietary Safflower oil and tallow on growth, plasma lipids
and lipogenesis in rats, pigs and chicks” realizado nos Estados Unidos, em 1975, pelos
autores WATERMAN et al analisou uma amostragem dividida em dois grupos, sendo
que o grupo 1 consumiu óleo de cártamo e o grupo 2 consumiu dieta com gordura
saturada. Os resultados do estudo realizado demonstraram que os níveis de
triglicerídeos no plasma reduzem com a adição de óleo de cártamo à dieta. 14

Os autores KOYAMA et al no estudo “Serotonin Derivatives, Major Safflower


(Carthamus Tinctorius L.) Seed Antioxidants, Inhibit Low Density Lipoprotein (LDL)
Oxidation and Atherosclerosis in Apolipoprotein E-Deficient Mice” realizado no Japão
em 2006 analisaram uma amostragem durante 15 semanas. Esta amostragem foi
dividida em dois grupos, sendo que o grupo 1 foi submetido à derivados de serotonina
do safflower (extrato de cártamo) e o grupo 2 foi submetido à derivados sintéticos de
serotonina. Os resultados do estudo sugeriram que os extratos de cártamo inibem a
formação de colesterol LDL e atenuam as lesões arteroscleróticas. Além disso, seus
dois derivados de serotonina apresentam alta ação antioxidante. 15

12
O estudo “The effect of dietary Safflower phospholipid and soybean phospholipid
on plasma and liver lipids in ratis a hypercholesterolemic diet” realizado pelos autores
IWATA et al, no Japão em 1992 analisou, em uma amostragem dividida em três
grupos, a resposta do consumo de óleo de cártamo, óleo de soja e grupo controle. Os
resultados do estudo sugeriram que a adição de óleo de cártamo à dieta diminui os
níveis de colesterol no plasma. 16

Os autores ZHANG et al no estudo “Novel Antioxidants from Safflower


(Carthamus Tinctorius L) oil Cake“, realizado no Japão em 1996, mensuraram a
capacidade de atividade antioxidante, dos derivados de serotonina encontrados no óleo
de cártamo, através do método de Tiocianato férrico. Os resultados sugeriram que os 3
derivados de serotonina encontrados no óleo do cártamo e testados apresentam
potente ação antioxidante. 17

O estudo “Antioxidative flavonoids from leaves of Carthamus Tinctorius”


realizado pelos autores LEE et al, na Coréia em 2002, isolou e testou o potencial
antioxidante de 8 flavonóides do safflower (óleo de cártamo). Os resultados concluíram
que esses flavonóides do cártamo desempenham potente ação antioxidante. 18

Os autores ZHANG et al realizaram, no Japão, em 1997, o estudo “Antioxidative


compounds isolated from Safflower (Carthamus Tinctorius L) oil cake” a fim de avaliar o
potencial antioxidante de 7 derivados de serotonina isolados do óleo de cártamo
através dos métodos Tiocianato férrico e DPPH. Os resultados sugeriram que os 7
derivados de serotonina isolados do óleo de cártamo apresentam potente ação
antioxidante. 19

O estudo “A novel and potent biological antioxidant, Kinobeon A, from cell culture
of safflower” realizado por KANEHIRA et al, no Japão em 2003, avaliou o potencial
antioxidante de dois derivados de serotonina isolados do óleo de cártamo. Os
resultados concluíram que o óleo de cártamo possui potente ação antioxidante. 20

13
Os autores HOTTA et al realizaram o estudo “Protective effects of antioxidative
serotonin derivatives isolated from Safflower against postichemic myocardial
dysfunctional” no Japão em 2002 que avaliou o efeito protetor de 2 derivados de
serotonina encontrados no óleo de cártamo. Os resultados ugeriram que os 2 derivados
de serotonina encontrados no óleo de cártamo apresentam potente ação
antioxidante.21

Os autores VENKATRAMAN et al no estudo “Effects of satured, ω-6 and ω-3


lipids on activities of enzymes involved in antioxidant defense in normal rats“ realizado
nos Estados Unidos em 1998, comparou os efeitos antioxidantes do óleo de cártamo,
gordura animal e óleo de peixe durante 7 semanas. Os resultados do estudo
concluíram que o cártamo possui potente ação antioxidante. 22

O estudo “Regression Studies with Safflower Oil and Sitosterol in Rabbit


Atherosclerosis” realizado pelos autores MILLER et al em 1959 nos Estados Unidos
teve a duração de 34 semanas testando os efeitos de óleo de cártamo e óleo de coco
em grupos de amostragem 1 e 2 respectivamente. Os resultados do estudo sugeriram
que a suplementação de óleo de cártamo reduz os níveis de colesterol no plasma e,
em 24 semanas, regride as lesões ocasionadas pela aterosclerose. 23

Os autores POMPOSELLI et al realizaram, nos Estados Unidos em 1989, o


estudo “Attenuation of the febrile response in guinea pigs by fish oil enriched diets”
onde uma determinada amostragem foi submetida ao consumo de óleo de cártamo ou
óleo de peixe. Os resultados mostraram que a ingestão de óleo de cártamo, rico em
ácido linoléico, pode aumentar a produção de tromboxano e estimular a circulação
sanguínea. 24

O estudo “Safflower oil consumption does not increase plasma conjugated


linoleic acid concentrations in humans” realizado pelos autores HERBEL et al, nos
Estados Unidos em 1998, submeteu um grupo de 12 pessoas, sendo 6 homens e 6
mulheres ao consumo de óleo de cártamo juntamente à alimentação durante o período
de 16 semanas. Os resultados do estudo realizado apontaram que o consumo de

14
ácido linoléico do óleo de cártamo não altera os níveis de CLA no plasma, mas reduz
os níveis de colesterol LDL. 25

Os autores NAGATSU et al, no Japão em 2000, realizaram o estudo “Tyrosinase


Inhibitory and Anti Tumor promoting Activities of Compounds Isolated form Safflower
(Carthamus Tinctorius L.) and Cotton (Gossypuim Hirsutum L.) Oil Cakes” que
descreve 14 componentes isolados do safflower oil (óleo de cártamo) e óleo de
algodão. O estudo é concluído ressaltando que o óleo de cártamo contém substâncias
com potente função inibidora de atividade tumoral. 26

No estudo “The inhibitory effect of a herbal formula comprising ginseng and


carthamus tinctorius on breast cancer“ conduzido pelos autores LOO et al, em Hong
Kong no ano de 2004, foi avaliada a capacidade de inibição de proliferação de tumores
sólidos de mama do ginseng e óleo de cártamo. Os resultados do estudo sugeriu que o
cártamo apresenta efeitos inibidores da proliferação de tumores sólidos de mana. 27

Os autores VANDERHOOF et al realizaram o estudo “Effects of dietary lipids on


recovery from mucosal injury”, em Nevasca no ano de 1990, para avaliar a capacidade
de regeneração da mucosa intestinal com o consumo de óleo de cártamo. Os
resultados do estudo sugeriu que o óleo de cartámo contém ácidos graxos que
beneficiam a integridade da mucosa intestinal. 28

O autor YAQOOB, em 1998, no artigo “Lipids an the immune response”


Apresentou uma revisão bibliográfica onde examinou estudos relacionados à resposta
imune conferida aos lipídeos. Na conclusão apresentou que o consumo de lipídeos
melhora a resposta imunológica do organismo. 29

O estudo “Differential effects of high-fat diets varying in fatty acid composition on


the efficiency of lean and fat tissue deposition during weight recovery after low food
intake” realizado pelos autores DULLOO et al no ano de 1995 em Switzerland, avaliou
durante 2 semanas, a eficiência de quatro tipos de gorduras, entre elas o óleo de
cártamo, o azeite de oliva, a gordura de coco e o óleo de peixe. Os resultados

15
sugeriram que a ingestão de óleo de cártamo resulta em dificuldade de depósito de
gorduras corporais quando comparado às outras gorduras. 30

O estudo “Differential Effect of Safflower Oil Versus Fish Oil Feeding on Insulin-
Stimulated Glycogen Synthesis, Glycolysis, and Pyruvate Dehydrogenase Flux in
Skeletal Muscle“ realizado pelos autores JUCKER et al, em New Haven no ano de
1999, avaliou os efeitos do óleo de cártamo, óleo de peixe e óleo de soja (grupo
controle) em uma amostra de n=30 dividido em 3 grupos de 10. Os resultados
mostraram que o óleo de cártamo reduz a estimulação da insulina e aumenta a
oxidação de gorduras livres. 31

O estudo “Diet-Induced Thermogenesis Is Lower in rats Fed a Lard Diet Than in


Those Fed a High Oleic Acid Safflower Oil Diet, a Safflower Oil Diet or a Linseed Oil
Diet“ realizado pelos autores TAKEUCHI et al no Japão em 1994, Avaliou uma amostra
de n=76 dividida em quatro grupos de n=19 comparando os resultados da ingestão de
banha, óleo de cártamo rico em ácido oléico, óleo de cártamo e óleo de linhaça. Os
resultados sugeriram que a ingestão de óleo de cártamo (rico em gorduras
poliinsaturadas) aumenta a termogênese por aumentar a atividade simpática do tecido
marrom quando comparado com a ingestão de outros óleos o que dificulta o acúmulo
de gordura corporal quando comparado com outras gorduras. 32

O estudo “Reduced Fat Mass in Rats Fed a High Oleic Acid-Rich Safflower Oil
Diet Is Associated with Changes in Expression of Hepatic PPARα and Adipose SREBP-
1c-Regulated Genes” realizado pelos autores HSU et al, em Taiwan no ano de 2006,
avaliou em uma amostragem de n=41 os efeitos do óleo de cártamo e manteiga em
relação ao tecido adiposo. Os resultados sugeriram que o óleo de cártamo pode
aumentar o catabolismo de ácidos graxos e diminui a regulação dos estoques de
gorduras e lipogênese quando comparado ao efeito de outras gorduras. 33

Através destes vários estudos científicos já realizados observam-se vários


benefícios do consumo de óleo de cártamo no que se refere à redução de gordura
corporal:

16
Os ácidos graxos ômega-6 (ácido linoléico), em elevadas quantidades, podem
provocar pequenas reduções nas concentrações séricas de HDL-c e triglicerídeos43,
44
além de apresentarem maior suscetibilidade à oxidação. Além disso, a presença de
gorduras poliinsaturadas na dieta podem aumentar as concentrações de Leptina
42
priorizando a manutenção do peso corporal. O óleo de cártamo apresenta
aproximadamente 64% a 80% de ácido linoléico (ácido graxo poliinsaturado).

A ingestão dietética de óleo de cártamo reduz os níveis de triglicerídeos no


plasma e aumenta a oxidação lipídica mitocondrial. 2, 14 O que conseqüentemente
diminui os depósitos adiposos em função da decorrência da oxidação lipídica
mitocondrial para o suprimento de energia em outras partes organismo. 34

A PPAR-alfa é uma proteína vital para o processo metabólico que extrai energia
de componentes dietéticos como carboidratos e gorduras. Alguns estudos sugerem,
também, que o consumo de óleo de cártamo pode aumentar o catabolismo de ácidos
graxos por ativar a PPAR-alfa e diminuir a regulação dos estoques de gorduras e
lipogênese quando comparado ao efeito de outras gorduras. 33

O tecido adiposo marrom é encontrado primariamente nas áreas escapular e


subescapular. A cor marrom é devido à vascularização intensa. Sua função está
envolvida na produção de calor como um meio de adaptação ao frio e possivelmente
de dissipar energia em excesso aumento o gasto energético total. 35 A ingestão de óleo
de cártamo (rico em gorduras poliinsaturadas) aumenta a termogênese por aumentar a
atividade simpática do tecido marrom quando comparado com a ingestão de outros
óleos o que dificulta o acúmulo de gordura corporal quando comparado com outras
gorduras. 32

17
7 Contribuição da Redução de Gordura para a Definição Corporal

A definição corporal é caracterizada pela sobreposição da gordura corporal ao


músculo. Quanto menor o percentual desta gordura maior será a definição dos grupos
musculares, ou seja, melhor é a definição corporal. O balanço entre os percentuais de
gordura corporal e massa muscular é fundamental para um equilíbrio de saudabilidade
ao organismo tendo em vista que os percentuais elevados de gordura corporal tornam
os riscos cardiovasculares mais pronunciados. 35

Além disso, o exercício é uma parte extremamente importante do programa de


tratamento de peso. Por aumentar a massa magra (músculos) em proporção à gordura,
o exercício ajuda a balancear a perda de massa magra e a redução da taxa metabólica
basal que inevitavelmente acompanha até mesmo um programa de redução de peso
bem elaborado. Pela diminuição dos estoques de glicogênio, o exercício aeróbio
promove o uso de gordura como combustível. Os numerosos efeitos colaterais
positivos incluem reforço da integridade cardiovascular assim como o aumento da
sensibilidade à insulina. Possivelmente as contribuições mais valorosas do exercício
são o alívio do tédio, sentimento maior de controle e melhora do sentimento de bem-
estar. Uma combinação de treinamento aeróbio e de resistência é ótima. O treinamento
de resistência aumenta a massa corpórea magra, adicionando à taxa metabólica de
repouso e à capacidade de utilizar mais da ingestão de energia. 35

O consumo de óleo de cártamo pode aumentar o catabolismo de ácidos graxos


e diminuir a regulação dos estoques de gorduras e lipogênese quando comparado ao
efeito de outras gorduras.33 Sendo assim, o óleo de cártamo contribui para a redução
dos percentuais de gordura priorizando a saúde e resultando em maior definição
corporal.

18
8 Inconvenientes dos Procedimentos Cirúrgicos para Tratamento do Excesso de
Peso e Redução de Gordura Corporal

Quatro estratégias básicas têm sido empregadas para se definir procedimentos


cirúrgicos que possam levar a perda comprovada e duradoura de peso: 45

1- Operações que promovem uma má absorção intestinal global


· By-pass jejunoileal
· By-pass jejunocolônico
· Operações de restrição gástrica
· Gastroplastia vertical com banda
· Banda gástrica
· Grampeamento gástrico

2- Operações que combinam a restrição gástrica com indução de "Dumping" (má


absorção)
· By-pass gástrico associado a Y de Roux

3- Operações que combinam má digestão, com má absorção e restrição gástrica.


· Derivação biliopancreática com gastrectomia parcial
· By-pass gástrico distal
· Switch duodenal

O estabelecimento dos riscos do tratamento cirúrgico da obesidade deve


envolver as complicações operatórias, perioperatórias (30dias) e a longo prazo. A
literatura sobre a taxa de mortalidade operatória com relação às operações de
gastroplastia vertical com banda e o by-pass gástrico com Y de Roux (são os dois
procedimentos bariátricos mais relatados na literatura) revelam taxas relativamente
baixas (< 1%). A morbidade no pós-operatório imediato (infecção de ferida operatória,
deiscência, fistulas, estenose de estoma, úlceras marginais, pneumopatias e
tromboflebites) situa-se em torno de 10%, sendo as complicações de maior risco de
mortalidade (fístulas e trombose venosa profunda) incidem em <1%. Estudo do

19
Registro Internacional de Cirurgia Bariátrica, em 1997, compilando dados de dez anos
46
de cirurgia bariátrica com 14.641 pacientes, 87% de mulheres, idade de 37 ± 9,4
anos, 127 ± 27,4kg de peso e 46 ± 8,3 de IMC na época da operação, mostra que a
gastroplastia vertical com banda ou anel de silicone (46,2%) é o procedimento mais
realizado, seguido do by-pass gástrico com Y de Roux (29,5%). No período
perioperatório de 30 dias foram relatadas complicações em 6,63% dos pacientes, com
1,35% de complicações severas (período de internação > 7 dias) e 5,28% de
complicações leves/moderadas (período de internação < 7 dias). De modo descritivo,
foram mostradas as seguintes complicações: cardíacas em 23p. (0,25%), respiratórias
em 21p. (2,35%), tromboembolismo pulmonar em 19p. (0,21%), abscesso subfrênico
em 17p. (0,19%), infecção de ferida operatória em 94p. (1,02%), fístulas em 15p.
(0,16%), lesões esplênicas em 19p. (0,21%), evisceração/deiscência em 12p. (0,13%),
hemorragias digestivas em 12p. (0,13%), trombose venosa profunda em 1p. (0,11%),
neurológicas/renais em 10p. (0,11%), seroma de parede abdominal em 04p. (0,04%) e
obstrução intestinal em 02p. (0,02%). Neste estudo, 8.570 pacientes (93,37%)
evoluíram sem complicações e ocorreram 25 óbitos no período pós-operatório de 30
dias com taxa de mortalidade de 0,17%. O tromboembolismo pulmonar foi a
complicação que mais contribuiu para esta taxa, com nove pacientes que foram a óbito
devido a essa causa. O risco-benefício das operações para tratamento da obesidade
mórbida deve ser encarado num contexto em que a obesidade mórbida é uma doença
crônica, progressiva e que aumenta consideravelmente a morbimortalidade dos
pacientes acometidas por essa afecção.

A banda gástrica ajustável, por ser modalidade operatória de introdução mais


recente, tem menor seguimento médio, mas já permite análise dos riscos. A revisão de
16 artigos do "Medline" de 1994-2001 sobre a BGA (swedish band) já mostra um
número expressivo de pacientes (1.360) com seguimento médio de 19m, taxa de
complicações em 10,9% (pré e pós-operatórias) e mortalidade média de 0,04%,
revelando indícios de menor morbimortalidade quando comparada com a gastroplastia
e o by-pass. 47

20
4- Lipoaspiração

Além desses, mais um procedimento cirúrgico vem sendo utilizado a fim de


reduzir a gordura corporal. A este método dá-se o nome de lipoaspiração. A
lipoaspiração envolve a aspiração dos depósitos de gordura por meio de incisões de 1
a 2cm através das quais uma sonda é aberta em forma de leque no interior do tecido
adiposo. As operações de maior sucesso são realizadas em pessoas mais jovens com
apenas quantidades de gordura a serem removidas, onde as propriedades elásticas da
pele são capazes de permitir o retesamento sobre as áreas aspiradas. Não é uma
técnica de redução de peso, mas ao invés disto uma cirurgia estética, porque apenas
10% da gordura pode ser removida por vez; nem todos os casos forncem o prognóstico
antecipado. 35

Lipossucção (lipoaspiração) é um procedimento que não deve ser indicado em


todas as circunstâncias. Indica-se nos casos em que há gordura localizada, pacientes
jovens e com boas condições de pele. Não é indicada para obesidade generalizada e
pacientes com doenças associadas devem ser cuidadosamente avaliados.48 As taxas
de complicações em lipossucção é de cerca de 5 a 10% dos casos, constituindo-se
principalmente por anestesia, seroma, edema, pigmentação, dor e hematoma.49
Complicações pulmonares após lipossucção incluem redução da capacidade pulmonar
total, capacidade vital e capacidade residual funcional, hipoxemia leve e atelectasia
parcial. Tromboembolismo pulmonar é raro, mas pode ocorrer após esse
50
procedimento.

9 Conclusão

Observando os resultados dos estudos clínicos publicados nas bases de dados


e citados nesta pesquisa, assim como, os mecanismos fisiológicos de redução de
gordura corporal através dos processos de digestão e absorção de lipídeos, transporte
e acúmulo de gorduras corporais, depósitos adiposos, utilização de gorduras corporais
para fornecimento energético, influência de leptina no controle do peso, influência do

21
óleo de cártamo nos fatores relacionados à redução de gordura corporal, contribuição
da redução de gordura para a definição corporal, fica clara a influência positiva sobre
os efeitos fisiológicos do ácido linoléico (ômega 6), contido naturalmente no óleo de
cártamo (Carthamus tinctorius – Safflower oil), sobre o metabolismo de lipídios
beneficiando a redução de gordura e definição corporal.

Além disso, observando os inconvenientes dos diferentes procedimentos


cirúrgicos para tratamento do excesso de peso e redução de gordura corporal mostra-
se explícitos os benefícios do consumo de óleo de cártamo que é um alimento e não
apresenta riscos ao ser consumido quando comparado aos inconvenientes de cirurgias.

22
10 Anexos

10.1 Tabela 1

23
10.2 Tabela 2

24
10.3 Tabela 3

25
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