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GONIOMETRIA

1 UNIDADES DE MEDIDAS TOPOGRÁFICAS ANGULARES:

 sexagesimal: GRAU = 360ª parte da circunferência;

 centesimal: GRADO = 400ª parte da circunferência.

2 TIPOS DE ÂNGULOS

Na topografia trabalha-se com ângulos horizontais e verticais.

 Horizontais : azimutes; rumos; ângulos de flexão e ângulo de deflexão;

 Verticais: zenith e inclinação.

2.1 ÂNGULOS HORIZONTAIS

2.1.1 Definição

É o ângulo diedro entre dois planos verticais que contêm respectivamente as


direções PA e PB.

A B

2.1.2 Sentido dos ângulos horizontais

Em mensuração o sentido positivo do ângulo horizontal é o sentido horário (ou


sentido universal, sentido azimutal, da esquerda à direita):

2.2 AZIMUTE

Definição: ângulo horizontal formado pela linha NS e uma direção SP qualquer,


com o sentido positivo na direção horária e varia de 0 à 360.

1
N

Az
S
E
W

S
P

2.3 RUMO

Definição: ângulo horizontal formado pela direção N/S ou S/N e uma direção SP
qualquer, variando de 0 à 90.

S
E
W

P
S

2.3.1 Sentido dos Rumos e Azimutes:

Norte para direita: NE Sul para a direita: SE


Norte para a esquerda: NW Sul para a esquerda: SW

NW ROD N
ROA
D A Legenda
AzO
Azimute
AzO Rumo

W E
AzO
AzO

ROC ROB
C
B
SW
S

S
2
2.3.2 Transformação de Rumo em Azimute:

Quadrante NE Rumo = Azimute


Quadrante SE Rumo = 180º - Azimute
Quadrante SW Rumo = Azimute – 180º
Quadrante NW Rumo = 360º - Azimute

2.3.3 Transformação de Azimute em Rumo:

Quadrante NE Azimute = Rumo


Quadrante SE Azimute = 180º - Rumo
Quadrante SW Azimute = 180º + Rumo
Quadrante NW Azimute = 360º - Rumo

2.3.4 Exemplo

Converter em azimute os seguintes rumos:


a) 49º 56’ 33’’ NW  Az = 360º - R  360º - 49º 56’ 33’’ = 310º 03’27’’
b) 36º 29’48’’ SE  Az = 180º - R  180º - 36º 29’48’’ = 143º 30’12’’
c) 21º 19’38’’ SE  Az = 180º + R  180º + 21º 19’38’’ = 201º 19’38’’
Converter em rumos os azimutes:
Az = 310º 03’27’’
Az de 270º à 360º = Quadrante NW
R = 360º - Az  R = 360º - 310º 03’27’’ = 49º 56’33’’ NW

2.3.5 Tipos de Azimutes

De acordo com o norte utilizado nos trabalhos topográficos ou geodésicos tem-se os seguintes
azimutes:
AZIMUTE VERDADEIRO – NORTE VERDADEIRO
AZIMUTE MAGNÉTICO – NORTE MAGNÉTICO
AZIMUTE PLANO – NORTE DE QUADRÍCULA
a) Norte Magnético
O norte magnético corresponde a direção de uma agulha imantada de uma bússola
O azimute magnético de um alinhamento é determinado através da bússola que, para topografia,
pode ser:
 Bússola de azimute;
 Bússola declinatória.
a1) Bússola de azimute: fornece o azimute do alinhamento a partir de um círculo graduado sob a
agulha imantada.
a2) Bússola declinatória: a bússola é acoplada ao teodolito e fornece apenas a direção do norte
magnético.
O azimute do alinhamento é medido a partir do norte com o círculo graduado do teodolito.
b) Norte verdadeiro
O norte verdadeiro corresponde a projeção no plano topográfico (plano do horizonte), da linha
meridiana que liga o Polo Norte ao Polo Sul passando pelo local.

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3 SENTIDOS A VANTE E A RÉ NA MEDIDA DOS RUMOS E
AZIMUTES
3.1 Sentido a Vante

Sentido percorrido em um caminhamento de sucessão de linhas cujas estacas


estão numeradas (Ex: 1, 2, 3, 4, 5, 6 etc.)

Ex: sentido 2 para 3, liga o ponto 2 ao ponto 3.

3.2 Sentido a Ré

O sentido contrário ao da numeração das estacas

Ex: sentido 3 para 2, liga o ponto 3 ao ponto 2.

3.3 Rumo de Vante de uma linha

Ângulo que o alinhamento A-B forma com a linha N-S ou S-N.


N
N
60
N º

W E
60º NE W E N
B A

W E 50º SE
A S S W E
B

S
S
3.4 Rumo a Ré de um linha
N
N
60
N º

W E
W E N
B A º
50 NW
º
W E 60 SW
A S W E
S
B

S
S
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3.5 Azimute a Vante de uma linha
N
N
120º
N
W E
60º W E N
B A

W E
A S S W E
B

S
3.6 Azimute a Ré de uma linha S
N
N

N
W E
W E N
B A

W E 240º
A S W E
S
B
300º
S
Os Azimutes Vante e Ré da mesma linha guardam entre si um diferença de 180º
S
ou 200 grados
EXEMPLO:
Dados os Ramos vante das linhas da Tabela 1, encontrar os azimutes a vante e a
ré, à direita.

Linha Rumo a vante Azimute a direita


Vante Ré
AB 45º30’NW 314º30’ 175º30’
BC 30º 50’SW 210º50’ 30º50’
CD 22º20’SE 157º40’ 337º40’
DE 75º 10’SE 104º50’ 284º50’
EF 25º 15’NE 25º15’ 205º15’

5
B

45º 30’

A
30º 50’

22º 20’ 25º 15’

75º 10’
E

EXEMPLO:

O azimute à direita de AB é 288º 30’e o rumo de CB é 18º 40’NE. Calcular o ângulo ABC medido
com sentido à direita (sentido horário).

Ângulo ABC à direita = (360º -288º30’) + 18º 40’

A
C

3.7 Medição de um ângulo horizontal

3.7.1 Procedimento da operação em campo:

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 Coloca-se em ‘P’ o teodolito centrado sobre a estaca (centro ótico do aparelho
na vertical do lugar);
 Sinaliza-se os pontos ‘A’ e ‘B’ com miras ou balizas colocadas na vertical das
estacas;
 Nivela-se perfeitamente o teodolito ( para assegurar a vertical da estação);
 Visa-se os sinais ‘A’ e ‘B’. (Direção à ré = direção à esquerda do operador, e
direção avante = direção à direita)
 Efetua-se a medição de ângulos horizontais

3.7.2 Medição de ângulos horizontais

Estando o teodolito estacionado em ‘P’ e as direções para os pontos ‘A’ e ‘B’ bem
definidas, pode-se obter o ângulo horizontal (), por diversos métodos em função
da orientação do aparelho:

a) Aparelho não orientado (caso geral):

A B 
 A B

X
X
P
P

onde  = PB- PA, (se  for negativo soma-se 360)

b) Aparelho orientado pelo Norte Verdadeiro:


Nv

AzPA
AzPB
P
E
W

 7
S B
onde  = AzPB - AzPA

c) Aparelho orientado pelo Norte Magnético (bússola):

Nv
Nm

AzPA

P
W E

AzPB


S
B

onde,  = AzPB + AzPA

d) Aparelho com origem em ré (ângulo interno):

A B

onde, PA = 0 e  = PB

8
e) Aparelho com origem em vante (ângulo externo):

A B


onde  = PA, e  +  = 360

3.8 ÂNGULOS VERTICAIS

Definição: É o ângulo situado em um plano vertical que contêm a direção medida


S
v

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Tipos de ângulos verticais:

 ângulo de altura (inclinação) () ; ângulo em relação à horizontal;

 ângulo zenital (z): ângulo em relação à vertical (direção N/S);

 ângulo nadiral (): ângulo em relação à vertical (direção S/N).

3.8.1 Ângulo de altura (inclinação) ():

Definição: É o ângulo vertical que uma direção espacial SP faz com a projeção
dessa direção no plano horizontal.

Sentido do ângulo de inclinação:

 positivo: quando contado para cima do plano horizontal;

 negativo: quando contado para baixo do plano horizontal.

3.8.2 Ângulo zenital (z):

Definição: Ë o ângulo vertical que uma direção SP faz com a direção da vertical no
ponto, contado a partir do norte (direção do zenite).

3.8.3 Ângulo nadiral ():

Definição: É o ângulo vertical que a direção SP faz com a direção vertical do


ponto, contado a partir do sul (direção do nadir).

4 ERROS NAS MEDIDAS DE ÂNGULOS HORIZONTAIS


Quando se trabalha com observações deve-se ter em mente que as medidas estão sujeitas a
inevitáveis erros de observação.

Causas do aparecimento dos erros:

 Imperfeições do instrumento de medida;


 Condições meteorológicas;
 Falhas humanas; e
 Causas não conhecidas (erros acidentais).

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4.1 Erros devidos a imperfeições do instrumento de medida:

Os três eixos do teodolito devem ser ortogonais:

 eixo principal deve ser vertical quando o instrumento estivar calado (nivelado);
 eixo secundário (horizontal), em torno do qual gira a luneta, deve ser perpendicular ao eixo
principal;
 eixo de colimação (linha de vista) passa pelo orifício da ocular, atravessa o cruzamento dos
dois retículos e chega ao centro óptico da objetiva. Este eixo deve ser ortogonal ao eixo
secundário.

4.2 Outros erros de medição angular:

Mesmo o teodolito esteja isento de erro referentes a sua regulagem (retificação), ainda existem
outros tipos de erros que, se não forem evitados, irão afetar o valor do ângulo medido:

4.2.1 Erro de estacionamento


Este tipo de erro acontece quando o operador comete as seguintes imprudências:

 Má instalação do tripé;
 Calagem imperfeita do teodolito; e
 Suposição de que toda a operação está ‘boa’:

0 a

dl

0’
Têm-se:
0 = estação materializada pela tachinha sobre o piquete;
0’ = ponto do terreno por onde passa o eixo principal do teodolito (vertical), representado pelo fio
de prumo ou prumo ótico;
P = ponto visado
L = comprimento da linha de visada
0P = linha a ser visada;
0’P = linha que é visada;
dl = erro de deslocamento cometido;
a = erro angular

Pode-se escrever:

dl L dl
  sen  a  x sen 
sen . a sen  L

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a = muito pequeno, têm-se sena  a
então:

dl
a  x sen 
L
Para dl = constante, a varia diretamente com o ângulo , até seu valor máximo de 90O:
dl
 a máx 
L

Se dl = 1 cm e L = 100m, e sabendo que 1”  sen1”  0,485x10-5 rd, tem-se:

 a máx  20"

que não pode ser desconsiderado em trabalhos de precisão.

4.2.2 Erro de visada

Este tipo de erro é resultante de duas causas:

a) Falta de verticalidade da baliza: deve-se evitar o deslocamento lateral da baliza,


mantendo-a rigorosamente na posição vertical.

P’

a dl

0
L P
dl = erro devido à inclinação da baliza;

a = erro angular correspondente ao deslocamento lateral dl;


L = comprimento da linha de visada.
Sendo a um ângulo muito pequeno, tem-se:
dl
a 
L
Considerando o valor de dl constante, o valor de a será afetado somente pela
extensão da linha de visada, uma vez admitido o mesmo grau de imperícia.
Ou seja, quanto menor L, maior será o valor de a.

Nos trabalhos topográficos as distâncias medidas são muitas vezes, inferiores a


100 m, o que pode resultar em um acúmulo de erro angular.

b)Colimação imprecisa

Resultante da imperícia dos operadores do teodolito e baliza, deve-se então


assentar a baliza sobre o piquete e à correta colimação da baliza: fio colimador

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(retículo vertical) deve coincidir o mais rigorosamente possível com o eixo da
baliza.

4.2.3 Erro de excentricidade

Os teodolitos possuem no limbo horizontal dois círculos graduados: limbo e


vernier, cujos centros devem ser coincidentes.
Um erro linear de excentricidade (e) produz um erro angular (a) em radianos,
dado pela expressão:
e
a 
r
E topografia, o erro linear de excentricidade admissível é de 0,01 mm, o que
resulta para um raio r = 100 mm, um erro angular máximo: amax  41”

5 MÉTODOS PARA ELIMINAÇÃO DE ERROS NAS MEDIDAS DE


ÂNGULOS

Métodos usados para medir e conferir os ângulos em campo são:

 Fechamento em 360º;
 Repetição;
 Ângulo Duplo;
 Reiteração;

5.1 FECHAMENTO EM 360 º

Consiste em medir o ângulo horário (ângulo à direita) e o seu respectivo


replemento.

B
A


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Procedimento da operação em campo:

Medida do ângulo ‘’:


 Instrumento em P,
 Zera-se o aparelho na direção em PA;
 Ler o ângulo em ‘’ na direção PB.

Medida do ângulo ‘’ (replemento):


 Instrumento em P;
 Zera-se o aparelho na direção em PB;
 Ler o ângulo ‘’ na direção PA.

Têm-se: ‘’ + ‘’ = 360º

5.2 REPETIÇÃO

Procedimentos da operação de campo:

 Observa-se o ponto PA e zera o aparelho. Desloca-se o aparelho para a


direção do ponto PB e efetua a leitura PB, mede-se o ângulo (1); e
 Efetua-se o mesmo procedimento acima e efetua a leitura do ângulo 2. Repete
este mesmo processo ‘n’ vezes. O valor final do ângulo será:

(1 + 2 + ...+ n)


Ângulo medido (’) =
n

B
A
1

2

Exemplo:

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Estação Ré PV Ângulo Lido
P A B 123º 18’22’’ (1)
P A B 123º 18’16’’ (2)

(123º 18’22’’ + 123º 18’16’’)


Ângulo medido (’) = = 123º 18’19’’
2

5.3 ÂNGULO DUPLO

Consiste em medir o ângulo, repetindo a leitura com o valor do ângulo lido


registrado no limbo do instrumento na visada de RÉ.

P3
P1
2

1
L2
L1

L0 L1
P2

1 = L0 + L1 = 0º + L1 = L1
2 = L2 - L1
(1 + 2)
Ângulo medido (’) =
2

Exemplo:

L0 = 0º
L1 =123º18’16’’
L2 = 246º 36’38’’

Então,
1 = L1 + L0 = 123º18’16’’
2 = L2 - L1 = 246º 36’38’’ - 123º18’16’’ = 123º 18’22’’

(1 + 2)
Ângulo medido (’) = = 123º 18’19’’
2

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5.4 REITERAÇÃO

Consiste em medir o ângulo em posições diferentes do limbo (simétricas), a certos


intervalos regulares, denominados intervalos de reiteração.

A Reiteração permite afetuar, simultaneamente, as medições relativas a todos os


ângulos com vértice na mesma estação, mudando-se a orientação do limbo
(leitura inicial) em cada ângulo medido. Com isto em todas as partes do círculo
horizontal será medido um ângulo o que elimina os erros de divisão do limbo.

PA A
B’

180º - 

IB
PB 
P
IA

B
A’

180º - 

5.4.1 Procedimento da operação de campo:

 Faz-se as leituras, em posição direta da luneta, sobre os pontos A e B, e


calcula-se o ângulo horizontal ( 1 = PB – PA);
 Não zera o limbo e inverte-se o aparelho com um giro da luneta sobre o eixo,
passando a apontar para a direção PB’ (simétrica a B). Observa-se que essa
operação de inversão da luneta não altera o valor de PB;
 Efetua um giro horizontal na luneta até focalizar novamente o ponto A . O limbo
registra o valor IA;
 Reaponta a luneta para o ponto B e anota-se a leitura IB;
 Anota o ângulo horizontal (2 = IB – IA);
 Ângulo horizontal será:

(1 + 2) (PB + IB) – (PA + IA)

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Ângulo resultante (’) = 2 = 2

onde,
(1) = PB - PA
(2) = IB - IA
PB, PA = posição direta da luneta
IB, IA = posição inversa da luneta

REITERAÇÃO SIMPLES

Quando a reiteração é efetuada numa única posição do limbo em apenas uma


série de leituras.

Exemplo:

Estação PV Posição Ângulo lido


P A PA 123º 18’20’’
A IA 303º 18’12’’
B PB 236º 36’38’’
B IB 56º 36’34’’

(1) = PB PA = 236º 36’38’’ - 123º 18’20’’ = 113º 18’18’’

(2) = IB - IA = 56º 36’34’’ - 303º 18’12’’ = - 246º 41’46’’ = - 246º 41’46’’ + 360º =
113º 18’22’’

(1 + 2)
Ângulo medido (’) = = 113º 18’20’’
2

REITERAÇÃO MÚLTIPLA

Em trabalhos de maior precisão recomenda-se a execução de cinco reiterações,


sempre utilizando diferentes regiões do limbo. O ângulo ‘’ a ser usado nos
cálculos será a média dos valores obtidos em cada reiteração.

5.5 Deflexão (processo em estradas):

Chama-se deflexão o ângulo que a linha a vante faz com o prolongamento da


linha a ré medido a partir desta linha para a direita ou à esquerda.

Deflexão à direita (dd) = ângulo lido – 180º

P Prolongamento da linha AP
A

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B
Deflexão à esquerda (de) = 180º - ângulo lido

A
P Prolongamento da linha AP

onde, D = PB, (+) à direita e (-) à esquerda

Procedimento da operação no campo:

 Estaciona e nivela o aparelho no centro da estaca;


 Gira o aparelho e posiciona na direção da visada de ré, fixando o movimento
horizontal;
 Inverte a luneta fazendo-a girar cerca de 180º em torno do eixo horizontal
(prolongamento da visada de ré);
 Abre o giro horizontal e leva a luneta na direção PB (visada avante);
 Efetua a leitura (círculo do limbo está a direita da luneta).

Exemplo:

Ângulo lido = 210º 18’36’’ ( deflexão à direita o ângulo lido é maior que 180º)
Deflexão = ângulo lido – 180º = 210º 18’36’’ – 180º = 30º 18’36’’

Ângulo lido = 162º 42’15’’ (deflexão à esquerda o ângulo lido é menor que 180º)
Deflexão = 180º - ângulo lido = 180º - 162º 42’15’’ = 17º 17’45’’

6 DECLINAÇÃO MAGNÉTICA

Definição: É o ângulo azimutal formado entre as linhas N/S verdadeira e


magnética. Tal declinação varia no tempo e no espaço, devendo ser corigida,para
o mesmo local, com o passar dos naos.

18
Os observatórios formam mapas das diversos regiões em que aparecem as
CURVAS ISOPÓRICAS e ISOGÔNICAS

CURVAS ISOGÔNICAS: são os lugares geométricos dos pontos de mesma


declinação magnética (pontos onde a bússola apresenta a mesma inclinação de
direção para o norte magnético);

CURVAS ISOPÓRICAS: são lugares geométricos dos pontos que têm , por ano, a
mesma variação da declinação magnética.

7.1) Determinação da Declinação Magnética Atual;

A declinação magnética atual pode ser determinada atravês da formula:

d = do + v ( t - to ) (I)

onde,

do = declinação magnética na data to (anos) encontrada nas cartas isogônicas;

v = variação anual da declinação para o local em questão, obtida, nas cartas


isopóricas;

t = ano em questão (ano e fração);

Procedimendtos de cálculo:

a) identificar a latitude e longitude do local em questão, trazendo-as para as


cartas;

b) localozar o local na carta das isogônicas e interpolar para calcular (por


aproximação) a declinação magnética local no ano da execução da carta (to);

c) utilizando a carta das isopóricas, determina-se a variação anual da declinação


do local em questão;

d) usando a formula (I), tem-se a declinação magnética do local em questão na


data atual.

7 DECLINAÇÃO MAGNÉTICA

19
7.1 Definição

É o ângulo azimutal formado pelas projeções dos meridianos verdadeiros e magnéticos no plano
do horizonte.

7.2 Tipos de declinação


NV NM
NM
E
W

Declinação Ocidental Declinação Oriental

 Declinação Ocidental: declinação contada a partir do extremo norte da direção NV para o oeste
(W);

 Declinação Oriental: declinação contada a partir do extremo norte da direção NV para o leste
(E);

7.3 Variação da declinação

A declinação não é constante, variando no tempo e no espaço, devendo ser corrigida, para o
mesmo local, com o passar dos anos.

Histórico: Primeira constatação da variação declinação magnética em 1492 por Cristóvão Colombo:

“Ao transpor o meridiano 3º 30’, verificou que a bússola da embarcação, que vinha acusando
declinação nordeste, subitamente passou a indicar declinação noroeste.”

O estudo da declinação magnética em pontos de uma região, durante um longo período permite
constatar as variações:

 No espaço: variações geográficas


 No tempo: variações diurnas, mensais, anuais e seculares
 Outras: locais e acidentais.

7.3.1 Variações geográficas

A determinação da declinação magnética em diferentes pontos de uma região encontra-se:

 Pontos distintos com valores diferentes de declinação;


 Pontos distintos com a mesma declinação;
 Pontos distintos com declinação nula.

 Os pontos de uma região que em determinada época, que apresentam a mesma declinação
magnética são chamados de linha isogônica.

 Os pontos que apresentam declinação nula são chamados de linha agônica.

7.3.2 Variações anuais

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Como a direção do meridiano geográfico é imutável, as variações no valor do azimute são por
conta da variação da declinação magnética. Estas variações podem ser:

 Diárias: variações ao longo do dia;


 Mensais: variações diárias determinadas durante o período de um mês;
 Anual: variações ao longo do ano.

 Os pontos de uma região que em determinada época apresentam a mesma variação anual da
declinação magnética, dá-se o nome de linha isopórica.

7.3.3 Mapas Magnéticos

Os observatórios formam mapas das diversas regiões em que aparecem as CURVAS


ISOPÓRICAS e ISOGÔNICAS

CURVAS ISOGÔNICAS: são os lugares geométricos dos pontos de mesma declinação magnética
(pontos onde a bússola apresenta a mesma inclinação de direção para o norte magnético);

CURVAS ISOPÓRICAS: são lugares geométricos dos pontos que têm , por ano, a mesma
variação da declinação magnética.

8 DETERMINAÇÃO DA DECLINAÇÃO MAGNÉTICA


A declinação magnética atual pode ser determinada através da formula:

 = 0 + (AC + Fa) . 0 (I)

onde,

0 = declinação magnética do local encontrada nas cartas isogônicas;

0 = variação anual da declinação magnética para o local em questão, obtida nas cartas
isopóricas;

AC = número de anos entre a data da carta e a determinação;

Fa = ano em questão (ano e fração);

8.1 Roteiro de cálculos

8.1.1 Obter as coordenadas geográficas (latitude e longitude) do local onde se


deseja determinar a declinação magnética (extraída da melhor carta
disponível da região ou com uso do GPS portátil);

8.1.2 Localizar na carta das isogônicas o local e interpolar linear para calcular
(por aproximação) a declinação magnética local no ano da execução da
carta;

8.1.3 Localizar na carta das isopóricas o local e determina-se a variação anual da


declinação por interpolação linear;

21
8.1.4 Usando a formula (I), calcula-se a declinação magnética do local em
questão na data atual.

8.2 Exemplo

Determinar a declinação magnética no dia 30/01/1989 no ponto de coordenadas geográficas:


 Latitude = 28º 37’05’’ S
 Longitude = 49º 15’42’’ W

8.2.1 Locação do ponto na carta isogônica e cálculo da declinação magnética


A locação das coordenadas geográficas do ponto (A) é feita através da interpolação linear,
conforme croquis esquemático:
50º

45º 25 S
47

A
X

Y
30 S
40,5

Determinação de ‘X’:

5º .................40,5 mm
4º 15’42’’ ......X X = 34,5 mm

Determinação de ‘Y’:

5º .................47,0 mm
1º 22’55’’ ......Y Y = 12,9 mm

8.2.2 Determinação da declinação magnética do local ‘A’ na carta isogônica.


Lança-se o ponto na carta isogônica, conforme croquis:

9 mm

A

6,5 mm
22
-13º -14º
9 mm ...........1º
6,5 mm ........X

A declinação magnética do ponto em 1980 será:

0 = -13º 00’- 0,722º = - 13º 43’20’’

8.2.3 A declinação da variação anual da declinação


Com o ponto lançado na carta isopórica, obtém-se o seguinte traçado das curvas:

-8,5º´ -8,0º´

45
A

13 

58 mm ...... 0,5´
13 mm ........ X
X = 0,112’= 6,724’’

A variação anual da declinação será:


0 = - 8´ - 6,724’’ = - 8,112´

8.2.4 Diferença de datas entre 31 de janeiro de 1989 e 1980:


Para se obter esta diferença transforma-se 31/01/89 em fração de ano:

1 Mês = 30 dias
1 ano = 365 dias

365 .......1,0
30..........X X = 0,08 ano
Número de anos entre a determinação e a data da carta:

(AC + Fa) = [(1988 + 0,08) –1980] = 8,08 anos

8.2.5 Variação anual da declinação magnética para o local em questão

0 (AC + Fa) = 8,08 x (-8,112’) = - 65,5455’ = - 1º 05’33’’

8.2.6 A declinação magnética em 31/01/89 será:

 = 0 + (AC + Fa) . 0

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 = -13º 43’20’’ -1º 05’33’’ = -14º 48’53’’

9 ERROS NAS MEDIDAS DE ÂNGULOS HORIZONTAIS

Quando se trabalha com observações deve-se ter em mente que as medidas estão sujeitas a
inevitáveis erros de observação.

Causas do aparecimento dos erros:

 Imperfeições do instrumento de medida;


 Condições meteorológicas;
 Falhas humanas; e
 Causas não conhecidas (erros acidentais).

9.1 Erros devidos a imperfeições do instrumento de medida:

Os três eixos do teodolito devem ser ortogonais:

 eixo principal deve ser vertical quando o instrumento estivar calado (nivelado);
 eixo secundário (horizontal), em torno do qual gira a luneta, deve ser perpendicular ao eixo
principal;
 eixo de colimação (linha de vista) passa pelo orifício da ocular, atravessa o cruzamento dos
dois retículos e chega ao centro óptico da objetiva. Este eixo deve ser ortogonal ao eixo
secundário.

9.2 Outros erros de medição angular:

Mesmo o teodolito esteja isento de erro referentes a sua regulagem (retificação), ainda existem
outros tipos de erros que, se não forem evitados, irão afetar o valor do ângulo medido:

9.2.1 Erro de estacionamento

Este tipo de erro acontece quando o operador comete as seguintes imprudências:

 Má instalação do tripé;
 Calagem imperfeita do teodolito; e
 Suposição de que toda a operação está ‘boa’:

0 a


dl
0’
Têm-se:

0 = estação materializada pela tachinha sobre o piquete;

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0’ = ponto do terreno por onde pasa o eixo principal do teodolito (vertical), representado pelo fio de
prumo ou prumo ótico;
P = ponto visado
L = comprimento da linha de visada
0P = linha a ser visada;
0’P = linha que é visada;
dl = erro de deslocamento cometido;
a = erro angular

Pode-se escrever:

dl L dl
  sen  a  x sen 
sen . a sen  L

a = muito pequeno, têm-se sena  a

então:

dl
a  x sen 
L

Para dl = constante, a varia diretamente com o ângulo , até seu valor máximo de 90O:

dl
 a máx 
L

Se dl = 1 cm e L = 100m, e sabendo que 1”  sen1”  0,485x10-5 rd, tem-se:

 a máx  20"

que não pode ser desconsiderado em trabalhos de precisão.

9.2.2 Erro de visada

Este tipo de erro é resultante de duas causas:


a) Falta de verticalidade da baliza: deve-se evitar o deslocamento lateral da baliza, mantendo-a
rigorosamente na posição vertical.
P’

dl
a
dl = erro devido0 à inclinação da baliza;
a = erro angular correspondente ao deslocamento
L lateral dl; P
L = comprimento da linha de visada.
Sendo a um ângulo muito pequeno, tem-se:
dl
a 
L
Considerando o valor de dl constante, o valor de a será afetado somente pela extensão da linha de
visada, uma vez admitido o mesmo grau de imperícia.
Ou seja, quanto menor L, maior será o valor de a.

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Nos trabalhos topográficos as distâncias medidas são muitas vezes, inferiores a 100 m, o que pode
resultar em um acúmulo de erro angular.
a) Colimação imprecisa
Resultante da imperícia dos operadores do teodolito e baliza, deve-se então assentar a baliza
sobre o piquete e à correta colimação da baliza: fio colimador (retículo vertical) deve coincidir o
mais rigorosamente possível com o eixo da baliza.
9.2.3 Erro de excentricidade

Os teodolitos possuem no limbo horizontal dois círculos graduados: limbo e vernier, cujos centros
devem ser coincidentes.
Um erro linear de excentricidade (e) produz um erro angular (a) em radianos, dado pela
expressão:
e
a 
r
E topografia, o erro linear de excentricidade admis sível é de 0,01 mm, o que resulta para um raio r
= 100 mm, um erro angular máximo: amax  41”

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