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A estreia

Já começavam a chegar os músicos com calças azuis e brancas e casacos amarelos.

Cada um trazia um instrumento debaixo do braço, menos o pianista que, claro está, não
podia trazer o piano.

A música começou a tocar. Tudo ao mesmo tempo! Que alegria!

E abriram-se todas as luzes, muito brancas e azuladas sobre a arena do circo.

À porta Dona Esperancinha vendia os últimos bilhetes; cor-de-laranja ou verdes, ou


brancos, conforme os lugares.

- É entrar! É entrar! Minhas senhoras e meus senhores, as crianças não pagam nada! As
crianças não pagam nada!

Matilde Rosa Araújo, Livro "Vá de Roda", M. Carolina Pereira Rosa

Fantasias de Carnaval

Eu todos os anos me fantasio no Carnaval.

Uma vez vesti-me de minhoca com um fato que me emprestou uma amiga da minha
mãe. Fui buscá-lo uns três dias antes do começo dos festejos. Vinha numa grande caixa,
todo embrulhado em papel de seda. Quando a abri e arredei o papel, os meus olhos
ficaram lá presos... Era vermelho e todo bordado a verde, a amarelo, a azul e a rosa.

O avental dizia «amor» a ponto de cruz. O colete era de veludo, todo coberto de
lantejoulas coloridas. A blusinha era só folhos, refolhos e trefolhos.

O lenço era vermelho e estampado de flores. E os cordões? E as arrecadas? E os


corações ao pescoço?

Pensava que morria de tanta felicidade. Quase não dormi de noite e todos os dias o
espreitava, ansiosa pelo momento de poder enfiá-lo.

O dia chegou. E lá vou, solta como um passarinho, ao encontro das minhas amigas. Mas
a meio do caminho, o que é que aconteceu? Salta-me um cão e espeta-me uma
mordidela tão farta na roda da minha saia que logo me deitou abaixo metade dela.

Fiquei louca. Podem crer. O meu lindo fato, que nem era meu, ali de saia esfarrapada.

As lágrimas eram tantas, tantas, que pus as mãos nos olhos para ninguém me ver chorar
e voltei correndo para casa. Mas a minha mãe conseguiu remediar tudo, até o meu
desgosto.
Maria Natália Miranda

Livro "Caminhar 4º Ano"

O Carnaval

Carnaval é a gente deixar de ser a gente.

Fingir que é palhaço, nariz de abóbora e um grande laço.

É ser um leão, tigre ou elefante

ou um papagaio muito bem falante.

É falar aos amigos com voz a fingir,

trocar de nome e não parar de rir.

Carnaval é virar o Mundo

de pernas para o ar

mas tomar cuidado para não o estragar.

No Carnaval

pode fazer-se quase tudo

até em vez de Carnaval

chamar-lhe... Entrudo!

Livro "Pequenos Leitores 4", Conceição Marques e Nelson Timóteo

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